O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, fevereiro 28, 2015

Ainda sobre as 50 Sombras de Gray



Ainda sobre as 50 Sombras de Gray e o meu espanto de haver mulheres que gostam e acham natural e não se sentem aviltadas, mas sim "estimuladas"...gostei muito de um comentário de uma mulher no facebook e que reproduzo aqui na integra...

"...Assinam-se petições para pessoas do outro lado do mundo não serem chicoteadas mas essas mesmas mulheres permitem que o seu "companheiro" as chicoteie?"


"Agora está na moda ser aberto à experiência... A única coisa que parece old fashion é mesmo o respeito... Aconselho todos a deixar de ver televisão! A lavagem para e o cérebro retorna! Amor não é Ódio. Amor não castiga... Assinam-se petições para pessoas do outro lado do mundo não serem chicoteadas mas essas mesmas mulheres permitem que o seu "companheiro" as chicoteie? as espanque? em nome do... AMOR?? Não entendo o limiar do permissivo ou não... Parece-me apenas que não pensam livremente, não se vêem no espelho e se sentem MULHERES. Entristece..
...nem consigo entender como é que as mulheres ainda permitem esta subjugação e subversão do amor... Parece-me uma jogada illuminati para fazer com que a ascenção do poder feminino seja ela própria subjugada... Chegar às massas em crescimento, influenciáveis... com valores em formação e deturpar o sentido da essência e poder feminino... É baixo e sem carácter!...

Quero ver amor, amor e respeito estampado nos corpos das mulheres! Nos seus sorrisos glamorosos e nos seus génios fecundantes! Que haja paz, luz e respeito no coração de todas nós! Por nós mesmas!"


COMENTÁRIOS NO Face de Luz Yoga

SEM O AMOR DA MÃE...



"O Amor da Mãe é a essência fundamental da feminilidade e identidade da mulher. A sua ausência na psique de uma mulher cria uma ferida profunda que deve ser curada. No actual estágio da experiência humana, a desconexão do amor da Mãe Original é uma ferida arquetípica generalizada para quase todas as mulheres.
O facto da Mãe Humana não ter estado lá leva a mulher a inconscientemente negar a existência da Mãe Divina.
A mensagem inconsciente profunda é de que a Mãe Sagrada não existe ou não está lá para a apoiar. E, assim, a mulher vira-se para os homens e para um Deus masculino na esperança de que eles possam dar-lhe o que lhe falta. No processo, ela compromete os seus valores, desliga-se da sua feminilidade, e vende-se por barato."


Guru Rattana



O amor da mãe é o que de uma forma normal a mulher comum não tem...

Esta afirmação é controversa e contrariada pelas opiniões feitas...pelas ideias e idealismos serôdios cristão e outros conceitos de família patriarcal...A realidade porém é que  a mulher há muito não tem mãe, a sua, tal como o filho, que embora amado é castrado pela mãe negativa, porque precisamente o mundo não tem a Mãe como referência primeira na vida de cada ser, como a geradora da Vida, mas sim o Pai como autoridade máxima e única gerador de medo ...e não do amor e da ternura da mãe - esta negligenciada pelo homem, denigrida, submissa ou omissa, obediente ao marido.

A Mãe foi assim aglutinada ao Pai, a mulher ao Homem, e a Deusa Metis (Mater) engolida por  Zeus - o deus dos romanos -  e a filha, Atena nascida da sua cabeça, que matou a civilmente a Mãe como autoridade matriarcal (ao absolver o filho matricida)  e dai este mundo em que vivemos ser praticamente um mundo masculino e musculado, de guerra e não de paz...de ódio e não de fraternidade, de competição e não de partilha...

ATENA NEGA A MÃE E DIZ: não há crime - perante o filho que assassinou a mãe e a rainha - porque a mãe não existe, e a partir daí a lei que impera é a da Espada e não a do Cálice
Assim se mantiveram durante séculos as sociedades humanas e os seus regimes, embora  tentassem ao longo das ultimas  décadas praticar formulas de sociedades aparentemente mais justas e equilibradas do ponto de vistas das leis e distribuição das riquezas, mas falharam retumbantemente, fossem elas ateias ou religiosas, precisamente porque a Mãe e a Mulher (as filhas) por consequência não foram amadas, nem respeitadas como entes, como seres individuais e a filha não foi formada nem educada consciente da sua  linhagem matrilinear - as mulheres foram afastadas da sua essência feminina e votadas ao descrédito...as mulheres foram divididas em duas espécies e postas ao serviço da reprodução e família como propriedade do homem e do Estado ou como prostitutas ao serviço do prazer do homem, ou posteriormente "trabalhadoras" sujeitas ao sistema de produção e consumo nos regimes modernos e totalitários, sem nenhuma dimensão do seu ser ontológico, sem nenhuma consciência do seu poder interno, da suas faculdades sensitivas, sem ter em conta a sua natureza ctónica ligada a Natureza e sem nenhuma dignidade humana.
Vivemos hoje num mundo que explora e mata a mulher de forma alienada, que o faz ostensivamente e de todas as formas, só por ser mulher e este facto gritante é de todas formas branqueado e pelas próprias mulheres e até feministas.
Qual é a cena diária dos nossos dias? Abrimos um jornal de futebol e temos as mulheres em fotos de forma degradante expostas como bolas...para  os olhos alarves das bestas massificadas...e depois espantamo-nos com a crescente violência doméstica ...Cada dia, em qualquer lugar, anúncios, jornais, revistas, televisão ou cinema - aponta para uma mulher exposta e nua, explorada e violada na sua integridade, usada como objecto sexual, como corpo de desejo sado-masoquista, como mero instrumento de prazer e são hoje as próprias mulheres a fazer a apologia dessa "conquista em terreno masculino" que mais não é do a sua  servitude sexual seja no vestir e na linguagem ordinária, (não esqueçamos o célebre "fodamos" da MariaCapaz.pt) nas opções por uma "libertinagem" que confundem com liberdade e emancipação, nomeadamente as 50 sombras de gray com mulheres a acharem o filme bom e apelativo etc. e em que o abuso e a violência é apelativa como experiência erótica...Sim, as mulheres  já não são escravas, nem domésticas, nem esposas, nem criadas, mas empregadas e funcionárias, deputadas e jornalistas, polícias e políticas, mas todas DOMESTICADAS pelo Sistema falocrático, vendidas aos  Mídea, à economia de mercados, à moda e ao consumo, formatadas pela sua cultura e a arte, que usam a mulher de forma degradante salvando-se raros autores que admiram e dignificam a mulher e a mãe nas suas obras.

Enfim...a Mãe e  Mulher não são neste mundo e há muito tempo aquilo que deviam ser... e por isso o mundo de hoje enfrenta esta violência brutal e em que cada dia mais vemos aumentar as atrocidades de uma espécie virada contra si mesma...isto se considerarmos que homem e mulher são da mesma espécie, pois às vezes duvido que assim seja...A ter em conta a ideia supérflua e vaga ...de que as mulheres são de Vénus e os homens de Marte - teríamos ai mais do que uma alegoria a causa de uma realidade cada vez mais atroz e pungente...o ódio do homem à mulher e só não vê isso quem é cego ou muito estúpido - como é o caso das mulheres maioritariamente alineadas e estupidificadas em massa pelo Sistema de produção e consumo que mata que se farta e é a doer  até morrer.

rlp 

sexta-feira, fevereiro 27, 2015

UM DESAFIO ÁS APARÊNCIAS...

VAMOS PENSAR JUNTAS...


O QUE SIGNIFICA ESTA AFIRMAÇÃO?

Esta imagem é controversa...assim como o que se afirma...

