O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, dezembro 31, 2015

QUE A PIEDADE DA MÃE NOS SALVE...




"Uma só lágrima tua, sobre a minha fronte, acordaria os anos adormecidos que me habitaram. Sim! Há coisas que nos toldam... E não têm matriz ingénua!
Deixa cair a tua lágrima salvífica sobre a minha fronte."

...
C.J. in Rostos de Marfim Roubados
Inspirado nesta imagem

quarta-feira, dezembro 30, 2015

Nada sabem, mas pensam saber tudo.




(...)
As respostas definitivas se acham dentro de ti. As temporárias vagam pelo mundo como retalhos imperfeitos da Verdade Absoluta que mora em tua essência mais íntima.
O mundo em que vives é um mundo cheio de almas superficiais, pouco profundas e convencidas. Nada sabem, mas pensam saber tudo.
Não conseguem sequer me ver no fundo de si mesmas. De um certo modo, vivem para armar o próximo bote em cima da próxima vítima, sendo vítimas todos que lhes atrapalham o caminho.
Não permita que essas almas “práticas” deformem o teu caráter pelo exemplo constante.
Recua em tempo de não te transformares em mais um elo do Poder Desagregador. Isso seria matar ou adormecer de vez o anjo que mora em ti, substituindo-o por mais um demônio sequioso de liberdade. Todos os demônios de que ouves falar foram um dia anjos que caíram.
Não te transformes em mais um deles. Permanece anjo o mais que puderes e deixa que riam de ti.
Tens me procurado em cada pergunta que formulaste ao vento, ao sol e à terra.
Se não aprenderes a perguntar a mim serás mistificado até mesmo pelo mais renomado guru, porque o desnudamento da Verdade é proporcional ao grau de evolução de cada um e mesmo os mais evoluídos do teu mundo ainda precisam aprender muito, embora em outros Planos de Existência.
Na casa do Pai há muitas moradas e cada morada é uma escola.
Uma vez iniciado o nosso diálogo logo perceberás que ele não tem fim. Um consolo te resta, no entanto: nunca te direi mentiras.
Haverá sempre novas informações e elas irão mudando, aos poucos, a visão que tens de todos os seres, coisas e mundos.
Depois que começares a conversar comigo tudo será diferente e nunca ninguém saberá o que sabes, a não ser uns poucos escolhidos com quem converso.
Comigo aprenderás o sublime valor do silêncio, porque só no silêncio te posso falar. Os ruídos do mundo apagam a minha voz porque ela é feita de notas que não existem na escala sonora dos homens.
Portanto, seja qual for o teu credo, seja qual for a tua filosofia ou visão crítica do universo recolhe-te a um lugar tranquilo e esquece o mundo com todas as suas inconveniências ruidosas.
Começa por relaxar o teu corpo, afim de que tudo se acalme dentro de ti. Fecha, em seguida, os olhos e deixa-te flutuar no colchão do meu silêncio.
No princípio pensamentos desconexos virão à tua mente e cruzarão teu céu interior como cometas enfurecidos. É tua rotina que se rebela contra teu novo estado espiritual. Deves insistir porque isso é passageiro. Depois de relaxado virá a sensação de flutuação.
Então, dar-te-ei o sinal da minha presença. Pequenas frases percorrerão o teu cérebro e minha voz inaudível será por ti ouvida dentro da cabeça sem o auxílio dos ouvidos.
A voz da Esfinge dispensa o auxílio do tímpano. Uma advertência, contudo: se ouvires sons de campainha ou plangentes acordes de harpa é sinal que talvez estejas entrando em contato com o plano do teu Mestre ou merecendo participar, por instantes, de regiões mais elevadas do Plano Astral.
Será preciso, então, que controles as emoções e que não te deslumbres com nada.
O deslumbramento fácil poderá te custar muito caro, porque há mistificadores no Plano Astral e eles poderão te enganar com a imagem de um falso mestre ou com algum tipo de cena que te apele aos sentidos grosseiros. É preciso cuidado para não te ajoelhares diante de certos demônios…
Depois disso, controladas as emoções e ouvidos os primeiros conselhos do teu verdadeiro Mestre, ele te dará forças para que continues por ti mesmo e, então, aparecerei para conversar contigo.
Ele estará ocupando com outros discípulos. Como não tenho forma definida poderei aparecer-te como bem me aprouver. Para essa transformação conto com a paleta dos Quatro Elementos. Espero que me reconheças…
Nosso verdadeiro diálogo ainda não começou. Aceita estas palavras como um amável convite. Por hoje só posso dizer o que já disse. O resto é contigo.
Vou me dissolver agora na canícula do deserto.
E o próprio deserto vai desaparecer como se fosse miragem. Vou dormir um pouco no berço do Cosmos e meu corpo assume a forma de uma criança inocente.
Será preciso que durmas também e que te faças criança como eu. O camelo do sono virá buscar-te para que adormeças aos pés da mais tépida tamareira.
Olha como a noite está bonita…!
Para além daquelas estrelas cintilantes está tua verdadeira pátria. As últimas nebulosas visíveis são a fronteira do teu Lar. Ali te esperam teus verdadeiros amigos e ali continuarás a ser mais um obreiro iluminado a cooperar na construção do Grande Edifício da Verdade.
Vai descansar também. Acho que te fatiguei. Volta, por enquanto, ao teu mundo, mas guarda silêncio sobre o nosso diálogo. Se desobedeceres, dirão que estás louco e não queres que digam isso de ti, não é mesmo?
Fico aqui agora. Vai e volta quando quiseres. Estarei te esperando eternamente e tua saudade de mim será igual à minha saudade de ti.
Logo estaremos juntos de novo, porque, se queres saber, nunca estivemos separados…

Sheik Al-Kaparr

ESTA CEGUEIRA



«Nunca choraremos bastante quando vemos
O gesto criador ser impedido
Nunca choraremos bastante quando vemos
Que quem ousa lutar é destruído
Por troças por insídias por venenos ...
E por outras maneiras que sabemos
Tão sábias tão subtis e tão peritas
Que não podem sequer ser bem descritas.»


Sophia de Melo Breyner Andresen,
In “Livro Sexto”, 1962


 
Cada dia que passa me sinto mais perplexa em como os seres humanos se enganam na afirmação de um suposto amor - seja ele individual seja ele universal - sem que se apercebam da sua própria falta de amor ou sem que tenham o menor amor e respeito por si mesmos...
Fico perplexa sim como cada pessoas se projecta constante e diariamente sobre o amor do outro ou sobre o mal dos outros, os pobres os migrantes, os infelizes, sem que se vejam ou enxerguem minimamente a si próprios.
Esta cegueira endémica do Homem (e da Mulher) torna os humanos vulneráveis, fracos, confusos, desordenados e completamente pedintes de um amor que não existe senão dentro deles próprios....e sem que o descubram em si primeiro JAMAIS poderão amar ou ser amados fora, ou amar a família, o amante ou o vizinho ou a sociedade...Enfim, nunca poderão amar o próximo. Por isso enquanto se projectam no amor dos outros sem saberem amar-se a si mesmos, ninguém entende que o axioma "ama-te a ti mesmo como deus te ama" não tem sentido nenhum pois ninguém sabe o que é o amor em si nem o que é deus...


rlp

O MUNDO CADA VEZ MAIS ESTÚPIDO



CADA VEZ MAIS ÓBVIO...


"Na vida de hoje, o mundo só pertence aos estúpidos, aos insensíveis e aos agitados. O direito a viver e a triunfar conquista-se hoje quase pelos mesmos processos por que se conquista o internamento num manicómio: a incapacidade de pensar, a amoralidade e a hiperexcitação."


Livro do Desassossego, Fernando Pessoa

 

terça-feira, dezembro 29, 2015

OS PIROPOS DOS HOMENS...?


OS PIROPOS AGORA SÃO CRIME?


Há muita cegueira quanto às mulheres...da parte dos homens obviamente, mas também e principalmente da parte delas em relação a si mesmas como mulheres...todos os paradoxos e bandeiras esfarrapadas que dá para contentar esta precaridade que é a pobreza mental das mulheres.

Talvez alguém se espante de eu não ficar muito contente com a lei que AGORA vem castigar com uma pena de 3 anos  os piropos...que concerne o abuso da linguagem quase sempre vulgar por parte dos homens à mulher nas ruas e nos empregos...enfim, nas fábricas? e nos cafés?...mas eles e elas esqueceram a publicidade...e e a pornografia? Sim, principalmente estas mas também o Cinema e a arte e a literatura ... que usa e abusa do corpo (nu) da mulher e do sexo e a trata tantas vezes de forma indecorosa, agravada, mil vezes pior do que os piropos, e que usa a mulher de todas as maneiras degradantes e em que até são por vezes as próprias mulheres que se exibem...por "liberdade" e  por moto próprio? E este é que é um grande paradoxo! Penaliza-se os piropos...mas um anuncio aos vinhos  e a cerveja  que degrada a mulher de cima abaixo nada fazem. Esta é uma cegueira colectiva.
Quanto aos piropos eu até pensei que eles estavam em desuso...e vejo que cada vez mais eles são menos...O que eu observo cada vez mais obvio é que os homens em geral estão tão saturados de nu e de pornografia e de mulheres despidas, não só os gays,  que olham hoje em dia mais para os homens do que para as mulheres...Penso que realmente os homens deixaram de se interessar sexualmente pelas mulheres e há cada vez mais homossexuais que passam na rua e nem olham ou querem saber das mulheres para nada. Eles exibem-se uns para os outros e olham-se uns aos outros como o mesmo olhar com que "comiam" antes as mulheres na rua... 

Por tudo isto a lei aprovada contra os "piropos" dá-me mais vontade de rir do que satisfação...Porque a realidade é que só os muito broncos, provincianos e machistas dirão ainda piropos... 
Basta-nos ver como os homens modernos se exibem em músculos e nus...ou com  o ultimo grito da moda ou que se depilam para os outros homens e as mulheres - as mais broncas e estupidas e provincianas - pensam que é para as atrair como ainda pensem que os homens se interessam verdadeiramente por elas.
Na verdade, há cada vez menos homens a interessar-se por estas mulheres a não ser para se descartarem rapidamente delas; sim, poucos são os homens sérios também que se preocupam com as mulheres a sério...talvez porque  há muito poucas mulheres dignas de si...ou a saberem de si.


Sei que isto vos pode chocar, sobretudo aquelas que julgam que ganharam muito com a "emancipação" feminina e depois são completamente dependentes do olhar do homem, carentes até a medula e escravas dos seus desejos.  Esta é a tal verdade que não querem ver...a vulgaridade e a facilidade com que se despem (ou vestem) para agradar...e obedecem a todos os sinais da moda, da cosmética e da estética e do dinheiro - em suma do poder...e fod...
 
Mas enfim, com estas leis há muitas mulheres que se sentem muito felizes ... e convencidas que alguma coisa vai mudar sobre a mulher e a violência doméstica etc. mas ela não diminui nunca sem haver uma consciência dos valores intrínsecos da mulher - embora até pudesse ser uma evolução social, sinal de respeito pelas mães e irmãs e mulheres dos outros, mas não havendo essa consciência e respeito e dignidade da mulher e para com a mulher, pouco ou nada mudará...
O que me espanta é como tudo se inverte ou se fica pela rama das coisas...e como as coisas ficam assim só na superficie e ao sabor do papel...
rlp

domingo, dezembro 27, 2015

A terra e a humanidade estão em grande perigo


A Terra inteira tem sede de vida verdadeira


"Fora deste tempo, tudo está já inscrito, tudo vibra na Consciência da Unidade perfeita. Mas no tempo, no tempo desta humanidade, há uma urgência, verdadeiramente. Nada está garantido à partida. Não te percas nem na ideia de catástrofes que alguns espalham e geram medo e imobilizam o teu movimento, nem na noção de que tudo isso é ilusão, e portanto sem importância, sem que haja necessidade de agir.

Neste tempo, há uma batalha, e isso é realmente importante. Uma batalha terrível, violenta, em que se chocam no inconsciente colectivo das ideias forças-opostas. Uma batalha no plano das energias, de que as guerras e desarmonias no plano físico não são mais do que vagos sintomas, como salpicos.
A pressão aumenta com o borbulhar da era nova e com o aproximar da verdade messiânica. A Terra inteira tem sede de vida verdadeira. E a alma dos homens aspiram perdidamente por ela porque ela sofre há muito de grande dispersão. As almas estão cansadas de experimentar a morte a cada segundo da encarnação. É urgente agir para responder ao chamamento. Ouve esse grito, Cavaleiro, e encontra a motivação para avançar.
(…)
Para responder à sede do mundo, tu precisas de toda a motivação do mundo. Esquece os teus ou deixa de acreditar nos teus limites, esquece que tu não és senão um homem entre os homens. Encontra o objecto do teu amor na imensidão da Luz, na Luz no tempo e no espaço, na Luz que quer vencer, que é força de vida:

A terra e a humanidade estão em grande perigo. Nada está ganho à partida, e o momento decisivo aproxima-se. E é essencial, Cavaleiro, absolutamente essencial, que tu ultrapasses este obstáculo. Não só para ti mas por todos os teus irmãos, pela terra que sofre, pela tua bem-amada das profundezas, e também pelos teus irmãos de luz, as Inteligências de amor que ligaram o seu destino ao vosso: Por Deus ele próprio, cujo grande corpo quer reunificar-se."
REPUBLICANDO
in Rencontres Avec la Splendeur
Marie Elia
(traduzido por mim em 2010)

sábado, dezembro 26, 2015

SEM ENFEITES...



UM DIA DEPOIS...

"O Natal é a celebração de toda a miséria humana, e celebramos isso com um largo sorriso no rosto, ano após ano. A mídia fala de “espírito natalino”, “solidadariedade”, “devemos ser bons uns com os outros”, “natal sem fome” e etc. Minha pergunta é a seguinte: onde estava tudo isso antes do Natal e aonde vc irá enfiar todos esses conceitos após o Natal? Até quando iremos receber a hipocrisia de braços abertos, e estourar champagnes quando ela chegar?
Além diss...o, nos últimos dias, quantas vezes vc já não se pegou perguntando o que irá COMPRAR ou GANHAR neste Natal que se aproxima? Quantas vezes vc já se reparou que estava pensando o quão são belos os ENFEITES que pululam pela cidade e, principalmente, as luzes dos SHOPPING CENTERS? Já COMPROU e degustou quantos panetones? Já decidiu se irá ou não passar com sua doce FAMÍLIA ou com seus lindos VIZINHOS (afinal, não é hora para as costumeiras brigas que ocorrem durante o ano inteiro)? E os CARTÕEZINHOS? Não vá me dizer que vc esqueceu de COMPRÁ-LOS, com lindos desenhos de neve, pinheiros, duendes, renas e um Papai Noel gordo, rosa, feliz e com roupas quentes para um inverno rigoroso!.(...)
Toda essa felicidade do Natal nada mais é que ilusão e hipocrisia. Ilusão pois nada se dá sem o comércio. Esse feriado que vcs tanto amam é apenas uma máquina de gerar dinheiro, fazendo com que muitos trabalhem ainda mais para poucos abastados donos de lojas. Admita, sem comprar, comprar e comprar, seu Natal não é o mesmo, vc não é feliz! Sua família é uma justificativa para vc comprar, comprar e comprar. Mas vc não percebe que a mercadoria passa a ser a sua própria vida, e não somente o que vc compra. São seus valores e seus sentimentos que estão sendo negociados. Seu Natal, assim como sua própria vida, passa a ser a quantidade de dinheiro que vc tem no bolso. Não há Natal sem mercadoria. Hipocrisia, pois, como já disse, todos são mais amigos nessa época do ano, mas ao longo do ano inteiro exigimos mais segurança contra os pobres, exigimos a pena de morte e a redução da maioridade penal, desejamos pela morte e destruição dos favelados, sentimos ódio e medo das crianças nos faróis, porém, como agora é natal, ficamos bonzinhos. Talvez até daremos alguns presentes para quem não tem onde morar: roupas e brinquedos velhos, nosso lixo!!!
Minha sugestão é que vc aproveite o espírito natalino e faça algo de bom para alguém além de vc mesmo: destrua os enfeites de Natal da sua rua (luzinhas tão lindinhas, escondendo uma escuridão de miséria e mendicância); suma com todas as comidinhas calóricas de Natal que achar na sua casa (garanta que o peru passe do ponto, torrando-o);"

Natal de 2003 autor desconhecido)

O QUE É QUE MUDOU NO MUNDO?


Uma família americana - a "maravilhosa" (e bélica) família da deputada Michelle Fior - que é a favor do armamento das pessoas, ilustra bem o que de "fantástico" nos vem dos USA...Esta imagem não há duvida que reflete o espírito americano e aquilo que eles propagam no mundo...guerra e violência, alienação e estupidez natural...
Que evolução é esta e a nossa, que civilização, que cultura (a de morte?) perante esta imagem da família americana e do seu espírito "universal"? Como está tudo no mundo?



Que consciência é a desta "mulher", esta coisa loura e a sua metralhadora sofisticada, que defenda o armamento das populações para se defenderem do inimigo...?

Sem dúvida, que ela, como todos "os psicopatas afirmam, com palavras bem colocadas, que se importam muito com sua família (pai, mãe, irmãos, filhos), mas suas atitudes contradizem totalmente o seu discurso. Eles não hesitam em usar seus familiares e amigos para se livrarem de situações difíceis ou tirarem vantagens. Quando dizem que amam ou demonstram ciúmes, na realidade têm apenas um senso de posse como com qualquer objeto. Eles tratam as pessoas como "coisas" que, quando não servem mais, são descartadas da mesma forma que se faz com uma ferramenta usada.`*
*Do livro Mentes Perigosas, da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, Editora Fontanar.

MAS é caso de se perguntar: "O que foi que mudou de realmente importante nas nossas vidas? Que mudanças foram efectivamente operadas no nosso foro íntimo, se ainda há fome, se ainda há guerras, se ainda proliferam homicídios, latrocínios e estupros ao redor de todo o planeta? Que mérito acumulou essa humanidade ensandecida do nosso tempo e de todos os tempos para que lhe sejam reveladas verdades perigosas nas mãos da incompetência?"*


*(autor desconhecido)
 

TODA A MULHER



"Toda mulher, ao saber que está grávida, leva a mão à garganta: ela sabe que dará à luz um ser que seguirá forçosamente o caminho de Cristo, caindo na sua via muitas vezes sob o peso da cruz. Não há como escapar." - Clarice Lispector

Mas... a grande crucificação foi e continua a ser a da própria Mulher e Mãe...esta é a realidade que não queremos ver - a mulher crucificada por ser MULHER!

rlp

quinta-feira, dezembro 24, 2015

todos os amores são legítimos...

