O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, fevereiro 08, 2016

UM NOVO PARADIGMA

 
 
 
RESPOSTA ATRASADA
A UM COMENTÁRIO DE UMA LEITORA
 
Eu acho que nós precisamos viver separadas dos homens!!!! Eu sinto que isso é um tabu entre as mulheres praticantes da nova consciência...porque não nos separarmos???? Precisamos de espaço, tempo, pra criar !!! Pra criar e agora teremos consciência pra nunca mais nos deixarmos sermos traídas/violentadas novamente..... Gatos mesmos vivem sós porém quando as fêmeas engravidam as outras fêmeas se juntam a ajudam. Eu enxergo mais ou menos assim...É de nossa barriga que vai sair nós temos o poder...

 A. N. junho 28, 2015
 
Eliminar
Blogger -  Obrigada pela coragem de dizer o que poucas mulheres conseguem verbalizar...e desculpe de nunca lhe ter respondi a este comentário...mas agradeço as suas palavras e a expressão do seu sentir.  De facto é um tabu enorme essa ideia das mulheres poderem viver sós e entre si ou o de criar  uma comunidade só de mulheres; essa ideia será sempre  rejeitada mesmo por mulheres traídas e subjugadas ou até violadas porque elas são quase sempre  maltratadas pelos homens e a sociedade de uma forma ou de outra e no entanto  elas não tem qualquer consciência de como foram usadas colonizadas e instrumentalizadas. O problema é que a mulher está prisioneira deste sistema secular e dessa mentalidade assim como dos padrões e valores  impostos pela sociedade em que vive que depende exclusivamente da economia e do dinheiro onde tudo depende e pertence ao Homem...mesmo as mulheres que se julgam emancipadas, dentro do Sistema, sofrem as influências dele por só usarem a mente e o intelecto e deslingando-se da sua natureza ctónica e  telúrica; na verdade é o próprio sistema e a família  que anula  logo a nascença as mulheres impedindo-as de manifestar minimamente aquilo que são intrinsecamente - daí dizer-se ou  pensar-se que "a mulher não nasce mulher" ...Pensar assim é um erro crasso ou apenas válido tendo esta conta esta premissa.
 
SOCIEDADES MATRIACAIS: "Faz sentido que "qualidades "femininas" tais como o cuidado, a compaixão e a não-violência fossem altamente valorizadas nestas sociedades. O que não faz sentido é concluir que as sociedades em que os homens não dominavam as mulheres eram sociedades em que as mulheres dominavam os homens." [...] Riane Aisler
 
 
Neste Sistema Patriarcal tanto o homem como a mulher estão condenados a PRODUZIR-CONSUMIR E MORRER, mas ainda com o agravante de ser a mulher a serva do homem ou a escrava de um escravo.
A sociedade patriarcal é no seu fundamento e tem como expressão natural e inerente a si a opressão da mulher e serve-se dela em seu benefício o que significa efectivamente a mulher "ser" (viver)  apenas em função do homem e ao seu serviço. Essa Ordem foi assim estabelecida desde o inicio do patriarcado e nunca poderá ser diferente enquanto ela for dominada pelo Homem. Nele a mulher é apenas a esposa e a mãe dentro da casa e no seio da família, e fora de casa ela é a prostituta. Este é o quadro geral desta sociedade ainda que com uns pozinhos de mudança e de liberdades aparentes (ela já pode trabalhar fora de casa) para na verdade essas liberdades concedidas às mulheres ainda servirem melhor o homem...no caso da sexualidade já nem é preciso ter que pagar a uma prostituta para lhe dar prazer que tem obtém em casa porque as mulheres lutam e competem entre si para se darem em "liberdade" (iguais) aos homens ("fodamos") sem que eles precisem pagar ou casar. Os homens tem então ao seu dispor e em qualquer situação mulheres dispostas a darem-se  porque já não precisam vender o sexo, porque vendem a sua força de trabalho - portanto são duplamente reprodutivas...para os homens - aliás triplamente: barrigas de aluguer, objectos sexuais e forças de trabalho - são elas que sustentam o grande capital e as maiores fortunas...Não esqueçamos que as maiores fortunas do Planeta são alimentadas por mulheres: a Zara, o  Ikeia, e Bill Gates...

