O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, abril 30, 2016

1º de MAIO


"A PUREZA EXTREMA
É NÃO ESTRANHAR NADA"
Tchoang-Tsé

@ ESCRIT@R@



(…) “Apesar de todas as amizades, sempre na vida estamos sozinhos; o que é mais grave, mais doloroso, exactamente como o que é mais belo, passa-se apenas connosco. Entre um homem e outro homem (entre um ser humano e outro ser humano, diria eu) há barreiras que nunca se transpõem. Só sabemos, seguramente, de uma amizade ou de um amor: o que temos pelos outros. De que os outros nos amem nunca poderemos estar certos”  - AGOSTINHO DA SILVA


ESCREVER PARA SI OU PARA OS OUTROS?


Penso que um/a escritor/a nunca se deveria expor nem sequer sociabilizar para se manter fiel a si mesm@ e intact@ - porque vê o que vê e diz o que diz doa a quem doer e tem sempre um alto preço a pagar...Aliás um/a escritor/a só fala da sua dor...e a espelha aos outros, diga-se dor ou amor...é a mesma coisa. Às vezes ódio...ou raiva. Essa é uma das razões porque um@ escritor@ de facto nunca se devia expor aos outros, ter intimidade com alguém - tal como o asceta - ou dar-se ao  publico ou criar amizades, dar confiança - ninguém entende um escritor e já não falo do poeta...porque esse muito menos ainda e ou é asceta ou não é poeta...


@ escritor@ como alguém que escreve e sem qualquer pretensão de "escritor", como é o meu caso, mas que escreve com a alma e o coração, com tudo o que é e sente e @ fere, só pode ter um intuito e uma função que é de dizer o que sente e nada mais importa, nem como o diz ou o faz, desde que seja para si mesmo, a sua força e a sua consciência de ser igual a si, mas não seria honesta dizer que o escritor@ não quer ser lid@, não. Esse é o paradoxo do escrit@r...quer e não quer...

Um@ escritor@ quer ser lid@ e talvez amad@ mas não deve procurar porém o sucesso ou a fama e nem sequer vender nada, porque isso implica vender-se a si mesm@ sempre, ter de agradar...Vender-se ao editor ou à empresa ou ao publico que o prefere. Por isso são raros os grades escritores e poetas...como o foi Fernando Pessoa e Herberto Hélder e outros que agora não me lembro. Ah! não, longe de mim comparar-me aos grandes. Sou como digo apenas uma escriba, uma amadora da palavra, falta-me ser asceta...e talvez renunciar definitivamente a este mundo de enganos, mentiras e ilusões que são as relações humanas. Mas isso também se calhar seria a libertação definitiva e não haveria mais nada sobre que escrever - pois o drama humano ou a ferida da encarnação talvez cessasse... e essa seria a via do renunciante ou do iluminado e não d@ poet@ que vive o seu próprio drama, insolúvel talvez...até morrer...


(Não eu não falei da Mulher nem da Deusa - esse é contudo o imperativo maior da minha alma como finalidade na Terra, isto é outra história dentro de uma História)
rlp

sexta-feira, abril 29, 2016

UM HOMEM




TER DISCERNIMENTO



"Só no ato do amor – pela límpida abstração de estrela do que se sente – capta-se a incógnita do instante que é duramente cristalina e vibrante no ar e a vida é esse instante incontável, maior que o acontecimento em si.
No amor o instante de impessoal joia refulge no ar, glória estranha de corpo, matéria sensibilizada pelo arrepio de instantes. - Clarice Lispector

"A mente devia ser mantida no coração enquanto não alcançar o Mais Alto Fim. Isto é a Sabedoria, e isto é a libertação. Tudo o mais não passa de palavras."
OS UPANISHADES

TER O DISCERNIMENTO
DO DISCERNIMENTO

"Eu entendo por discernimento a diferenciação certa entre a realidade percebida e a possibilidade da ilusão nessa percepção.

Eu não confundo discernimento e fé, porque a fé pode ser uma criação pessoal (mental ou emotiva) enquanto o discernimento é uma certeza concebida numa consciência superior do ser quanto à realidade ou à verdade consideradas.

Toda a certeza é o resultado de uma experiência; a certeza é relativa se ela for o fruto de uma experiência sensorial ou emotiva e mental; ela é indubitável se ela é o fruto de uma experiência espiritual real de identificação.

A identificação é a união de uma parte do ser com o objecto de contemplação, quer este objecto esteja situado ou não dentro do domínio da percepção sensorial.

A identificação verdadeira é uma comunhão daquele que percebe com o que é percebido, comunhão que exclui toda a intrusão de noções estrangeiras à realidade do objecto percepcionado: ela exige portanto a eliminação de todas as noções ou impressões, que poderiam alterar a integridade da percepção, quer dizer que ela necessita da neutralidade total obtida momentaneamente seja pela mestria seja por acidente. (…)

O DISCERNIMENTO DO DISCERNIMENTO É A POSSIBILIDADE DE DIFERENCIAR SEM ERRO A QUALIDADE DA IDENTIFICAÇÃO: CERTEZA E PROBABILIDADE.

O tempo não mede o valor de uma luz (relâmpago) de discernimento; esta luz é um momento de Sabedoria (Conhecimento verdadeiro). Um Sábio pode ter mais ou menos frequentemente esse momentos de “discernimento”: eles nunca são contínuos tanto quanto esse Sábio está obrigado a passar pelas coisas relativas e a contingências da vida terrestre.

O discernimento do verdadeiro discernimento supõe, no ser humano que o quer exercer, o conhecimento experimental dos seus diversos estados de consciência e a qualidade do seu testemunho.

Então só assim o nosso discernimento terá um valor de realidade, e nos permitirá procurarmos em nós mesmos as respostas.”

In L’ Ouverture du Chemin – de Isha Schwaller de Lubicz

rlp

NÃO TE ESCREVAS


Não te escrevas
entre os mundos ,

...
ergue-te contra
a variedade de sentidos ,

Confia no rastro das lágrimas
e aprende a viver 

  


Paul Celan , in a Morte E Uma Flor




“Embora muitas pessoas pensem que o amor as libertará da solidão, a verdade é que é a capacidade de estar só que permite a disponibilidade para o amor. Quando deixarmos de acreditar que o outro nos vai salvar, quando deixamos de esperar que ele ponha fim às nossas angústias, podem surgir novos laços.”*

Pela capacidade de estar só acede-se a uma solidão, que confirma que é possível tomar conta de nós mesmos e de regularmos o nosso amor – próprio. Cria-se então, no interior de nós, um espaço disponível para o outro, e para uma forma mais autêntica de amar, porque este passa a ser escolhido numa noção de continuidade de quem somos e do que nos convém.
Perder a noção do nosso eu, ou o escondermos na ânsia do amor a todo o custo, arriscamo-nos a uma total dependência e confusão entre nós e o outro. É a passividade no jogo da relação. E revelá-lo tarde demais, seria desastroso.


Publicada por cristina simões


INCALCULÁVEL IMPERFEIÇÃO

* Marie – France Hirigoyen As novas solidões, na era da comunicação estamos todos mais sós Caledoscópio

quinta-feira, abril 28, 2016

SOU A TUA ALMA...



DIÁLOGO NA SOMBRA

A . — Quisera saber como és feito por dentro ... Como é a tua vontade por dentro, que coisas há naquela parte do teu sentir que tu não medes que sentes.
E . — Tão feminina nisso ... E és da matéria das coisas irreais!
...
A . — Quando levantas um braço eu queria saber porque coisas do além, tu levantas esse braço ... O que há por detrás de o tu quereres levantar e de saberes porque o queres levantar? Vim contigo há tanto e não sei quem tu és... Reparo às vezes nos pequenos gestos que fazes e vejo quão pouco sei de ti ...
E . — Eu próprio não sei quem eu sou ... Meus gestos são entes estranhos quando reparo neles, e sombras incertas quando não reparo. São uma perpétua revelação a mim próprio. Sou tão exterior a conhecer‑me como o mundo externo ... Entre o meu querer erguer um braço e ele erguer‑se vai um intervalo divino ... Transponho, entre pensar e falar, um abismo sem fundo humano.
A . — Eu sou simples como uma pedra no caminho ou uma rosa numa roseira.
E . — És simples porque não te espelhas em ti. Uma pedra no caminho é (atónita) um mistério igual a Deus ... Uma rosa numa roseira é tão compreensível como a Vida ...
A . — Olho‑te e amo‑te e não te possuo nunca. Floriram em (...) as rosas do meu jardim ... Acompanho‑te e perco‑te sempre que olho para ti.
E . — Eu próprio não me acompanho ... como poderás tu acompanhar‑me? Vejo meus pés andar como quem vê passar um cortejo humano nas distâncias e na noite ... Reparo na minha sombra como numa face desconhecida que espreitou de fora à janela da minha moradia ... Não compreendo nada ... Não compreendo nada.
A . — Mas há coisas que tu compreendes e que nunca me confessas. Falas‑me dos teus amores e dos teus desejos mas eu sinto que guardas para ti, fechada na mão, uma jóia qualquer do teu sentimento. Porquê se eu te amo e se somos um só?
E . — Porque nunca somos um só. Aquilo que eu não te digo, apesar de habitarmos juntos este palácio e juntos pensarmos neste jardim. Segredo‑o a mim quando estou mais só e nem ergo a voz, para que me não ouça não sei quem que me não pode ouvir.
A . — Sou a tua Alma e a mim‑próprio não me contas tudo! Passou ontem uma brisa leve pelo jardim. Trouxe perfumes de outros jardins [...]

