O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, setembro 30, 2015

AS MULHERES ENTRE MUNDOS...

As Mulheres (de vermelho)...


"Na verdade é estranho ser mulher plena num mundo de mulheres telecomandadas por normas patriarcais, mesmo as mais atrevidas, vestem-se de vermelho justo e abanam a cabeça sorrindo para o gajo que se pranta de forma ostensiva quer pelo poder que ocupa na hierarquia social (cargo e dinheiro) quer pela postura D. Juam, “sou muito bom e tu estás aqui armada em parva a tentar agradar-me!...”
Bom esta mulher de vermelho luta na assembleia da republica pelos direitos das outras mulheres, vai ao estrangeiro, viaja pelo país, não sei se sempre de vermelho cintado e de sapatos de salto agulha, mas de forma intensamente assertiva com o modelo dominante em que foi criada, perto da racionalidade e lógica masculina, é a forma como olha para as questões da violência sobre a mulher…ela consegue mostrar e provar que uma mulher vitima de violência doméstica inserida no meio empresarial não gera lucro ao empresário e que portanto gera despesa quer à segurança social como à empresa e que portanto os empresários têm que olhar para o problema de outra forma e dar a atenção devida para que essa mulher seja “protegida”. Que mulher mais estupida, ou mais inocente?!...será que ela não sabe que está a ser conivente com a maior ratoeira para com a mulher vitima de violência? Será que ela não entendeu ainda que o homem assim que compreender que uma mulher na sua fábrica reduz a produtividade porque o companheiro a agride, ele rapidamente a despede e põe uma outra que esconda a violência em que vive, ou põe um homem agressor ou não!...que interessa ao homem e mesmo à mulher empresária aculturada pelo modelo patriarcal este tipo e questões, quando o lucro é o que os move?
Enfim, numa sociedade onde os valores do ter se sobrepõem aos valores do ser, que implicam a dignidade dos seres humanos em geral e das mulheres em particular é impossível lidar com assuntos de extrema importância para o bem estar das mulheres vitimas de violência de género com este tipo de argumentos e de postura. Tudo transpira a hipocrisia e mentira.
Podia tomar uma atitude de virar as costas a este tipo de manifestações sociais que encontro e analiso no meu dia a dia e assim poderia ter mais tempo para me debruçar sobre mim mesma e sobre a deusa em mim e noutras mulheres. Sim eu sei que tenho um longo caminho de introspecção a fazer dentro de mim e que só o fazendo poderia ajudar-me e a outras mulheres. Mas sinto também que é importante estar, ouvir, observar e transformar interna e externamente com a energia, com as palavras, com a escrita, com a atitude, a forma como as mulheres e os homens se vêem a si próprio(a)s.
Sim sinto-me sozinha num mundo de homens, sim tenho um corpo e uma mente humana que me impedem de aceder a estruturas mais profundas do meu ser mulher, mas tento no meio desta ambivalência a que nós seres humanos estamos sujeitos viver da melhor forma que sei. Não tem sido fácil, não!...tenho sofrido e sofro com esta ambivalência? sim!...mas que me resta fazer da minha vida senão vivê-la neste corpo e nestas circunstâncias?
  (...)
 Eu preciso da dimensão da mulher interna que aqui me é mostrada. Ao abrir-me a porta dessa mulher plena e total que potencialmente reside em nós eu sinto-me mais confiante e serena nas minhas relações com o mundo exterior e interior. A vida interior tem que se manifestar na nossa vida comunitária e social , senão não estávamos nesta dimensão terrena e tínhamos ficado pela espiritual…"
 (...)
 Ana Ferreira Martins

terça-feira, setembro 29, 2015

COMO TUDO FOI ESQUECIDO


IMAGEM DE DEMÉTER E PERSÉFONE - DECAPITADAS...

“Nós temos estado tempo demais sem aquelas mulheres antigas, sábias, honestas, poderosas – tempo demais sem as imagens de sua beleza, poder e força. Dê-lhes as boas vindas. Não importa se você conhece ou não alguma delas agora, lembre-se de que elas estão no interior de cada uma de nós.” - Christiane Northrup


"Praticamente a única história de mãe e filha, que foi transmitida na cultura ocidental é o mito de Deméter e Perséfone, que foi a base dos ritos religiosos celebrados apenas por mulheres, a Tesmofória, e mais tarde formou a base dos mistérios de Elêusis, que eram abertos a todas as pessoas que falavam grego. Nesta história, a filha, Perséfone, é raptada e levada para longe da mãe, Deméter, pelo Deus do submundo. Recusando-se a aceitar este estado de coisas, Deméter enfurece-se e não permite a fertilidade da terra até a filha lhe ser devolvida.
O que é importante para as mulheres nesta história é que uma mãe luta pela filha e pela sua relação com ela, o que é completamente diferente da relação da mãe com a filha no patriarcado. A "pré-disposição" criada pela história de Deméter e Perséfone é a da celebração do vínculo mãe-filha, e a "motivação" vai no sentido de mães e filhas afirmarem a herança passada de mãe para a filha, rejeitando o padrão patriarcal, onde a primeira lealdade primárias da mãe e da filha deve ser para com o homem.28
 

O símbolo da Deusa tem muito a oferecer às mulheres que lutam para se livrar das "poderosas, invasivas, e duradouras “pré-disposições” e “motivações" que vão no sentido da desvalorização do poder feminino, da desconfiança em relação à mulher, da difamação do seu corpo, bem como da negação dos vínculos e da herança que passa de umas para as outras, tudo isso engendrado pela religião patriarcal. Como as mulheres se esforçam por criar uma nova cultura em que o seu poder, corpo, vontade e vínculos são honrados e celebrados, é natural que a Deusa ressurja agora como símbolo da beleza recém-descoberta, da força e do poder das mulheres."

Excerto do texto" Porque que é que As Mulheres precisam da Deusa" de Carol P. Christ
 (traduzido por luiza frazão)

segunda-feira, setembro 28, 2015

"Eu encontrei Deus em mim e A amei ferozmente"



"A MULHER NÃO PRECISA DE SE TRANSCENDER COMO O HOMEM PRECISA. COMPLETA-SE NELA PRÓPRIA."  - Agustina Bessa-Luiz

Porque que é que As Mulheres precisam da Deusa

" O significado mais simples e básico do símbolo da deusa é o reconhecimento da legitimidade do poder feminino como um poder beneficente e independente. Uma mulher que ecoa a declaração dramática de Ntosake Shange "Eu encontrei Deus em mim e a amei ferozmente", está dizendo, o poder feminino é forte e criativo."
...
Ela está dizendo que o princípio divino, o poder salvador e provedor, está nela mesma, e assim ela não vai mais olhar para os homens ou as figuras masculinas como salvadores. A força e a independência do poder feminino pode ser intuído por contemplar imagens antigas e modernas da Deusa. Este significado do símbolo da deusa é simples e óbvio, mas ainda é difícil para muitos compreenderem. Ergue-se em nítido contraste com os paradigmas da dependência do sexo feminino sobre os homens que foram predominantes na religião e na cultura ocidental. "
(...)