Diz que nascemos com vocação para sermos livres...e que isso significa a afirmação da mulher no seu outro lado, dentro da dicotomia a santa e a puta, ser a puta; e o que isso quer significar ainda é que a mulher de hoje reivindica para si como sinal de liberdade e como mera afirmação da sua sexualidade em particular, o ser puta?
É essa associação que se faz do ser livre? É assim que se vê a mulher que não é obediente aos padrões e ao marido....como o reverso da sua natureza apontada como a senhora, mãe e esposa...e que a mulher para se afirmar nos dias de hoje recusou e vive nessa eterna confusão entre dois extremos do seu ser sem perceber que ela é só uma, que é una nessa Natureza profunda e não tem que se dividir entre a senhora ou a puta.
Daqui se vê que este trabalho de união das duas mulheres em nós, não é fácil. Primeiro entender esta cisão, esta divisão do nosso ser mulher em duas mulheres secularmente, é quase impossível...a mulher prefere, tal como o homem também a quer ver, continuar a ver-se num papel ou no outro e continuar a julgar a outra mulher desta ou daquela maneira... A casada, séria e bem comportada - mulher de um só homem - e a puta, a gaja ordinária que anda com outros e é uma rival potencial de todas as outras casadas etc. - este é o quadro mais ou menos pintado desde há dezenas de anos...e hoje apesar dos cambiantes desta questão aparentemente terem mudado, no fundo a cisão é a mesma e as suas consequência na psique dividida da mulher também ou ainda mais graves...porque ela não se apercebe o que a faz sofrer ...
O que eu penso é que essas mulheres "livres" não só se mentem como fazem com que prevaleça, embora dissimulados em mil subtilezas, essa divisão interior da mulher que a faz viver em duas espécies de mulheres (a santa e a puta)...e assim permaneça a mesma rivalidade  entre elas, mais ou menos em agressões psicológicas e num acentuar de diferenças e lutas pelo poder e disputas por lugares, posição e homens etc. mas que podem ser vistas apenas como uma afirmação de cariz social ou intelectual ou até mesmo espiritual, embora havendo sempre essa questão da sua divisão interna és qual delas para quem te olha e qualifica? -  como pano de fundo e um olhar mais atento vê apenas esse ódio latente e constante das mulheres entre si...infelizmente este é ainda o quadro geral da sociedade em que vivemos e não o contrário como as vezes se afirma...
Só quando a mulher for realmente livre do jugo social e do homem - agora apenas diria,  no plano mais psicológico e o da visão materialista ao nível cultural e económico - e integrar essas "duas" mulheres dentro de si - conciliá-las e não separá-las - e só então, dizia eu,   conseguirá viver sem essa dicotomia  nessa luta que gera grande angústia, insegurança e medo; só depois de terem essa consciência de si é que poderão ser inteiras e aí amigas ou confidentes umas das outras,  criativas para  a sociedade ou ainda criar uma irmandade de mulheres, seja em que sentido for.  Se isso não acontecer este continuará a ser  o seu  eterno drama: as boas vão para o céu e as más...como é mesmo a anedota?
rlp

AS MIL SOMBRAS DE GRAY - AS FARMACEUTICAS...


PERIGO: MULHERES ESTEJAM ATENTAS...
 
MAIS UM ABUSO DE MANIPULAÇÃO DAS MULHERES E DO SEU CORPO...e do seu prazer...

"Uma farmacêutica norte-americana enviou ao regulador uma droga chamada flibanserina, um medicamento não hormonal para toma diária destinado a contrariar a falta de desejo sexual feminino. Não é a primeira vez que a Sprout Pharmaceuticals tenta registar o 'viagra para mulheres', que tem sido recusado devido à falta de prova de eficácia e aos seus efeitos secundários."
...
A sinistra propaganda médica ao serviço da mentira global avança. A mulher continua a ser a sua cobaia.
 

NA exploração das mulheres através do medo do cancro e ou em nome do seu prazer sexual (do homem na verdade) a mulher é incitada ao uso permanente dos químicos...Para vender e controlar a mulher eles fazem tudo.

As doenças das mulheres ou a sua falta de prazer...tem como causa elas não saberem de facto quem são, não estarem em contacto com a sua natureza profunda, não saberem do seu potencial humano, não poderem ser elas mesmas, a risco de serem histéricas ou ninfomaníacas, não serem respeitadas como seres independentes de funções e por isso não estarem conscientes do valor do seu útero e dos seus ovários. É comum ouvir mulheres dizer que mal tem um sinal qualquer de ameaça de cancro ou pólipo no útero ou nos ovários que lhes é sugerido ser retirados e elas mesmas dizem que já não lhes faz falta a partir de uma certa idade (não fértil)...e nem percebem que são vítimas de um verdadeiro ataque à sua integridade física pelos médicos.
Este desprezo pelos seus órgãos e pelo seu corpo como um todo vem do facto de elas continuarem divididas em si mesmas, fragmentadas e sujeitas ao homem, usadas pelo sistema patriarcal sem qualquer pudor nem escrúpulos; eles continuam confiantes da sua ignorância, que tentam manter a todo o custo, para as continuar a dominar e a explorar e desse modo as mulheres estão inconscientes da influência nociva das propagandas e do veneno dos medicamentos que lhes aplicam.
 
AGORA UM VIAGRA PARA A MULHER...

Não é com "viagras" nem com drogas que as mulheres terão prazer nem prevenindo  com químicos que se cura uma doença, mas indo às suas causas profundas, às causas verdadeiras da doenças ditas femininas, que são na maioria de foro emocional. As verdadeiras razões das doenças das mulheres é o domínio sexual a que são sujeitas, o abuso secular do seu sexo, do seu corpo físico e emocional ao serviço do poder do dinheiro e dos que dominam o mundo.

MULHERES ESTE É MAIS UM ATAQUE GRAVE A LIBERDADE DA MULHER...e à sua NATUREZA ONTOLÓGICA...

É preciso denunciar este abuso antes que ele seja implementado!
rlp

. Porque a tristeza gosta do sabor amargo.



O SOFRIMENTO POÉTICO DAS MULHERES...

“A minha avó dizia-me que quando uma mulher se sentisse triste, o melhor que podia fazer era entrançar o seu cabelo; de modo que a dor ficasse presa no cabelo e não pudesse atingir o resto do corpo. Havia que ter cuidado para que a tristeza não entrasse nos olhos, porque iria fazer com que chorassem, também não era bom deixar entrar a tristeza nos nossos lábios porque iria forçá-los a dizer coisas que não eram verdadeiras, que também não se metesse nas mãos porque se pode deixar tostar demais o café ou queimar a massa. Porque a tristeza gosta do sabor amargo.
Quando te sintas triste menina- dizia a minha avó- entrança o cabelo, prende a dor na madeixa e deixa escapar o cabelo solto quando o vento do norte sopre com força. O nosso cabelo é uma rede capaz de apanhar tudo, é forte como as raízes do cipreste e suave como a espuma do atole.
Que não te apanhe desprevenida a melancolia minha neta, ainda que tenhas o coração despedaçado ou os ossos frios com alguma ausência. Não deixes que a tristeza entre em ti com o teu cabelo solto, porque ela irá fluir em cascata através dos canais que a lua traçou no teu corpo. Trança a tua tristeza, dizia. Trança sempre a tua tristeza.
E na manhã ao acordar com o canto do pássaro, ele encontrará a tristeza pálida e desvanecida entre o trançar dos teus cabelos…”


Paola Klug

quarta-feira, fevereiro 25, 2015

UMA LIVRARIA DE MULHERES...


UMA IDEIA...
Sobre uma livraria só de mulheres...