Fernando Pessoa

sou um temperamento feminino com uma inteligência masculina.


AS GRANDES ALMAS NÃO TEM SEXO...


"Não encontro dificuldade em definir-me: sou um temperamento feminino com uma inteligência masculina. A minha sensibilidade e os movimentos que dela procedem, e é nisso que consistem o temperamento e a sua expressão, são de mulher. As minhas faculdades de relação — a inteligência, e a vontade, que é a inteligência do impulso — são de homem.

Quanto à sensibilidade, quando digo que sempre gostei de ser amado, e nunca de amar, tenho dito tudo. Magoava-me sempre o ser obrigado, por um dever de vulgar reciprocidade — uma lealdade do espírito — a corresponder. Agradava-me a passividade. De actividade, só me aprazia o bastante para estimular, para não deixar esquecer-me, a actividade em amar daquele que me amava.
Reconheço sem ilusão a natureza do fenómeno. É uma inversão sexual fruste. Pára no espírito.

Sempre, porém, nos momentos de meditação sobre mim, me inquietou, não tive nunca a certeza, nem a tenho ainda, de que essa disposição do temperamento não pudesse um dia descer-me ao corpo. Não digo que praticasse então a sexualidade correspondente a esse impulso; mas bastava o desejo para me humilhar. Somos vários desta espécie, pela história abaixo — pela história artística sobretudo. Shakespeare e Rousseau são dos exemplos, ou exemplares, mais ilustres. E o meu receio da descida ao corpo dessa inversão do espírito — radica-mo a contemplação de como nesses dois desceu—completamente no primeiro, e em pederastia; incertamente no segundo, num vago masoquismo." - fernando pessoa

AH COMO O TEMPO envelhece...


"O Tempo, que envelhece as faces e os cabelos, envelhece também, mas mais depressa ainda, as afeições violentas. A maioria da gente, porque é estúpida, consegue não dar por isso, e julga que ainda ama porque contraiu o hábito de se sentir a amar. Se assim não fosse, não havia gente feliz no mundo. As criaturas superiores, porém, são privadas da possibilidade dessa ilusão, porque nem podem crer que o amor dure, nem, quando o sentem acabado, se enganam tomando por ele a estima, ou a gratidão, que ele deixou. (...)
Estas coisas fazem sofrer, mas o sofrimento passa. Se a vida, que é tudo, passa por fim, como não hão-de passar o amor e a dor, e todas as mais coisas, que não são mais que partes da vida?"



Fernando Pessoa
29/XI/1920

A MATRIZ ORIGINAL



Qual é o seu lugar? Reconhece-o?

"- Tenho dificuldade, não sei. É o lugar natal? É o útero da mãe? É a matriz original?
A que lugar se refere? Ao lugar em que entro numa espécie de meio amorfo de felicidade ideal e inexistente? Então, não me interessa um lugar assim. Se o lugar que procuro é realizável, apesar de utópico, então sim." - José Gil


Nos meus altos e baixos, nos meus reveses, nas minhas lutas e fúrias internas, nas minhas contradições e paradoxos, nos meus amores e nos meus desamores...nesta mistura constante e veloz alternada voluptuosamente entre a dor e o prazer, e que se misturam alquimicamente dentro de mim, acima de todas as antinomias, é que sou transportada ao mais puro êxtase, ligando-me a essa corrente de vida que me dá acesso ao mais elevado estado de Consciência.
Desdenhem-me os mornos e os mansos, os tíbios e os "bem intencionados" da moral vigente, que chegarão a algum lado permanecendo só de um lado da vida...
Ah os mancos da vida...que tanto pensam no céu, e vivem criando o inferno à sua volta...
A Terrra tem uma saída sim, quando cada mulher souber quem é, e for fiel à sua essência de Mater a Matriz, como Matriz Original.
A dualidade inerente à manifestação (Materia-Energia) que se manifesta nos polos opostos (complementares e não antagónicos) tem um meio de ser integrada... ao meio, ao centro, dentro de cada ser humano, mas cada ser humano precisa de ter consciência de si para além dessa dualidade, mal e bem, macho e fêmea, ao nívil psíquico, anímico e espiritual, o que não têm, separando e dividindo tudo.
A espiritualidade à partida, digo a religião muito particularmente, é o pretenso meio de se atingir isso...mas apontando para algures no céu e um deus e não para dentro do indivíduo e do seu potencial anímico.
E o que está em causa aqui é apontarmos para dentro e para a CONSCIÊNCIA do SER e não do ter, como o faz esta sociedade alienada...O Ser Humano pode atingir essa consciência da Consciência dentro de Si, se se elevar equilibradamente - quer dizer mantendo os pratos... da Balança (Justiça e verdade - Maat) ao mesmo nível.
Ora essa Conciência do SER EM SI, não se faz sem que a Mulher seja respeitada e elevada a sua condição de mediadora das forças cósmico/telúricas.
No entanto essa mulher realizada, no início foi através da difusão da ideia/ religião/cultura de mal associado à mulher, atingida no seu cerne e dividida ao meio, impedida assim de ser o instrumento de realização do homem também.
Todo o drama desta humanidade passa pela separação, e o mais grave pela divisão intrínseca na Mulher. Ao dividir-se a mulher em dois arquétipos, como nomeadamente a religião católica fez, a mulher cindida ("a virgem e a pecadora" - uma mulher em casa e a outra no prostíbulo) a mulher verdadeira integral deixou de existir em si, como indivíduo, para se tornar mera escrava do homem (e este, mero escravo do trabalho), das funções reprodutores e do seu prazer, e assim a mulher ainda é brutal ou sofisticadamente tratada nos nossos dias neste mundo...
Escamotear isto, é querer continuar na mais pura ignorância e alimentar o caos da nossas sociedades.

Rosa Leonor Pedro

quarta-feira, abril 27, 2016

A Amizade entre mulheres



 Ou a Lealdade feminina...


(excerto de texto publicado em 2002)


(...)
Durante anos e anos as mulheres traíram-se umas as outras pelo amor de um homem...fosse o pai, o marido, o filho ou o amante...
Durante anos e anos as mulheres traíram a confiança umas das outras para obter a atenção e os favores de um homem...durante anos e anos as mulheres traíram a melhor amiga para conseguir um emprego ou um lugar de destaque na firma ou nos bastidores de qualquer palco…
Durante anos e anos as mulheres traíram a sua essência e foram piores do que Judas na vida umas das outras...sempre prontas a denunciar a incriminar a mandar para a fogueira as suas rivais…as mais ousadas, as mais bonitas, as destemidas, as mulheres corajosas e as que se atreviam a quebrar as algemas com que a sociedade e as religiões as agrilhoou…

Como é famoso o antagonismo entre irmãs ou amigas por causa de um homem…entre a nora e a sogra…Como é velha a disputa entre a mãe e a filha por causa do amor do pai…como é extenuante a rivalidade das mulheres do cinema e das telenovelas aos puxões de cabelos umas as outras e entre as actrizes…e como os homens gostam e perpetuam isso…
Em séculos de repressão e perseguição pelas religiões, as mulheres foram sempre as maiores aliadas dos homens e dos padres…por medo e intriga, por um lugar na missa ou na sacristia, no bordel ou na fábrica… foram durante anos e anos as mulheres as maiores inimigas umas das outras…durante anos e anos as mulheres viram na outra mulher a inimiga e a rival que lhe iria roubar o homem…e elas tudo fizeram para destruir essa outra mulher por quem se sentiam ameaçadas sem saberem que a “outra” mulher era ela mesma na sua outra face…que ela era afinal a sua face ignorada, esquecida e calada durante anos e anos…séculos…e que a “outra” era apenas a sua face de mulher reprimida de mulher reduzida a mero objecto de prazer e procriação, ao serviço do macho.
Será que hoje as mulheres se dão conta dessa separação e desse ódio?
Será que hoje existe uma “Lealdade Feminina”?

Não, as mulheres ainda não são livres nem amigas, capazes de trocar o abraço de um homem para serem fiéis a si ou a uma outra mulher ou à Deusa, à sua revelação ou à sua manifestação, trocando esse velho mito do Príncipe Encantado e do amor romântico...essa escravidão ao Senhor por amor de si mesma e das suas irmãs…
Não, de forma alguma. A verdade é que esta não é ainda uma realidade e que as mulheres se continuam a trair e a trair as suas irmãs com o medo de perderam uma boa cama ou o abraço de um homem, uma posição social que lhe dá um falso valor e que as nega como indivíduos…
As mulheres continuam a fazer tudo pelo “amor” de um homem, sujeitando-se o obedecendo aos seus caprichos e ordens… Elas são incapazes de dar um passo para se amarem a si mesmas em vez da obsessão do macho…e do amor que as há-de salvar do vazio de si mesmas!

