O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, setembro 07, 2016

A salvação na nossa era

“Onde há perigo, surge a salvação”.

"Uma grande tragédia do nosso mundo é o facto de a verdade harmoniosa desde o casamento de opostos ter sido esquecida num desastroso excesso de ênfase daquilo a que podemos chamar valores de poder, controlo e domínio “masculinos” negativos. Este desequilíbrio resultou na catastrófica crise global que pode ser vista na nossa adoração hierárquica económica, cultural e política; no crescimento de diferentes e letais fundamentalismos; na nossa obscena violação da natureza e da Terra; e nas nossas visões religiosas do divino desnaturam a matéria, desonram a sexualidade, desvalorizam o poder sagrado das relações e debilitam radicalmente a santidade da própria vida. O resultado é o perigo apocalíptico potencialmente terminal que actualmente nos ameaça e desespera, e a falta de significado e a sensação de desespero que a todos ameaça. No entanto, como nos lembra o grande poeta Holderling: “Onde há perigo, surge a salvação”. 

A salvação na nossa era, penso eu, assenta na completa e total reconstrução do feminino – a Mãe – em todos os estados de espírito, aspectos, qualidades, paixões e poderes. Somente o regresso da noiva banida e degradada em todo o esplendor, pode restituir um casamento sagrado autêntico entre o masculino e feminino capaz e resplandecente a todos os níveis da nossa vida tanto interior com esteriores.... Com o regresso da Mãe, a raça humana pode uma vez mais ser infundida com a sua compreensão de interdependência, com a sua identificação com todos os seres sencientes em ilimitada compaixão, o seu grande apelo de justiça para todos e com todo o seu terno apreço à vida. Somente a sabedoria e amor desta Mãe em acção em todas as áreas da vida pode agora salvar a raça humana. O grande sábio indiano Aurobindo escreveu: "Se existir um futuro, ele irá usar a coroa do modelo feminino”. (...)
Excerto do Pósfácio de: DEUSAS DA GALERIA CELESTIAL

do pintor tibetano Romio Ahresth – escrito por Andrew Harvey

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