Parece que nos dias de hoje, os dias da tão apregoada emancipação da mulher, em que a igualdade dos sexos e a sua liberdade diz-se e lê-se nos manuais ser uma realidade, que pensar fazer uma Livraria só de mulheres e escritoras, pode parecer uma aberração… algo contrário ou contra natura…? E que não faria falta nenhuma – passados tantos anos de conquistas do feminismo por um lugar ao sol – haver agora um lugar só para mulheres onde os homens não entrassem, e as mulheres encontrarem-se numa livraria só delas; isso seria visto como um atraso social, cultural e histórico talvez, além de que “naturalmente” suspeito…
O que é que as mulheres querem e podem fazer SEM um homem?
Isto parece uma abominação…uma coisa impensável…um retrocesso – sem o homem nem igualdade, a paridade?
Mas eu digo-vos o porque da necessidade de uma livraria só de mulheres…
E é muito simples compreender. Finalmente há mulheres escritoras a escreveram sobre a sua natureza e a sua sensibilidade o seu prazer…e não o Homem a determinar o que é uma mulher…
Sim, precisamos de uma ou mais muitas livrarias só de mulheres e escritoras porque durante séculos só os homens disseram e ditaram as leis e as normas e os dogmas…as mulheres leram e até escreveram o que os homens disseram sobre elas. Foram os homens, psiquiatras escritores e médicos, filósofos e teólogos e cientistas e antropólogos, os únicos a usar a palavra e a designar o que era importante na vida dos povos e das mulheres…Eles escreveram sobre o que elas sentiam e queriam (ou não sabiam o que elas queriam) e sobre a sua sensualidade/sexualidade…eles determinaram o que elas deviam ou não fazer, se eram mães ou prostitutas…etc. Eles tinham a palavra em exclusivo, a mulher essa foi votada ao descrédito por Apolo e até Lacan, nunca mais as mulheres tiveram voz…ou palavra…remetidas ao silêncio.
Atenas negou a Mãe e passou para o lado do Pai…e é essa mulher Escudo e armas que é aceite e vive hoje na pele da trabalhadora, policia, soldado, politica e profissional de carreira, na maioria das mulheres…
Elas não se relacionam de maneira nenhuma com a sua natureza profunda nem com os ritmos da natureza e do sangue e negam todos os aspectos dessa ligação à terra mãe e as forças telúricas…negam a lua mesmo quando estão com a lua...
“Mas, dirão, isso seria um atraso de vida, é voltar atrás no passado”, é também o que pensamos por força do hábito…mas o que nos escapa aqui é precisamente aquilo que nós não querermos ver: o que está a acontecer com as mulheres nos dias de hoje neste mundo dito livre, em que as mulheres mais do que nunca continuam a ser e são as maiores vítimas da exploração sexual, seja através de tráfico de mulheres para prostituição da parte de Mafias em todo o mundo, seja a nível doméstico e social, seja ainda a nível da arte e cultura e a literatura em geral…em que a sua imagem é submetida à pornografia e à violência consentida e dita apelativa ou erótica… como é o caso das 50 sombras de nada…
Elas deixaram de ser esposas fiéis e freiras talvez, elas deixaram de ser submissas e subservientes aos homens nos moldes das suas mães e avós…mas elas transformaram-se em máquinas de produção e consumo e ter filhos é como máquinas e o sexo igualmente é uma função genital e toda a sacralidade e profundidade da vida despareceu do mapa e da vida das mulheres. Elas não são mais respeitadas nem como mães nem como amantes, nem como seres humanos…elas deixaram de ser senhoras em casa e passaram todas a ser putas na cama… dirão que sou exagerada, mas olhem as publicidades e os discursos…A mulher vulgar, a que "se oferecia"… antes era uma abjecção…agora é o modelo de virtude e sê-lo é um elogio máximo…uma vocação…ser sexual, ser-se sexy, ser um corpo objecto, ou uma máquina reprodutiva (barriga de aluguer)… é tudo o que a mulher sonha…e por isso que ela luta hoje ao fim e ao cabo. E nós vemos, claro que não vemos é que com tudo isto afinal …não há mulheres! As mulheres com todos estes avanços e conquistas, perderam completamente a sua identidade, a sua dignidade…Elas não sabem já quem são ou quem eram.
Por isso vos digo que o que mais urge hoje é uma Livraria de Mulheres e um Espaço direccionado a um estar e ser mulher que não é essa mulher que depois de conquistada tanta liberdade sexual e de expressão, além de alienada de si mesma ela se mantem a vítima preferencial de violência sexual e doméstica. Quer isto dizer que falhou ou falta qualquer coisa de fundo que permitiu esta discrepância e esta ignomínia e permitiu o ataque geral que é feito em todo o mundo à Mulher e tomou o nome de Feminicídio… e ninguém quer ver como a mulher é morta e violada em todas as "guerras", só porque é mulher.


Uma livraria de mulheres seria uma referência de autoras e escritoras que buscam essa essência perdida…essa Mulher dos Primórdios, a Mulher consagrada pelos poetas e bardos, a sacerdotisa do amor, a iniciadora da Deusa etc. A mulher realmente senhora de si mesma de outrora...muito antes das invasões bárbaras começarem...
 
Uma livraria de mulheres seria um lugar de eleição onde as mulheres se sentissem em casa e sem a compulsividade de atrair o macho e servir o homem…onde o livro não fosse sempre o romance de cordel ou do príncipe encantado em busca do amor romântico; um lugar onde houvesse livros que as libertasse de ideias alheias, as filosofias de doutores e professores que disseram e escreveram e ditaram os comportamentos que a condicionarem e fizeram esquecer da sua intuição, da sua capacidade de sentir e a desviaram da sua sabedoria interna e da inteligência do coração.
 
Uma livraria de mulheres que seria uma aposta de reconquista da mulher verdadeira…e não mais um lugar de informação e manipulação do seu ser ao serviço exclusivo do homem e da Sociedade patrista, o que aconteceu sem que a mulher se desse conta e hoje ela ser bem mais escravizada de quando era escrava ou concubina ou esposa casta, tendo-se colocado do lado do masculino exclusivamente e sem noção sequer da sua verdadeira feminilidade, tomando a sua identidade pelo travesti que o homem desenhou para si – ou fez dela um estereotipo subproduto desse imaginário masculino da mulher idealizada pelo pater e quase sempre de fundo misógino ou pederasta…

Uma livraria de mulheres pois, que reunisse autoras e escritoras que escrevem e levantam o véu deste problema moderno e que se quer branquear a todo o custo, e não apenas promovendo essa liberdade como é o caso das feministas nas décadas passadas, em luta pela igualdade e pela liberdade sexual das mulheres apenas; eu diria que hoje precisamos de lutar por uma CONSCIÊNCIA DO SER MULHER, do feminino ontológico, e lutar antes por uma dignidade e uma identidade do ser mulher em si, ou seja: precisamos urgentemente de tomar consciência do que é ou QUEM É a verdadeira Mulher; precisamos de resgatar essa essência feminina que em nome da tal liberdade e igualdade foi depauperada e traída na sua natureza intrínseca e mística - quase sempre por contra-conceitos anti religiosos ou conceitos marxistas que em nada beneficiaram essa Mulher interior e natural diria, que se perdeu totalmente de si e da sua natureza, com medo de que a mulher continuasse presa a uma imagem de mãe e de santa, a casta e obediente esposa para passar a ser uma mulher livre, racional e fria, com profissões várias, ir a guerra, matar, em vez de dar vida, ser polícia ou política etc. e portanto já sem a canga familiar …etc.
Uma livraria de Mulheres, um lugar de eleição e de consciencialização para as mulheres que se buscam e querem encontrar a si próprias sem o jugo intelectual e sexual do Homem…
rosaleonorpedro

terça-feira, fevereiro 17, 2015

Dizem as raparigas: "É uma conquista em territorio masculino..." ah ah ah ah rio-me eu.