Esta breve discussão sobre os efeitos psicológicos e políticos da religião de Deus coloca-nos numa posição excelente para começarmos a entender o significado do símbolo da Deusa para as mulheres. Ao discutir o significado da Deusa, o meu método será primeiro fenomenológico. Vou isolar um significado do símbolo da Deusa, tal como ele surgiu na vida das mulheres contemporâneas. Discutirei então o seu significado psicológico e político, contrastando as "pré-disposições" e "motivações" engendradas pelos símbolos da deusa com aquelas geradas pelo simbolismo cristão. Vou ainda correlacionar o simbolismo da Deusa com os temas que emergiram do movimento das mulheres a fim de mostrar como o simbolismo da Deusa fortalece e legitima as preocupações do movimento das mulheres, tal como o simbolismo de Deus no Cristianismo fortalece os interesses dos homens no patriarcado. Trarei aqui para discussão quatro aspetos do simbolismo da Deusa: a Deusa como afirmação do poder feminino, o corpo feminino, a vontade da mulher, os vínculos e a herança das mulheres. Existem, claro, muitos outros significados da Deusa que não irei abordar aqui.
As fontes para o símbolo da Deusa na espiritualidade contemporânea são as tradições do culto da Deusa e a experiência das mulheres atuais. A tradição do antigo Mediterrâneo, a da Europa pré-cristã, a Nativo- Americana, a Mesoamericana, a Hindu, a Africana, e outras tradições são ricas fontes de simbolismo da Deusa. Mas estas tradições são filtrados através da experiência das mulheres. Tradições de subordinação de deusas a deuses, por exemplo, são desconhecidas. As antigas tradições são exploradas de forma seletiva e eclética, mas elas não são considerados autoritárias para a consciência moderna. O símbolo da deusa surgiu espontaneamente nos sonhos, fantasias e pensamentos de muitas mulheres nos últimos anos.
(...)
de Carol P. Christ
 (traduzido para português por Luisa Frazão)

sábado, setembro 26, 2015

A IMPOSTURA DOS CLEROS


OS ALTARES E OS FALSOS DEUSES


“....Direi a você qual é a maior, a principal causa de cerca de dois terços dos males que perseguem a humanidade desde que esta causa se tornou um poder. É a casta sacerdotal, o clero e as igrejas; é nestas ilusões que o homem vê como sagradas, que ele deve procurar a fonte daquele sem-número de males, que é a grande maldição da humanidade e que quase domina totalmente o gênero humano. A ignorância criou os Deuses e a astúcia aproveitou a oportunidade. Veja a Índia, veja a Cristandade, o Islamismo, o Judaísmo e o fetichismo. Foi a impostura dos cleros que fez com que estes Deuses passassem a ser tão terríveis para o homem; é a religião que o transforma no beato egoísta, no fanático que odeia toda a humanidade fora da sua própria seita, sem torná-lo em nada melhor ou mais moral por isso.

É a crença em Deus e nos Deuses que faz de dois terços da humanidade escravos de um punhado daqueles que os enganam com o falso pretexto de salvá-los. O homem não está sempre pronto a cometer qualquer tipo de maldade se lhe disserem que seu Deus ou Deuses exigem o crime – vítima voluntária de um Deus ilusório, escravo abjeto de seus ministros astuciosos? Os camponeses irlandeses, italianos e eslavos passarão fome, e verão suas famílias famintas e sem roupa, para alimentar e vestir seu padre e seu papa. Durante dois mil anos a Índia gemeu sob o peso das castas, com os brâmanes engordando só a si mesmos com o melhor da terra, e hoje os seguidores de Cristo e os de Maomé estão cortando as gargantas uns dos outros em nome – e para maior glória – dos seus respectivos mitos. Lembre que a soma da miséria humana nunca será diminuída até aquele dia em que a parte melhor da humanidade destruir, em nome da Verdade, da moralidade e da caridade universal, os altares dos seus falsos deuses"
 


("Cartas dos Mahatmas para A.P.Sinnett")

sexta-feira, setembro 25, 2015

UMA DITADURA MUNDIAL...

"Papa Francisco diz que é necessário um líder mundial para salvar a humanidade"
Portal...


"AS lideranças musculadas"

"A guerra é a coisa mais desprezível que existe.
Preferia deixar-me assassinar a participar nessa ignomínia."
Albert Einstein


CLARIFICANDO

Para algumas pessoas que me leem, sem me conhecer, já passei aqui de certeza por Conservadora, reacionária, racista e xenófaba...à escolha...

Contudo, prezo-me por ser uma pessoa humana e consciente, embora não "solidária", nem "caridosa", nem "crente" de nada, mas apenas HUMANA - o que faz de mim uma pessoa lucida, integra e com discernimento - e porque nunca estive do lado de nenhuma injustiça em 70 anos de vida, nem de nenhuma acção contra natura...fosse contra outros seres humanos ou animais; nunca na minha vida ergui um dedo para ferir ou magoar quem quer que fosse à minha frente - embora  quando escrevo possa ser dura e crua nas minhas observações, a maior parte das vezes digo apenas aquilo que SINTO. E o que sinto neste momento é um grande perigo...

Tenho neste momento uma percepção muito forte e uma INTUIÇÃO  profunda de um perigo iminente para o mundo, de uma ditadura mundial, mas maior ainda vejo o perigo PARA TODAS AS MULHERES, que serão amplamente esmagadas na sua tentativa de liberdade e postas ao serviço das Mafias como prostitutas e da reprodução ao serviço do Estado cujos lideres hoje já expressam bem essa linguagem de mais valia associando o seu discurso sobre as mulheres ao crescimento das populações e da economia, mas de que toda a gente à minha volta parece alheia ou estar cega...numa espécie de alienação patológica, demencial, como que engolidas por um Vórtice de "amor-ódio" a quem quer que seja, menos à sua obsessiva ideia do "bem" (mal) com que se matam e deixam matar.

rlp

NÃO ESQUEÇAMOS QUE:

"Seja em nome da defesa nacional, como nos EUA e na URSS, ou do santo nome de Deus, como no mundo muçulmano, a guerra e a preparação para a guerra servem para reforçar não apenas a dominância e violência masculinas, como o ilustram tanto a Alemanha de Hitler como a Rússia de Estaline, mas igualmente a terceira componente fundamental do sistema, o autoritarismo. Os tempos de guerra fornecem a justificação para lideranças "musculadas".


in O CÁLICE E A ESPADA de Riane Eisler - 19987/1995

A MULHER COMO UM PRODUTO DE CONSUMO


 

 A “esquizofrenia feminina”

 As mulheres têm um relacionamento dual com a economia de mercado. Elas são ao mesmo tempo consumidoras e consumidas. Como donas de casa, elas são consumidoras de bens domésticos comprados com dinheiro que não pertence a elas, porque não foi “ganho” por elas. Isso deve dar a elas uma certa quantidade de poder de consumo, mas muito pouco poder sobre qualquer aspecto de suas vidas. Como jovens e heterossexuais solteiras, as mulheres consomem bens feitos para dar um alto preço no mercado do casamento. Como qualquer outra coisa como lésbica, ou como solteira em idade avançada, ou como mulher auto-suficiente com “carreira”, o relacionamento das mulheres com o mercado enquanto consumidoras não é tão bem definido. Se espera que elas comprem (e quanto melhor sua situação, mais se espera que elas comprem), mas para algumas categorias de mulheres, comprar não é definido primordialmente como o papel que uma mulher deve desempenhar. Então o que mais é novidade? Não é a ideia da mulher como consumidora passiva, manipulada pela Mídias e que se envolve com homens viscosos um clichê exagerado do movimento? Bem, sim e não. Uma análise situacionista amarra o consumo de bens económicos ao consumo de bens ideológicos, e então, nos diz para criarmos situações (acções de guerrilha em diversos níveis) que quebrem esse padrão de aceitação social do mundo como ele é. Sem acusações; não vou criticar mulheres que “compraram” a perspectiva de consumidora. Para aquelas que realmente compraram: isso foi vendido a elas como um meio de sobrevivência desde os primeiros momentos de suas vidas. Compre isso: Tornará você bonita e adorável. Compre isso: Vai deixar sua família mais saudável. Está deprimida? Se trate com um dia no salão de beleza ou com um novo vestido! A culpa leva à inacção. Somente a acção, para reinventar a vida cotidiana e torná-la outra coisa, mudará as relações sociais.

O Presente
Pensando que ela era um presente
Eles começaram a empacotá-la antes do tempo.
Eles poliram o seu sorriso
Eles abaixaram os seus olhos
Eles colaram as  suas orelhas ao telefone

eles fizeram ondas em seus cabelos
eles endireitaram os seus dentes
eles a ensinaram a enterrar seus desejos
eles derramaram mel pela sua goela abaixo
eles a fizeram dizer sim, sim e sim
eles a deixaram imobilizada

Aquela caixa tem meu nome, disse o homem. É para mim.
E eles não ficaram surpreendidos.