 
 
SE O AMOR TE FERIU...

"Se o amor te feriu ou invalidou por longos períodos de tempo e precisaste de uma longa convalescença para conquistar a tranquilidade perdida, não deixes que isso impeça que o continues sentindo por outra pessoa ou por toda a humanidade.
E que isso não te pareça estranho, porque existem diferentes formas legítimas de amar e ser amado. Assim, sê corajoso e bate em todas as p...ortas sem medo de quaisquer julgamentos.

O amor oferece ao homem e à mulher exercícios um tanto complexos dentro do contexto das relações humanas. Como aluno deves estudar e praticar o amor em todas as sua formas porque és fruto do AMOR UNIVERSAL e o AMOR UNIVERSAL age em todos os planos como um camaleão cósmico.
Procura lembrar-te sempre que não és o corpo que vestes nem o que os espelhos refletem. Sente-te, pois, livre de amar e ser amado mesmo das formas mais inusitadas. Ouve esta verdade pouco conhecida: todos os amores são legítimos porque todos são ramificações do AMOR UNIVERSAL.

(EXCERTO) Sheik Al-Kaparr

NO CENTRO DO CORAÇÃO...




DESEJO-VOS PAZ E HARMONIA
NÃO MAIS HOJE DO QUE ONTEM NEM AMANHÃ...



"Estou no teu sorriso e na tua lágrima, no teu sonho realizado e na amargura do teu fracasso. Sou companheira de todos os voos da tua alma. Vivo no silêncio secreto da tua intimidade e conheço todos os teus gemidos mais íntimos. Para mim sempre foste de cristal…
Já ouvi várias vezes a tua história, pois foste tu mesmo que a contaste. Sempre estive mais disposta a ouvir do que a falar....
Sou o teu confessionário secreto e, portanto, a mais fiel das testemunhas de quem realmente és por trás da máscara da personalidade e do teatro do mundo. De mim não precisas esconder nada, pois sei tudo.
Sou dona de teus mais caros segredos, mas os respeito com a dignidade de um confidente silencioso. Afinal, existe mais sabedoria no silêncio do que nas palavras…
Muitos mistérios compõem o meu próprio mistério. Assim quis o Grande Arquiteto que me criou com a Magia dos Quatro Elementos que latejam em teu corpo e no meu."


EXCERTO- Sheik Al-Kaparr

quarta-feira, dezembro 23, 2015

TUDO É VAIDADE

 
 
Para quê?!
 
 
Tudo é vaidade neste mundo vão…
Tudo é tristeza, tudo é pó, é nada!
E mal desponta em nós a madrugada,
Vem logo a noite encher o coração!
 
Até o amor nos mente, esta canção
Que o nosso peito ri à gargalhada,
Flor que é nascida e logo desfolhada,
Pétalas que se pisam pelo chão!…
 
Beijos de amor! Pra quê?! … Tristes vaidades!
Sonhos que logo são realidades,
Que nos deixam a alma como morta!
 
Só neles acredita quem é louca!
Beijos de amor que vão de boca em boca,
Como pobres que vão de porta em porta!…

Florbela Espanca

O SABER NASCE DENTRO...


DESEJO-VOS MUITOS LVROS, MUITA LUZ E SABEDORIA...

terça-feira, dezembro 22, 2015

a mulher moderna perdeu a Chave dos Mistérios...




PORQUE NÃO CREIO NAS MULHERES MODERNAS..

Porque a mulher moderna se encontra separada da sua essência divina...
Porque a mulher moderna ignora a sua capacidade de mediadora das forças cósmicas e telúricas e esqueceu a sua origem ligada à Grande Mãe e à
Deusa nas diferentes facetas a que a sua idade e etapas de vida correspondem.
...
Porque a mulher moderna perdeu a Chave dos Mistérios...
A mulher moderna regra geral encontra-se alienada de uma parte importantíssima de si mesma, está totalmente desligada do seu lado ctónico e do telúrico e age meramente de acordo com um modelo mental restrito que a sociedade patriarcal lhe impôs. Porque social e psicologicamente está presa a padrões e referência de utilização do seu ser ao serviço das instituições que a põem à margem se ela não lhes obedecer ou não servir os seus interesses e padrões! E se transgredir torna-se marginal ou converte-se na “prostituta” ou no mínimo na “cabra”... Todas as mulheres estão sujeitas a estes padrões, mesmo aquelas que se julgam libertas, emancipadas ou independentes, porque quase todas acabam adoptando o modelo dos homens, o que ainda é mais grave. Raras são as mulheres com consciência de uma identidade própria e que sentem a sua ligação a Terra Mãe e à Lua e aos seus ciclos...
A mulher para ser MULHER tem de encontrar a sua essência na sua feminilidade radical e na integração da deusa que há em si. Só quando a mulher unir as duas partes de si - que a igreja de Roma dividiu entre a santa e a prostituta - e não mais aceitar essa divisão do seu ser em duas, a amante e a esposa, a adúltera e a fiel, e a sua sexualidade se tornar sagrada tal como o seu corpo que é dádiva e nunca mais for “possuída” ou aceitar ser “vendida” (ou comprada)!

PORQUE EU CREIO NA MULHER QUE É MULHER...

Eu falo da mulher tocar o seu âmago. Tocar essa Essência que é o seu centro. O seu Útero. Nele está a chave do seu poder interno. A Mulher não tem de aprender nem forçar-se a ser objecto de prazer ou de procriação, nem forçar-se a ser o que os homens e a sociedade querem que ela seja. E se as suas raízes e estiverem ligadas ao seu Útero e a Gaia, Ela nunca mais poderá ser soldado, polícia ou ir à Guerra…deixar os seus filhos passar fome… porque a Mulher é a Terra….
Porque é dela que nasce o amor e a paz e a dádiva.
Ela é a Deusa em Si mesma. É aí só que eu quero chegar!

rosaleonorpedro

O DESGOSTO...




O JARDIM DA COMPAIXÃO

"O DESGOSTO", escreveu Rumi, "pode ser o jardim da compaixão". Se mantiverem sempre os corações abertos, a vossa dor pode vir a ser a melhor aliada numa vida de procura do amor e da sabedoria.
Não saberemos todos demasiado bem que a protecção contra a dor não resulta e que quando tentamos defendermo-nos do sofrimento acabamos por penar ainda mais e não aprendemos o que seria possível com essa experiência? Como escreveu Rilke, o coração protegido, "inocente e seguro, que nunca está exposto à perda, não sabe o que é a ternura, só aquele que é experiente pode ser satisfeito e está livre - depois de tudo o que desistiu - para se alegrar com a sua supremacia".

 

AS FONTES DE CURA...

"Fiquei frequentemente muito comovido ao descobrir que podemos levar as pessoas a ajudarem-se a si mesmas auxiliando-as a descobrir a própria verdade, de cuja riqueza, doçura e profundidade talvez nunca tivesse suspeitado. As fontes de cura e da consciência estão muito enterradas dentro de cada um de nós e a nossa tarefa é a de nunca impormos as nossas crenças, sejam quais forem as circunstâncias, mas sim permitir que as pessoas as encontrem dentro de si mesmas."


Sogyal Rinpoche - O LIVRO TIBETANO DA VIDA E DA MORTE


 

Porque a beleza é pungente...



Porque a beleza é pungente...
(...)
"Há em tudo um sentido para além da beleza: e que sinto ainda não consegui desvendar por fraqueza minha, falta de concentração. Parece que o mistério está ali, indefeso, prestes a rebentar, a dar-se, e que a culpa de sua negação é só minha.
Talvez que a beleza seja assim, transcendente. Contendo em si um sentido que não lhe pertence. Mistério que sinto para além do meu poder e que faz a dor da sua contemplação. A inatingível. Dura imposses
são.
Talvez que ela seja aqui o único porto de abrigo. Mas aberto somente através do sofrimento. Porque a beleza é pungente.
E é esta a única marca da sua verdade."



in A cidade e o rio de Dalila Pereira da Costa

Não se fixe em nenhuma imagem visual

"Tomar consciência da respiração, que já é uma meditação poderosa, irá, aos poucos, colocar você em contato com o corpo. Observe atentamente a respiração, como ela entra e sai do nosso corpo. Respire e sinta o abdômen inflar e contrair-se levemente, a cada inspiração e expiração. Se você tiver facilidade para visualizar, feche os olhos e veja-se no meio da luz, dentro de um mar de consciência. Então, respire dentro dessa luz. Sinta essa substância luminosa preenchendo todo o seu corpo e tornando-o luminoso. Então, aos poucos, concentre-se nessa sensação. Você agora está dentro do seu corpo.
Não se fixe em nenhuma imagem visual."


O PODER DO AGORA DE ECKHARTE TOLLE

domingo, dezembro 20, 2015

O MEU NATAL...