 
 
 "É uma conquista em territorio masculino", dizem...

No dizer desta espectadora... "O filme revela-se, a meu ver, tudo menos   um ataque à integridade e à identidade da mulher. É uma conquista em territorio masculino." - isto revela de facto a maior inconsciência do que é a Integridade e a identidade da mulher...

"AFINAL QUEM É QUE TEM O CHICOTE NA MÃO MESMO" - DIZ UMA LEITORA MINHA...
Sim de facto que sabe esta mulher da Identidade da Mulher ou da sua integridade? 

Tudo o que ela alega no que escreve e tudo o que transmite neste texto vejo que não passa de uma mulher modelada intelectualmente pelo Sistema, lógica e racional, bem instruída nas suas escolas e completamente criada e feita à imagem do Homem, ao seu serviço e na ilusão de vencer no terreno - valeu-me umas boas gargalhadas de bruxa!!!  - na verdade uma mulher que desconhece quem é...não, não sabe de todo o que é uma MULHER! Se calhar nem sabe do seu prazer como mulher...tão equivocada me parece...Talvez um dia quando crescer esta rapariga saiba de si...por ora só tem miolos na cabeça...
Quanto  as palmadinhas no rabo, e o resto como ela diz...  - bravo…adorei! S
im, bravas raparigas modernas! Vocês preenchem todos os requisitos que o Sistema  falocrático vos impos a gosto…Felizes agora de conquistarem em "território masculino "- esperem ver o tiro sair-lhes pela colatra...
 
Esqueceu-se esta mulher todavia de ler, já não digo as coisas sérias que forma escritas por psicólogas e escritoras a sério - mas especialmente  as crónicas masculinas que abundam por ai ao filme e o efeito perverso que nas mentes atávicas dos homens causa e como as mulheres passarão a ser olhadas…palmadinhas no rabo e chicote - a rapariga gostou claro…você adorou, uma mulher “realizada” pelo sistema - serve voluntariamente - já nem são precisos bordeis, nem acompanhantes de luxo.
Enfim…sou uma mulher idosa…já passei pelas aventuras todas que tinha de passar, mas  como qualquer homem ela dirá que me faltaram homens de chicote…que linda cabecinha...a destas meninas!
Fantástica geração esta,  a do “fodamos” (mariacapaz.pt)   - é a vitória feminista…de facto!
E até já podem escrever mais uma mil sombrinhas de gray que não faz mal a ninguém…claro que esta é bem mulher capaz para isso …tem todos os requisitos e perfil!
rlp

 
TEXTO DE AUTORIA DESCONHECIDA
 
(...)
 "Vamos lá ver uma coisa, meninas (e meninos, claro): nós gostamos, ok? Mesmo que de certa forma nos tenha sido incutida, nós temos uma ideia da figura masculina e fantasiamos com ela. Gostamos tanto da protecção que ela nos oferece como o seu lado mais animal, mais másculo. Então, porque é que nos faz tanta confusão que uma personagem feminina, introduzida a um mundo de fantasias sexuais, possa gostar de tal oportunidade? Talvez porque, tal como assimilamos a ideia de macho, também assimilamos um certo purismo e insegurança em relação ao nosso próprio prazer. Fecha-se assim portas ao conhecimento do nosso corpo e de nós mesmos. Com isso, arrastam-se frustrações e medos que depois são difíceis de vencer. Portanto, cuidem-se.
Gostei do filme, não tanto pelo romance em si que achei um pouco infantil, mas acima de tudo pela Anastacia, a tal personagem feminina pecaminosa. Basicamente, o mundo caiu-me aos pés. Idealizei com o pouco que sabia, uma rapariga ingénua ao ponto de enjoar-me, mas cheguei à conclusão que ela é mais parecida comigo do que imaginei. De ingénua nada tinha, muito menos de inconsciente. Pareceu-me uma jovem mulher bem sucedida, trabalhadora, que sabia bem o que queria e o que não queria. Acima de tudo, achei-a no controlo de toda a situação. Submissão? Não a vi em lado nenhum. Gostar de levar umas palmadinhas no rabo durante o sexo não nos tira os miolos da cabeça, sim? Ao que me parece, a Anastacia foi a primeira a impor-se a um Grey mal habituado por tantas outras, questionando aquilo que ele tomava como garantido - uma mulher. Tanto questionou como se recusou a entrar no mundo de fantasia sexual dele como um objecto. Ela exigiu-lhe muito mais que isso.
Quanto às cenas de sexo propriamente ditas, acho que foram bem conseguidas. Nem cansavam nem constrangiam. Focavam-se muito no prazer dela, não tanto no dele. E acho que isso deve-se ao facto de à frente deste projecto cinematográfico estar... pois exactamente! Uma mulher, Sam Taylor-Johnson. Quando há pouco tempo se noticiavam as diferenças de género em Hollywood, nomeadamente na falta de mulheres (tanto na representação como na produção) em filmes de sucesso, só temos que felicitar o fenómeno de Fifty Shades. O filme revela-se, a meu ver, tudo menos   um ataque à integridade e à identidade da mulher. É uma conquista em territorio masculino.
Portanto, aqui fica a minha deixa: deixemos de ser uns falsos púdicos, sim? Quem gosta de levar palmadinhas, que esteja à vontade. Quem não gosta que deixe que os outros gostem. Preocupem-se mais com o que se passa na vossa cama do que na cama dos outros. um ataque à integridade e à identidade da mulher. É uma conquista em territorio masculino.
Portanto, aqui fica a minha deixa: deixemos de ser uns falsos púdicos, sim? Quem gosta de levar palmadinhas, que esteja à vontade. Quem não gosta que deixe que os outros gostem. Preocupem-se mais com o que se passa na vossa cama do que na cama dos outros.
 
  (enviado por email)

domingo, fevereiro 15, 2015

Eva Mitocondrial


Eva Mitocondrial

“O pouco que sei tirei de algumas páginas, é o estudo das células na evolução humana – sendo uma mulher a que deu inicio a o que hoje somos (anatomia). “Eva mitocondrial é o nome pelo qual é conhecido o ancestral comum mais recente matrilinear de todos os seres humanos vivos hoje. O seu DNA mitocondrial (mtDNA) foi passado de geração em geração e está agora presente em todas as pessoas.
Os geneticistas construíram uma árvore genealógica para o gênero humano, na base da qual estava a Eva Mitocondrial, a grande avó de todos os humanos. Isto não significa que ela foi a única mulher existente em sua época, mas que foi a única que produziu uma linhagem direta de descendentes por linha feminina que persiste até a presente data.”
Diz-se que temos duas heranças principais: a biológica (orgânica) e a cultural (superorgânica). A herança biológica onde se transmite toda a informação genética. Logo a herança cultural é o mecanismo de ensinar e aprender em determinado tempo e espaço. As duas heranças oferecem informações enraizadas sobre aspectos espirituais ou religiosos. O DNA mitocondrial (DNAmt) é herdado de uma maneira peculiar, ou seja, exclusivamente ao longo da linhagem materna.
(Lux Iris Lux)

 
Em Of Woman Born, Rich explica a sua crença no biologismo dizendo que a biologia das mulheres…tem implicações bem mais radicais do que até agora temos tido em consideração. O pensamento patriarcal limitou a biologia feminina às suas especificações mais estreitas. A visão feminina foi rechaçada da sua biologia por estas razões; a nossa corporalidade ressurgirá, creio, como um recurso em vez de um destino. Com vista a vivermos uma vida humana plena necessitamos não só do controlo sobre os nossos corpos…temos de tocar a unidade r a ressonância da nossa corporalidade, a base corporal da nossa inteligência. ”

Elaine Showalter, Género, Identidade e Desejo. págs 40, 50

 
"Antes de sermos concebidos, existíamos em parte como um ovo no ovário da nossa mãe. Todos os ovos que uma mulher vai ter formam-se enquanto ela é um feto de quatro meses de idade no ventre de sua mãe. Isto significa que a nossa vida celular como um ovo começa no ventre de nossa avó. Cada um de nós passou cinco meses no ventre de nossa avó e ela, por sua vez, dentro do ventre de sua avó.
Nós vibramos com os ritmos de sangue da nossa mãe antes de ela própria ter nascido. E este ritmo é o fio de sangue que corre desde lá detrás desde as avós da primeira mãe. Nós todos compartilhamos o sangue da primeira mãe - somos verdadeiramente crianças de um só sangue.