Enquanto eles me davam beijinhos e me piscavam os olhos ele me levou para casa.
Colocou-me  na mesa onde os seus amigos podiam observar-me  dizendo dance,

Dizendo, dance,  mais rápido.

Ele a afundou para longe da saída e cravou o nome dele mais fundo.

Depois ele a colocou numa plataforma debaixo dos holofotes dizendo vai,
Dizendo, vai,  mais forte
dizendo assim que eu queria
você me deu um filho.

Carole Oles

[Carole Oles, “The Gift”, na 13° Lua, II: 1, 1974, p. 39.]

 
 As mulheres não são apenas consumidoras na economia de mercado; elas são consumidas como mercadoria. É disso que fala o poema de Oles, e isso é o que Tax chamou de “esquizofrenia feminina”. Tax constrói um monólogo interior para a dona-de-casa-mercadoria:

“Não sou nada quando estou sozinha comigo mesma. Em mim mesma, não sou nada. Só sei que existo se sou desejada por alguém que é real, meu marido, e pelos meus filhos”.

[Meredith Tax, “Woman and Her Mind: The Story of Everyday Life”, Boston: Bread and Roses Publication, 1970.]

Quando as feministas descrevem a socialização nos papéis sexuais de mulher, quando elas apontam as características que garotas são ensinadas a ter (dependência emocional, infantilidade, timidez, preocupação em ser bonita, docilidade, passividade e assim vai), elas estão falando da fabricação cuidadosa de um produto apesar de não se chamar assim normalmente. Quando elas descrevem a opressão da objetificação sexual, ou de viver em família nuclear, ou de ser uma Supermãe, ou de ser trabalhadora precarizada, subempregos com baixo salário que são ocupados maioritariamente por mulheres, elas também estão descrevendo a mulher enquanto mercadoria. As mulheres são consumidas por homens que as tratam como objectos sexuais; são consumidas por seus filhos (que elas mesmas produziram!) quando eles compram o papel da Supermãe; são consumidas por maridos autoritários que esperam que elas sejam servas submissas; e elas são consumidas por patrões que as mantém instáveis na força de trabalho activa e que extraem o máximo trabalho pelo menor salário. Elas são consumidas por pesquisadores médicos que experimentam nelas novos e inseguros contraceptivos. São consumidas por homens que compram seus corpos nas ruas. São consumidas pelo Estado e pela Igreja, que esperam que proliferem a próxima geração pela glória de deus e do país; são consumidas por organizações políticas e sociais que esperam que elas “voluntariem” seu tempo e energia. Elas tem pouca noção de si mesmas porque sua pessoa enquanto identidade foi vendida para os outros.

(Carol Ehrlich, Socialismo, Anarquismo e Feminismo)

quinta-feira, setembro 24, 2015

SACERDOTISA DE MIM...



CARTA À MINHA ALMA

Minha alma estou a caminho de casa...
Me arrisquei em precipícios de vícios
achando que não arriscar é não viver
Me apeguei a vida com paixão
Para todas formas te manter em mim
Para te amar no silêncio do entardecer
Para me entregar á vida achando que era voce
Me sinto menos dependentes de mapeamentos
Sou também agora mais coração
Mais afinada a tua estação
Ouso embarcar em meus instintos
Quando é seu o chamado
Mas parto também, assim que de repente
E percebo que o caminho foi longo
Estou a caminho de seu encontro
E o lapidado é mais memória
Sinto meu ofato lúcido
Minha audição com menos ruídos
Minha voz mais soldada
Meu tato menos esquecido
Meu corpo semi-embriagado
Serei sempre assim
Fiel aos seus chamados mais profundos
Sacerdotisa de mim
E sempre voce até o fim.



fátima bittencourt
(via teresa horta)

AS MULHERES ESTÃO CEGAS...


ESTAMOS TOLDADAS...

Sei e SINTO que estamos a ficar divididas com toda esta questão humanitária...e nisso há uma falta de discernimento aflitivo, há uma espécie de cegueira colectiva acerca deste mesmo assunto, pela qual nos deixamos levar...somos levadas por esta ONDA de "amor colectivo" e apocalíptico...como se fossemos salvar o mundo...da catástrofe final!
 
Sempre pensei que as mulheres tivessem mais discernimento...ou mais intuição...

E afinal estamos, nós aqui mulheres, a ficar completamente dominadas pela ideia e pelo velho ideal católico de "amor ao próximo" - e descentramo-nos completamente de nós mesmas,  com o nosso drama muito particular que é o de vivermos numa sociedade que nos é adversa...que nos fere e calunia, que nos explora e nos usa, que nos mata todos os dias...e depois essa mesma sociedade, que não nos integra e nos despreza, convida-nos a ser solidárias com os homens...com as suas questões de fundo que partem sempre de uma guerra qualquer deles e de um sistema injusto e criminoso não só com os seres humanos mas sobretudo com as mulheres.
E é esta Onda ingénua de suposta "solidariedade" que cobre a perfídia e o caos da guerra e tudo o que está por detrás e "eles" nos querem ocultar...e nós mulheres deixamo-nos mais uma vez enganar...na tentação do grande amor pela humanidade, uma humanidade que nos divide e nos condena por nada...
Isto É uma Egrégora muito forte do colectivo que nos apanhou e a força da Matriz de controlo que nos domina ainda - para se sair dela é muito, mas muito difícil... e aqui vemos que todo o trabalho feito (ou não) nestes anos todos sobre a Consciência do Feminino, de pouco nos adiantou porque agora nem sequer temos o discernimento de perceber que estamos a ser ameaçadas, não por um povo qualquer, não por um povo pacifico - mas por homens cuja índole, religião e educação passa  pela agressão à Mulher e pela anulação do ser mulher em todas os aspectos e de todas as maneiras. E é só isto que me faz recuar e pensar no que está acontecer como uma AMEAÇA A TODAS AS MULHERES DO MUNDO - esta invasão, não é o que parece nem se compreende esta politica...porque se a União Europeia não deixou a Turquia entrar na União Europeia porque os riscos da cultura e religião eram um perigo para a nossa estabilidade...agora é precisamente algo que está a ser promovido pela UE e os Governos que perpetram as suas  guerras nesses países por interesses obscuros.
DE facto a cultura e a religião muçulmana ou a mera educação do menino e do homem é obviamente desde logo repressora da mulher e a anula sem lhe dar qualquer possibilidade de expressão e pior ainda mata-a de qualquer maneira em nome da sua honra e das suas leis e de alá. Países onde a menina e a mulher não tem quaisquer direitos...
Eu pergunto-me sinceramente se eu não defendesse a Mulher se estaria do lado dos refugiados...sim, certamente estaria se eles não fossem esta ameaça potencial e óbvia pelo seu comportamento  intolerante e fundamentalista, mesmo os que vivem na Europa há décadas, sobretudo com as mulheres que desprezam e maltratam mesmo dentro da sua casa e família, etc. se eu teria esta reacção...Sim, eu pergunto-me se não fossem as mulheres eu não estaria do seu lado, como toda a gente...mas não creio! Eu nunca poderia estar ao lado de qualquer tipo de patriarcalismo-fundamentalista que reduz a mulher a ínfima espécie. Contudo nunca fui xenófoba e menos ainda racista! mas todas as duvidas e suspeitam se levantam face a esta "invasão" repentina e claro, sei e sinto que são gente como nós que sofre...mas estes homens...são quase todos de origem árabe e muçulmana e não trazem nada de bom para a Europa - eles não saíram da Idade Média nem dos seus ódios milenares contra os infiéis e as mulheres...isso é o que não queremos ver na nossa Utopia de um mundo justo e melhor.
A verdade é que estou preocupada e apreensiva com o que vejo e vejo a longo prazo;  por outro lado custa-me imenso ver  estas mulheres inteligentes, por suposto - dentro da área do feminino sagrado  - a saudar os imigrantes e a dizer que Portugal se cumpre (o 5º Império??) neste acto de solidariedade para com o povo Sírio...(enquanto  deixa morrer o seu povo de miséria e vergonha, gente ignorante e sem emprego, sem abrigo, mulheres sós e idosos sem qualquer protecção social e de saude).
Não, não vou falar mais das contradições nem da loucura e alienação geral das massas e as ideias e os ideias humanos, das ideologias nem das crenças, mas apenas destas mulheres que defendendo a Deusa estão cegas e não vêm o perigo que elas mesmas, filhas e irmãs, correrão a curto prazo - e não veem  como isto nos está afectar interiormente e a dividir-nos  a nós mulheres nesta mesma terra à partida. Mesmo  nos grupos de trabalho, somos afectadas pela hostilidade ou pelo afastamento e pelo silêncio das mulheres que se julgam defensoras do amor incondicional....
Só vos peço a vocês mulheres para ver o quão distantes estão dessa Mulher integral, dessa Essência feminina e do nosso centro e VER - como mulheres -  como estão a ser  inconscientes do que nos estão a fazer -  ver o que está por detrás destas politicas - e como isto faz parte do movimento de destruição da liberdade da Mulher num futuro próximo - vejam como os homens são todos sempre tão solidários com os homens:  sejam os afogados, os refugiados das guerras, os seus heróis,  MAS  das mulheres mortas e ultrajadas por esses homens nunca disseram nada.
Não há solidariedade alguma para com as mulheres mortas e espancadas etc.

