O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, agosto 31, 2015

O PAR AMOROSO


QUE MULHER E QUE HOMEM IDEALIZAMOS?

CLARIFICANDO...


Muitas vezes quando abordo a questão da mulher inteira ou integral...da mulher que se completa em si, sem querer isso pode levar-vos a pensar que eu rejeito o homem e a entender mal a questão do par amoroso...como se eu pretendesse negar o par amoroso ou que a mulher devesse ficar sozinha. Já tem acontecido aqui esse equivoco. Mas não. A minha questão é bem outra. É a mulher ser inteira primeiro para se bastar a si mesma e não projectar a sua falta de si como Mulher essência e forte que devia ser mas, que sem centro, centra-se no homem, o que a leva a idealizá-lo em vez de o reconhecer na sua realidade tal como ele é e a sua masculinidade.

O homem idealizou a mulher e a mulher idealiza o homem...
A mulher tornou-se numa imagem travestiada do homem para lhe agradar e o homem nunca é o que a mulher sonha, o tal Príncipe de encantar...e desencontram-se completamente quer na sexualidade quer  nas emoções, quer na espiritualidade. Homens e mulheres estão de costas um para o outro e já nada do que dizem e fazem concerne um e outro na sua essência masculina  e feminina porque se projectaram milhares de estereótipos um sobre o outro...e nenhum é verdadeiro.

Onde está o homem real?
Onde está a mulher real?

NÃO falo do homem nem pelo homem em geral, mas da mulher sei e digo que ela idealiza um homem... feminino...e  embora hajam mulheres que gostam de homens viris e fortes e duros etc. para se sentirem protegidas,  as outras gostam dos homens frágeis para se sentirem compreendidas e aceites e nenhuma delas está certa...A mulher devia ter a sua integridade restabelecida e saber de si - das suas partes divididas entre a santa e a vadia...- e ao integrá-las de forma consciente tornar-se e ser independente...porque doutra maneira é ela que projectando-se no homem ideal ela se torna dependente dele e lhe entrega o seu poder e a sua liberdade de ser quem é, diz  "ao amor" mas só  cria o equivoco e vive de ilusão em desilusão até ao fim da sua vida.

O homem não é o que a mulher sonha...menos ainda este homem patriarcal. No entanto ela vai ter de lidar com ele. O drama é que ela não sabe quem ela é... nem sonha  do seu poder interior, intrínseco, da sua Mulher interna, a mulher que sabe e se que liga ás forças telúricas e da natureza - ela vive apenas na mente e no intelecto e do que aprendeu na escola que a deforma, - a mulher sofre de uma total aculturação do seu ser essencial - e por isso esqueceu quem é realmente e que podia ser auto-suficiente se se conhecesse a si própria e depois então sim, ela podia enfrentar e escolher o homem real e ser capaz de se distanciar dessa dependência, pela sua integridade e autonomia como mulher, e exigir dele o respeito e o amor, compreensão e afecto que merece; não já como filha, não já como mulher carente, como a menina frágil ou mulher inconsequente...como é normalmente o caso...nem como a mulher travesti (a mulher fatal ou a prostituta...) que o homem idealizou e usa e deita fora...e esta é que é a verdadeira questão da Mulher integral e "empoderada" que eu trato aqui.

É dessa mulher que eu falo...e que gostaria que me entendessem quando falo da liberdade e independência da mulher. Uma mulher com os OVÁRIOS NO SÍTIO E O ÚTERO A FUNCIONAR EM PLENO...
rlp

2 comentários:

Anónimo disse...

Texto maravilhoso,parabéns.

rosaleonor disse...

Obrigada!