 

O MEU PRESÉPIO - Á GRANDE MÃE...

"Nenhum homem deveria sentar-se em paz à mesa farta, sabendo que em algum lugar no mundo há um irmão seu passando fome..."

Augusto Branco

QUERIA VOS DESEJAR UNS DIAS SERENOS

Não gosto do Natal, como todas as minhas amigas já sabem; não gosto de toda esta farsa secular e comercial...e custa-me entrar nestas simulações festivas sociais e familiares em que apenas se come e come e dizem lugares comuns - quanto mais envelheço menos consigo conviver com estas tradições já sem qualquer fundamento - porque não expressam de forma alguma uma verdade ou uma sinceridade humana e portanto estas supostas festas a contrastar com o caos do mundo, a miséria, a fome e a guerra,  nada significam em si...porque não são mais do que  uma manifestação da alienação global no mundo patriarcal em que vivemos...

Todavia não queria deixar de vos deixar aqui uma mensagem de Paz interior possível a par de uma coerência pessoal e fidelidade a um propósito que para mim é a única coisa que me faz sentido e que é a Consciência da Mulher em si, o despertar dessa consciência como única forma de equilibrar o mundo de hoje. Mas para isso precisamos e é URGENTE ter a consciência de tudo o que nos rodeia e da realidade das coisas que nos rodeiam...pois ter consciência de nós como mulheres e não ter coerência e ser fiel à nossa verdade, fingir ou simular que estamos num caminho e depois desviarmo-nos ou querer agradar a gregos e a troianos ou servir dois mestres  não nos leva a nenhum lado...às vezes vale mais perder tudo do que ter um pássaro na mão e outro a voar...
 

Sou velha e rezingona, implacável e dura...sim!
Meiga por excelência, assim eu seja - mas como tenho dito não tenho nada a perder nem estou aqui nem na vida para ganhar louros ou adeptas. Não sinto que tenha uma missão nem um propósito de salvar ninguém. Apenas ser fiel a mim mesma, TAL COMO CADA UMA DE VOCÊS, e àquilo que para mim é a verdade. A verdade de ser verdadeira comigo própria e não para servir quem quer que seja...ou a "vender " o que quer que seja...
Estou habituada a pagar o preço da minha independência e seja ele qual for não deixarei de o pagar - como sabem não tenho seguidoras nem discípulas e se calhar nem amigas - a Consciência de que falo é inerente à mulher e faz-me sozinha e na solidão quase sempre...

Não, não ando aqui a vender produto nenhum...nem a promover-me à custa de não sei o quê...

Penso que a mulher primeiro acorda por si e em e si ou não acorda - não há ninguém que nos acorde sem que façamos o nosso trabalho de consciência individualmente ...e nem é seguindo alguém ou imitando padrões e rituais que nos manteremos acordadas...
Tal como acreditámos durante séculos que era o Príncipe que nos acordava com um beijo...não vamos agora remeter para as mestras e os mestres ou para os rituais ancestrais o papel do Príncipe encantado, que nos acordava por sua obra e graça divina...
Podemos quando muito ser exemplo de vida e estimular as almas adormecidas mas não somos salvadoras de ninguém...ser parteira não é ser o mesmo que a gestante dessa consciência ...Porque a Consciência da Mulher é como algo (fruto) que por patogénese nela nasce e cresce e se forma in Útero - a consciência do poder Útero - e nós outras só podemos ser como as Doulas dando-lhe assistência quando ela se manifesta por si...Nós somos as parteiras das almas umas das outras mas não as fecundadoras...


Como dizia F. Pessoa, direi no feminino:

Não há mulheres salvadoras. Não há Mestras. O máximo que uma grande mulher pode ser é uma estimuladora de almas, uma despertadora de energias alheias".
Neste momento como noutro qualquer só vos posso desejar muita consciência e um belo despertar em si mesmas!

Rosa Leonor Pedro

A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES



É UMA GUERRA
CAMULFLADA CONTRA AS MULHERES?


Estava a pensar naquela mulher que morreu de depressão hoje e na outra que morreu de cancro a semana passada e naquela rapariga que morreu ontem de mãos atadas e violada pelo padrasto romeno?
...e nas 150 mulheres mortas no Iraque pelos jihadistas, algumas grávidas...

Estava a pensar nas 34 ou 35 mulheres mortas em Portugal e o dobro em Espanha este ano, assassinadas pelos maridos e amantes.

...estava a pensar nas prostitutas todas loucas e desgraçadas, miseráveis e que vivem nas ruas...ou sentadas de noite nas bermas da estrada, deste Pais a beira mar plantado...e sem pensar já nas milhares de mulheres do resto do mundo.
As listas seriam intermináveis...
Mas vivemos nós num tempo dos exterminadores ou de uma guerra surda e dissimulada que ninguém ousa declarar porque o inimigo é oculto e ninguém lhe vê a cara?

Não há uma cruz suástica...há um falo...uma metralhadora...uma faca...um ódio dissimulado...à mulher e à mãe...e ninguém quer ver o óbvio...

Escrito em 2014 - Tudo continua na mesma ou pior...
rlp


 
 

sexta-feira, dezembro 18, 2015

MULHER NATURAL VERSUS MULHER DE PLÁSTICO



Onde está a verdadeira mulher?

Onde está a sua beleza natural e sem artificios? Porque sofre a mulher esse bombardeamento sistemático sobre a sua dita feminilidade, a sua imagem? Porque tem a a mulher de recorrer a todos esses artificios de imagem e moda para SER (e "sentir-se") MULHER?

Não será para esconder a verdadeira mulher de que os homens e o Sistema tem medo - o poder intrinseco da mulher, a sua natureza selvagem, o poder que está dentro dela - então para que aconteça esta alienação do feminino ontológico, a mulher é "educada" - formatada - despersonalizada, alienada para não lhe ter acesso naturalmente e deixa desde logo, em menina, de confiar em si, desacredita do seu potencial, duvida da sua aparência, sente-se inferior e esvaziada para assim COMPRAR TUDO O QUE LHE É VENDIDO e viver em função de algo que a complete, seja o homem seja o filho, seja a imagem, a dita "beleza" de plástico, a maquillage....
A mulher sustenta em nome da "beleza" ficticia os milhões de impresas milionárias e industrias assassinas para se tornar igual e de acordo com a imagem que o homem quer dela, que os estilistas gays idealizam para ela...e assim ela faz tudo para agradar à IMAGEM que dela é vendida... DESTRUINDO a sua natureza verdadeira - as mulheres não aceitam senão uma imagem de si que corresponda a esses estereótipos vendidos pela moda e os quimicos etc. Magra, esquelética, sem seios, sem ancas, sem sangue, sem utero, sem ovários, sem idade etc. Depois veio o silicone: há que ter seios de vacas...bundas de porco? Essas são as  Imagens que a Industria quimica e cosmética fazem da "MULHER" juntamente com a Moda e o Cinema - tudo em vias de DESTRUIR A UNICA E VERDADEIRA MULHER, a Mulher essência, a Mulher sagrada. Um guerra secular ...deste o inicio deste Sistema patriarcal que a mulher foi escravizada, explorada, comprada, casada, violada e queimada nas fogueiras da inquisição e agora vitimas directas das industrias quimicas e da moda...


Há aspectos sobre a beleza que eu não vou considerar aqui tais como os rituais ou cerimónias em que o adorno real e as vestes festivas são uma forma de embelezamento igualmente natural, mas o que aqui escrevo concerne apenas a Imagem fictícia da mulher que o Mercado e o Comércio e as Industrias da cosmética  (e as farmacêuticas) criam à volta de uma suposta beleza e saúde e que  não só a matam como adulteram todo o sentido da sua  vida e do propósito da mulher como ser humano...

A outra questão que está diretamente ligada a este problema  é o Género...

O QUE É GÉNERO? O GÉNERO PLÁSTICO...

A questão é: o que é a MULHER naturalmente sem artificios da moda nem dos cosméticos? Que aparência tem? Onde está a Mulher sem esses atavios e fetiches? Que "mulher" quer ser o dito homem (transexual) e vice-versa? O que é o travesti e de que se travestia ele/ela? Todo o problema da invenção de "género" tem a ver com uma cultura de plástico que mistificou a mulher de palhaça: salto alto, estilete, baton, verniz e silicone, mulher fatal, puta etc. e... que a tornou coisificada, que a encheu de artifícios e plásticas...e portanto a variante do género tem igualmente a ver e apenas com artifícios falsos e plásticos...pénis de plástico e mamas de silicone...etc. O caos do mundo e a falta de referências do verdadeiro feminino e também do verdadeiro masculino e do verdadeiro SAGRADO, provoca estas distorções e aberrações sociais - tudo exterior e plastificado, tudo cultural-moda-comércio-prostituição. Não há "géneros" - há modas e industrias químicas e cosméticas que visam a alienação profunda da mulher e do ser em si com a falta de SENTIDO DA VERDADEIRA HUMANIDADE. De facto isto é só humanoide...televisivo, comercial e espectáculo.

Porque o SER HUMANO não precisa de mudar de sexo para amar outros seres humanos...
 
rosa leonor pedro

Lê-se algures:
 
"A roupa mais bonita que uma mulher pode vestir são os braços do homem que ela ama."
Yves Saint Laurent
 
O que um homossexual  - Yves Saint Laurent - sonhava: ser mulher com os braços de um homem à volta...e as mulheres seguem a moda como as bichas...