Se isto não serve de nada para nos chamar a nós, não à razão - porque todas temos razão - mas chamar a nós  a nossa INTUIÇÃO...a nossa percepção profunda, chamar a nós a nossa Vidente...  pois  se não o fizermos ...então estamos perdidas...completamente perdidas de nós mesmas e de tudo o que seja o nosso propósito aqui e  na vida. Seremos uma vez mais vencidas pelo Sistema e pela Patriz de Controle - o Homem domina  e nós submetemos-mos em nome do amor de deus e do Pai...agora não me venham falar da Deusa...por amor de deus...ou devia dizer de Alá?

rlp

segunda-feira, setembro 21, 2015

OS BONS E OS MAUS DA FITA...


OS AMORES E OS ÓDIOS...

Acho imensa piada o ódio aos "racistas", os discursos inflamados de moral  dos não racistas, dos bem intencionados e solidários...nesta querela dos refugiados - e como eles ofendem e agridem toda a gente que não é como eles na defesa do seu amor "ao próximo"...e da sua solidariedade!
Ironia, este amor "ao próximo" de quem vem de longe - transforma-se num ódio visceral a quem não pensa como eles...e vive perto...
 
Ah, tão bonzinhos que eles são...


DE UMA VEZ POR TODAS!

"Com tantas centenas de milhares de portugueses desempregados e dois milhões e meio de pobres que vegetam no mais torpe abandono, famílias inteiras expulsas das suas casas por mandado judicial, milhares de doentes crónicos que já não aviam as receitas pois a prioridade do pão é vital, a "sociedade civil" encavalita-se para dar este triste espectáculo de autismo. Ora bolas." - Miguel Castelo Branco

Mesmo que eu concorde que é muito meritorio o voluntariado e a solidariedade humana, o que aqui está em causa é antes do mais uma realidade que está a ser branqueaaaaada por todos em geral - é que no meio desses refugiados há uma invasão islamica que estamos a querer fingir que não é...
O numero diminuto ou raro de mulheres e crianças e a agressividade desses homens face ao ocidente e às mulheres...mesmo que não sejam fundamentalistas é uma realidade. AS mulheres são de facto as mais atingidas..mas não percebo porque queremos ignorar este perigo real e o que já está a acontecer há muitos anos com as comunidades islamicas por toda a Europa - não esmurrou a sua mulher o nosso chefe solidário da comunidade muçulmana em Portugal...pois que seja feita a vossa vontade.

Eu limito-me a alertar o que acho grave...e que esta onda ingenua e infantil (não lhe chamo saloia, mas é), é parte da loucura e alienação colectiva e enfim, a gente acorda quando acorda...nada a fazer. E como se diz, o que tem de ser tem muita força - deve ser um desígnio de Alá...
E...desculpem, eu também queria um mundo melhor, mas digam-me lá onde é que ele está?

rlp

"Nem choro. Como chorar?



"Nem choro. Como chorar? Eu desejaria poder querer (desejar) trabalhar, febrilmente trabalhar para que esta pátria que vós não conheceis fosse grande como o sentimento que eu sinto quando n'ela penso. Nada faço. Nem a mim mesmo ouso dizer: amo a pátria, amo a humanidade. Parece um cinismo supremo. Para comigo mesmo tenho um pudor em dizê-lo. Só aqui lh'o registo sobre papel, acanhadamente ainda assim, para que n'alguma parte fique escrito. Sim, fique aqui escrito que amo a pátria funda, (...) doloridamente.
Seja dito assim sucinto, para que fique dito. Nada mais.

 
Não falemos mais. As coisas que se amam, os sentimentos que se afagam guardam-se com a chave d'aquilo a que chamamos «pudor» no cofre do coração. A eloquência profana-os. A arte, revelando-os, torna-os pequenos e vis. O próprio olhar não os deve revelar.
Sabeis decerto que o maior amor não é aquele que a palavra suave puramente exprime. Nem é aquele que o olhar diz, nem aquele que a mão comunica tocando levemente n'outra mão. É aquele que quando dois seres estão juntos, não se olhando nem tocando os envolve como uma nuvem, que lhes (...)
Esse amor não se deve dizer nem revelar. Não se pode falar dele. "


Fernando Pessoa, 'Inéditos'

Os partidos buscam todos o poder pelo poder


PORQUE PRECISAMOS DE ESTAR
CONSCIENTES DE NÓS MESMAS?

Escrevi este pequeno  texto que se segue no meu mural do Facebook...e ninguém gostou...sempre que falo da violência doméstica, é estranho toda a gente foge da questão...mas do romance, da cantiguinha, da florzinha, das parvoíces que por lá circulam todo o mundo gosta...
Ninguém gosta de coisas sérias que nos toque nos nossos dramas reais...
É espantosa esta nova alienação do mundo virtual e do "politicamente correcto" que impede as pessoas de pensar e agir em conformidade com a realidade e não com o que é suposto...mas os meios de comunicação social fazem a informação que promove esta alienação global e os meios virtuais não fazem melhor.

Por isso eu digo falar d'A MULHER em si -  É o tratado do vão combate...a causa esquecida ou perdida de todos os políticos - e de todas as mulheres - e enquanto que as meninas do "Bloco" de esquerda - raparigas novas e espertas...estão tão convencidas que são emancipadas e livres e tem o discurso tão bem decorado, que vão à frente nas cassetes!, mas as outras mulheres, as do País real,  não contam nada para elas - além das intrigazinhas e das separações e cada uma para seu lado e o seu partidinho - elas só se ocupam das estatísticas...ou então do outro lado estão as senhoras da caridade, pum... todas à direita, pela "vida" (contra o aborto) ou prá frente Portugal etc. a trabalhar para o seu umbigo, a ajudar os "pobrezinhos" ou o "tacho" do marido ou do líder...a quem agradar...e servir!
 

Claro que eu nem  falo das comunistas, nem das socialistas que se levam a sério...porque mesmo essas mulheres, supostamente conscientes, que aparecem à frente nas manifestações e dão a cara pelas propostas dos partidos, as deputadas e ministras estão esquecidas delas mesmas e de que são mulheres...afinal de contas  tantos anos de "luta" pelos Partidos, cada vez mais partidos, elas são todas "homens" de cabeça e ideias marxchistas ou positivistas; pensam como os lideres e nos votos e no poleiro da Assembleia, almoços grátis, protagonismo  e as fotografias nos jornais e nas revistas da moda.
O movimento social e politico actual não abrange senão os interesses partidários e as ideias abstractas de cada Partido cada um o mais alienado, à esquerda ou à direita, lutam por uma suposta justiça e igualdade ou de um crescimento económico que há-de vir e umas tantas ideias que dominam as agendas, mas os problemas reais dos seres humanos não contam para nada e menos ainda o das Mulheres...e por isso a violência doméstica passa em branco todos os dias e não há cartazes nem manifestações a seu favor...