 Os homens não podem transmitir esta continuidade de energia celular para seu esperma. O pai não passa a marca de uma vida, mas apenas a energia fugaz de poucas semanas. A natureza do homem é, em muitas formas metafóricas, uma rápida ascensão e queda - o desaparecimento e ressuscitar de energia refletida em tantos dos antigos deuses masculinos."

- When The Drummers Were Women de Layne Redmond

O AMOR ALQUÍMICO...



DIÁLOGO PROVÁVEL...


Arno Gruen - À procura de um amor que nunca existiu, insistimos vezes sem fim em esforçar-nos desesperadamente pela nossa auto-destruição.

Etienne Guillé - Eu não penso que para amar é preciso querer amar. Para amar é preciso Ter vontade de ir explorar com toda a lucidez todas as múltiplas facetas do amor tal como um diamante bruto, retirado ...com esforço da terra e no qual podemos imaginar múltiplos brilhos potenciais. Amar não é um dado imediato, directamente acessível, mesmo no caso da mágica paixão à primeira vista.
 
Arno Gruen - Pensamos que o amor se encontra precisamente onde não podemos obtê-lo. Assim revivemos a recusa sentida do passado e fornecemos a nós próprios a prova repetida de que não há nada para nós.

Etienne Guillé - No verdadeiro casal alquímico, nenhum dos dois componentes se nutre da “substância” do outro, substância tomada no sentido mais nobre do termo. Existe um prodigioso crescimento qualitativo das energias vibratórias do conjunto homem e mulher.
A satisfação das necessidades materiais mesmo não elementares não conduzirá nunca a progressos correspondentes da consciência. O inverso não é verdadeiro, ou seja, não é necessário privar as pessoas a todo o custo, fazê-las sofrer de qualquer modo, para as fazer evoluir, o que significaria que temos que adoptar um comportamento masoquista ou sádico. De facto, penso que existe no casal alquímico uma dinâmica subtil. Pode ser que eu tenha acesso melhor ao meu duplo descobrindo-o no olhar do outro, o olhar do outro desempenhando o papel de espelho para ver a outra face de minha dupla alquimica, e reciprocamente.

Arno Gruen - Se, um dia, o verdadeiro amor acabar por cruzar o nosso caminho, recusamo-lo pensando. "Quem havia de nos amar se somos tão imperfeitos."

Etienne Guillé - Amar é obra de cada instante que se constrói e se tece, com paciência e determinação, tacteando e duvidando, iluminado antecipadamente pelos raios de luz do diamante imaginado. O amor no sentido mais amplo do termo é uma busca contínua, incessante comparável nesse sentido à busca da Pedra Filosofal, com o adendo de que temos um companheiro ou companheira, que somos dois a fazer essa busca, e sabemos talvez melhor onde vamos do que estando sós! Trata-se de um verdadeiro processo de transcendência cujas consequências são múltiplas, principalmente transformações profundas e duráveis de cada um dos componentes do casal. Penso mesmo que esse estado ideal e final do casal alquímico, caracterizado pela fusão dos duplos, continua após a morte física. Mas atenção, eu não digo que tal resultado do casal alquímico seja verdadeiramente realizável.

(Conversa imaginária entre Arno Gruen e Etienne Guillé, baseada nos livros "A loucura da normalidade" e "O Homem entre o Céu e a Terra" - transcrito por Ananda Krishna Lila)

quinta-feira, fevereiro 12, 2015

É A MUHER MÃE CAPAZ DE EDUCAR OS FILHOS?



“A luta das mulheres não é dirigida contra os homens enquanto indivíduos, mas sim contra as instituições fechada a sete chaves, que os mantêm à cabeça dos negócios.”*

Eu concordo em parte com a autora do livro, mas o problema não são as instituições fechadas mas as cabeças fechadas a sete chaves dos homens que as controlam e que fazem da mulher um ser dependente ou subalterno e não são capazes de encarar metade da humanidade como parte integrante do seu mundo. Esse é o drama da “fraternidade masculina” (“Os direitos do Homem” e as suas lutas e revoluções ) para quem a mulher é um apêndice ou um utensílio, um animal reprodutor, um objecto de prazer ou de marca, mas nunca um semelhante. Não, não falo em igualdade mas em semelhança, em complementaridade humana, em metade da Humanidade.
Representar a Humanidade Homem e Mulher (não só na casa como doméstica e bem domesticada), em palavras e nos discursos ou em lugares de gestão só se pode fazer através dos dois seres distintos e complementares que o homem e a mulher são. Dizer A Humanidade ou o Homem incluído nesse termo a mulher, já não pode ser…já não faz sentido, não se pode consentir mais nesse absurdo, no entanto ninguém quer dar importância a isso, nem as mulheres!
Mas mais ainda, mais do que salientar a semelhança da mulher, a sua paridade com o homem, importa salientar o papel preponderante da Mulher e da Mãe e como referência primordial que é para o ser humano à nascença tanto homem como mulher. Mas a mulher não tem nem teve autonomia nem consciência para poder exercer o seu papel...
 
Isso foi que fizeram a s Instituições e as Religiões e as Revoluções ao longo dos séculos - destruir a autonomia da mulher e para isso... 
 
Destruíram paulatinamente os atributos do grande feminino, todos os cultos e referência da Deusa Mãe e os valores que consagravam a Terra e a Natureza como sagrada. Relegaram a mulher para um papel secundário e irrelevante e com isso desautorizaram a Mãe e a Mulher do seu papel legítimo, papel de educadora da criança, de formadora de caracteres. Ao desacreditá-la, roubaram-lhe a alma e também o carácter. Começaram a destruir a Terra em seu benefício, a Natureza foi dizimada, assim como os animais, sujeitos às mais ignominiosas experiências e fins e os seres humanos foram feitos escravos de outros homens, não esqueçamos.
Desse modo, todos nós somos frutos de uma sociedade desnaturada, fraudulenta, injusta e violenta; em suma, uma sociedade coxa, que funciona só com uma perna, uma metade de si, que usa só uma parte do seu cérebro, que exibe a sua força através da violência e da destruição, que obriga a matar só porque priva metade da sua população do direito de SER Humano e de realizar o seu papel na plenitude…
Porque se a Mulher fosse a Mulher e a Mãe, se a Natureza da mulher e a Natureza da Vida fossem respeitadas, se basicamente o Princípio Feminino estivesse activo, o Princípio Masculino estaria equilibrado. Esse é o grande princípio do Tão e do Equilíbrio da Ordem do Universo. Foi isso que os padres do deserto, os patriarcas misóginos e os filósofos pederastas, os loucos e os ambiciosos fizeram do mundo…
Tudo isso com um fito, tudo com um só objectivo…o de explorar e de escravizar a maior parte de seres humanos no planeta ao serviço dos interesses das elites, dos seus Impérios e de todos os poderosos do mundo inteiro, sejam eles chineses, pretos ou brancos…
Os Sistemas são todos sistemas de controlo do individuo mantendo-os preso ao medo, à usura e a ideia de carência, obrigando-os a trabalhar como escravos do sistema, dia a dia, todos os dias da sua vida e a viver com medo da morte anunciada, medo de deus e do diabo, medo do inferno calculado, porque são mantidos na mais estrita ignorância através da “educação machista e predadora” e da “cultura” do medo e da morte” mas sobretudo e à partida privando e negando às suas mulheres, às mães e ás amantes a sua individualidade, mantendo-as longe do seu desígnio de mater e matriz, do seu poder interior fecundo, da sua consciência superior.
Neste Sistema (do capital e do trabalho) a Mulher e o ser humano comum não são ninguém…
Neste Sistema a Mulher e a Mãe têm sido anuladas e incapazes de educar ou criar filhos Homens ou Mulheres dignos desse nome...
 

