O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, março 18, 2016

A ENERGIA DA EMOÇÃO NEGATIVA




COMO AS NOSSAS EMOÇÕES FILTRAM
E DISTORCEM A REALIDADE


A nossa forma de ver e interpretar os factos é influenciada pelas emoções negativas que guardamos. Elas agem como um filtro que distorce a realidade e leva-nos a agir de uma forma que gera mais sofrimento para nós e para outras pessoas.

É muito fácil observar isso quando estamos com muita raiva de alguém. Os nossos pensamentos e acções são dominadas pela emoção e o nosso diálogo mental torna-se intenso e agressivo. Essa negatividade poderá manifestar-se em forma de acções ou agressões verbais, mesmo quando sabemos que essas não são as melhores formas de lidar com a situação. Mas a força da emoção toma conta dos nossos pensamentos e em muitos casos simplesmente deixamo-nos levar por esse impulso. É como se fosse uma entidade que toma conta de nós temporariamente.
Algumas pessoas que são mais conscientes desse processo preferem não dizer nada no momento da raiva pois sabem que suas palavras e acções serão desproporcionais, inconsequentes, e irão causar mais problemas. Sendo assim, elas preferem esperar e deixar que a emoção diminua de intensidade para só depois tomar alguma providência prática. De alguma forma elas sabem que uma acção contaminada pela raiva irá trazer ainda mais sofrimento e conseguem ficar conscientes disso mesmo durante o "ataque" da emoção.
A energia da emoção negativa, seja ela qual for, age como um ser que se deseja alimentar e fortalecer e usa-nos para essa finalidade. Por isso, no momento em que essa negatividade se manifesta em nós ela rapidamente toma conta dos nossos pensamentos gerando argumentos e diálogos bastante convincentes que servem apenas para alimentar aquele estado emocional e gerar mais sofrimento. Não somos mais nós que estamos pensando mas sim, a raiva ou mágoa, tristeza, medo ou qualquer outro sentimento (ou combinação de sentimentos) que está a pensar por nós.
Quando este processo ocorre é que como se estivéssemos num estado de transe. Estamos hipnotizados pelos pensamentos que surgem, acreditamos e damos-lhe razão e assim alimentamos a negatividade que está dentro de nós.
Todo essa negatividade é composta apenas por pensamentos e sentimentos, é só uma energia. É como se fosse um pesadelo que temos enquanto estamos acordados. Um pesadelo nada mais é do que um monte de pensamentos carregados com emoções negativas que são produzidos pela nossa mente enquanto estamos a dormir. Durante o sono, tudo aquilo parece muito real, não temos consciência da nossa verdadeira realidade. Ao acordarmos, sentimos alívio e damo-nos conta que foi apenas um sonho mau.
Quando estamos tomados pela negatividade durante o dia, é como se um pesadelo se tivesse instalado na nossa mente, em pleno estado de vigília. É preciso então acordar, ou seja, ver que aquilo tudo é apenas energia mental e emocional que deseja crescer.
É importante tomar conhecimento desses mecanismos que o ego utiliza para se fortalecer e perpetuar a negatividade que existe dentro nós. Assim podemos observar e não cair na armadilha, ou pelo menos vamos diminuir a chance que isso ocorra. É preciso que estejamos lúcidos, nem que seja apenas uma parte dentro de nós, para não embarcarmos cem por cento nos pensamentos e sentimentos que estão sendo gerados naquele momento. A parte lúcida estará presente observando toda a turbulência que ocorre. Ela será a nossa âncora para não perdermos a sanidade.
Contaminados pelos sentimentos negativos e sem nos darmos conta disso, reagimos de uma forma desproporcional ao facto, tomamos atitudes que causam mais problemas, não vemos a nossa responsabilidade em termos contribuido para aquela situação, distorcemos os factos, exageramos... Criamos um mundo de sofrimento. Isso ocorre por que a emoção está a turvar a nossa percepção e agindo em nosso lugar.
O papel de um terapeuta nestes casos é ajudar a trazer à tona as emoções negativas da pessoa. É necessário recobrar a lucidez. As acções que brotam de um estado de lucidez não alimentam mais a negatividade.
Ao dissolvermos as emoções negativas passamos a ver a situação de fora, do ponto de vista do observador. É como se começassemos a ver a situação da mesma forma que uma pessoa sábia que está de fora dela sem qualquer contaminação de negatividade.

André Lima

1 comentário:

Vânia disse...

da maior utilidade. muito obrigada. um bom dia.