Este é o estado de alienação do mundo em geral em que tudo é virtual e os valores são só a fingir...
RLP

“O partido busca todo o poder pelo poder”,

Orwell escreveu em 1984. “Não estamos interessados no bem dos outros; estamos interessados somente no poder. Não queremos riqueza ou luxo, vida longa ou felicidade; apenas poder, poder puro. O que poder puro significa você ainda vai entender. Nós somos diferentes das oligarquias do passado, já que sabemos... o que estamos fazendo. Todos os outros, mesmo os que se pareciam conosco, eram covardes e hipócritas. Os nazistas alemães e os comunistas russos chegaram perto pelos seus métodos, mas eles nunca tiveram a coragem de reconhecer seus próprios motivos. Eles fizeram de conta, ou talvez tenham acreditado, que tomaram o poder sem querer e por um tempo limitado, e que logo adiante havia um paraíso em que os seres humanos seriam livres e iguais. Não somos assim. Sabemos que ninguém toma o poder com a intenção de entregá-lo. Poder não é um meio; é um fim. Ninguém promove uma ditadura com o objetivo de assegurar a revolução; se faz a revolução para assegurar a ditadura. O objeto da perseguição é perseguir. O objeto de torturar é a tortura. O objeto do poder é o poder”. - in pistas do caminho
 

domingo, setembro 20, 2015

SOU UMA ANCIÃ...

 
A CAMINHO DOS 70...

"Fomos reinventando-nos em cada etapa da vida.
Agora, nesta fase de mudança, acredito que chegou o momento de resgatar e redefinir o termo “anciã” entre as inúmeras palavras depreciativas que se utilizam para denominar as mulheres maduras, e conseguir que a ação de a converter em “bruxa” seja uma suprema conquista interior característica da terceira fase da vida.
Converter-se numa anciã tem a ver com o desenvolvimento interior, e não com a aparência externa. Uma anciã é uma mulher que possui sabedoria, compaixão, humor, coragem e vitalidade.
É consciente de si mesma, sabe expressar o que sabe e o que sente, e empreender uma determinada ação quando é necessário.


As qualidades da anciã não se adquirem da noite para o dia. Uma pessoa não se converte numa anciã automaticamente depois da menopausa, da mesma forma que não se torna mais sábia só porque envelheceu. Sem dúvida que muito antes da menopausa começamos a crescer psicológica e espiritualmente."

Jean Shinoda Bolem
(analista Junguiana, escritora.)

sábado, setembro 19, 2015

E nos corpos a água negra era vermelha por dentro...


















O vermelho por dentro


Estão envolvidos em corpos negros vermelhos por
dentro. Estão num barco sobre o mar e o mar é
negro. É de noite. O céu está negro e sobre a...
água negra tudo é vermelho por dentro.

Os corpos eram negros
sobre o mar a água era de noite
não se via o vermelho por dentro
os corpos não se viam
eram barcos com os ventres todos negros
e as línguas eram de águas muito rentes
A sangue não sabia
não se via o vermelho por dentro
o céu a água envolvia
tudo envolvia nos vermelhos dentros
e os mares todas as noites estavam negros
negros por dentro
E a água volvia pelo céu tão negra
e à noite por dentro do mar todo vermelho
a noite era vermelha
e os barcos negros por dentro
E nos corpos a água negra era vermelha por dentro
e eles estavam envolvidos
e

Ana Hatherly

O falocracismo dominante é assassino...



E A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA continua imparável...

Ontem....mais uma mulher foi morta a facada pelo companheiro...ele esfaqueou-a várias vezes e depois meteu-a na bagageira do carro e foi entregar-se a polícia...

 Nada de novo, todos os dias uma mulher é morta a tiro ou esfaqueada, parece que até virou moda...o que é estranho nisto é que ninguém fala destas mortes sucessivas...mas se fosse um cão ou um gato morto e colocado na bagageira de uma carro, já havia aí uma algazarra, vídeos de artistas e políticos e todos os iluminados de serviço a defender os animais coitadinhos - sim eu adoro a minha gata...e penso que se alguém a matasse...!! Ai o que eu não faria gritaria...Claro, mas uma mulher?
uma mulher  não tem importância nenhuma, e se calhar - pensam os homens em uníssono - é porque merecia ...e as mulheres...essas aceitam a Culpa - ela é antiga...todas as mulheres são culpadas de existir e merecem ser mortas todos os dias!

Sim, por tudo isto ninguém se escandaliza com as mortes das mulheres...Mas há algo de anormal e de PATOLÓGICO nesta passividade das massas - e isso só pode ser a culpa ancestral interiorizada das mulheres e a cumplicidade colectiva e inconsciente dos homens uns com os outros...
Elas sentem-se culpadas...eles solidários com os homens...mesmo os polícias...ou os juízes..
Não duvidem, pois só isto faz esta passividade patológica social e psicológica......
Como se pode ser tão activo em prol dos animais e não haver nenhum movimento sério e efectivo que tente travar esta bestialidade...as mulheres não são touros...

E estes políticos e ministros  falam de mulheres como mais valias para votos e tem discursos nojentos sobre as mães e a segurança social, como se a mulher fosse uma máquina de reprodução para o Pais do futuro...e para variar da pornografia a que estão habituados...estes políticos nojentos e cretinos falam de mulheres e são misóginos, ou batem nas (suas) mulheres ou nem as podem ver ...

rlp

sexta-feira, setembro 18, 2015

SER MULHER

 A MULHER EXISTE!

O homem a mulher, o casal alquímico.

"(...) no homem existe a vontade, vontade de se realizar e de fazer isso em contacto com a mulher. Enquanto a mulher tem em si a sabedoria, um tipo de sabedoria inata, um catalisador único da realização. (...)
A mulher potencialmente está ligada ao conhecimento e à sabedoria que são duas forças complementares na grelha de base. A mulher realizada domina a dualidade e ajuda o homem a transcendê-la. Enquanto o homem tem acesso ao conhecimento que está no início de tudo e além disso tem a vontade. (...)

A busca da verdade é também a busca do outro. Essa questão toca bem claramente o problema da dualidade masculino /feminino, dia/noite...Quando essa dualidade é dominada, leva a um outro nível de consciência, tal como a expressão na grelha integrada. A mulher - conhecimento/sabedoria - tem um substrato de facto, enquanto o homem precisa partir sem demora em busca de si mesmo. A mulher é para ele uma iniciação ao progresso, um catalisador de futuro. Nesse sentido a mulher parece Ter vantagem em relação ao homem. (...)

Chegarei mesmo a dizer que, nessa evolução do conhecimento, a mulher leva vantagem, mas não tenho a certeza se ela sabe disso. Ainda mais que em ralação à situação actual ela se choca com o poder do homem. Sejamos claros: constitutivamente, não existem relações de superioridade ou inferioridade entre homem e mulher. Tudo depende do contexto sociocultural da época considerada cujas consequências extremas se manifestam nas sociedades do tipo patriarcal e matriarcal. (...)

A mulher já é portadora do mundo transcendental - a Virgem Maria, Ísis, as Virgens negras. O homem, em contacto com a mulher, teria acesso ao germe da iluminação. E o casal alquímico exteriorizaria isso."*2



*2 In O HOMEM ENTRE O CÉU E A TERRA
De Étienne Guillé

"DEVIR MULHER"

ou não..."DEVIR MULHER.."?

As aberrações do pensamento filosófico analítico e psicanalítico ou científico modernos...

"Quantos dramas imbecis são alimentados em torno disso!"

IMBECIL É ELE...o Félix Guattari!