 
 

quinta-feira, dezembro 17, 2015

No Principio, antes da História dos Homens...



"Fui até lá de livre vontade.
Fui até lá com meu vestido mais lindo, minhas jóias mais preciosas e minha coroa de Rainha do Céu.
No Inferno, diante de cada um dos sete portões, fui desnuda sete vezes de tudo o que pensava ser, até que fiquei nua daquilo que de fato sou.
Então eu a vi:
 
Ela era enorme e escura e peluda e cheirava mal.
Tinha cabeça de leoa, patas de leoa e devorava tudo que estivesse à sua frente.
Ereshkigal, minha irmã
Ela é tudo o que eu não sou
Tudo o que eu escondi
Tudo o que eu enterrei
Ela é o que eu neguei
Ereshkigal, minha irmã,
Ereshkigal, minha sombra,
Ereshkigal, meu eu.
***
Ereshkigal é a Deusa Suméria,
Rainha dos Mortos e do Mundo Subterrâneo.

Seu nome significa "Senhora da Grande Habitação Inferior". Entretanto antes de ser relegada ao "kur" (palavra que significa Mundo Inferior), era uma Deusa dos grãos e morava na parte superior da terra. Caracterizava portanto, o crescimento dos cereais. Como Deusa dos grãos, era conhecida como Ninlil, sendo esposa de Enlil, um Deus Sol de segunda ordem. Como mulher deste Deus, foi violentada por marido diversas vezes, oculto em vários disfarces. Mas acabou sendo castigado pela violência perpetrada e mandado para o mundo inferior, onde toma o nome de Gugalana. A Deusa, entretanto, amava muito seu marido e seguiu-o, tornando-se então, Ereshkigal.
Sua violentação é análoga com a história de Perséfone, mas mostra a potência primitiva e paradoxal de forma mais crua, havendo em Ereshkigal muita das Gógonas e da Deméter Negra: o poder, o terror, as sanguessugas sobre a cabeça, o olhar terrível congelando a vida, a ligação íntima com o não-se e o destino. A Deusa contém e personifica as regras do mundo inferior, ao sentar-se frente aos sete juízes para receber aqueles que vêm até ela através dos sete portões de sua casa de lápis-lazúli. Em alguns mitos seu consorte era Ninazu (deus da cura) e em outros, Nergal (deus da peste, da guerra e da morte).
A violentação da Deusa, estabelece ainda, o domínio do masculino sobre a vida em sociedade, relegando o poder feminino e a fertilidade ao mundo inferior.
Em uma das primeiras violentações Ninlil-Ereshkigal por Enlil, nasceu Nana-Sin, o Deus Lua, nascido no mundo inferior antes de levantar-se para iluminar o Céu e medir o tempo com seus ciclos. Nana-Sin é o pai de Inanna, sendo portanto, Ereshkigal sua avó nessa genealogia. Ereshkigal tornou-se um símbolo da morte aterrorizada para o mundo patriarcal e foi banida para o subterrâneo. Como Kali, Ereshkigal, através do tempo e do sofrimento, dos quais, entretanto, jorra avida. Ela simboliza o abismo, que é a fonte e o fim, a base de todos os seres.
Os domínios de Ereshkigal representam uma única certeza: de que todos nós um dia morreremos. Mas devido esta certeza, esse reino é a manifestação do desconhecido, onde a vida consciente se encontra em estado de adormecimento.
O vizir de Ereshkigal chamava-se Namtar, "destino". O reino da Deusa tinha legalidade própria, à qual os Deuses da Suméria se curvavam. É a lei do grande subterrâneo, lei da realidade, das coisas como elas são, uma lei natural pré-ética e freqüentemente aterrorizadora, que sempre precede os julgamentos do superergo patriarcal e daquilo que gostaríamos que acontecesse. Mas Ereshkigal nunca aflorava em seu aspecto terrível. Quando os Deuses realizavam suas festas, pediam que alguém fosse buscar sua comida. Mas ela não é antagônica ao masculino, pois vivia rodeada de juízes, consortes e criados são homens e ela gera e dá à luz a meninos. Portanto, contrariando tudo o que já foi escrito, esta Deusa nos sugere que a consciência das camadas profundas do psique não é uma adversária da consciência patriarcal.
INANNA E ERESHKIGAL

 Ereshkigal era irmã-avó de Inanna, que desce até seu território para assistir os funerais Gugalana (marido de Ereshkigal). Mas ela se enfurece e exige que a Deusa do Mundo Superior seja tratada de acordo com as leis e ritos destinados a todos que entram em seu reino: deverá ser trazida até sua presença nua e curvada.

Seu vizir acolhe suas órdens e a cada uma das setes portas de entrada, ele remova uma das vestes de Inanna. Agachada e nua, como os sumérios eram colocados em seus túmulos, ela é julgada por sete juízes. Em seguida, Ereshkigal mata-a e enfia seu corpo em um poste, onde se transforma em uma carne esverdeada pela putrefação. Só depois de três dias é que sua assistente Ninshubur coloca em execução suas instruções para resgatá-la. Mas é somente Enki, o Deus das águas e da sabedoria que se dispõe a ajudá-la. Resgata a Deusa se utilizando para isso dois carpidores que ele modela com a sujeira que se acumulou debaixo de sua unha. Esses entram no Mundo Inferior sem serem notados, levando o alimento e a água da vida que Enki lhes dera. Mas só asseguraram a libertação de Inanna quando compadeceram-se de Ereshkigal, que estava gemendo de dores de parto. Extremamente grata pela empatia dos carpidores, entrega o corpo de Inanna.
Depois Inanna precisará enviar alguém ao Mundo Inferior para ocupar seu lugar. O escolhido será Dumuzi, seu consorte que teria usurpado seu trono. Mas ele será protegido por sua irmã Gehstinana. Inanna decide então que ambos devem dividir a condenação, e passar seis meses cada um no mundo subterrâneo.
Esta história nos serve de modelo cósmico, sazonal, transformativo e psicológico. Este é o filme cuja projeção cura as feridas de todas nós mulheres que crescemos sob o patriarcalismo e lutamos com problemas semelhantes.
ERESHKIGAL COMO ARQUÉTIPO

quarta-feira, dezembro 16, 2015

MÃES E FILHAS


MÃES E FILHAS: VÍNCULO QUE CURA, VÍNCULO QUE FERE


“As nossas células se dividiram e desenvolveram ao ritmo do seu batimento cardíaco; a nossa pele, cabelo, coração, pulmões e ossos foram alimentados pelo seu sangue, sangue que estava cheio de substâncias neuroquímicas formadas em resposta a seus pensamentos, crenças e emoções. Se sentia medo, ansiedade, nervosismo, ou muito infeliz sobre a gravidez, nossos corpos absorviam; se sentia segurança, felicidade e satisfação, absorvíamos também.” – Christiane Northrup


Cada criança carrega consigo sua mãe. É uma ligação eterna da qual nunca poderemos nos separar. Porque, se alguma coisa deve ficar clara, é que sempre carregaremos algo de nossa mãe.
Para ser saudável e ser feliz, cada um de nós tem que saber como nossa mãe influenciou a nossa história e como ainda o faz. É ela que nos oferece nossa primeira experiência de amor e apoio, ainda antes do nascimento. E é através dela que entendemos o que é ser mulher e como cuidar ou não cuidar de nossos corpos.

O legado que herdamos de nossas mães

“A melhor herança de uma mãe para sua filha é ter se curado como mulher” – Christiane Northrup
Qualquer mulher, sendo mãe ou não, carrega as consequências do relacionamento que teve com sua mãe. Se sua mãe transmitiu mensagens positivas sobre o corpo feminino e o jeito que deve cuidá-lo, seus ensinamentos serão sempre parte de um guia para a sua saúde física e emocional.
No entanto, a influência de uma mãe também pode ser problemática quando o papel que desempenha é tóxico devido ao descuidado, ciúmes, controle ou chantagem.

Cuidado materno, um nutriente essencial para a vida

Quando uma câmera de TV foca em um membro do público em um evento esportivo ou qualquer outro … O que as pessoas costumam gritar? “Oi Mãe !!”.
Quase todos nós temos a necessidade de sermos vistos por nossas mães, buscarmos a sua aprovação. Originalmente, essa dependência é devida a questões biológicas, porque precisamos delas para sobreviver durante muitos anos; no entanto, a necessidade de afeto e aprovação é forjada a partir do primeiro minuto, desde que as olhamos buscando aprovação por algo que estamos fazendo ou se somos dignos de uma carícia.

Como Northrup diz, o vínculo mãe-filha está estrategicamente projetado para ser um dos relacionamentos mais positivos, abrangentes e íntimos que temos na vida. No entanto, isso nem sempre acontece …
Ao longo dos anos, a necessidade de aprovação pode se tornar patológica, dando origem a obrigações emocionais que fazem com que nossa mãe tenha o poder do nosso bem-estar durante toda ou a maioria de nossas vidas.
O fato de nossa mãe nos reconhecer e aceitar é uma sede que temos que saciar, mesmo que para isso tenhamos que sofrer. Isto significa uma perda de independência e liberdade que nos apaga e transforma.