MULHERES & DEUSAS : “A mulher é inimiga da própria mulher”

MULHERES & DEUSAS : “A mulher é inimiga da própria mulher”: "Seguindo uma trilha de amor e ódio percorrida pela maioria das mulheres nos últimos dois mil anos, constatamos caminhos de violê...



"Seguindo uma trilha de amor e ódio percorrida pela maioria das mulheres nos últimos dois mil anos, constatamos caminhos de violências em todas as formas: cultural, religiosa, filosófica, enfim, desde a integridade física até a transformação total dos seus valores éticos, da essência do moral feminino até o respeito a si mesma, com seu... corpo e sua função divina de procriar, de perpetuar a raça humana.

Conceber a alma da mulher hoje é deparar-se com um desafio obscuro. Na realidade, a mulher da atualidade está vivendo uma escravidão de alma. É escrava da sua própria densidade física. Do ego, das coisas da matéria, o que as nossas antepassadas chamariam de Mergulhadoras de Pântanos.

Alheia à habilidade natural dos sentidos de preservação sutil, do poder da premonição, da capacidade de transformar-se e gerir energias multiplicadoras de renovação, da força natural da Deusa interior que conduz, protege, e estabelece rumos naturais, que cria metas de paz e felicidade. Ela, a mulher atual, segue pela vida, amarga, ansiosa, dependente de um companheiro quase sempre nem tão companheiro assim. Mergulhada na sua própria incompetência, pobre de metas transformadoras, busca nas sensações meramente físicas, quase sempre sem entusiasmo o que encontraria na plenitude da sua própria essência, no seu poder do feminino.

Urge a necessidade do autoconhecimento, da busca de si mesma para que o crescimento aconteça naturalmente, assim a felicidade e a paz se estabelecerá na alma.

quarta-feira, fevereiro 11, 2015

DUAS LEITORAS COMENTAM...O ÓDIO A MULHER...

Fernanda disse...
 
Não é então da responsabilidade da mãe, ao educar os filhos dentro do medo, "produzir" um homem que se debaterá toda a sua vida em relações que nunca estarão isentas do medo?
Eu vejo muitas crianças que têm medo dos pais, por isso lhes omitem, mentem, escondem, sentimentos e acções. E há pais, senão a maioria, que até acham bem que os filhos lhes tenham medo.
A relação pais-filhos é desigual, em respeito e verdade, e enquanto assim se mantiver, naturalmente o poder de uma parte, castigador e crítico, causa medo. E convenhamos, na maior parte dos casos, a educação é da responsabilidade das mães.
Ana Nazaré disse...
 
Fernanda, As mães não tem autonomia, na maioria das vezes são submissas aos maridos, não tem vida própria, vivem sua vida através do outro e não delas próprias, foram completamente interrompidas do seu próprio desenvolvimento espiritual, não tem consciência de que não tem aquilo que desejam, sofreram lavagem cerebral tão grande que nem sabem mais o que desejam.
Por outro lado, os homens não são amorosos com as mulheres, a maioria tem muita mulher em volta e sente que elas preferem eles a elas próprias,relaxando assim na atenção e no esforço que fazem para agrada-las. As mulheres ao serem afastadas do desenvolvimento da cultura acabaram perdendo seu brilho aos olhos dos homens, que as veem como inferior, "sem graça" ...
E os filhos, absorvem o modelo dos pais. Os homens "copiam"os pais e as meninas "copiam"as mães. Através da educação e socialização a criança não consegue agir diferente pois não tem outro modelo a se apoiar. E assim a cultura vai se multiplicando.
É muito difícil agir diferente mas a informação (livros, história, e conhecer bem o mundo) pode ajudar.
 
 
OBRIGADA ÀS DUAS POR COMENTAREM...

"AS 50 SOMBRAS DE GRAY"

 VIOLÊNCIA DOMÉSTICA?
NÃO...

O conselho aos maridos e namorados e amantes...
"PERCA O CONTROL" - BATA NA SUA MULHER, ESPANQUE-A QUE ELA GOSTA...

A PARTIR DA ESTREIA DO FILME VAI SER ASSIM : "perdeu o controlo e matou a mulher" - em vez de uma mulher morta por dia aparecerão mais uma quantas em todo o mundo a acrescentar à lista...

A propósito da minha crítica ao Filme "AS 50 SOMBRAS DE GRAY" - uma leitora desse poste no facebook comentou da seguinte forma o que eu escrevi e de seguida incluo a minha resposta...


- Admiro muito o que escreve e aprecio de facto a forma como expõe a posição do papel da mulher que assume no aqui e no agora, daí estar muito honrada de puder ler tudo o que partilha. Nesse contexto estou estupefacta com a enfase que esta a dar às sombras de Grey. Não percebo no que é as sombras de Grey...apelam à fomentação e à proliferação da violência doméstica??? Quando o filme retrata uma fantasia sexual, como tantas outras, consentido tanto pelo homem, como pela mulher. Ninguém obriga nada a ninguém. Não faltam por aí filmes com outras ideologias que esses sim são pervesos e autênticas "escolas" de apelo à violência doméstica, tanto para vitimas homens como mulheres. Já leu a trilogia? Quando a trilogia foi publicada...não me recordo de ter sido um prenúncio ao aumento da violência domestica? Mas sim uma correria à libertação sexual, uma correria às sex shop! É perverso isto? Ou será que concorda que continuaríamos a encarnar os papeis de mulher da novela "Gabriela". Isso sim era violência. Dra. Leonor, desculpe a ousadia de uma "pita" de 41 anos que não concorda que porcausa das sombras de Grey o homem vai começar a bater ainda mais na mulher...antes pelo contrário. Este protagonismo dado ao filme só confirma e incentiva a libertação sexual da mulher moderna, sem tabus, sem complexos, sem vergonhas. Não o reverso. Um bem haja e as redes sociais têm destas coisas. Liberdade para puder ser do contra.
 
- Sandra Sousa - compreendo que do ponto vista da modernidade, e da cultura em geral, e ainda da visão liberal e "emancipada" que a mulher de hoje tem do sexo, lhe escape as subtilezas da mente predadora (parecer-lhe-a exagero e até estranha a expressão) do homem que domina os Midea, a Cultura e a Arte, e apesar do livro ter sido escrito por uma "mulher" moderna, justamente, isso traga à superfície "fantasias" que não são do foro íntimo da MULHER Integral, mas da mulher sujeita a esse arquétipo de domínio e posse pelo sexo, mecânico e genital - ainda que consentida e partilhada - como único fonte de prazer e de realização sexual - ah e dada como libertação da mulher - a saber resta se essas fantasias são mesmo pertencentes à sensualidade e sexualidade verdadeiramente feminina ou mais e apenas o imaginário masculino que formata as mulheres desta cultura...e as torna submissas a sua arte...falocrática - sexo e chicote...violência - e que abala todos os alicerces da mulher verdadeira por descobrir...porque a MULHER NÃO EXISTE...e o que resulta da mulher nesta sociedade é sem dúvida apenas esse subproduto que é a mulher patriarcal como somatório de muitas formatações de filmes e propaganda sexista que leva as mulheres a total alienação de si mesmas como SERES INDIVIDUAIS, conscientes de si, vivendo por si e em si sem essas fantasias ...etc.
 
