O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, setembro 08, 2014

A VELHA RIVALIDADE ENTRE MULHERES...

E A SUA DIVISÃO INTERIOR...

Esta é uma realidade que assola o universo feminino desde há séculos e perfeitamente retratado em toda a literatura séria e de  comédia ou de drama seja de ontem seja da actualidade. É como se de facto a mulher nunca tivesse percebido ou entendido, obviamente que não entendeu, a causa e a origem dessa rivalidade entre mulheres,  muitas vezes mesmo ódio. E ela não consegue objectivá-la na sua causa e origem porque é uma velha história que a cerca familiarmente e na qual ela está formatada, um enredo em que toda a mulher é "educada" - o ódio e rivalidade entre mulheres -  e não sabe como extirpá-lo sequer porque não só o acha de uma certa maneira  natural, como não tendo informação da sua aculturação não consegue perceber a sua causa remota...
Ela vive e convive com essa aculturação há séculos e ela faz parte integrante da sua psicologia (na verdade na sua psique dividida) sendo totalmente inconsciente das razões históricas e culturais  e as causas dessa predisposição de antagonismo algo neurótico entre mulheres.
A outra mulher, potencial rival  é sempre a causa imediata de todas as suas desgraças e nunca o homem. De modo que a situação mais clara e exemplificativa do que aqui se diz, é ver como as mulheres, diante da traição do marido ou do amante, não o acusam a ele nem o condenam - porque é natural a infidelidade neles e até motivo de orgulho inconsciente - mas sim da "outra" a tentadora, a provocante a fatal, a put...sim a outra mulher é que é a culpada...e é sobre a "outra" que recai o ódio da traição do homem...
E assim vivem as mulheres entre si, sempre prontas a fazer cair sobre as amigas, irmãs e até filhas e  mães a culpa das suas desgraças...e o homem nisto, seja o pai ou o filho ou o amante, sai sempre ileso...
Esta é a marca da nossa (a)cultura patriarcal e mantem-se sempre a mesma no fundo, apesar das aparentes mudanças e dita evolução ou a pretensa igualdade e emancipação das mulheres no mundo, pois nada mudou no mundo quanto a isso...e todas nós continuamos a sofrer esse antagonismo primário às vezes dilacerante...ou seja: a sua divisão em si (entre a santa e a prostituta) e a rivalidade e o ódio entre as mulheres mantem-se e é ostensivamente demonstrada nos filmes, na publicidade e até na arte...em geral.

Tal como a C. J, nos pergunta e constata  neste pequeno trecho...

"Que vício é este das mulheres estarem sempre a picar entre si, como se fossem hienas? Que ciúmes e invejas são estas? Sou melhor...que tu, sou mais isto ou aquilo? O vício do controlo? De onde vem tudo isto?
Triste que, as mulheres critiquem censurem outras mulheres, quando os homens nem fazem isso entre si, assim tão violentamente. Um homem nunca se zanga com outro homem quando compete com um outro homem. Parecem ter entre eles um código de honra que não lhes permite isso.
Os homens, deitam-se os dois com uma mulher ao mesmo tempo se houver essa oportunidade sem cisão nenhuma entre eles. No entanto, a mulher, é o oposto. Parte para cima de outra mulher, e quando muito, há amigas que destroem relacionamentos das suas amigas com outros homens por poderoso ciúme, competição, ou porque, estão sós. Elas traumatizam-se quase sempre por qualquer coisa. Sempre procurando pormenores ou defeitos ou fragilidade para colocar azeite onde só havia água. Há sempre uma guerra, se não é do homem, é da amiga tal. A língua viperina está sempre lá, pronta a saltar.

Há um mar imenso que separa as mulheres de si mesmas, que as fazem agredir-se entre si de uma forma tão ridícula. Por isso, esta carga tão pesada de péssimo tom que dão às mulheres. Como se elas fossem baratas tontas, seres desencontrados e histéricos."


Ceramica Jewels
(enviado por mensagem)

1 comentário:

Anónimo disse...

Ha um mar imenso que separa as mulheres de si mesmas. Entender e desbravar este mar seria o primeiro passo para a vitória. Agenor.