Como começar a crescer como mulher e filha?

A decisão de crescer implica a limpeza de feridas emocionais ou qualquer assunto que deixamos inacabado na primeira metade da nossa vida. Esta transição não é uma tarefa fácil, porque primeiro precisamos identificar quais partes da relação mãe-filho exigem resolução e cura.
Depende de nosso senso de valor presente e futuro. Isso acontece porque há sempre uma parte de nós que acha que devemos dar em excesso à nossa família ou parceiro para sermos dignos de amor.
A maternidade e até mesmo o amor das mulheres permanecem sendo sinônimos culturais de sacrifício, na mente coletiva. Como resultado, não nos dedicamos a cultivar nossa mente de mulher, mas a moldamos ao gosto da sociedade em que vivemos.
As expectativas do mundo sobre nós podem tornar-se muito cruéis. Na verdade, constituem um verdadeiro veneno que nos faz esquecer nossa individualidade.
“Estas são as razões que tornam tão necessárias a ruptura com a cadeia de dor e a cura completa dos nossos vínculos, ou das memórias que temos deles. Temos de perceber que estes há muito tempo tornaram-se espirituais e, portanto, temos que fazer a pazes com as esquisitices com as quais vivemos. Sejam ou não tão ruins.”

___
Traduzido pela equipe de O Segredo

terça-feira, dezembro 15, 2015

VOLTAR À MÃE...

"Naître consiste à sortir de la mère et mourrir serait en fait retourner en sa mère. Alors de quelle mère s'agit-il? N'est-ce pas le centre, l'omphalos en tant que mère cosmo-tellurique: conjunction subtil de forces dont toute matière vivante est issue? 

in L'HOMME ET SON DOUBLE de Etienne Guillé
 


 ESCREVER, ESCREVER E RESPIRAR FUNDO...

Escrever para um universo virtual à partida, esquecer o interlocutor ou os olhos que não te olham expressivos é quase comunicar com o “além”. O que entendamos por além pode ser diferente para cada um segundo a sua própria perspectiva. Neste mundo concreto, ficcionado a partir dos nossos cinco sentidos e uma certa razão a equacionar dados, o Além é o que nos transcende, ou a nossa imaginação, com as suas diferenças... Para quem usa a sua intuição acima de tudo se calhar o além é aqui mesmo! Mas não só, na verdade quando eu digo “além” também me refiro a outro plano subentendido como campo invisível e inacessível à mente humana. Algo que se apreende não através do pensamento, mas do coração, digo inteligente mais. Falo dos sentimentos ou Algo que nos vem de dentro ou do além mente... Algures entre o espaço e o tempo estabelece-se uma Ponte, talvez a poesia, que nos liga ao Cosmos. AS antenas que se cruzam no espaço alargado do nosso próprio ser, não linear...


As energias que ligam corpo-alma-espírito...
O etér o prana e a nossa RESPIRAÇÃO - absorção mágica. 
Nesta ligação é essencial a ALMA da MULHER. Porque ANIMA, liga a Terra ao Céu.

Aquilo que os homens fizeram ao negar o lado feminino da sua própria humanidade, (o catolicismo e o islamismo em tudo idênticos no que respeita à forma como relegaram a mulher para um plano secundarísimo da vida apesar de lhes conceder a “grandeza” da maternidade!) foi a degeneração do próprio homem ou a anulação da sua própria metade. Denegrir ou adulterar uma parte tão importante de Si mesmo, foi um crime contra a Humanidade e o equilíbrio do mundo só será restabelecido a partir dessa consciência equalitária no respeito absoluto do Ser individual, seja ele homem ou mulher. Contudo esta premência a anunciar a mudança do milénio, base para a verdadeira evolução da pessoa inteira, não é imediatamente perceptível na nossa sociedade, supostamente avançada ou civilizada! No Ocidente as mulheres pensam-se livres sem ver a nova escravidão a que estão sujeitas nas muitas variantes da sua pseudo-liberdade.
O mundo cultural está ameaçado de uma nova prostituição que é a imagem como forma de projecção do autor de nada – fenómeno Big-Brother e outros, assim como o sucesso imediato (garantia mínima três anos!) de quem é visto ou falado nos média. Acontece na política o mesmo fenómeno: quem é votado é pela imagem de sucesso que projecta e com quem as massas anónimas e incógnitas se identificam nas democracias...
Antes o Rei era a projecção necessária ao colectivo para superar em termos arquetípicos, as limitações do homem comum, agora é a figura mediática que ao ser visto por milhões, é representativa porque Existe virtualmente, e é vista como um mito porque padrão de valor máximo - o vazio de alma, Ou a dor de alma, como se usa dizer quando nos dói algo de muito fundo...
NINGUÉM VÊ QUE O NOVO REI TAMBÉM VAI NU...
Portanto a nossa “realidade”, sem nenhuma virtude, passa a reinar. Fica assim o que está para ALÉM e era aqui que eu queria chegar!
Este dizer para ninguém e para além do que vemos, será a CHAVE, uma das chaves para o SER?

Ou é mera abstracção, divagação, à procura de um eco remoto via espaço virtual do dizer ao desconhecido sem amarras do medo do outro que ao não nos ver, não nos aprisiona no conceito ou na impressão - julgamento de nós mesmos e, portanto uma fuga para a frente? O ser passa a ser invisível e por isso se resguarda da violência que é hoje em dia o olhar depreciativo do outro se não se usar os símbolos de PODER, como o carro o casaco de marca os óculos ou o fato ou se és magra e escanzelada tipo modelo? E as PALAVRAS são elas também símbolo de Poder? O que é digo demarca-me dos outros se sou inteligente ou intelectual escritor filósofo ou muito culto etc.? Ou muito bom e inspirado e, o estilo na moda e voltamos todas à mesma. 

rosa Leonor pedro

(escrito em 2001)

A MULHER E A MÃE...



QUANDO AS MULHERES AGEM CONTRA SI MESMAS...

"Quando sacrificarmos a nossa vida toda pelo bem de outros sem levar em conta as nossas necessidades, apenas fomentamos uma atitude que não só nos faz adoecer como nos mantém doentes. Isso não serve para ninguém; é anti-vida, é anti-humano, é anti-mujer. Realmente desejas continuar a fazer isso e deixar esta herança às tuas filhas?"
 
"Curas a tua herança materna no instante em que deixares de participar no martírio, na abnegação, na culpa ou no ressentimento. Quando mudares a tua reacção habitual em relação à tua mãe, acaba essa herança de dor. Isso é tudo o que te faz falta. Curar essa herança não significa que tua mãe vá mudar; e não significa que vai deixar de te magoar. Significa que tu cessaste de ter essa reacção habitual a ela."
 

Christiane Northrup
 in  "Mães e filhas"

MULHERES SAUDÁVEIS




CORPO DE MULHER SABEDORIA DE MULHER


" Vi mulheres saudáveis e estou a tornar-me uma delas. Estou a começar a saber como é estar bem, e o primeiro passo é abraçar o nosso corpo. Imagína-te saudável, completa, curada e profundamente conectada com a sabedoria de teu corpo feminino. Como é que te está a sentir? O que é que sabe, no fundo, da medula dos teus ossos? Nada é mais emocionante do que saber que o nosso corpo e os nossos sentimentos são um caminho aberto e aberto para o nosso destino." Christiane Northrup


ASSIM ACONTECE COM O NOSSO CORPO...

"O nosso corpo cria a nossa alma tanto como a nossa alma cria o nosso corpo" - David Spangler

"Os fibromiomas, tais como outras doenças, não aparecem propriamente do nada aterrando no útero das mulheres. Quando a mulher quer mesmo inter-relacionar-se com o seu útero prestando atenção às suas mensagens, é porque acabou de dar o primeiro passo em direcção à cura em vez de apenas disfarçar ou eliminar sintomas. Depois de cada uma de nós ter te...ntado aprender as mensagens do seu útero, é-nos possível escolher o tratamento que resulta melhor, quer seja a cirurgia, a dieta, a acupuntura ou uma combinação de todas elas.
Muitas mulheres conseguem correlacionar os primeiros sintomas dos seus fibromiomas com o início de abusos verbais dos companheiros, stress no emprego ou outros problemas nas suas realções com o undo exterior. Um trabalho interior é muitas vezes extremamente útil para encontrar novos caminhos para lidar com estas situações dolorosas ou de limite.
(…)
A cura verdadeira, não apenas o tratamento do nosso corpo e o aliviar da nossa ansiedade mental, envolve transformação do nosso campo de energia e consciência. (…)
Os cientistas podem discutir tudo o que quiserem relativamente ao facto do que eu sugiro ser ou não possível mas, para mim, envolver-me nesta discussão seria participar no sistema aditivo. E é infinitamente mais apelativo prosseguir com a cura.

Chritiane Northrup – Corpo de Mulher sabedoria de Mulher

segunda-feira, dezembro 14, 2015

OS PSICOPATAS



 
POR ONDE ANDAM OS PSICOPATAS

"A psicopatia é um transtorno que possui vários níveis de gravidade, vai do leve ao severo. Embora nem todos psicopatas empreguem a brutalidade física, todos deixam marcas de destruição por onde passam. Quando não matam, arruínam empresas e famílias, provocam intrigas e destroem sonhos".