Enfim, minha amiga, neste quadro geral e dentro do sistema, se a mulher, sem meios de sobrevivência por si,  não estiver ao serviço do homem, do mercado de trabalho e em função do pai e do filho, como poderia a mulher ser ELA MESMA, viver para si e libertar-se realmente?
Como poderia ir viver para a Natureza?
Sim, suponha que íamos para uma aldeia vazia ou para uma Floresta...não deixaríamos de ser perseguidas e atacadas ou condenadas de muitas maneiras.
Portanto a não ser que, dentro da cidade, havendo  pequenos grupos de mulheres conscientes de tudo o que se diz aqui ...se juntassem numa casa  (várias casas) e fizessem pequenas comunidades camufladas onde se protegessem umas às outras e não rivalizassem entre si, deixando de lutar umas com as outras por causa do "seu" homem, talvez pudéssemos sonhar com algo assim, mas as mulheres em geral e infelizmente ainda estão muito longe de ter essa consciência de si, do seu valor real e do seu poder interior; elas apenas se baseiam e vivem por cálculo e ainda apenas no mundo exterior em luta pelo poder do homem e tendo apenas em conta a economia e o dinheiro e só confiam no poder da mente e do intelecto; elas não valorizam a sua intuição, não se guiam pelo seu coração nem tem noção do sagrado da vida. Sobretudo as feministas, perderam muito do seu poder como MULHERES por se basearem apenas no seu corpo e no sexo e mundo exterior, no materialismo...Elas renegaram o poder do útero como força primordial, não deram espaço à sua mística nem ao poder do feminino sagrado, nem à Mãe como a grande geradora da abundância, à própria Natureza tão pródiga e subestimam a sua força, assim como a sua mulher selvagem...a mulher genuína que outrora foi Senhora de si e Deusa. Elas deram toda a força e o seu poder pessoal ao homem e à mente e seguiram as pisadas do Homem da sua educação e do seu Sistema, desligando-se do Principio Feminino e dos valores do feminino ontológico...
A mudança de Paradigma que tanto ansiamos não sei se acontecerá no nosso tempo de vida, pelo menos do meu, porque das duas uma, ou a mulher ancestral acorda em si o seu potencial e nos faz unir em força de vida e de dentro, ou a Natureza Mãe se encarregará de demolir tudo o que foi criado à custa sacrifício d' ELA,  da mulher e da Natureza. Nada virá do Sistema, nem do exterior quanto a mim,  porque vindo do Sistema e de fora e na luta pelas armas, sejam elas quais forem as armas da mulher, eu não acredito na mudança pela força bruta,  pois "quem com ferros mata com ferros morre",  e é o que o Homem faz há milénios, mas através de pequenos focos, contentores e germinadores de uma nova consciência a partir de dentro, de cada ser de cada mulher, do mesmo modo que parem os seus filhos - assim pariremos um Mundo novo. Pequenos focos de mulheres resilientes e focadas em si mesmas indo ao encontro do seu potencial de magas, bruxas, sacerdotisas e feiticeiras...transformando-se no seu corpo-caldeirão e  na sua psique, contactando a sua alma, as suas ancestrais e unindo-se ao seu Espirito, tomando cada uma individualmente consciência visceral do seu poder interior, dos seus fluxos e refluxos, do seu corpo templo sagrado, do seu sexo pleno, todo o seu ser  energia e seiva e sangue e carne e águas percorrendo os seus labirintos interiores  onde a mulher se reencontra e honra a Mãe, a Natureza Mãe  e Gaia.
Sim, é do nosso Útero que vai sair o poder...de gerar uma nova forma de vida...plena e consciente. E aí sim o Filho reconhecerá a Mãe e a honrará também.
fevereiro 08, 2016
           rosa Leonor pedro
Eliminar

Sem comentários: