O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, novembro 02, 2015

desejar-invejar

 


A INVEJA NEM SEMPRE SE VÊ...

Há dias li algures um texto de uma amiga  sobre a INVEJA...e fiquei a pensar no que me era proposto pelos seus argumento e no diálogo que seguiu  entre vários comentários em que não intervim num grupo privado no Facebook. ...
Enfim, pensei que não é uma coisa em que eu pense muito...e penso que no meu caso já não a sinto de ninguém e talvez nem mesmo de pessoas ou situações privilegiadas, de benefícios sociais e outros ou do sucesso de terceiros...
Pensei mesmo que não via muito sinais de inveja à minha volta ...que era uma coisa talvez démodé, ultrapassada por mim pela idade e experiência de vida...porque quando deixas de sentir uma coisa também deixas de pensar nela como existente...até que de repente percebi que SIM...que a inveja existe e NÃO É SÓ A INVEJA DE MULHERES - AS MAIS HÁBEIS EM A DISFARÇAR E MESMO DESSIMULAR - mas de toda a gente e de todas as idades, porque a inveja é natural e inofensiva por um lado como por outro lado pode ser muito má e perniciosa tal como o é a inveja em geral que caracteriza os portugueses que se movem dentro dessa zona viscosa do a mandar abaixo toda a gente que singra ou tem sucesso na vida ou então a bajular e a beijar os pés aos mais bem sucedidos socialmente...

Mas a inveja para mim é essencialmente - já escrevi sobre isso em tempos - e na verdade o desejar alguém (ou algo, mas isto já é secundário) quando gostaríamos de ser como ela ou ter algo que ela tem...porque com ele é diferente...Nós mulheres não invejamos os homens - desejamos os homens...a não ser em caso de homossexualidade em geral, latente ou consciente e ai sim, há inveja da mulher do homem e vice-versa...etc.
Mas o homem que se admira ou nos agrada, quase sempre desejamos...mas a amiga que tem o que nós não temos (inteligência, beleza, elegância...ou dinheiro) - não só invejamos como odiamos...

Mas no que eu queria realmente focar-me agora era nesse "desejo" a que se chama "inveja" que tem a mesma raiz em francês - "envier" e que significa as duas coisas com sentidos diferentes -  embora tendo em conta que existe uma inveja-desejo que é realmente perniciosa quando é inconsciente e é muito mau para quem sente e para quem é alvo dela!

"No latim, invidia relaciona-se com a noção de "ver" (videre). O prefixo in associado à visão invejosa, que não desgruda dos bens alheios, mostra o quanto há de recusa e de ódio nesse olhar."

Ora esse desejo-inveja da mulher por outra mulher tem efeitos negativos numa qualquer relação de verdade porque sendo um sentimento altamente negativo mina qualquer comunicação e predispõe à animosidade, e a rivalidade que tanto afecta as mulheres desde sempre...
Tantas vezes a animosidade repentina de alguém ou um olhar hostil vem de uma inveja de nós...e pode ser da filha e da mãe ou de uma amiga intima - pois nem sempre a inveja é consciente - de ter ou ser algo que nós temos ou somos. Isso parte sempre de níveis inferiores e básicos do ser, quando nos sentimos inferiores ou superiores a alguém...

Por outro lado, como dizia mais abaixo...
Precisamos de ter atenção e discernimento sobre as nossas impressões e sentimentos contra algo ou alguém...o que nos move...porque o OLHAR o outro/a...é sempre um espelho do nosso desejo inconsciente. Esse desejo (sede de ser) não tem de ser sexual - embora esta seja a forma mais primária de identificar o desejo ou o amar-odiar alguém - isto entre mulheres é tudo muito disfarçado e mascarado.
As mulheres têm tanto medo umas das outras como delas mesmas...por isso só estão seguras perante o olhar de um estranho: o homem...com o homem elas sabem o que tem para dar e que ele quer e que elas não recebem nada...mas continuam a fingir que acreditam e esperam tudo dele...o sonho ou o par romântico...Por ele traimos tudo e todas e a nós mesmas. Constantemente

1 comentário:

Ná M. disse...

Muito verdadeiro