 

Como explicar comportamentos cruéis e desumanos que com frequência viram notícia?

Casos que chocaram a sociedade pela frieza e indiferença dos criminosos ilustram o livro “Mentes perigosas” (Ed. Fontanar) da psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva.
Exemplos, como o da empresária de Goiânia que maltratou e torturou por dois anos, de forma bárbara a menina que morava em sua casa, de Champinha, de 16, que seqüestrou e assassinou com requinte atroz um casal de jovens namorados, dos Nardoni, de Suzane von Richthofen e tantos outros, estão presentes no livro. Esses casos emblemáticos se tornaram públicos porque violaram vidas.
No entanto, ao falar de psicopatas, a médica alerta para um equívoco muito comum entre os leigos: imaginamos sempre esses indivíduos como truculentos, de aparência descuidada, pinta de assassino e desvios de comportamento óbvios. Mas nem sempre é assim, e sem a visibilidade desses estereótipos fica muito difícil identificá-los antes de virar uma de suas vítimas.

A psicopatia é um transtorno que possui vários níveis de gravidade, vai do leve ao severo. Embora nem todos psicopatas empreguem a brutalidade física, todos deixam marcas de destruição por onde passam. Quando não matam, arruínam empresas e famílias, provocam intrigas e destroem sonhos. Suas vítimas são envolvidas pelo charme, eloquência e inteligência da personalidade psicopática. Muitos vivem uma vida inteira sem serem diagnosticados ou responsabilizados pelos danos que causam.

Como diz a autora, em seu livro: “Esses predadores sociais com aparência humana estão por aí, misturados conosco, incógnitos, infiltrados em todos os setores sociais. São homens, mulheres, de qualquer raça, credo ou nível social. Trabalham, estudam, fazem carreiras, se casam, têm filhos, mas definitivamente não são como a maioria das pessoas, aquelas a quem chamaríamos de pessoas do bem”. Ana Beatriz descreve os psicopatas como pessoas frias, insensíveis, manipuladoras, perversas, transgressoras de regras sociais, impiedosas, imorais, sem consciência e desprovidas de sentimento de compaixão, culpa ou remorso. São verdadeiros atores, representando com esmero um papel doce, amistoso e encantador até alcançarem seus objetivos.

“Quem acredita no amor e na compaixão como regras básicas de convivência tem dificuldade de aceitar que existam pessoas sem o menor sentimento de culpa ou remorso por desapontar, magoar, enganar ou tirar a vida de alguém. Mas os psicopatas estão absolutamente livres de constrangimentos ou julgamentos morais internos e por isso podem fazer o que quiser, de acordo com seus impulsos destrutivos”, explica a psiquiatra.

Desconfiando para se proteger

Como escapar de pessoas tão destrutivas? Ana Beatriz reconhece não ser fácil, porque os psicopatas costumam ter charme acima da média e capacidade de convencimento muito alta. Mas, a autora oferece algumas pistas que servem de alarme e podem evitar associações e relacionamentos perigosos.

- Conheça melhor a história das pessoas que entram em sua vida. Em geral, nos baseamos só na convivência ou nos fatos contados por ela própria. Mesmo agindo com cautela, não deixamos de correr riscos e podemos ser surpreendidos pela falta de sentimentos nobres em gente ligada à nossa intimidade.

-Fique atento ao “jogo da pena”, pois esse sentimento deixa a pessoa vulnerável emocionalmente e, por isso, os indivíduos inescrupulosas o exploram. Os psicopatas costumam manipular os sentimentos de solidariedade para dominar e controlar. Despertando piedade se tornam poderosos.

- Mantenha-se alerto com pessoas egocêntricas e megalômanas. Os psicopatas possuem uma visão narcisista e supervalorizada de seus valores e importância. Acham-se superiores aos outros, daí acreditarem que têm direito de seguir as próprias regras.

- Tome cuidado com pessoas que não são capazes de ter empatia, ou seja, que não conseguem se colocar no lugar do outro e respeitar o sentimento alheio. Sensibilidade e generosidade são consideradas fraquezas pelos psicopatas que são indiferentes ao sofrimento dos outros.

- Afaste-se de quem não se arrepende ou sente remorso por suas atitudes inadequadas.

O natal é um impostura



Há só um dia no ano para ser "humano"...

Não há nada mais deplorável do que o espírito do crente que força não só uma espiritualidade como em fazer-se passar por aquilo que não é e vive de simulacros...E não sendo nada daquilo que prega, a sua vida no ano inteiro ...não passa de  uma impostura!

Ás vezes fico perplexa quando vejo pessoas que se pensam brilhantes ou até iluminadas e que "guiam" outras pessoas num caminho qualquer e na verdade a sua vida é repleta de incongruências e de animosidades...
Pregam o amor...e a sua vida é repleta de ódios...camuflados de "verdades e justiças"...que escondem apenas o mais cerrado dos egoísmos e mentiras...

Não há nada mais perigoso e nefasto para a saúde da comunidade do que a falsa humildade ...ser humilde é o estado mais elevado que o ser humano pode atingir...
Só pode ser Humilde o Ser que É em plenitude. O resto é só aparência e simulacros...

rlp

domingo, dezembro 13, 2015

mulheres de idade



1 ·
Poema de uma idosa aos 85 anos…


"Da próxima vez gostava de fazer mais erros.
Descontraía. Faria mais disparates....
Levaria menos coisas a sério.
Corria mais riscos. Acreditava mais.
Subia mais montanhas e nadava em mais rios.
Convidava os amigos mesmo que tivesse nódoas na carpete,
Usava a vela em forma de rosa antes de ela se estragar no armário,
Sentava-me na relva com os meus filhos
sem me preocupar com as manchas verdes na roupa.
Tinha rido e chorado menos em frente da televisão
e mais em frente da vida.
Tinha contado mais anedotas e visto o lado cómico das coisas.
Tinha descoberto menos dramas em cada esquina,
e inventado mais aventuras.
Se calhar, tinha mais problemas reais,
Mas menos problemas imaginários.
É que, sabem, sou uma dessas pessoas que vive com sensibilidade
E sanidade hora após hora, dia após dia.
Oh, tive os meus momentos,
e se pudesse fazer tudo de novo, outra vez,
tinha muitos mais.
De facto, não tentaria mais nada.
Apenas momentos, uns após outros,
em vez de viver tantos anos à frente de cada dia.
Fui uma dessas pessoas que nunca foi a lado nenhum sem um termómetro,
Botija de água quente, casaco para a chuva e pára-quedas.
Se pudesse fazer tudo outra vez, viajava mais leve do que viajei.
Se tivesse a minha vida para viver de novo,
começava mais cedo a andar descalça na Primavera,
e ficava sempre assim, mesmo mais tarde, no Outono.
Ia a mais bailes.
Cantava muitas mais canções.
Diria muitos mais «amo-te» e «desculpa».
E apanharia mais papoilas"




Da escritora americana Nadine Stair

RETROSPECTIVA DE UMA VIDA...


sábado, dezembro 12, 2015

UM PONTO OBSCURO



" Todas e todos temos algum ponto obscuro em nossa vida, algum aspecto que provoca dor, insatisfação, infelicidade. Muitas vezes nem temos consciência do que seja, mas este aspecto, este foco de escuridão ou vazio, nos faz ir em busca de algo, mesmo que não saibamos o que procurar.

Qual é o ponto negro em sua vida interior?