Como tantas vezes vi e confirmei, as mulheres continuam a ser as inimigas umas das outras. Por isso eu não creio na lealdade feminina; para haver lealdade feminina a mulher tem de se conhecer primeiro e integrar a “outra”, a mulher-sombra, essa outra que ela só vê fora…


Por isso essa dita “lealdade feminina” tão desejada e já esboçada como um ideal, não se pode manifestar, a não ser nessas poucas e raras mulheres que se dão conta dessa dicotomia em si e começam a perceber que essa velha inimizade e intriga – criada pelos homens e pelo sistema falocrático que as dividiu assim para poderem reinar – foi o que as impediu de evoluir e criar laços profundos com outras mulheres, e assim começam a ser capazes de se darem sem medo de perder o parceiro e abrem-se umas as outras sem esse velho pavor de perder o homem ou o seu emprego ou mesmo a sua reputação; medos que as dominavam por inteiro há décadas…
Mas são raríssimas as mulheres capazes de abandonar o homem pela carreira ou que fazem uma escolha sua de viver a sua vida de acordo com os seus sentimento e emoções. Sim, são tão poucas as mulheres capazes de serem elas por inteiro e de serem fiéis a si mesmas!

Rosa Leonor Pedro

A EMANCIPAÇÃO DAS MULHERES ACABOU NISTO?



"A reivindicação de uma igualdade com o homem não é senão a manifestação de uma mentalidade de escravidão.
E qualquer mulher que tenha contacto profundo com a sua feminilidade detesta esta posição.
Ela não quer parecer-se com o homem.
Ela está intimamente persuadida da perfeição do seu estatuto, da sua riqueza biológica e psíquica, da sua nobreza interior.
(…)
...
A verdadeira realização começa com a afirmação de uma diferença não só biológica, mas espiritual."
in Femme Solaire de Paul Salomon


A EMANCIPAÇÃO DAS MULHERES ACABOU NISTO?


Primeiro, as mulheres quiserem agradar desesperadamente aos homens (as donas de casa, sexo na cidade) e de todas as maneiras, agora querem ser como eles de todas as formas e feitios e a qualquer preço...Cada dia que passa, a mulher é menos Mulher em si...e mais igual ao homem...só mantém uma aparência "feminina" - digo, de travesti - de acordo com a moda dos estilistas gays...que a representam ou a esquelética e vazia maria-rapaz......sem seios nem barriga ou quadris, ou então dos esteticistas...que a representam cheia de silicone e botox...e bum-bum etc.
Escapam algumas mulheres corajosas, que se aventuram no resgate da sua essência e feminitude...porque, o feminismo em geral...é só de "direitos e igualdades", nada de essências...nem alma nem nada de interioridade...
Não toca alma nem a psique e menos ainda o espírito!
A mulher comum no geral, é um mero corpo tido como objecto de prazer visual ou sexual - ou então objecto de reprodução ou barriga de aluguer...
Vamos lá desmistificar estas pseudo liberdades...que fizeram da mulher um ente vazio e sem identidade, medida pelas suas medidas e pela "paridade".



SIM, QUE IGUALDADE?

"A frustração é causada por uma sociedade que nos pede para sermos o que não somos e nos culpar por ser quem somos. Neste momento, tudo ainda é dirigido por homens; a mulher está em claro desequilíbrio. Para começar, é preciso equilibrar a igualdade do homem e da mulher " - Alejandro Jodorowsky

A falsa premissa de uma "igualdade" à partida (e não EQUILÍBRIO) entre os sexos levou homens e mulheres ao grande equívoco que hoje é generalizado até nas ditas espiritualidades de fins de semana. A verdade porém é que não podemos partir apenas de uma igualdade social e económica, nem mesmo psicológica, sem aprofundar as diferenças essências entre um sexo e outro e a psique masculina e a feminina...
Porque há características específicas...
Há diferenças que na verdade correspondem aos hemisférios cerebrais, sendo que a negação dessas diferenças e qualidades intrínsecas correspondente a cada sexo na manifestação, cavaram um fosso na humanidade que sobrevalorizou o lado racional e lógico - hemisfério direito, masculino - e menosprezou o lado intuitivo e emocional - hemisfério esquerdo, feminino. Assim, todos os atributos da mulher, como representante das qualidades inerentes ao hemisfério esquerdo, da mulher portanto, foram praticamente anuladas e depreciadas tais como: "são fúteis e frívolas" não ligar as "coisas de mulheres" nem às "conversas de mulher" ao ponto de as próprias mulheres esquecerem e negarem as suas capacidade inatas...intuição, percepção extrassensorial, receptividade, emoção, etc. e se tornarem de facto iguais ao homem...mentais, lógicas, racionais e agressivas...
E é essa a realidade mesmo as mulheres que comandam são homens de cabeça...e não tem coração...
É claro que ambos os sexos tem a sua componente oposta...mas primeiro ambos tem de expressar essas qualidades próprias e depois sim fazer a integração dos opostos...Por isto mesmo é preciso que haja sim EQUILÍBRIO ENTRE OS DOIS e não igualdade...



Rosa Leonor Pedro

segunda-feira, abril 25, 2016

falta a identidade a mulher






FALTA A IDENTIDADE DA MULHER


“A revolta da mulher é a que leva à convulsão em todos os estratos sociais; nada fica de pé, nem relações de classe, nem de grupo, nem individuais, toda a repressão terá de ser desenraizada
(...) Tudo terá de ser novo. E o problema da mulher no meio disto, não é o de perder ou ganhar, mas é o da sua identidade.”*

*Do livro Novas Cartas Portuguesas, Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta, 1972

25 de ABRIL...


ERA "PROIBIDO!
.
Casar com uma professora

.
Se uma coisa era proibida à mulher, à diferença do homem, antes de 1974, o trabalho não o era com certeza, embora a mulher casada só pudesse ter emprego com autorização do marido, o chefe de família, que, em qualquer momento, podia chegar junto do empregador da sua mulher e dizer-lhe:     «- Despeça-ma, se faz favor».
A Nação de Salazar não podia, por muito que lhe apetecesse, prescindir da mão-de-obra feminina, mais que não fosse por pressão dos empregadores, que necessitavam de braços mais baratos, e da realidade - mais um ordenado em casa, por pequeno que fosse, e era, significava não ter de optar entre comer e pagar a renda de casa.
[...]
Na Europa, a Mulher começava já a ganhar direito à independência económica, depois de vários anos de igual iniquidade, mas Portugal, aonde isto de direitos chegava com mais atraso do que a televisão a cores, via apenas com interesse a mulher trabalhadora prolongar a sua função maternal de cuidadora enquanto mestra se escola, ou enfermeira. Tratar dos nossos filhos, dos nossos velinhos, dos nossos doentes - a nobre missão.
E o Estado Novo, ciumento, se era forçado pelo correr dos tempos a abrir mão das suas donas-de-casa, enviando-as para o trabalho docente, tudo fez para que, pelo menos, se mantivessem donzelas. As mestras tinham a sua vida sentimental vigiada pela família dos alunos, pelo pároco da terra, pelo regedor de freguesia, pelo ministério e pela lei, que as proibia até de usar maquilhagem.
Preferencialmente deveriam ficar solteiras, casadas com o magistério primário e encarar o ensino como missão, a escola primária como convento. Mas se, apaixonadas, enveredassem pelo matrimónio, estavam proibidas de se casarem com homem que não tivesse meios financeiros superiores ao seu ordenado de mestre-escola.
O casamento de uma professora tinha de ser autorizado pelo Governo e os noivos, os homens, eram obrigados a apresentar dois atestados: um de bom comportamento moral e cívico e outro em como o futuro marido da professora auferia um ordenado superior ao da mulher, ou possuia meios suficientes para a sustentar, dispensando os rendimentos da professora. Caso contrário, o casório era proibido.
Esta norma só foi revogada depois do 25 de Abril, pela Constituição de 1976 e pelo decreto-lei 474, de 16 de Junho do mesmo ano.
O mesmo direito pôs fim também ao direito do marido de violar a correspondência da mulher, que foi lei em Portugal durante 90 anos consecutivos, a partir do parágrafo 1.º do artigo 461 do Código Penal de 1886. Mais extraordinário, porém, é o facto de se ter mantido em vigor até 27 de Maio de 1975, o artigo 372 do mesmo código que permitia ao marido matar a mulher em flagrante adultério ( e a filha em flagrante corrupção), sofrendo apenas o desterro de seis meses para fora da comarca. Esta atenuante extraordinária só era extensiva à mulher se a amante fosse por ele «teúda e mantéuda» na casa conjugal.
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António Costa Santos, "Proibido!" (2007)

sexta-feira, abril 22, 2016

A MULHER INSTINTIVA

"Como é que a mulher selvagem influencia as mulheres? Tendo-a como aliada, chefe, modelo e professora, vemos não só através dos nossos dois olhos, mas através dos olhos da intuição, que tem muitos mais. Quando afirmamos a nossa intuição somos como a noite estrelada: vemos o mundo através de milhares de olhos."*