“(...) o devir corpo feminino não deve ser assimilado à categoria ‘mulher’ tal como ela é considerada no casal, na família, etc. Tal categoria, aliás, só existe num campo social particular que a define! Não há mulher em si! Não há pólo materno, nem eterno feminino... A oposição homem/mulher serve para fundar a ordem social, antes das oposições de classe, de casta, etc. Inversamente, tudo o que quebra as normas, tudo o que rompe com a ordem estabelecida, tem algo a ver com o homossexualismo ou com um devir animal, um devir mulher, etc. Toda semiotização em ruptura implica numa sexualização em ruptura. (...)
Parece-me importante explodir noções generalizantes e grosseiras como as de mulher, homossexual... As coisas nunca são tão simples assim. Quando as reduzimos a categorias branco/preto ou macho/fêmea, é porque estamos com uma ideia de antemão, é porque estamos realizando uma operação redutora-binarizante e para nos assegurar-mos de um poder sobre elas. Não podemos qualificar um amor, por exemplo, de modo unívoco. Um amor em Proust nunca é especificamente homossexual. Ele comporta sempre um componente esquizo, paranoico, um devir planta, um devir mulher, um devir música. Uma outra noção maciça cujos danos são incalculáveis, é a de orgasmo. A moral sexual dominante exige da mulher uma identificação quase histórica de seu gozo com o do homem, expressão de uma simetria, de uma submissão a seu poder fálico. A mulher ‘deve’ seu orgasmo ao homem. Se ela o ‘recusa’, se torna culpada. Quantos dramas imbecis são alimentados em torno disso! E a atitude acusadora dos psicanalistas e dos sexólogos sobre esta questão não serve para resolver a situação. De fato, é comum que mulheres bloqueadas, com parceiros masculinos, cheguem facilmente ao orgasmo masturbando-se ou fazendo amor com outra mulher. Mas aí o escândalo é muito maior se as coisas chegam a ser descobertas!”

FÉLIX GUATTARI –
Texto: ‘Devir Mulher’ – in: “Revolução Molecular: Pulsações Políticas do Desejo”

 
Primeiro  não percebi se o Felix Guattari é uma mulher ou um homem ou homossexual...
... mas a ser um homem...e um filósofo...nada feito,  ele não pode falar da Mulher, dizer sentir pensar a MULHER. Porque a mulher É em si como o homem é em si.

Esta dramática mentalização-formatação-concepção mental verborreica, toda esta classificação/desclassificação psicanalítica filosófica esquizoide moderna de uma série de filósofos famosos e na berra na nossa estupida cultura de bolso ou académica,  NÃO TEM NADA A VER COM O ONTOLOGICO E O ESPIRITUAL.

Esta gente egoica e  mentalóide e psicopática - todos estes psicanalíticos-filosófico modernos -  que vivem do cérebro e através dos 5 sentidos (a chamada ciência dos 5 sentidos por Etienne Guillé) - são gente que não tem nada a ver com o SER HUMANO em essência e não passam de especuladores mentais ao serviço do Sistema patriarcal. Eles  só têm cabeça e pensamentos baseados no conhecimento redutor mental cartesiano - completamente fora de si e de si como entes transcendentes...vivem no pensar e no sexo e só no pensar...logo sou...

A Vida na sua manifestação como uma tríade, corpo alma e espírito, é reduzida a uma função biológica física e sexual e cerebral e a uma série de conceitos e ideias positivistas baseadas numa Sociedade e cultura que deforma e anula a dimensão transcendental do Ser através da dialética marxista e do pensamento cartesiano.
Para mim é cada dia mais claro que há seres SEM ALMA e este é um deles.

Mas o maior escândalo disto é um homem seja ele filósofo psicanalista ou sexólogos julgarem e atreverem-se a pensar e a dizer sobre a Mulher...
Antes os cristãos diziam que a mulher não tinha alma - é isto que estacabecinhapensadora e inútil está a dizer...ou então é homossexual e os princípios e as polaridades macho fêmea forçosamente lhes escapam ...? E da Alquimia...não sabe nada...
Tudo isto minhas amigas só é possível pensar-se porque a mulher está longe da sua essência; a mulher não se representa nem se diz; assim, tal como o homem que pensa a pensa, elas se pensam e estas filosofias emprenharam todas pela cabeça do Pai e todos estes pensadores, incapazes de SENTIR NO SEU AMAGO queriam ser mulheres, conhecer o seu Mistério - o Eterno feminino -,  e por isso a anulam na sua ontologia, e a negam na sua feminilidade essencial.
rlp

"A visão material da vida que temos de nos servir unicamente dos cinco sentidos é frustrante. Ela nos mostra apenas uma faceta limitada da realidade, e sua própria estrutura nega a existência eventual de um diamante em bruto a descobrir nos espaço-tempos transcendentes que sempre lhe serão estranhos."
(...)
in O HOMEM ENTRE O CÉU E A TERRA -de  Etienne Guillé (professore e biólogo)

terça-feira, setembro 15, 2015

OS MIGRANTES?


NADA MUDOU... DESDE 1969

"São esquisitos, baixos e com bigodes e barbas. Chegam, na esmagadora maioria, homens. Elas, quando vêm, cobrem os cabelos com panos e não usam saia acima do joelho. Muitas são proibidas pelos maridos de cortarem o cabelo. Por vezes, eles ameaçam-nas com uma chapada ou um murro; elas, subservientes, baixam a cabeça e colam as mãos ao ventre. Trazem com eles uma paixão fervorosa pela religião. 
(...)
Chegam sem falar uma palavra da nossa língua. Parece que fogem de uma guerra qualquer lá no país deles, da fome e da miséria. Não têm, por isso, noção de amor à nação. Fogem em vez de defenderem o seu país e lutarem por uma vida melhor lá, na terra deles, vêm para aqui sujar o nosso país com a sua imundície. Atravessam países inteiros a pé ou à boleia para chegarem aqui. Pagam milhares para saírem do seu país e vêm ficar na miséria. Alguns têm muitos filhos, muito mais do que aquilo a que estamos habituados. Deixam-nos sozinhos ou com os irmãos mais velhos, que não vão à escola. Mas são muito trabalhadores."

 Sim, definitivamente os "Migrantes" são gente como nós...

Gente que sofre como nós, que respira como nós, mas não pensa como nós... nunca pensou nem nunca vai pensar...e são todos brancos ou morenos, mouros, como nós...
Entretanto fogem da guerra  e mais do que da guerra, o que perseguem é o sonho europeu de uma vida melhor...os filmes e as casas e subsídios e reformas...e deixam as mulheres e os filhas para trás?
Mas  será que nós (o povo, os pobres e os sem abrigo, os reformados) temos uma realidade melhor do que a deles?
Isto é ser xenófobo?
Claro, não há comparação...nós não temos  a guerra, o sangue e os mortos (ainda não), nem as bombas e as casas destruídas (ainda não) ...não, não temos ruinas...escombros, mas muitas famílias vivem na miséria e em bairros miseráveis e tantas outras (menos claro) foram postas fora de suas casas (pelos Bancos) intactas e não tem empregos e imigraram milhares de jovens por não terem lugar nem emprego aqui - sei de tantas gente bem formada... e formada, experiente e ciente sem emprego e sem subsidio no seu pais; pessoas sem esperança e sem saida, com filhos menores etc.
E nós não conseguimos ser solidários uns com os outros AQUI...
Fazemos manifestações de solidariedade pelos outros, enquanto que aqui, estamos mergulhados na prática secular de uma miséria camuflada, de uma pobreza envergonhada, sem emprego e caluniamos os nossos de mentirosos e preguiçosos e os outros é que são desgraçados...
Não, "não tem comparação" eu sei - mas pensar e dizer isto é crime?

É por isso que me chamam Nazi? Xenófoba?
 

Eu apenas constato, que não somos fraternos com o vizinho da frente...É só isto: nós não somos solidários com o pobre e o desgraçado aqui ao lado - este é só o meu ponto de vista - porque eu AMARIA amar toda a gente indistintamente e dar o que tenho, mas não tenho que dar...e amaria esquecer que estes povo que invade a UE é de uma cultura e de uma formação misógina, patriarcal e fundamentalista e que não alteram os seus costumes e crenças de forma alguma. 

Eu até já fui comunista...fui idealista...fui marxista, fui positivista e humanista, fui espiritualista, mas agora o que vejo é o que vejo: uma enorme contradição nisto tudo...em tudo o que ouço e dizem - mas mesmo assim gostava de poder amar a Humanidade - ainda sonho poder amar cada pessoa, branco, negro ou amarelo...mas como mulher, DESCULPEM, estou no meu direito, pensar como este homens, TODOS eles tratam as mulheres...


Eu nunca fui racista...mas  TENHO MEDO, TENHO MEDO SIM, e vem-me uma duvida enorme se os hei-de amar ...se hei-de amar e dar a outra face a quem me mata e esfola ou enterra viva a qualquer pretexto de fé e de lei...ASSIM SEM MAIS, À PEDRADA OU ME ENTERRAM VIVA - e digo isto porque para mim, TODAS AS MULHERES DO MUNDO SÃO MINHAS IRMÃS...e eu tenho medo...e ter medo é ter consciência do que está acontecer contra todas as aparências ...e sei que só o veremos quando for tarde demais.

Não, não sou corajosa nem crente...porque sei que esta cegueira colectiva, a dos homens e mulheres de "boa vontade", muito solidários com os estrangeiros, e que preferem chamar-me a mim xenófaba ou racista ou nazi,  a verem um palmo a frente do nariz.
Gente tão solidária com os outros que nõa conhece mas que ataca ferozmente quem ousa pensar e dizer o que pensa...sem pensarem primeiro!

Rosa Leonor Pedro

 

segunda-feira, setembro 14, 2015

O OLHAR DO HOMEM

JÁ TEMOS "FEMEN" EM PORTUGAL...?

COMO EU LAMENTO QUE UMA MULHER VÁLIDA E INTELIGENTE SE EXPONHA AO CIRCO MEDIÁTICO...

Sim, a mim choca-me esta jovem mulher expor-se assim ao ridículo e ao circo mediático por uma causa política, e se calhar só porque  sou mais velha vejo assim; sou de outro tempo e talvez tivesse alguma expectativa sobre a sua pessoa, mas  valer-se do corpo e dizer que o "corpo é politico" ou dizer que defende com o corpo a gravidez como outras defendem o abordo...para mim é grave (nos dois casos) embora o corpo seja da mulher é um facto, mas aqui nem consciência política mostra ter. E menos ainda psicológica, porque ignora os efeitos do inconsciente colectivo e da sombra -  a psicologia da superfície não aborda a profundeza do ser -  e ignorou a  forma  ofensiva como seria tratada a partir desta ousada e inútil exposição.
Eu não acuso nem julgo a mulher que se expõe assim, mas não posso deixar de pensar e analisar os factos e as palavras da deputada; claro que analiso da minha perspectiva mas vejo o preço que esta mulher vai pagar...sim,  "quando a mente não tem juízo e o corpo é que paga"...como cantava o "poeta" da canção Variações...
Não, não vejo coragem nisto, mas sim a falta de consciência do corpo da mulher como sagrado e intimo  e como o expõe ao ridículo e aos predadores de serviço - no olhar do homem o  corpo da mulher é sempre profanado e visto como pornografia ...- e isso ela não  quis ver  nem como se expõe à delicia dos inimigos que cairão sobre ela...- aí sim vai precisar de muita coragem... 
Mas penso que mesmo a nível psicológico é grave para ela, digo como psicóloga...ao dizer que o corpo-social (possuído) da mulher é politico - alguma vez o corpo do homem (dominante) é politico ? - ela estava querer dizer que o corpo do escravo é a arma?...mas o do senhor...o dono não.? De facto o homem não precisa de se afirmar pelo corpo -  ele é senhor dele logo à partida, não o da mulher que é do pai e depois do marido, ou ainda do Estado. Sim, ela afirma o corpo como seu...mas dentro do Sistema essa é a Utopia...porque ela ignora o OLHAR DO HOMEM ...

Fiquei DEVERAS perplexa como tantas mulheres que julgava mais conscientes de si ficaram fascinadas com a sua ousadia...e como a defenderam...e como a elogiam pelo acto...
Certo, devo ser que estou velha...fora de moda... e retrógrada...?

Talvez por isso, por não andar embalada já nas modas,  vejo  como são tantas as leituras nas entrelinhas da manipulação patriarcal e da ignorância da mulher moderna!
Não vejo em primeiro lugar  que isto traga alguma coisa de benéfica seja para  quem for...e se ela julga que sim...ela mesmo verá o preço que esta valentia lhe vai custar a longo prazo - sim, ela disse que ia lutar pela sua liberdade até ao fim da vida...e sem duvida que lutará...e aprenderá também a lição que tiver de aprender. Talvez a filha que vai nascer lhe ensine daqui a 20 anos o que é a verdadeira liberdade da mulher - a de dentro, a do coração e da alma e do espírito e não somente a do corpo...

Só me resta acrescentar, para acabar de vez com o assunto, que a minha visão dos factos não passa pelo julgamento da MULHER em si; o que digo e tenho dito não se trata de estar a julgar a mulher nem a pessoa da J.A.D. senão não estava aqui a fazer nada...
Estou simplesmente APONTAR O QUE ME PARECE INCONGRUENTE EM TUDO ISTO para a própria mulher, e que acho triste...também estou no meu direito!
Porque são  muitas as nuances que nos fazem iludir e iludir as mulheres mais jovens. E esta atitude dela é bem o exemplo. Iludir as mulheres de que a liberdade está no corpo...e que mostrando ou expondo o corpo da mulher, ela  é livre. Mas pior do que isso é usar a gravidez...

Isso não promove a DIGNIDADE DA MULHER nem da Mãe ou da criança por nascer e tudo isto porque ela não TEM CONSCIÊNCIA alguma da sua integridade como Mulher-Mulher, nem da sua ESSÊNCIA FEMININA - pois só o a vida material, o pensamento cartesiano e  o materialismo dialético e os cinco sentidos contam para si. Para mim é só isso que é lamentável, mas de facto não se podia esperar mais de uma mulher racional e marxista, que nem se apercebe que só dá força ao Sistema que a condena e onde luta e se expõe para nada!
A verdadeira liberdade da mulher está na Consciência que ela tem de si mesma enquanto mulher ontológica e não como mulher política. Mas isto está fora de assunto para estas mentes brilhantes que dão a cara e o corpo ao manifesto no Sistema que as aprisiona e onde nunca serão livres...

rlp

domingo, setembro 13, 2015

DEPOIS DE SUPRIMIR A MULHER, SUPRIMA-SE AGORA O HOMEM

UMA MULHER INTEIRA - E LUCIDA


"A Missão de Continuar a Vida

Ninguém se pode possuir inteiramente, porque se ignora, porque somos um mistério. Para nós mesmos. Podemos sim, ser mais conscientes de uma determinada missão que temos no mundo. Todos nós somos uma missão. Somos a missão de continuar a vida, aperfeiçoando-a, festejando-a e não destruindo-a como se está a fazer hoje. Eu não tenho certezas, mas tenho convicções e uma das minhas convicções mais firmes é que nascemos ...para a liberdade. E, no entanto, veja o paradoxo: essa liberdade, esse caminho para a liberdade está a ser cada vez mais obscurecido por aquilo que observamos no nosso mundo de hoje. Nós chegamos a esta coisa terrível, o chamado equilíbrio nuclear, que é o jogo de escondidas de duas disponibilidades criminosas para suprimir a humanidade. A humanidade está hoje pronta (parece que está sempre pronta!) para pôr luto por si própria. Isto não é uma forma humana de viver. Esta tragédia tem que ser a sua «húbris», que é, digamos, a arrogância que desencadeia a catástrofe punitiva. E o que me perturba muito, o que me assusta, é que países que subscrevem, que proclamam os direitos humanos, possam entrar num jogo fatal destes, um jogo que se destina a suprimir o homem."