Ansiar por algo e não saber o que seja pode gerar muita angústia, uma vez que não sabemos em que direção ir e o que fazer para alcançá-lo. E não temos como saber, porque isto que nos atrai é desconhecido. Ou talvez seja mais correto dizer que é algo ainda não criado, algo que aguarda nossa acção para ser criado. Criar isto é nossa tarefa como seres criativos que somos. E como acontece com todo acto criativo, não sabemos o resultado da nossa criação, antes de realizá-la.
Portanto, precisamos ir adiante, sem saber aonde vamos chegar. Precisamos confiar que chegaremos a algum lugar. Permanecer no espaço do não saber, atentos e abertos para o que se apresenta, é um grande desafio, pois saber é o maior instrumento de controle que desenvolvemos. Portanto, precisamos abrir mão do controle, o que naturalmente nos amedronta.
Em Love and the Soul [Amor e a Alma], Sardello nos fala de um fluxo de tempo que vem a nós do futuro e que se sobrepõe, no presente, a um fluxo de tempo do passado. Isto nos confunde e nos leva a atribuir isto que nos atrai para o futuro a algo que aconteceu no passado. Seja pequeno ou grande, este ponto obscuro na nossa vida, que não quer calar, pode ter sido ativado por um evento que podemos localizar com bastante clareza em algum lugar no passado, mas que mesmo assim é algo do futuro, que nos atrai para realizarmos nosso propósito, aquilo que verdadeiramente nascemos para realizar.
Em minha própria vida, o factor que me atraiu para o futuro foi a morte de minha mãe quando eu era muito pequena. Um evento pesaroso em si, ele continha a força que me atraiu para realizar o trabalho em busca de minha própria alma que, como todas as almas, está sempre voltada para o futuro, em busca de expressão criativa.
A interação da alma com o fluxo de tempo do futuro se dá, quando a alma individual entra em contacto com a alma do mundo. Esta conexão acontece por intermédio do Eu, esta instância da nossa individualidade que é diferente do ego. Enquanto o ego resulta de nossas experiências passadas e tem a função de nos distanciar do mundo, o Eu não é algo que adquirimos, é quem somos e que se expressa espontaneamente, à medida que desenvolvemos nossa individualidade. Mais envolvido com o futuro, com aquilo que podemos nos tornar, o Eu é criativo e livre. E o que é mais importante, nos orienta em direção ao mundo, ligando nossa alma individual com a alma do mundo.
Considerando que o ego interage com o mundo a partir de crenças e conceitos, quanto mais ele predomina em nossa vida, mais nos distanciamos do mundo da experiência directa, para nos adaptar aos padrões culturais que nos são apresentados como valiosos. E mais nos separamos da nossa alma individual, tendo em vista que ela interage a partir do coração, da percepção directa do que vivenciamos a cada momento, ressoando com aquilo que toca nosso verdadeiro ser. E quanto menos contacto temos com nossa alma individual, menos estamos conectadas com a alma do mundo.
Diz Sardello que nossa alma entra em conexão com a alma do mundo pelo tacto, nosso corpo etérico funcionando como uma membrana que nos separa e conecta ao mesmo tempo. Ou seja, nossa alma está imersa na alma do mundo, separada dela e conectada com ela por uma membrana sutil, do mesmo modo que a criança está imersa no corpo da mãe, separada e conectada pela placenta.
A alma do mundo, este “factor desconhecido que faz da multiplicidade do mundo ao mesmo tempo uma unidade e nos dá a sensação de que podemos dizer que vivemos no mundo, não simplesmente no meio de uma multidão de coisas separadas”, sempre é concebida como feminina. Na tradição ocidental, é personificada como Sophia, a Sabedoria Divina. Na tradição alquímica vamos encontrá-la como a anima mundi, uma mulher nua, com seu usual halo de estrelas, um pé na terra e o outro na água, expressando seu domínio sobre terra e mar. Seu seio esquerdo é a lua, que também figura em seu púbis. Seu seio direito é uma estrela ou o sol irradiando bênçãos ao mundo.
A palavra anima (alma) é formada pelas raízes an=celeste e ma=mãe, correspondendo à palavra grega psyche e ao sânscrito shakti. Todas as almas são emanações da Mãe Celeste, a Alma do Mundo. Com sua presença viva, ela permeia o mundo fenomenal e traz à manifestação a maravilhosa ordem do universo.
Nascida do poder feminino primordial Silêncio, Sophia foi atraída pela luz da Profundidade, que ela viu reflectir-se no Caos. Motivada pelo amor, ela desceu para a região do caos, onde experimentou muito sofrimento psíquico. Do fluxo de sofrimento que passava através dela formaram-se terra, água, fogo e ar, elementos que se condensaram para formar a Terra. Antes de retornar às regiões celestes, compassivamente dividiu-se em duas, uma delas retornando luminosa para Silêncio e Profundidade, enquanto a outra permaneceu na terra, velada e escura, esperando as almas humanas se desenvolverem em direção à unidade.
Como alma do mundo, Sophia está velada em tudo que nos cerca. Em seu aspecto escuro, ela vivifica a matéria. Mas quando rejeitamos o mundo, a matéria, estamos nos distanciando dela e, simultaneamente, nos distanciando de nossa própria alma individual.
Quando nos distanciamos da nossa conexão com a sabedoria divina, perdemos nossa vitalidade e criatividade. Ficamos des-animadas, isto é, sem alma.
Mas Sophia não deixa de nos chamar, pois ela é este ponto obscuro, velado, que, como uma mãe amorosa e compassiva, não desiste de suas filhas e filhos. Com seu amor, ela nos atrai. Sendo ela a própria fonte desta força que chamamos de amor, é apenas quando nossa alma individual trabalha em colaboração com a alma do mundo, que somos capazes de criar amor verdadeiro.
Para fortalecermos nossa conexão com a alma individual, é necessário mergulharmos nas nossas profundezas, na escuridão em nós mesmas. Quando nos aventuramos pelo ponto escuro que nos atrai para o futuro, encontramos a nós mesmas em contato com a alma do mundo. Não importa o que tenha acontecido no passado, nossa vida será o que criarmos no futuro. Para isto, precisamos começar de onde estamos e com os recursos que temos. Precisamos honrar tudo que conseguimos até aqui e valorizar todos os elementos que compõem nosso mundo, principalmente aqueles que mais temos rejeitado. Precisamos valorizar e regenerar a matéria, começando com nosso próprio corpo.
E quando mergulhamos nas profundezas do nosso viver corporal, vamos encontrar Lilith, esta figura escura que nos introduz ao aspecto de nós mesmas que desconhecemos.
Em seu artigo na Revista Junguiana nº15, intitulado "O renascer de Lilith", Suely Engelhard a define como a forma feminina da sombra transpessoal, cuja característica é a criatividade aquém ou além da racionalidade científica. Quando nos aventuramos até esta sombra profunda de nós mesmas, podemos recuperar e integrar partes nossas que foram excluídas, negadas, reprimidas. Podemos estabelecer um novo equilíbrio interno, que então refletirá um modo mais integrado de estar no mundo, em que nossa alma individual está em conexão com a alma do mundo.
Mesmo que se manifeste como um poder pessoal, Lilith de facto representa um poder colectivo. Ela configura a força escura que nos integra a todos em um mundo que não pode ser conquistado, apenas compreendido. E não é por acaso que encontramos pouca referência a ela na história documentada, pois ela representa nossa parte intimamente conectada com a natureza, aquela que predominava quando ainda não havíamos nos separado totalmente de nossa origem e nos colocado arrogantemente acima dela. Quando ainda nos deleitávamos no abraço amoroso da Grande Mãe.
As populações nômades do Oriente Médio usam a designação lilith para nomear o espírito do vento e, neste sentido, a identificam com “o desapiedado Vento do Sudoeste que sopra, quente e perturbador, dos profundos desertos da Arábia e sobe em direção ao Norte e ao Oriente, nas regiões da bacia do Eufrates e do Tigre, com uma ação ruinosa especialmente no clima da Caldéia, onde era com certeza capaz de enfraquecer a vida humana”, escreve Roberto Sicuteri em Lilith. A Lua Negra.
É este mesmo vento sul que, no épico sumério Gilgamesh e a Árvore Halub, derrubou um choupo que crescia às margens do rio Eufrates. Encontrado pela deusa Inana, esta o plantou em seu jardim e cuidou dele, esperando ele crescer, para que pudesse fazer de sua madeira um trono e uma cama. A árvore cresceu e engrossou, e em sua base uma serpente imune a encantamentos fez seu ninho, a fêmea da feroz ave Anzu instalou seus filhotes na coroa, enquanto no meio a escura donzela Lilith construiu sua casa. Gilgamesh, o heróico rei pastor de Uruk, matou a serpente e espantou a ave para a montanha, fazendo com que Lilith destruísse sua casa e fugisse para o deserto.
Mas a forma mais conhecida de Lilith é como a serpente do paraíso, guardiã da árvore da vida, esta árvore que se ergue entre muitas no jardim primordial e que estabelece uma conexão entre os mundos, aprofundando suas raízes nas entranhas da terra e elevando sua copa às alturas celestes. O tronco representa o espaço do mundo criado, a conexão entre céu e terra.
Comer de seus frutos foi a primeira proibição do deus masculino aos seres humanos, numa tentativa de romper esta conexão. Mas Eva, a mãe de todos os viventes, dando ouvidos à sabedoria ancestral da serpente, trouxe a consciência discriminativa para a humanidade, com todas as suas consequências. E a Árvore da Vida se transformou na Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal. O estado paradisíaco se transformou na percepção da dualidade, que demanda de cada pessoa um posicionamento diante do bem e do mal, da vida e da morte. Como transmissora da consciência discriminativa, a serpente constitui igualmente nosso caminho de volta para a centelha divina interior.
Mas para seguir este caminho, precisamos acolher em nós aqueles aspectos que foram rotulados de ‘mal’ e que suprimimos e ocultamos na mais profunda escuridão interior. Quando empreendemos nossa jornada em busca dos aspectos obscuros e esquecidos de nossa alma, precisamos enfrentar todos os nossos demônios e é de grande ajuda saber que eles apenas se tornaram isto, porque foram excluídos da nossa vida, assim como Lilith foi excluída e se retirou para o deserto, onde incessantemente gesta e pare uma legião de demônios, os filhos de sua criatividade original rejeitada.
Mas são exatamente estes aspectos perdidos de nossa alma que nos atraem, que nos chamam para esta jornada em busca de nós mesmos. Quando somos capazes de acolher em nós todos os nossos aspectos, todo nosso poder, todo nosso brilho, manifestamos plenamente nosso ser e nos tornamos aquilo que somos desde a origem: emanações individualizadas da sabedoria divina.
Quando vamos ao encontro do desconhecido, encontramos a nós mesmas e a totalidade do cosmos. Reinserimos nossa alma individual na alma do mundo.
Unificamos em nós a criatividade humana e a sabedoria divina.
Lilith e Sophia, enfim juntas!"

Monika Von Koss