"Temos que nos esforçar para as nossas almas crescerem de forma natural e alcançarem as suas profundezas. A natureza selvagem não exige que uma mulher seja de uma determinada cor, que tenha uma determinada educação ou um determinado estilo de vida ou que pertencça a uma determinada classe económica... Na verdade, ela não se pode desenvolver-se numa atmosfera de obrigação ou de correcção social e política, nem pode ser forçada  para que encaixe nos moldes antigos e caducos. Ela só se  desenvolve com o olhar puro e honestidade pessoal. Só se desenvolve com a sua própria maneira de ser.
Portanto, tanto faz que seja,  introvertida como  extrovertida, que seja uma mulher amante da mulher, uma mulher amante do homem ou uma mulher amante de Deus ou as três coisas ao mesmo tempo, tanto faz se  tem um coração simples como se for ambiciosa, como ser Uma Amazona, ou se quer chegar ao topo,  como lhe basta continuar divertindo-se até  de manhã, não importa se é alegre ou se é de temperamento melancólico,  se é esplêndida ou se é arrogante, a mulher selvagem  pertence a si mesma. Pertence a todas as mulheres.
Para encontrá-la, as mulheres devem voltar para as suas vidas instintivas, ir buscar os seus mais profundos conhecimentos. Por conseguinte, vamos andando agora mesmo e vamos recordar a nossa alma selvagem. Deixemos que sua carne volte a cantar nos nossos ossos. Despojemo-nos de todos os falsos mantos que nos deram. Compensemo-nos com o verdadeiro manto do poderoso instinto e a sabedoria. Entremos nos territórios psíquicos que nos pertenceram. Descobrir as vendas, preparar a medicina. Vamos voltar agora como mulheres selvagens que uivam, riem e cantam os louvores daquela que tantos nos ama.
Para nós a escolha não oferece dúvidas. Sem nós, a mulher selvagem morre. Sem a mulher selvagem, nós morremos nós. Para a vida, para a verdadeira vida, ambas temos que viver."*

*Clarissa Pinkola estés
Mulheres que correm com os lobos (Introdução)

Do feminino subterrâneo



“O sofrimento é uma parte relevante do feminino subterrâneo. Ele pode permanecer inconsciente até que o advento da Deusa da Luz o desperte para a percepção, o mova do entorpecimento silencioso em direcção à dor. Ao nível mágico da consciência ele é suportado de forma amenizada numa aparente “insensibilidade”. Desse modo como que não há percepção de sofrimento.(...) Mas o sofrimento é uma parte do feminino .”*

Isto quer dizer que quando a mulher tem consciência da Deusa da Luz, o sofrimento que a sua ausência - ou a falta de consciência de si mesma - provoca, é anulado pelo conhecimento de uma parte de si que lhe faltava e que serve de suporte à sua evolução e a uma nova postura na vida.

Enquanto a mulher não fizer essa descida ao abismo que ela mesma é, ela não consegue deixar de sofrer a sua divisão e fragmentação e viverá como vítima secular reduzida a um instrumento de procriação e prazer ao serviço da sociedade, manietada pelo estado e pela religião. Pois “a vida da mulher tem sido uma realidade de partos repetidos e verdadeiramente presenciados pela morte, um ciclo natural que manteve a maior parte de sua vida centrada na áspera malignidade da realidade, na sensação de estar vivendo à beira de um abismo. Assim a criatividade feminina se consumiu nos partos, nas artes e manutenções domésticas - coisas sujeitas ao desgaste e à destruição, coisas a ser devoradas - além de não ter muito valor num contexto cultural mais amplo, embora constituam a força civilizacional básica de qualquer cultura, imediata e pessoal, construída nos pequenos interstícios do processo de manter a sobrevivência da família. Num contexto destes não é de espantar que o homem judeu agradeça a deus por não ter nascido mulher.(...)”*

*“CAMINHO PARA A INICIAÇÃO FEMININA”
De Sylvia B. Perera


E nos dias de hoje de facto a "confusão" sentida e vivida pela mulher vítima de atrocidades psicológicas reside, na maioria das vezes, no equívoco de "confundir" os sentimentos. Desvalia, ódio, rejeição. Esta mesma mulher que pensa que ama, pode não amar o marido. Muitos outros motivos podem estar contribuindo para que ela viva o sentimento de "confusão". Medo de encarar outra realidade que ela pensa ser mais difícil, que ela pensa que não vai conseguir alcançar. O medo da separação, do divórcio. O medo de ter "fracassado" no seu casamento e por fim, também a possibilidade de ela confudir-se no sentimento de culpa e perder-se no desconhecimento da auto-punição ou auto-destruição."

(...) in Violência psicológica, Maria da Penha Vieira

quinta-feira, abril 21, 2016

A Origem da Violência contra a Mulher...


O FEMINICIDIO
A Origem da Violência contra a Mulher...

..." a violência contra a mulher não é conjuntural, não é esporádica, é estrutural do sistema. Sem essa violência contra a mulher, o homem não pode exercer a violência do homem contra o homem, porque o grande modelo da violência é a violência contra a mãe. Tudo o que as crianças vêem no primeiro ano de vida tomam como natural, nunca esquecem. Assim, elas aceitam uma sociedade opressiva e autoritária. Quando vêm uma mãe que não apanha, elas aceitam uma sociedade democrática e pluralista." - rose marie muraro


Eu vejo e sinto o sofrimento das mulheres na minha pele, pesam-me as dores das mulheres do mundo inteiro…sinto no corpo as dores acumuladas de gerações e gerações de mulheres, de mães e filhas e avós e tias e mães e irmãs e filhas, e mães e amantes, e filhas escravas e meninas escravas e concubinas velhas, todas usadas em sofrimento visceral, violadas sexualmente, abusadas emocionalmente, desrespeitadas como indivíduos, tratadas como servas e animais de carga no mundo inteiro…
Eu vejo e sinto o sofrimento das mulheres e crianças e como sempre foram e são sacrificadas ainda ao prazer malévolo e satânico dos pais pederastas, bispos e padres…sempre as mulheres e as crianças alimentando as bestas…
Eu hoje vejo, tal como ontem…a dor a roer as mulheres por dentro: no seu silêncio amargo...no seu desejo contido, no ódio recalcado, na fibromialgia, na bipolaridade agora na moda, mas já antes na histeria e na esquizofrenia…e no cancro e na depressão e na angústia pessoal que sofrem diariamente milhares ou milhões de mulheres no mundo…e nada muda…
Tantas vezes que acordo assim…com o peso no corpo de todas as dores e penso como as mulheres são impedidas de viver por si mesmas até de respirar...impedidas de serem elas mesmas, de expandirem a sua natureza selvagem, de serem espontâneas e doces e amargas e coléricas e loucas e amantes e maternas, de serem bruxas e magas e feiticeiras, de serem o oráculo vivo e a panaceia dos males que assolam ainda a humanidade...mulheres curandeiras, parteiras perseguidas nas fogueiras...
E vejo como as mulheres são pressionadas e julgadas todas por tudo e por nada e como são elas sempre os bodes expiatórios de todos os males e de todas a guerras…como o são em casa no trabalho e na rua…onde quer que lutem e ousem expressar a sua vontade ou fé ou esperança!
E vejo como o cinema e os filmes e as telenovelas as retratam…o abuso a violência e o crime perpetuado ad náusea…
Vejo a campanha denegridora da mulher diariamente em todo o mundo…igual na China na India e na América ou no Brasil, na Europa e Portugal, cada vez mais violência contra a mulher…cada vez mais crimes e mais mortes…violações e abusos...repito-me sim...
Há pouco tempo vi o anúncio de uma telenovela portuguesa e o destaque era: duas mulheres a puxarem-se os cabelos a eterna luta pelo macho, desgrenhadas e agredirem-se violentamente uma à outra...esse é slogan, o anúncio macabro de uma nova história de horror e miséria, à portuguesa, mas as brasileiras e mexicanos também não variam como não variam as americanas.

TODOS OS DIAS E EM TODOS OS CANAIS TELEVISIVOS VEMOS A MULHER A SER AGREDIDA E VIOLADA E ABUSADA E DESPREZADA...

Há Uma campanha INVISÍVEL ao nível global para a destruição maciça do SER MULHER…que visa destruir a Mãe e o legado feminino do mundo...há uma campanha brutal e sem fronteiras que, passando por todas as industrias de exploração da mulher através dos químicos há muito ministrados, os comprimidos e as pílulas e as vacinas e por fim as operações mundiais contra a mulher ditas de “prevenção contra o cancro do colo do útero” que matam e que não são senão um atentado a esse poder interior do útero da Mulher começando por anular nas jovens mulheres esse potencial e a sua força em expansão e a sua liberdade que os ameaça. E este movimento das forças involutivas ou do governo mundial da Sombra…o que seja essa realidade que agora destrói economias e Países, cria a crise artificial e não quer a liberdade nem o Amor – Magia de que a Mulher e só a Mulher é capaz, porque a mulher tem esse poder de ligar a Terra ao Céu e libertar a Terra desta escravidão se ela ACORDAR PARA SI...e é isso que o homem tem medo...
rlp


E MAIS UMA VEZ NA VELHA EUROPA,  e no mundo como já aconteceu tantas vezes...se anuncia um Holocausto das mulheres...

SIM, "Os ídolos imemoriais foram derrubados e foi preciso destruir, junto com eles, seu suporte: a mulher-mãe, a mulher-deusa, a mulher-fêmea, a verdadeira mulher.
As pessoas cultas denunciam hoje as atrocida­des do colonialismo recente: os indígenas aniquila­dos, os feiticeiros africanos extintos, as civilizações negras martirizadas. Mas não falam de nossos anti­gos totens, que foram derrubados! De nosso Deus, que foi aviltado e perseguido! De nossas sacerdoti­sas, que foram exterminadas! De nossa mulher, que nos foi subtraída! A velha Europa também foi colo­nizada e desfigurada. Sim, senhores, ouso dizê-lo. Do ponto de vista puramente antropológico em que me situo, a história da Igreja cristã é a história de uma guerra empreendida pelo estrangeiro contra um cul­to nativo muito antigo, muito poderoso, muito pro­fundamente arraigado e de um crime bem-sucedido contra toda a raça humana fêmea. Nós perdemos nossa metade, senhores. Como demonstrarei, ela foi morta."

in O CULTO DA FEMINILIDADE
A. L.



A MESTRA...

(MAIS ALÉM DAS APARÊNCIAS)

Ambiguidade e Acção


A Mentira é a recriação de uma Verdade. O mentidor cria ou recria. Ou recreia. A fronteira
entre estas duas palavras é ténue e delicada. Mas as fronteiras entre as palavras são todas ténues e delicadas.
Entre a recriação e o recreio assenta todo o jogo. O que não quer dizer que o jogo resulta sempre. Resulte seja o que for ou do que for.
A Ambiguidade é a Arte do Suspenso. Tudo o que está suspenso suspende ou equilibra. Ou instabiliza. Mas tudo é instável ou está suspenso.
Pelo menos ainda.
Ainda é uma questão de tempo. Tudo depende da noção de tempo ou duração ou extensão. A aceleração do tempo pode traduzir-se pela imobilidade pois que a imobilidade pode traduzir-se por um máximo de aceleração ou um mínimo de extensão: aceleração tão grande que já não se veja o movimento ou o espaço ou a duração.
Tudo está sempre a destruir tudo. Ou qualquer coisa. Ou alguém. Mas estamos sempre a destruir tudo ou qualquer coisa. Ou alguém.
Os construtores demolem. No lugar onde estava o sopro, pormos pedras ou palavras: sinónimo de construção. Ou destruição. Ou acção.

Ana Hatherly, in 'O Mestre'

O QUE É QUE AS MULHERES QUEREM?


"O QUE EU QUERO É UM HOMEM"...

Um texto (excerto) de um livro extremamente importante, diria fundamental mesmo, para compreender a mulher na sua psicologia actual em que predomina na mulher não o feminino ANIMA, mas o masculino um EGO-ANIMUS...e aponta uma das causas dessa inversão na psicologia e na formação e actuação da mulher moderna - a mulher sem mãe...

Vejamos o que autora nos diz: "É precisamente na mulher que tem uma relação pobre com a mãe que o arquétipo de si mesmo primeiro se constela, naquela que tende a buscar a sua plenitude através do pai ou do homem amado. Uma mulher expressou isso quase como um manifesto no começo da análise:

“Eu insisto em ter o carinho dum homem. Qualquer fonte feminina me enfurece. O homem é responsável pelo universo. As mulheres não passam dum segundo lugar. Odeio túneis, Kali, minha mãe e este corpo de mulher. O que eu quero é um homem.”

O problema é que nós, mulheres muito feridas na relação com o feminino, quase sempre temos uma persona muito eficiente, uma boa imagem pública. Crescemos como filhas dóceis do patriarcado, frequentemente intelectuais e dotadas daquilo que denominarei “egos-animus”. Lutamos por defender as virtudes e ideais estéticos a nós apresentados pelo superego patriarcal. Mas enchemo-nos de autorrejeição e de uma sensação de profunda feiura e fracasso quando não conseguimos satisfazer nem aliviar as exigências de perfeição do superego.
Uma mulher com mais de dez anos de análise junguiana disse-me:

“Passei anos a tentar relativizar uma coisa que nunca tive: um ego verdadeiro”.

Realmente, ela tem apenas um ego-animus,
e não um que seja verdadeiramente seu para se relacionar com o inconsciente e com o mundo exterior. A sua identidade baseia-se em adaptações da persona àquilo que o animus lhe diz que deve ser feito; assim, ela a um só tempo, adapta-se às projeções que lhe impingem e revolta-se contra elas.
Consequentemente, essa mulher quase não tem o sentido do seu núcleo pessoal de identidade, do valor e do ponto de vista femininos. Isto acontece por se terem valorizado, em relação às mulheres ocidentais, virtudes que frequentemente apenas se definem pela sua relação com o masculino: a mãe e esposa fecunda e bondosa; a filha agradável, dócil e delicada; a companheira diligente, discretamente encorajadora ou brilhante.
Como tantas escritoras feministas declararam pelos tempos afora, esse modelo colectivo e o comportamento daí resultante é inadequado para a vida; nós mutilamo-nos, enfraquecemo-nos, silenciamo-nos e enfurecemo-nos, tentando comprimir os nossos espíritos dentro dele, na certa exactamente como as nossas avós deformaram os seus corpos sensíveis dentro de espartilhos, por causa dum ideal.”

Sylvia Brinton Perera
in, Caminho para a Iniciação Feminina

terça-feira, abril 19, 2016

O ERRO DAS FEMINISTAS



FOI ESQUECER UM IMPERATIVO BIOLOGICO E CEREBRAL...

Feminista ou não, a Mulher social ou "culta" dos nossos dias, quer queiramos ou não admiti-lo, continua mais ou menos dominada pelos conceitos e preconceitos atávicos, sem vontade própria, digo vontade do útero, tal como foi anulada na sua natureza ctónica e sujeita à vontade do homem durante séculos; ainda hoje ela não se destacou inteiramente dessa subordinação de forma consciente e lúcida e mantém inconscientemente a mesma subordinação às autoridades vigentes, à educação, cultura ou a arte, e independentemente das leis mudarem essa subjugação persiste de mil formas subliminares, dentro da ordem patriarcal, sejam elas quais forem; e ainda que muitas mulheres se julguem na aparência “modernas” e libertas - despem-se à vontade, fornicam à vontade, fumam à vontade…e claro separam-se a vontade e divorciam-se - mas elas inserem-se na mesma sociedade machista e falocêntrica, coagidas e ostracizadas e pior ainda agindo em prol dela, na passerelle ou no strip-tease - muitas vezes apenas mascarada de uma FALSA integração social e política -, usando o mesmo discurso masculino e os seus valores de dominação, o Homem. Se não é assim na politica ou na cena social, é ainda assim em grupos restritos e supostamente espirituais, em que a mesma mentalidade subsiste e as mulheres acabam sempre por obedecer aos padrões impostos pelo Pai e em nome do Pai. Elas continuam a ser as mulheres de…ou as filhas de …ou mães de…senão…são…put… ah! podem até ser escritoras de sucesso...e ter muitos amantes de ficção...ou na realidade...mas são sempre objectos sexuais ou donas de casa de mala vermelha...ou mais recentemente da tenda vermelha! Vai tudo dar ao mesmo PORQUE NÃO CONSCIÊNCIA DA CISÃO NA MULHER...

Na prática elas continuam sujeitas ao Sistema patriarcal, como é óbvio, sujeitas à sua manipulação política e familiar e os seus problemas, são resumidos e reduzidos a esses núcleos, aos filhos, às creches, à cozinha e à casa e decoração, à legalidade (ou não) do aborto, ou à legalização da prostituição, dedicadas ao voluntariado, e outras causas "Nobres"  ou a um outro qualquer problema de inserção social, acesso a cargos de chefia, paridade, os mesmos salários etc. e que são apenas os aspectos da sua dependência do Homem, vivendo como suas subalternas e ao serviço do patriarcado, sujeitas aos critérios de julgamento de padres, políticos e magistrados, sem qualquer consciência do seu feminino profundo e ontológico, nem da sua verdadeira individualidade…elas bem querem simular uma liberdade, mas o preço que pagam pela sua mentira é o cancro e a depressão...

rlp

COMENTÁRIO DE UMA LEITORA...

- Sim, é isso que acontece. As mulheres buscam aceitação e inserção em um mundo masculino. Tentam se adaptar ao máximo para se integrar e obter validação. Mas ao mesmo tempo acabam se delapidando para poder se encaixar aos moldes que a sociedade oferece.
Pensando e observando essa sociedade me parece que isso é um erro. Não podemos nos encaixar em formato de mundo que não nos representa. Só poderemos expressar nossa verdadeira natureza, identidade criando um mundo que seja o reflexo de nosso interior.
A mudança talvez comece observando as nós mesmas, sentindo e compreendendo o nosso pulsar, nosso fluir. Compreendendo que ele é diferente do mundo que vivemos. Então buscar nos reconectar à esses mistérios mais profundos, ao que nos representa em totalidade e plenitude. (leitora anónima)


-Agradeço as suas palavras que ilustram perfeitamente o texto e são um testemunho de uma compreensão que as mulheres se negam a ter da situação que hoje vivem. Muito obrigada por ter esa consciência e partilhar a sua opinião!

Vénus de Willendorf



Faz a Vénus de Willendorf justiça à experiência feminina?

Faz. A mulher está presa no seu corpo aquoso, ondulante. Ela tem de escutar e aprender a partir de algo que a excede, mas ao mesmo tempos está dentro de si mesma. Cega, sem língua, sem cérebro e sem braços, de joelhos inclinados para dentro, a Vénus de Willendor parece o modelo depressivo do género feminino. Mas as mulheres são depressivas, abatidas pela gravitação da terra, que nos atrai para o seu seio. Iremos ver esse maligno magnetismo em acção na obra de Miguel Ângelo, pois foi um dos seus grandes temas e obsessões. No ocidente, a arte é uma forma de desbastar grosseiramente o excesso de natureza. A mente ocidental cria definições; ou seja, traça linhas. E isso é a essência do apolíneo. Não existem limites na Vénus de Willendorf, apenas curvas e círculos. Ela é o sem-forma da natureza. Está atolada no lodo miasmático que eu identifico com Dionísios. A Vénus de Willendorf, afundada, sostra e desmazelada, vive num buraco estupidificante – o útero-túmulo da mãe natureza.(…)

“Aquilo que o ocidente reprime na sua visão da natureza é o ctónico, termo que significa “da Terra”, mas das suas entranhas, não da superfície.”

Camille Paglia

Temenos: É uma palavra grega que significa lugar sagrado e protegido:
...
“O corpo feminino é um espaço secreto, sagrado. É um recito ritual, um temenos, palavra grega que adoptei nos meus estudos sobre arte. No espaço marcado do corpo feminino, a natureza opera o seu registo mais tenebroso e mecânico. Cada mulher é uma sacerdotisa que guarda o temenos dos mistérios demónicos.
(…)
O corpo feminino é o protótipo de todos os espaços sagrados, desde a caverna-santuário, ao Templo e à Igreja. O Útero é o velado santo sanctorum, um grande desafio, como veremos, para polemistas sexuais como William Blake, que procura abolir a culpa e o secretismo do sexo. O tabu que envolve o corpo feminino é idêntico ao que sempre paira sobre os lugares mágicos.
A mulher é literalmente o oculto, o esconso. Estes misteriosos significados não podem ser alterados, podem apenas ser suprimidos temporariamente, até irromperem de novo na consciência cultural. Nada pode fazer contra o arquétipo. Só destruindo a imaginação e a lobotomizando o cérebro, só castrando e operando, é que os sexos se tornariam iguais. Até lá, temos de viver e sonhar na demónica turbulência da natureza.”

In Personas sexuais de Camille Paglia



SENTiR O GOSTO DO AR...


A LINGUA DA COBRA...

"A língua da cobra é bifurcada muita gente sabe, mas o que as pessoas desconhessem é que as cobras são animais completamente surdos. Isso mesmo, elas não podem detectar nenhum som pelo ar como nós podemos. E isso passou a ser um problema para esses animais, pois como são predadores precisam caçar e sem ouvir fica tudo mais complicado.
A língua bifurcada veio com a evolução desses animais para ajudá-los a procurar o caminho até o alimento podendo detectar vibrações no solo não só com língua, mas também com sensores espalhados pelo corpo. Para encontrar e capturar sua presa, as serpentes utilizam sua língua bifurcada que serve como um dispositivo de rastreamento. A bifurcação é proposital para aumentar o seu campo de alcance.
Tirando a língua várias vezes da boca, ela espera sentir literalmente o “gosto” do ar e do solo. A língua bifurcada detecta substâncias químicas, odores e aromas do ambiente que são processados para a interpretação. Acredita-se que uma serpente encontra sua presa apenas sentindo seu cheiro, podendo seguir suas pegadas apenas provando o ar e o solo com sua língua bifurcada"

segunda-feira, abril 18, 2016

A MARCHA DO ODIO E DESPREZO PELAS MULHERES



XENOFOBIA? - SOU ANTI-ISLÃO

"Acima está uma fotografia que mostra pessoas andando para atingir o objectivo final, que é viver num país europeu.
Embora esta imagem tenha dado a volta ao mundo, apenas 1% das pessoas vão ver a verdade.
...
Eles vão ver que na fotografia há 7 homens e 1 mulher.
Até aí nada de especial.
Mas olhando um pouco melhor, você vai perceber que esta mulher, descalça e sem capa para chuva, como vários homens, vai acompanhada por três filhos que ela, sozinha, carrega, e ainda leva um saco na mão.
Nenhum dos 7 homens, calçados, mais fortes, de mãos nos bolsos sem nada carregar, a ajuda, porque na sua cultura a mulher é nada. É bom que o homem tenha escravas...
Como se podem este tipo de indivíduos integrar nos nossos países e respeitar os nossos costumes e tradições?

Será que a educação poderá mudar estas mentalidades? "

La sexualidad y el funcionamiento de la dominación

Para entender el origen social del malestar individual.


La rebelión de Edipo, II parte
(edición digital 2010)

El libro está agotado y por eso habíamos preparado esta edición, pero al final y dadas las circunstancias, no se va a imprimir en papel y sólo quedará aquí colgado en versión digital. Texto de la contraportada:
Hay dos conceptos para entender la sexualidad: la pulsión del deseo y la capacidad orgásmica del cuerpo humano. Sin deseo, la práctica del sexo no es sexualidad, sino como decía Juan Merelo Barberá, tecnosexología. Sin deseo, los cuerpos no pueden desarrollar su genuina capacidad orgásmica, necesaria para su autorregulación y para su funcionamiento normal. El deseo y el desarrollo de la capacidad orgásmica se producen espontáneamente, no necesitan 'educación'; sólo necesitan que se eliminen las prohibiciones, el Tabú del Sexo. La tecnosexología sí es objeto de educación porque es la practica del sexo sin deseo, o con el deseo inducido con técnicas artificiales; es la practica del sexo de los cuerpos acorazados, educados en la inhibición más o menos sistemática e inconsciente del deseo; las mujeres, en la inhibición del latido del útero, en la desconexión entre la conciencia y el útero.
En el estado de inhibición, las emociones se desconectan de las pulsiones corporales y se convierten en emociones erráticas que producen ansiedad. El conductismo pretende educarnos y 'alfabetizarnos' emocionalmente, sin cuestionar el estado de represión del deseo y el estancamiento de la capacidad orgásmica desde la etapa primal. Pero el 'analfabetismo emocional' no es innato, es precisamente el resultado directo del estado de represión en el que nos socializamos, y al permanente esfuerzo para adaptarnos a la norma de la institución del matrimonio o de la llamada 'pareja de hecho'.

Las emociones brotan del cuerpo para apoyar la implementación de las pulsiones (ya sean eróticas y sexuales, o de defensa, como la ira y la cólera…). Son tan sabias como las pulsiones, y su objeto es facilitar la autorregulación del cuerpo. En una sociedad de sexualidad espontánea, percibiríamos nítidamente el sentido de cada emoción en la autorregulación corporal, así como su conexión con su pulsión correspondiente. Las emociones serían el medio más importante para percibir lo que pasa en cada rincón de los cuerpos autorregulados.
En las sociedades patriarcales del Tabú del Sexo, el acorazamiento produce la pérdida de la transparencia y la desconexión entre la conciencia y las pulsiones, entre la epidermis y las vísceras… La desconexión es la otra cara de la moneda del acorazamiento. La desconexión juega un papel importantísimo para impedir que el deseo recorra el campo social (Deleuze y Guattari). Los seres humanos, además de producir deseos, estamos hechos para percibir y acoger el deseo del otro o de la otra; y para que cuando el deseo del otro o de la otra nos alcance, induzca la producción del nuestro.
La tecnosexología que hace funcionar a las parejas que ya no se desean, y la educación emocional que engaña a las personas sobre su desorden emocional, deben ser denunciadas. El matrimonio o la pareja es un pacto o convenio social que sólo se corresponde con el deseo corporal durante un tiempo limitado. Mientras que no se separe la sexualidad de la institución, la sexualidad seguirá estando corrompida.
Este es el origen social del malestar individual: el Tabú del Sexo asociado a la dominación y a los estados de sumisión, implementados de diversas maneras a lo largo de unos cuatro milenios de dominación patriarcal.
La corrupción de la sexualidad ha sido y es imprescindible para el establecimiento de las relaciones de dominación en general, y entre los sexos en particular: porque la verdadera sexualidad desarrollaría relaciones armónicas entre los sexos y entre las generaciones; porque el amor verdadero es complaciente y se opone a la dominación: nadie podría reprimir o infligir sufrimiento alguno al ser amado; de hecho, las relaciones entre amantes son relaciones de tú a tú (Amparo Moreno Sardá), nunca relaciones jerarquizadas de Autoridad.


Casilda Rodrigañez Bustos

quinta-feira, abril 14, 2016

O DIREITO DE SER MULHER


“A literatura feminina do nosso tempo reivindicou primeiro para a mulher o direito a ser homem. Ela começa agora a reivindicar o direito a ser uma mulher.” - Kanters

"Com um desgosto comum a todas feministas que vem tentando participar do tão aclamado humanismo dos homens, apenas para descobrir por experiências amargas que a cultura dos homens não admite a participação de mulheres honestas, Virginia Woolf escreveu:

"Eu detesto o ponto de vista masculinista. Estou entediada ...do seu heroísmo, virtude e honra. Eu acho que o melhor que esses homens podem fazer é não falar mais deles mesmos."

Os Homens têm aclamado o ponto de vista humano; eles são os seus autores; eles são os seus possuidores. Os Homens são humanistas, humanos, de humanismo. Os Homens são estupradores, violentadores, espoliadores, assassinos; esses mesmos homens são profetas religiosos, poetas, heróis, figuras de romance, aventura, performances, figuras enobrecidas pela tragédia e pelo fracasso.

Os Homens vem aclamando a Terra, clamando por 'Ela'. Os Homens arruinaram-na a 'Ela'. Os Homens têm aeronaves, armas, bombas, gases venenosos, nous gases, belicosidade tão perversa e mortífera que eles desafiam qualquer imaginação humana. Os Homens batalham entre si e Ela ; as mulheres batalham para serem admitidas na categoria 'humano' na imaginação e na realidade. Os Homens batalham para manter a categoria 'humano' longínqua, circunscrita pelos seus próprios valores e atividades; as mulheres batalham para mudar o significado que os homens deram à palavra, para transformar esse significado difundindo-o a ele na experiência feminina."
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Andrea Dworkin - pornography: men possessing women _

FEMININTUDE - palavra francesa


FEMINITUDE - O RESGATA DO SER MULHER INTEGRAL


Quando as mulheres falam de feminilidade, do que é que falam?

De tantra e yoga? De cura, de mediunidade, de menstruação, de sangue, de maternidade? De astrologia ou ecologia? De rituais xamânicos? E que mais? Sim, e das deusas do sagrado feminino dos círculos...
Mas...nunca falam do essencial em si, da sua liberdade e da sua existência por si mesmas como mulheres singulares e únicas, como mulheres que se bastam a si próprias, sem necessidade de se focar no sexo no par no pai ou no filho...enfim, sem se focarem sempre no homem...mas tão simplesmente no amago do seu ser,  na sua alma, como nunca falam
de si como um ser independente e com vida própria, sem precisar de um complemento?

A palavra Feminitude (féminitude (nominal) féminité - é uma palavra francesa que não é usada  em português podendo ser considerada eventualmente um neologismo ao tê-la adaptada por sentir que é a que melhor define a essência da feminilidade é a expressão da alma, da infinitude do seu ser como Mulher Integral e não em função de um feminino/masculino, seja do Pai ou do Filho...essa subordinação ao outro deve cessar até à consciência plena do ser mulher em si.
Feminitude - palavra francesa adoptada por mim inicialmente e que foi divulgada de formas diferentes a que eu quis transmitir -  quer dar a dimensão espiritual apenas à mulher no sentido da sua inteireza, da sua totalidade em si e nada tem a ver com o homem por acréscimo; feminitude para mim significa a mulher integral ou integrada e plena, não subordinadao ao homem nem dependente dele para ser inteira. Evoca a Virgem antiga a mulher cujo poder a tornava auto-suficiente - não a virgem como serva do Senhor, a esposa fiel católica, ou  a eterna escrava e serva milenar, nem tão pouco da mulher objecto moderna a feminista ou a mulher emancipada, nem tão pouco da mãe extremosa ou da profissional de carreira.
FEMINITUDE CONCERNE TÃO SÓ O FEMININO DE PER SE E A MULHER NA SUA ESSÊNCIA em relação ao seu ser ctónico e psíquico, mediadora das forças cósmica e telúricas, representante do Principio Feminino na Terra e não o feminino da Moda seja qual fora moda, o das feministas ou o das espiritualistas de pacote incluindo o tantra ou o "feminino sagrado... Retira o homem da sua dinâmica de ser e coloca toda a ênfase na Mulher essência - a Mulher que vem do futuro e se basta a si mesma!
Será por isso que não gostam da minha abordagem...?

rlp

A superação da dualidade - para lá dos cinco sentidos...


O CONTINENTE PERDIDO...

A superação da dualidade - para lá dos cinco sentidos...

..."O ser "desperto" é aquele que pode ultrapassar em qualquer lugar as linhas de recife que separam o continente perdido do continente acessível aos nossos sentidos . Isso não significa que ele não sofra mais ao atravessar os obstáculos num sentido ou noutro, mas, conhecendo a natureza das causas dos seus sofrimentos, se liberta deles...Ele continua a experimentar emoções, a sentir, a amar e...tc., mas as suas sensações são magnificadas e iluminadas porque nascem do continente perdido. É um retorno ao centro, à unidade principal do ser que faz com que não estejamos mais à espera da satisfação dos nossos cinco sentidos. Ao mesmo tempo, os prazeres da vida não nos são estranhos, mas mudaram as suas qualidades ao adquiriram uma nova densidade. Eles se encontram agora enriquecidos pela luz da alma e do espírito, uma luz interior que irradia até a menor das nossas células.
Os caminhos que levam ao despertar são caóticos e semeados de obstáculos imprevistos. Eles envolvem processos de desestruturação e reconstrução tais como são hoje assinalados nas fases de renovação dos seres humanos. "



in O HOMEM ENTRE A TERRA E O CÉU -DE ETIENNE GUILEÉ


o medo das mulheres



O MEDO DAS MULHERES

"O medo não libertado aperta-nos a garganta, o pescoço e a zona inferior das costas, nos atrofia os ombros, faz ficar tensa a mandíbula e contrai a expressão, imobiliza a pélvis e tranca os joelhos. O medo coloca assim a sua assinatura por todo o corpo, mas nós acostumámo-nos tanto a ele que estamos anestesiadas face às mensagens que recebemos da nossa linguagem corporal por mais claras e fortes... que elas sejam. Este medo generalizado agrava-se por si só, paralisa toda a nossa energia vital e aferrolha os nossos sentimentos. Assusta-nos tanto o que podemos perder, estamos tão dolorosamente apegadas ao que temos, que nos deixamos congelar numa morte em vida para nos proteger da dor da vida real. Para agarrar a vida tal qual a temos, recusamo-nos um presente e um futuro vibrantes." - Gabrielle Roth 

A FORÇA DAS MULHERES

"Tenho vindo a viver uma série de descobertas em mim que me fazem perceber que estou longe de mim como Mulher. Tenho percebido também que quanto mais me dirijo para mim mesma as relações que realmente são escolha dessa Mulher que eu ainda não alcancei ou percebi na sua totalidade, florescem, surpreendem-me e regam-me, como um "anda lá continua". Trazer-me à luz (de mim mesma) tem sido uma experiência ao mesmo tempo enriquecedora e devastadora."- Sónia Gonçalves

terça-feira, abril 12, 2016

il y a des choses qu'il ne faut pas vouloir.



A Mentira é recriação de uma verdade. O mentidor cria ou recria. Ou recreia. A fronteira entre estas duas palavras é ténue e delicada. Mas as fronteiras entre as palavras são todas ténues e delicadas.
Entre a recriação e o recreio assenta todo o jogo. Resulte seja o que for ou do que for.
A ambiguidade é a Arte do Suspenso. Tudo o que está suspenso suspende ou equilibra. Ou instabiliza. Mas tudo é instável ou está suspenso.
Pelo menos ainda.
Ainda é uma questão de tempo. Tudo depende da noção de tempo ou duração ou extensão. A aceleração do tempo pode traduzir-se pela imobilidade pois que a imobilidade pode traduzir-se por um máximo de aceleração ou um mínimo de extensão: aceleração tão grande que já não se veja o movimento ou o espaço ou a duração.
Tudo está sempre a destruir tudo. Ou qualquer coisa. Ou alguém. Mas estamos sempre a destruir tudo ou qualquer coisa. Ou alguém.
Os construtores demolem. No lugar onde estava o sopro, pormos pedras ou palavras: sinónimos de construção. Ou destruição. Ou acção.
O Mestre é um homem que aparece. Está-se sempre a rir e ri de tudo, mas diz: há coisas que a gente não deve querer. Em francês soava melhor: il y a des choses qu'il ne faut pas vouloir. No entanto o Mestre não é francês, aliás não é natural de lado nenhum ou talvez se pudesse dizer que não tem naturalidade nenhuma.
O Mestre é uma personagem porque é uma pessoa e na origem da pessoa está a máscara. Além disso o Mestre usa máscara, tem máscara, é mascara. Um dos aspectos da sua máscara (ou da sua pessoa) é ser Mestre - usa a máscara de Mestre. Não se sabe bem o que ele ensina, todavia é certo que se pode aprender muito com ele porque, embora fale pouco, ri muito. Ou faz-nos rir muito.
O riso resulta trágico ou do trágico.
Porém a Discípula não gostava de rir nem tão pouco de chorar e é por isso que andava à procura da Alegria, já que essa devia excluir o riso e o choro. Tornar-se Discípula de um Mestre era ter a esperança de com ele aprender a arte da Alegria, porque se ele fosse um mestre além de Sábio devia ser Sofo.
O Mestre é para ensinar o que a gente não sabe. Ou não sabe ainda. É por isso que a Discípula tem de procurá-lo até à exaustão ou à loucura.
Foi por esse motivo que, quando um dia a Discípula leu no jornal um anúncio em que se dizia que um verdadeiro Mestre tinha descido à cidade, correu a inscrever-se no curso dele, esperando com a maior ansiedade o início das aulas. Chegado esse dia a Discípula não compreendeu logo o que é que esse Mestre, porque ele era muito desdobrado e ria muito, mas com o decorrer do tempo verificou que o seu Aparecer é que era o seu Ensinamento.
Então a Discípula, pensando que essa era a maneira de atingir a Alegria, foi buscar o seu Andrógino Potencial e desdobrou-o em três partes para assim poder vir a secundar condignamente o Mestre que, embora Andrógino Potencial e Efectivo, só tinha duas partes verdadeiramente activas.
Entretanto a Discípula habituou-se de tal modo a ser três em um que não conseguiu mais voltar a ser um em três; e verificou que em vez de atingir a Alegria cada vez mais se afastava dela, pois que, desde o dia em que conhecera o Mestre, passara também a rir-se muito. (...)

