O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, novembro 18, 2015

O ASSUMIR DA ANCIÃ...





 

 O SOFRIMENTO QUE SE CALA
E ...ESQUECE...

A mulher é tão poderosa que consegue sofrer brutalmente logo que nasce; ela consegue viver e sobreviver toda a vida como se não tivesse nenhum desse sofrimento...
Porque esse sofrimento está escondido, escamoteado, branqueado e em nome desse sofrimento, sofremos as maiores difamações de histérica, maluca, faladora, provocante, insípida, fria, frígida, cabra … é um painel infinito de epítetos em que nenhuma de nós escapou, nomeadamente ao principal (o pior de todos, a puta!)
As nossas mães avisaram-nos, preparam-nos e nos castraram nesse potencial de mulher,  Ser mulher integral – agora a nossa função, a nossa missão, a nossa realização é ir buscarmos essa mulher que ficou nos confins desse esquecimento. Que momento trágico, nefasto ou simplesmente absurdo, o que ficou no obscuro total da nossa vida: O momento em que a nossa mulher emergiu de maneira inocente e foi brutalmente condicionada (cala-te, veste-te, nunca mais faças isso...) coisa que não acontece com os meninos e vai ser um bom macho.



- Rosa Leonor Pedro no encontro No Ninho da Serpente de 18 de Abril de 2015, em Lisboa
Transcrição - Carla Ávila
Fotografia - Sara Rica Gonçalves no Retiro da Anciã, Novembro de 2015

Sem comentários: