O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, maio 01, 2015

BELTANE



Fala-me da Terra Mãe e do chão que pisas e das sementes que semeias…
Fala-me dos elementos, do que te alimenta e dá verticalidade e anseias…

Fala-me da brisa quente e das papoulas que bailam ao vento vermelhas,
E voam na planície livres como pétalas de sangue…
Fala-me das árvores e das suas raízes e de como te ligam a ela…

Fala-me dos animais, das aves, das borboletas e das flores...
Fala-me do ar que respiras e do teu coração que bate...
ao ritmo da vida que pulsa em ti e em mim quando me abraças…

Oh! Fala-me da Deusa que te habita e do teu anelo com ela,
Da esperança de uma nova Terra ainda mais bela, mais justa e pacífica…
E não de outras dimensões ou de mundos paralelos…

Fala-me das antigas sacerdotisas que dançavam descalças…
à volta do fogo sagrado…
vivendo em êxtase profundo com a Deusa Mãe…

Fala-me das Mulheres que de mãos dadas e em círculos
nos davam a coragem de sermos inteiras e de ventre a ventre
nos ligavam à terra e às suas entranhas…

Sim, fala-me só de ti e de como te sentes viva e vibras nesta evocação….
Diz-me como vives a plenitude teu ser no júbilo desta sagrada união!

Ah! Mas não me fales mais do pensamento dividido
nem das estrelas longínquas, nem do céu lá em cima
sem que cumpras o teu destino aqui na terra…
E te dês de corpo alma e espírito, fiel à Nossa Deusa Mãe…


Rosa Leonor Pedro
5/Março/2011

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