O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, abril 26, 2015

VERDADES QUE DOEM...


PORQUE A VERDADE DOI SEMPRE?

" A verdade deve doer mais do que a mentira porque habituamo-nos a esta última, convivemos desde sempre com ela a tal ponto que a fomos transformando em verdade...e dói quando fazemos o confronto ou quando nos forçam a fazê-lo."...Maria Antonieta Costa

Uma verdade, minha ou do outro/a,  tem muitos níveis de leitura e de entendimento porque tudo depende do estadio da vida em que nos encontramos (jovem, mulher madura ou anciã) e da consciência que de nós mesmas já temos e das nossas feridas, do caminho que percorremos  e como nos colocamos face ao outro/a  para o compreender e agir sem reagir ao que nos atinge ou nos cerca e confronta ou ofende.
Eu não sou psicóloga nem terapeuta...nem tenho essa pretensão, mas sei que somos  formadas por capas e capas muito finas de protecção e muito longe do que é a nossa essência - felizmente a alma essa é intocável, sempre -  e no processo tal como nas relações humanas, tudo o que nos fere é quase sempre o ego...os conceitos e as crenças que temos e nos dividem em certo e errado...e isto permanentemente!
O Ego é como um vidro muito fino de protecção que se parte em pedaços ao menor toque...vidros  que nos ferem, quer quem o parte de fora quer quem se quebra por dentro...mas para chegar ao amago - é preciso romper ou partir todas essas camadas e camadas de ego-protecção que formam as nossas couraças e defesas - que são tão mais poderosas quanto mais sensíveis formos ou mais estivemos expostas ou mais tenhamos sofrido atentados à nossa integridade...e é neste caso que as mentiras se transformam em verdades que defendemos a todo o preço, contra nós mesmas!
Com as mulheres é fatal...são tantas as ofensas, tantas as dores e os abusos...que a couraça é tantas vezes, como já vimos, a renuncia de si, ou a da bondade e do sacrifício...a boa mãe e esposa, a boa amiga etc.
 Seja qual for o caso, de cada vez que alguém rompa uma dessas capas de protecção, intencionalmente ao não, ou com fins terapêuticos, como o é o caso do médico o do psicólogo ao mexer na ferida real ou psicológica do doente e as toca directamente ou as quebra, no caso do ego,  a reação do paciente é terrível porque a dor é real e profunda e tão mais dolorosa quanto mais dura e firme ela se apresenta. Quanto maior é o sofrimento de uma pessoa na sua infância e adolescência, maior é a sua defesa e as armaduras invisíveis que usa mesmo sem saber ou se dar conta - das protecções - pois  são melhor construídas, bem mais elaboradas ao ponto mesmo de se poder pensar que uma terapia qualquer ou uma convicção nos liberta e ela só nos faz,  às vezes acontece, ficar mais presas e estanques nessa couraça se nós não formos sinceras e verdadeiramente ao fundo da nossa sombra, a mais dolorosa e temida...

Para mim o amor é isso... alguém fazer comigo esse trabalho e sofrer por me querer ver livre dessas defesas...e mesmo julgando-o eu mal ou "odiá-lo" ou reagir violentamente contra ele/a, a pessoa persiste e continua a dizer as verdades que tanto me  ferem...até que me deixe de doer e eu deixe de reagir, de resistir e perca as minhas defesas, como se faz com um fila ou filha. Mas perder as minhas defesas, também pode implicar que eu tenha ou encontre ALGUÉM ESPECIAL e fiável, que me suporte na dor;  pode ser um/a Mestre, ou uma Anciã, se assim confiarmos em alguém, mas tem de haver um lugar seguro, bem dentro de mim, que seja UMA ALTERNATIVA,  onde me refazer da dor e descansar das batalhas diárias e das lutas de uma vida  que travamos, sempre uns contra os outros - ou umas contra as  outras - num qualquer caminho da vida em que nos cruzemos. Pode ser ainda o colo de uma Mãe ou de uma amiga verdadeira... Para mim  têm de ser Mulheres com Consciência de si. Pois só desse modo podemos fazer  esse trabalho de parto das almas que uma mulher consciente faz sempre com outra mulher, tal como quando uma criança nasce,  mas quando em busca de uma verdade sua.
Esse é o objectivo deste trabalho de ser mulher integral. Podermos ser ancoras umas para as outras...e confiar na Mãe que nos guia e alimenta...

No caso de terapeutas, esse trabalho só é possível com uma pessoa que seja de confiança, que seja de grande calibre emocional, isenta de ego  e integrada, que mereça a nossa confiança logo à partida,  e não uma pessoa que quer ter razão impingir curas ou luta por louros...ou atende por dinheiro simplesmente.

Nisto eu acredito...

rosaleonorpedro

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