O perigo que eu vejo neste filme consentido socialmente e "cultural"...é muito mais grave e nefasto para a mulher do que os milhentos filmes pornográficos e obscenos que para ai circulam...e que a sociedade culta rejeita...leia Camile Paglia, Personas Sexualis e talvez perceba em que mundo ou sociedade vivemos e o perigo que as mulheres correm em serem apenas um sexo objecto e as suas variantes - sem dúvida que o filme será muito apelativo - e não duvide que os homens irão pensar sim - que o que as mulheres gostam é de serem dominadas e levar pancada...com chicote ou sem ele - dai à violação e a violência doméstica é só um passinho...
 
Na verdade este filme tem ainda outro  perigo acrescido de ser "o milionário"   em vez de um pobre coitado ...etc. e além da violência - a atriz diz que se magoou mesmo quando na repetição de uma cena ele a empurrava para cima da cama - são os estereótipos em causa os de sempre ou seja da coxinha do Tide, a Gabriela, ou a escrava Isaura, a desgraçadinha ou da "gata borralheira"...a menina pobre a empregada ou a estagiária a advogada que é fascinada pelo PODER representado na violência e no sexo...e as mulheres não querem ver. Nós lemos no nosso tempos as histórias românticas e inocentes da Corin Tellado, "Quem foi o culpado" em que os eseterótipos eram os mesmos mas a violência seria so psicológica...etc. as mulheres desta geração não sabem sequer identificar esses estereótipos dominadores uma vez que estão camuflados de tudo e mais alguma coisa...

NOTA:

Não duvido que os homens também sejam vítmas desta sociedade sexista, FALOCRÁTICA, muito mesmo, mas infelizmente cabe-lhes o papel ingrato de serem vítimas e carrascos ao mesmo tempo...e a mulher embora tantas vezes fomentadora dessas fantasias (diria vingativas - a começar na má mãe - mas isto levava-nos para muito longe) não passa de uma vítima e cada dia mais vítima de um fenomeno crescente que é o feminicídio - baseado nesse sexo-amor-ódio..
rlp

terça-feira, fevereiro 10, 2015

CONSCIÊNCIA DO FEMININO

(INEXISTENTE HOJE)

Chegou a hora
(...)
"Buscamos movimentos de consciência. A energia feminina, portadora da magia e da intuição, concordou em abdicar dessas qualidades – energia feminina significando não apenas os seres fisicamente femininos, mas a consciência feminina....
O movimento patriarcal nos últimos cinco mil anos afastou-se completamente do processo do nascimento para poder dedicar-se ao desenvolvimento de armas e ao contínuo aniquilamento dos seres humanos.

As mulheres estão com um “nó na garganta” porque concordaram, há quatro ou cinco mil anos, manter silêncio acerca da magia e da intuição que representavam e conheciam como parte da chama gémea. A chama gémea consiste na energia masculina e feminina coexistindo num só corpo, quer seja ele fisicamente masculino ou feminino.
Durante este período de mudança, será necessário que as mulheres desatem o “nó da garganta” e se permitam falar. Chegou a hora."


BARBARA MARCINIAK, in Mensageiros do Amanhecer
Ed. Ground, São Paulo, 1992

segunda-feira, fevereiro 09, 2015

As crianças são domesticadas

"As crianças são domesticadas da mesma forma que domesticamos um cão, um gato ou qualquer outro animal. Para ensinar um cachorro precisamos punir e dar recompensas a ele. Treinamos nossos filhos, aos quais amamos tanto, da mesma forma que treinamos qualquer animal doméstico: com um sistema de castigos e recompensas. Dizem-nos: "Você é um bom menino" ou "Você é uma boa menina" quando fazemos o que mamãe e papai querem que a gente faça. Quando isso não acontece, somos "meninos maus" ou "meninas más".

Nas oportunidades em que fomos contra as regras, nos puniram; quando agimos de acordo com elas, ganhamos uma recompensa. Fomos castigados muitas vezes por dia e recompensados muitas vezes por dia. Logo ficamos com receio de sofrer o castigo e também com receio de não ganharmos a recompensa. A recompensa é a atenção que conseguimos de nossos pais, ou de outras pessoas como irmãos, professores e amigos. Logo desenvolvemos necessidade de captar a atenção de outras pessoas para conseguir a recompensa.
A recompensa provoca uma sensação boa, e continuamos fazendo o que os outros querem que a gente faça para obter a recompensa. Com medo de ser punidos e medo de não ganhar recompensa, começamos a fingir ser o que não somos apenas para agradar aos outros, só para ser suficientemente bons para outras pessoas. Tentamos agradar a mamãe e papai, tentamos agradar aos professores na escola, tentamos agradar à Igreja, e com isso começamos a representar. Fingimos ser o que não somos porque temos medo de ser rejeitados. O medo de sermos rejeitados torna-se o medo de não sermos suficientemente bons. Mais tarde, acabamos por nos tornar alguém que não somos. Tornamo-nos cópias das crenças de mamãe, das crenças de papai, das crenças da sociedade e das crenças religiosas.
Todas as nossas tendências normais são perdidas no processo da domesticação. E quando somos grandes o suficiente para que nossa mente compreenda, aprendemos a palavra não. Os adultos dizem "Não faça isso, não faça aquilo". Nós nos rebelamos e dizemos "Não!".

Rebelamo-nos porque estamos defendendo nossa liberdade Queremos se nós mesmos, mas somos pouco, e os adultos são grandes e fortes. Depois de um certo tempo, ficamos com medo porque sabemos que todas as vezes em que fizermos algo errado, seremos castigados.
A domesticação é tão forte que num ponto determinado de nossa vida não precisamos mais que ninguém nos domestique'. Não precisamos da mamãe ou do papai, da escola ou da Igreja para nos domesticar. Somos tão bem treinados que passamos a ser nosso próprio treinador. Somos um animal autodomesticado. Agora podemos domesticar a nós mesmos de acordo com a mesma crença no sistema que nos forneceram, usando as mesmas técnicas de punição e recompensa. Punimos a nós mesmos quando não seguimos as regras de acordo com nosso sistema de crenças; recompensamos a nós mesmos quando somos "bonzinhos" ou "boazinhas" o sistema de crenças é como o Livro da Lei que regula nossa mente. Sem questionar, o que estiver escrito no Livro da Lei é nossa verdade. Baseamos todos os nossos julgamentos segundo o Livro da Lei, mesmo que esses julgamentos e opiniões venham contra nossa própria natureza. Mesmo leis morais como os Dez Mandamentos são programadas em nossas mentes no processo de domesticação. Um a um, todos esses compromissos passam a constar no Livro da Lei, e esses compromissos regem nosso sonho.
Existe algo em nossa mente que julga a tudo e a todos, incluindo o tempo, o cão, o gato ... tudo. O Juiz interno usa o que está escrito no Livro da Lei para julgar o que fazemos e o que não fazemos, o que pensamos e o que deixamos de pensar, mais tudo o que sentimos e deixamos de sentir. Tudo vive sob a tirania desse Juiz. Todas as vezes que fazemos alguma coisa que vai contra o Livro da Lei, o Juiz diz que somos culpados, que precisamos ser punidos e que deveríamos nos envergonhar. Isso acontece muitas vezes por dia, dia após dia, ao longo de todos os anos em que vivermos.
Existe outra parte de nós que recebe os julgamentos, e essa parte chama-se: a Vítima. A Vítima carrega a culpa, a responsabilidade e a vergonha. É a parte de nós que diz: "Coitado de mim, não sou bom o suficiente, não sou inteligente o suficiente, não sou atraente, não sou digno de amor, pobre de mim". O grande Juiz concorda e diz: "Sim, você não é bom o suficiente". E tudo isso é baseado num sistema de crenças que não chegamos a escolher. Essas crenças são tão fortes que mesmo anos mais tarde, depois que fomos expostos a novos conceitos e tentamos tomar nossas próprias decisões, descobrimos que essas crenças ainda controlam nossas vidas.
O que quer que vá contra o Livro da Lei irá fazer você experimentar uma sensação estranha no plexo solar, que é chamada medo. Quebrar as regras do Livro da Lei abre seus ferimentos emocionais, e sua reação cria veneno emocional. Porque tudo que está no Livro da lei tem de ser verdade, qualquer coisa que desafie aquilo em que você acredita irá produzir uma sensação de insegurança. Mesmo que o Livro da Lei esteja errado, ele faz com que você se sinta seguro.

