O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, junho 04, 2015

Normalmente as doenças mais graves são de origem psicossomática…



A maior parte dos problemas que temos
derivam da falta de sinceridade e de verdade entre as pessoas.


Normalmente as doenças mais graves são de origem psicossomática…
Há uma inadequação entre aquilo que somos verdadeiramente no fundo de nós mesmos, e a imagem que de nós queremos passar aos outros, e isto é especialmente verdade quanto às mulheres por elas estarem sujeitas a uma grande repressão da sua verdadeira natureza instintiva e intuitiva, e daí de facto sofrerem mais de doenças degenerativas.
Mas é igualmente verdade para os homens, embora estes não sofram tanto dessa pressão pois à partida estão mais confiantes por serem machos e acabam por ter mais confiança no seu poder…
Por isso, sinto ser um imperativo maior obedecer aos impulsos do nosso coração na busca de uma sinceridade e confiança no que somos, a fim de franquear as barreiras comuns do medo e dos complexos de superioridade ou de inferioridade que todos temos baseados no medo de não se ser amado, ou de não se ser aceite pelo que realmente somos, e consequentemente de não se poder confiar ao próximo a nossa verdade…

O maior sofrimento do ser humano advém do facto de
querer mostrar ou provar ser uma coisa que não é…


Isso acontece quando queremos corresponder às expectativas que foram geradas e projectadas pelos nossos progenitores ou pelos namorados, amantes ou maridos etc.
É essa sisão em nós (sobretudo em nós mulheres na divisão das duas mulheres) que provoca a curto ou longo prazo toda a espécie de distúrbios a nível emocional e psicológico, e é ainda devido a esse stress enorme e luta interior contínua, entre o que se é e o que se quer ser, digo aparentar, na maior parte das vezes de forma inconsciente, que acabamos vítimas de doenças e depressões graves…

Devíamos por isso confiar MAIS no nosso coração, no ser e não no parecer, na nossa inteligência não racional, o nosso lado intuitivo, o lado feminino do ser… devíamos deixar de ceder à essa carga infernal dos meios de comunicação e consumo e de entretenimento que nos exigem uma imagem e nos escraviza ao sistema.

A pior poluição que afecta a Humanidade é a poluição mental.
A sociedade marcha nesse ritmo acelerado para o seu fim numa cadeia cada vez maior em produzir-consumir e morrer, impelida pelos meios de propaganda e da publicidade que nos faz consumir tudo para compensar todos esses medos e complexos…
Assim, torna-se imperiosa a necessidade de uma compensação material para se ser alguém: ter a casa fantástica, o carro de marca, a roupa de estilo e o culminar no corpo ideal, mutilado e transformado até à castração (o mudar de sexo), para responder a uma imagem ou a um padrão de consumo obrigatório…

Se olharmos para as auto-estradas cheias de carros e formos a um Super-Mercado ao fim de semana, todos sentimos a asfixia e o peso da loucura a que todos nós chegámos…

(publicado na Revista Espaço & Design em 2003)
Rosa Leonor Pedro

2 comentários:

Helena Felix (Gaia Lil) disse...

Adorei o nome que colocou no título...Bem evocativo, maternal...A Rosa que está associada a Cibele, Ísis e Vênus dentre outras Mães Divinas.
Até eu mudei pra ver se desfazia alguns mal entendidos...Vamos ver se os bruxos para de se incomodar com minha página. rs
Um abraços Forte.

rosaleonor disse...

Há tantos anos e depois de haver tantas deusas...o melhor é mudar um pouco.
Talvez seja o nome mais actual, partindo do meu...nem sei...foi de repente, pensei que me apetecia mudar algo...
Fique bem!

Um abraço grande para si também...

rlp