Natália Correia, in 'Entrevista (1983)'

sexta-feira, setembro 11, 2015

A CEGUEIRA DAS MULHERES



A GUERRA PSICOLÓGICA E A DIVISÃO DAS PESSOAS JÁ ESTÁ A ACONTECER EM TODO O LADO MESMO E PARTICULARMENTE ENTRE MULHERES EM NOME DA "SOLIDARIEDADE" E DO AMOR AO PRÓXIMO...

A animosidade e o antagonismo tomou  lugar entre mulheres nas redes sociais quer em meios que conheço em que se disputam entre conceitos e ideias - não as suas, mas as do Sistema afinal de contas  - e provam-me que a solidariedade entre mulheres na compreensão dos seus próprios dramas muito específicos e desta grave ameaça a sua integridade como mulheres é anulado pelas ideias generalistas do patriarcalismo e as SUAS guerras ...provam-me que o academismo e as filosofias e psicologias e estudos patriarcais e do Homem dominam o intelecto da mulher e que ela age, não em conformidade com a sua intuição, dando o benefício da dúvida as outras mulheres que sentem e dizem coisas menos consensuais porque afinal elas apenas usam a mente racional dos mestres.
As mulheres continuam a separar a sua intuição e a sua alma do intelecto...não fazem a síntese nem abrem o coração.

O discernimento verdadeiro faz-se entre a inteligência do coração e a experiência do ser. É com imensa consternação que constato que as mulheres em geral  e entre algumas que conheço continuam as teóricas e as defensoras do patriarcalismo quando toca a sua mente analítica e cartesiana...negam a essência de um entendimento alternativo à razão, não confim na sua intuição e percepção  e vêm o mundo apenas com os olhos da "ciência dos 5 sentidos" - a praxis é que conta, e a alma afinal é só poesia ...
rlp


"As mulheres ocidentais estão mais cegas do que nunca.
Se faço qualquer tentativa de explicar as possíveis consequências políticas e culturais de aceitar refugiados muçulmanos, sou chamada de nazista em meio aos próprios familiares. Não entendem em sua cegueira como funciona a cultura do Islã e suas leis. São tocadas pelas imagens produzidas e manipuladas pela mídia e assim prosseguem em sua cegueira. Infelizmente somos um rebanho de ovelhas cegas e submissas ao pastor. Estou cada vez mais desiludida com a humanidade, com a força cada vez mais crescente do fundamentalismo cristão no poder político e na manipulação das massas, no reinado do Poder arquetípico masculino. Talvez estejamos precisando de uma grande catástrofe em termos globais, onde possa brotar das ruínas uma nova civilização de respeito à Natureza e a vida na Terra, onde as mulheres possam novamente serem reverenciadas pelo que são, as iniciadoras de Vida e Sabedoria, as portadoras do Sagrado na Terra.

Anna Geralda Vervloet Paim


COMENTÁRIO DE UMA LEITORA...

Tem toda a razão no que diz. E a leitora mencionada.
Que tenhamos opiniões diversas não me espanta, espanta-me é a violência com que as pessoas reagem a essas opiniões diferentes. Tanto são absolutamente tolerantes e generosas para com os "migrantes", como absolutamente intolerantes e omissas para com quem as contraria.
"Xenofobia" e "racismo" é o ataque mais comum, que atiram como pedras a quem diz sentir-se amedrontado. Não, não é medo! É racismo!
E não há argumentos racionais que valha a quem se defenda com a misoginia da religião, que não é apenas religião, é uma forma de vida. Que é um cultura que não respeita os valores e leis dos outros, que trata as outras religiões com desprezo, e todos os não-muçulmanos como inimigos a abater.
Estão toldados pela comoção, pelos títulos emotivos dos jornais e não há racionalismo capaz de os demover.
Acho mesmo que só verão o perigo quando já for tarde!

(leitora anónima)

O MEDO E A CULPA IMPERAM...


PORQUE NÃO CREIO NA FRATERNIDADE DOS EUROPEUS...

Queria aqui  ressaltar muito em particular e de uma vez por todas que nesta batalha de conceitos que se geram acerca de bons e maus, de crentes e salvadores e gente cheia de boas intenções, de lutas pessoais em nome de uma causa humanitária,  agora mais extremada do que nunca e tomadas de partido a favor ou contra  dos refugiados e imigrantes islâmicos, que não acredito em nada do que se passa e do que se diz nos Mídea em geral.
Não, não acredito, em nenhuma teoria oficial ou da conspiração, nem, mesmo que haja pessoas boas...e pacificas e com fome e com medo,  que os fundamentalistas islâmicos não aproveitem esta imensa abertura e recepção solidária da Europa a estes  povos vitimas da  guerra criada pelos interesses dos Estados Unidos, Alemanha, Grã Bretanha e França...que vendem armas e destroem os seus países em nome de não  sabemos bem que interesses... para se infiltrarem e atacarem os povos que os acolhem de boa Fé...
A Boa Fé de uma religião que eles perseguem há séculos e vice-versa e que consideram os seus agentes de INFIÉIS...

NÃO,  PERANTE  AS PORTAS ABERTAS DA EUROPA ELES NÃO VÃO PERDER ESTA OPORTUNIDADE  DE ENTRAR EM FORÇA. (dizem quatro mil... )

Queria por tudo isto dizer e deixar claro que não tenho quaisquer ilusões nesta humanidade, nem na nossa recepção supostamente "acolhedora e pacifica" nem na deles "bélica e de ódio" e não espero, como alguns sonhadores da new age, nenhuma mudança de paradigma ao virar da esquina - além de que os europeus com a sua culpa do pecado da sua religião, não são culpados de nada deste êxodo - os povos ainda menos - mas sim os americanos e os Bancos e as industrias das armas e os senhores da Guerra... 
Não, não creio de forma alguma nas boas intenções deste povo bárbaro, seja ele pobre e humilde, ou educado e que entre eles  hajam médicos e professores...a verdade é que a sua mentalidade, além de arrogantes  é bem mais atrasada do que a nossa e vivem ainda em plena Idade Média, e  que agora invadem a Europa e fogem em vez de lutar pela sua terra, pelas  suas casas  e pelo seu povo, como fazem os curdos.

Já sofremos muitos retrocessos culturais por invasões bárbaras semelhantes e esta é só mais uma...que prevejo catastrófica...mas que também pode ser irreversível...O mundo gira e tudo se paga...o preço da evolução da humanidade ou o seu equilíbrio pode bem passar por nos nivelarmos mais por baixo...isto é uma ilação karmica...


TRAZER O INIMIGO PARA DENTRO DE CASA...

Por mais que me acusem de reacionária e até retrógada fascista racista ou desumana eu não consigo ser solidária com um povo que nos ameaça pelas suas crenças e mentalidade - provada a sua conduta de hostilidade  e de inadaptação  aos  costumes ocidentais - eles constituem uma ameaça maior  para as MULHERES NO MUNDO e não propriamente para os homens...

Eu estou bem mais interessada e preocupada com as mulheres  do que com os homens - que se podem defender de igual para igual - porque o que eu sei é que TODOS este homens  SEM EXCEPÇÃO neste caso os islâmicos - tratam as suas mulheres da pior maneira, matam e decapitam as mulheres apedrejam-nas por "honra" ou por simples ódio à mais leve infracção as suas leis mediavas e atávicas...e elas, todas essa mulheres oprimidas e desonradas, anuladas, diminuídas, não tem qualquer hipótese de ter consciência de si...
 

Nós estamos na Europa numa crise de valores, uma crise sem precedentes a nível cultural (que se reflecte na politica na sociedade e na psicologia das massas) sobre a nossa verdadeira humanidade e identidade ...e convencemo-nos das nossas teorias humanitárias baseadas nos chavões revolucionários dos séculos passados como de "igualdade e liberdade e democracia" sem ver as causas profundas  e sem medir as consequências...de tantos erros históricos de dominação do homem sobre a mulher e como somos sempre nós as vitimas de todas as guerras...

rlp