É por isso que precisamos de um bocado de coragem para desafiar nossas próprias crenças. Ainda que saibamos não haver escolhido nenhuma dessas crenças, também é verdade que terminamos por concordar com todas elas. A concordância é tão forte que mesmo que a gente entenda o conceito de que não são nossas verdades, sentimos a culpa e a vergonha que ocorrem se formos contra essas regras.
Assim como o governo possui o Livro de leis que regula o sonho da sociedade, o nosso sistema de crenças possui o Livro da lei. que regulamenta nosso sonho pessoal. Todas essas leis existem em nossa mente, acreditamos nelas, e o Juiz dentro de nós baseia tudo nessas regras. O Juiz decreta e a Vítima sofre a culpa e o castigo. Mas quem disse que existe justiça nesse sonho? A verdadeira justiça é pagar uma vez apenas por cada erro. A injustiça verdadeira é pagar mais de uma vez por cada erro.
Quantas vezes pagamos por um erro?

A resposta é: milhares de vezes. O ser humano é o único animal na Terra que paga milhares de vezes pelo mesmo erro. O resto dos animais paga apenas uma vez pelo erro cometido.
(...)
Don Miguel Ruiz - Os 4 Compromissos

(informação do livro colhida no Pistas do Caminho)

terça-feira, fevereiro 03, 2015

O ÓDIO À MULHER...


O RESSABIAMENTO DOS HOMENS...

“A atitude depreciativa que muitos homens têm em relação às mulheres é uma tentativa inconsciente de controlar uma situação em que ele se sente em desvantagem; muitas vezes ele procura eliminar o poder da mulher, induzindo-a a agir como mãe. Dessa maneira ele é liberto em grande escala do seu medo, pois na relação com a sua mãe quase todo o homem experimentou o aspecto positivo do amor da mulher. Mesmo assim não está totalmente livre de apreensão, porque ao fazer com a que a mulher seja mãe dele, ao mesmo tempo torna-se criança e está portanto, em perigo de cair na sua própria infantilidade. Se isso acontece ele pode ser dominado por sua própria fraqueza, e uma vez mais deixa a mulher o poder da situação. Consequentemente, a maioria dos homens aproxima-se de uma mulher com medo, não obstante seja um medo inconsciente, ou com a hostilidade nascida do medo ou, talvez, com uma atitude dominadora, para arrebata-la de um golpe. "


 In OS MISTÉRIOS DA MULHER M. Esther Harding

SER VIRGEM ERA SER LIVRE...

NA ORIGEM QUAL ERA O SINGIFICADO DE "SER  VIRGEM"



"Antigas sacerdotisas da lua eram chamadas de virgens. 'Virgem' significava não-casada, não-pertencente a um homem - uma mulher que era uma em si mesma. A palavra deriva do Latim, significando força, habilidade, e mais tarde foi aplicada a homens: viril. Ishtar, Diana, Astarte, Isis eram todas chamadas virgens, o que não se referia à sua castidade sexual, mas à sua independência sexual. E todos os grandes heróis de culturas passadas, míticos ou históricos, eram ditos serem nascidos de mães virgens: Marduk, Gilgamesh, Buda, Osiris, Dionísio, Genghis Khan, Jesus - todos eram reconhecidos como filhos da Grande Mãe, a Força Original, e seus enormes poderes provinham dela. Quando os Hebreus usaram a palavra, e no original em Aramaico, significava "mulher jovem", "donzela", sem conotações de castidade sexual. Mas mais tarde tradutores cristãos não puderam conceber a "Virgem Maria" como uma mulher de sexualidade independente; eles distorceram o significado para sexualmente pura, intocada, casta"


Monica Sjöö, The Great Cosmic Mother: Rediscovering the Religion of the Earth

segunda-feira, fevereiro 02, 2015

HÁ MULHERES QUE ESCREVEM COMO SE VESTEM...





Não é fácil nascer mulher num mundo regulado à imagem dos homens...é um esforço tremendo, sobretudo para as que cedo tomam consciência da injustiça brutal a que são sujeitas por todos os lados. O modelo praticado ao longo de séculos é demasiado forte para uma mudança exterior rápida e eficaz, só vejo um caminho é a nossa mudança interna, o aprendermos a nos sentirmos bem com o que somos e o que temos independentemente do que o(a)s outro(a)s pensam, pois nós sabemos que o mod...elo patriarcal matou a DEUSA para nos dar de presente um DEUS sem útero!...O caminho está na nossa união interna, a santa e a cabra, a senhora e a prostituta como muitas vezes refere Rosa Leonor Pedro.

Há mulheres que escrevem como se vestem, para corresponder ao modelo que os homens projetaram ela. Enquanto as mulheres não alcançarem a consciência da guerra que a humanidade trava desde que os livros de história a ela se referem, tem poucas possibilidades de sair do controlo do patriarcado.
Não há situação mais difícil de lidar para uma mulher plena do que a consciência de que a maioria das mulheres, mesmo e sobretudo as que se julgam independentes e livres do poder masculino, são completa e estupidamente dominadas pelo interesse masculino. O interesse em ter à sua disposição mulheres auto-suficientes, que se vestem para lhes agradar, escrevem, trabalham, movimentam-se, vivem de uma forma ou de outra, para lhes agradar. Temos ainda as que se vestem, andam, falam, escrevem e vivem, como homens, de forma lógica e racional colocando as suas emoções de lado e abdicando da sua essência feminina, preço que pagam para ser iguais em direitos e oportunidades aos homens.
A maternidade é um acidente na vida destas mulheres, não um privilégio e um toque divino nas suas vidas terrenas. Elas abdicam de todo o poder feminino para aceder ao poder dos homens. O poder do dinheiro, das coisas. Essas são o resultado mais aperfeiçoado do projeto masculino para a humanidade. Úteros sem magia, sem amor. Úteros máquinas, que engravidam no intervalo para o almoço e criam os filhos aos fins de semana entre as idas ao supermercado e os filmes para adultos na tv. Enfim a maternidade, o poder da criação foi-lhes extorquido em troco de uma traiçoeira e falsa igualdade de oportunidades. Algumas e a maior parte sem consciência, sentem-se orgulhosas pelas suas carreiras profissionais de sucesso quase sempre atingidas à custa de grandes sacrifícios pessoais e de lutas desiguais entre os seus pares homens.

Ana M. F.  M.