O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, fevereiro 27, 2015

UM DESAFIO ÁS APARÊNCIAS...

VAMOS PENSAR JUNTAS...


O QUE SIGNIFICA ESTA AFIRMAÇÃO?

Esta imagem é controversa...assim como o que se afirma...

Diz que nascemos com vocação para sermos livres...e que isso significa a afirmação da mulher no seu outro lado, dentro da dicotomia a santa e a puta, ser a puta; e o que isso quer significar ainda é que a mulher de hoje reivindica para si como sinal de liberdade e como mera afirmação da sua sexualidade em particular, o ser puta?
É essa associação que se faz do ser livre? É assim que se vê a mulher que não é obediente aos padrões e ao marido....como o reverso da sua natureza apontada como a senhora, mãe e esposa...e que a mulher para se afirmar nos dias de hoje recusou e vive nessa eterna confusão entre dois extremos do seu ser sem perceber que ela é só uma, que é una nessa Natureza profunda e não tem que se dividir entre a senhora ou a puta.
Daqui se vê que este trabalho de união das duas mulheres em nós, não é fácil. Primeiro entender esta cisão, esta divisão do nosso ser mulher em duas mulheres secularmente, é quase impossível...a mulher prefere, tal como o homem também a quer ver, continuar a ver-se num papel ou no outro e continuar a julgar a outra mulher desta ou daquela maneira... A casada, séria e bem comportada - mulher de um só homem - e a puta, a gaja ordinária que anda com outros e é uma rival potencial de todas as outras casadas etc. - este é o quadro mais ou menos pintado desde há dezenas de anos...e hoje apesar dos cambiantes desta questão aparentemente terem mudado, no fundo a cisão é a mesma e as suas consequência na psique dividida da mulher também ou ainda mais graves...porque ela não se apercebe o que a faz sofrer ...
O que eu penso é que essas mulheres "livres" não só se mentem como fazem com que prevaleça, embora dissimulados em mil subtilezas, essa divisão interior da mulher que a faz viver em duas espécies de mulheres (a santa e a puta)...e assim permaneça a mesma rivalidade  entre elas, mais ou menos em agressões psicológicas e num acentuar de diferenças e lutas pelo poder e disputas por lugares, posição e homens etc. mas que podem ser vistas apenas como uma afirmação de cariz social ou intelectual ou até mesmo espiritual, embora havendo sempre essa questão da sua divisão interna és qual delas para quem te olha e qualifica? -  como pano de fundo e um olhar mais atento vê apenas esse ódio latente e constante das mulheres entre si...infelizmente este é ainda o quadro geral da sociedade em que vivemos e não o contrário como as vezes se afirma...
Só quando a mulher for realmente livre do jugo social e do homem - agora apenas diria,  no plano mais psicológico e o da visão materialista ao nível cultural e económico - e integrar essas "duas" mulheres dentro de si - conciliá-las e não separá-las - e só então, dizia eu,   conseguirá viver sem essa dicotomia  nessa luta que gera grande angústia, insegurança e medo; só depois de terem essa consciência de si é que poderão ser inteiras e aí amigas ou confidentes umas das outras,  criativas para  a sociedade ou ainda criar uma irmandade de mulheres, seja em que sentido for.  Se isso não acontecer este continuará a ser  o seu  eterno drama: as boas vão para o céu e as más...como é mesmo a anedota?
rlp

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