O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, fevereiro 02, 2015

HÁ MULHERES QUE ESCREVEM COMO SE VESTEM...





Não é fácil nascer mulher num mundo regulado à imagem dos homens...é um esforço tremendo, sobretudo para as que cedo tomam consciência da injustiça brutal a que são sujeitas por todos os lados. O modelo praticado ao longo de séculos é demasiado forte para uma mudança exterior rápida e eficaz, só vejo um caminho é a nossa mudança interna, o aprendermos a nos sentirmos bem com o que somos e o que temos independentemente do que o(a)s outro(a)s pensam, pois nós sabemos que o mod...elo patriarcal matou a DEUSA para nos dar de presente um DEUS sem útero!...O caminho está na nossa união interna, a santa e a cabra, a senhora e a prostituta como muitas vezes refere Rosa Leonor Pedro.

Há mulheres que escrevem como se vestem, para corresponder ao modelo que os homens projetaram ela. Enquanto as mulheres não alcançarem a consciência da guerra que a humanidade trava desde que os livros de história a ela se referem, tem poucas possibilidades de sair do controlo do patriarcado.
Não há situação mais difícil de lidar para uma mulher plena do que a consciência de que a maioria das mulheres, mesmo e sobretudo as que se julgam independentes e livres do poder masculino, são completa e estupidamente dominadas pelo interesse masculino. O interesse em ter à sua disposição mulheres auto-suficientes, que se vestem para lhes agradar, escrevem, trabalham, movimentam-se, vivem de uma forma ou de outra, para lhes agradar. Temos ainda as que se vestem, andam, falam, escrevem e vivem, como homens, de forma lógica e racional colocando as suas emoções de lado e abdicando da sua essência feminina, preço que pagam para ser iguais em direitos e oportunidades aos homens.
A maternidade é um acidente na vida destas mulheres, não um privilégio e um toque divino nas suas vidas terrenas. Elas abdicam de todo o poder feminino para aceder ao poder dos homens. O poder do dinheiro, das coisas. Essas são o resultado mais aperfeiçoado do projeto masculino para a humanidade. Úteros sem magia, sem amor. Úteros máquinas, que engravidam no intervalo para o almoço e criam os filhos aos fins de semana entre as idas ao supermercado e os filmes para adultos na tv. Enfim a maternidade, o poder da criação foi-lhes extorquido em troco de uma traiçoeira e falsa igualdade de oportunidades. Algumas e a maior parte sem consciência, sentem-se orgulhosas pelas suas carreiras profissionais de sucesso quase sempre atingidas à custa de grandes sacrifícios pessoais e de lutas desiguais entre os seus pares homens.

Ana M. F.  M.
 

1 comentário:

Ná M. disse...

NOSSA, muito bom !!! Escrevem, trabalham, andam, falam....