Ana Hatherly - O Mestre

QUE MULHER SOMOS?


A MULHER SEXO...
A MULHER DIVIDIDA
Tenho pensado nas varias definições e designações que se vão alterado com as épocas e a cultura e a moda e que se querem dar à mulher,  sempre no sentido de limitá-la a uma dimensão tão pequena como a de cariz meramente sexual...
Esta divisão inicial da mulher a partir do domínio patriarcal e bárbaro no mundo e a sua história de guerras e impérios em que ela se tornou escrava e  mais tarde dividida em esposa e concubina, mulher-esposa ou  amante-prostituta, até chegarmos a modernidade e termos a mulher trabalhadoras e as feministas que lhes deram expressão  na  luta pela igualdade de direitos e que dura há algumas décadas, temos  então hoje a dita mulher emancipada, liberta de preconceitos e tabus...
O que mudou porém nesse sentido de liberdade efectiva foi muito pouca coisa, acrescentando apenas a versão moderníssima da mulher lésbica como alternativa à esposa e amante - aparece então de forma publica e assumida a mulher que não gosta ou não precisa de homens e se define orgulhosamente como lésbica por "gostar" de mulheres...sexualmente.
Mais uma vez recorre-se à definição sexual para definir a mulher...e portanto temos agora 3 tipos de mulheres. Mulheres esposas, prostitutas  ou mulheres de alterne (ou acompanhantes) e as lésbicas. Todas elas são apenas mulheres em função da sua preferência e expressão sexual. Podemos ter ainda em conta a mulher capaz de tudo...livre e emancipada, que não casa nem quer ter  filhos, trabalha e gosta muito de homens e faz como eles fazem: usam-nos e descartam-nos de responsabilidades graças à pilula ou ao preservativo...isto é, são as novas mulheres muito desembaraçadas e decididas que ganham bem e saem cedo e fodem que se farta. Desculpem o termo, mas é importante que se diga quer pela violência que a palavra contem em si quer pelo que o seu  significado acarreta e que são as próprias mulheres a defender esse mesmo vocábulo em letras grandes. Muito bem, a partir daqui teríamos então 4 tipos de mulheres...as casadas, as prostitutas,  as livres e solteiras e as lésbicas...

Algumas até escrevem...

"Seja qual for o enquadramento, o tipo de parelha, a líbido e vontade de cada um, o que importa é não esquecer que o sexo salva. Salva-nos de tensões, de irritações e de neurastenias várias. Indignemo-nos menos, fodamos mais. Chateemo-nos menos, fodamos mais. A foda tem esta capacidade extraordinária de nos colocar em sintonia com o mundo, mais próximos de quem estamos próximos e mais longe de quem não queremos na cercania. Antes de sermos engolidos pela espuma dos dias, fodamos. Ou façamos amor. Ou como melhor nos aprouver. Mas fodamos."*

Indo ao dicionário da Língua Latina procurei a etimologia da palavra portuguesa e encontrei:


FODIO, FODIS, FODERE, FODI, FOSSUM - TEMPOS PRIMITIVOS DO VERBO TRANSITIVO QUE ESTÁ NA RAIZ ETIMOLÓGICA DA PALAVRA “FODAMOS” E CUJO SIGNIFICADO É:

"CAVAR, FURAR, ATORMENTAR, DILACERAR".

A MULHER INTEIRA

Para que não nos restem duvidas nem pensem que eu exagero...voltemos ao assunto de a mulher se definir apenas em termos da sua apetência sexual e somente pela sua preferência genital, modelo de coito? Será que a mulher se sente feliz como objecto sexual que visa tão só o prazer do homem ou o seu ou dando-lhe filhos agora já não como "esposa"  menos ainda  fiel...mas  como barriga de aluguer...no caso dos gays, especialmente, mas também dos jogadores de futebol ...gays...enfim seja qual for "a parelha"?

Será que isto nos dignifica, dá vida e vitalidade como diz a pequena, que nos dá poder, nos dá, sei lá, identidade? Será que as mulheres estão felizes com estas designação tout court...e se se assumem com tanta pompa e circunstância e em publico ora como acompanhantes, ora prostitutas ou lésbicas? E depois há as senhora lésbicas e as sapatonas e as camionistas e as fufas e as bi...sei lá que mais...é isto que se chama a mulher emancipada?
Será que a Mulher NÃO SE ENXERGA mesmo? Não percebe dessa divisão interna e do ridículo que é e triste e poucochinho ser um corpo de desejo ou corpo de prazer apenas?
Porque não pensa a mulher em Ser  só MULHER-MULHER? Sim, Mulher plena em si mesma, consciente do seu ser na plenitude das suas capacidade e dons e redescobrir-se e ser inteira e tudo o que é na união de todas as partes, corpo e alma e espirito e sexo e coração sem mais necessidade de se dividir em 3 ou 4 partes, sem nomes que a designem, sem esta ignominia de ser partes de si mesma e sexo e só e apenas um sexo? Não é a mulher muito mais do que isso? Será que não é tempo de a mulher deixar de se atormentar dilacerar, violentar, de se deixar "furar, cavar"...? 
Será ó meu deus que a Mulher não tem outra dimensão de  si mesma? Não se sabe escolher a si mesma, ser inteira e um todo?
Eu não prego o celibato nem a solidão nem a renuncia a qualquer tipo de sexualidade-prazer, nem  ao "amor"... Eu tão pouco quero dizer que a mulher não possa ser mãe e amante ou esposa - só que o seja  sem depender de nomenclaturas definições ou catalogações...nem de ninguém para ser feliz ou completa. É aqui, eu sei, que as mulheres não me entendem e confundem as coisas. Não entendem que uma mulher possa viver  focada no seu ser, no seu centro nuclear - e fazer um  trabalho de resgate de uma nova consciência como Mulher - Mulher e ter-se como prioridade a si mesma, resgatando a essência dessa Mulher livre e total que perdeu há milénios...

rosa Leonor pedro
*in mulher capaz por silvia baptista

O PODER DA MULHER



“Obviamente existe outro tipo de poder que foi e é encarnado pelas mulheres, e que não tem menor intensidade que aquele [o que se relaciona mais com as estruturas que regem o contexto social], embora executado por diferentes canais: o poder sobre as relações, aquele que se exerce não através do distanciamento emocional, mas antes através da intensidade dos vínculos emocionais, o que controla o “outro” através da emoção e não da razão.
Hernando* exemplifica estes dois tipos de exercício do poder como “ética da realização”, da identidade do género masculino vs. “ética do cuidado” da identidade do género feminino. O primeiro exige individuação e baseia-se na objetivação do outro, o segundo requer vinculação e dependência, e baseia-se no conhecimento explícito ou intuído da subjetividade do outro. Tende-se a acreditar que o primeiro é mais potente que o segundo, mas neste último:

“A sensação de poder é tão grande que, em minha opinião, compensou em muitas mulheres (de mentalidade patriarcal) a ausência de outro tipo de poder, o racional e político, até à Modernidade, ao tempo em que muitos homens com essa mesma mentalidade atribuem às mulheres um imenso poder, o que faz com que não entendam como podem elas queixar-se de não o terem.”


O PODER DA MULHER aqui referido como um poder intrínseco e natural -  é, neste caso, um ponto fulcral que diz muito do poder da mulher ao olhar do homem patriarcal. Sim, na ausência de presença por ausência de poder politico, social e económico, sem se poder afirmar na sua individualidade e por conseguinte na situação de dependência económica do homem, a mulher valeu-se do seu poder de sedução, sexual e não só, (diria então magnético) em relação aos homens (a mulher fatal e as suas variantes, dependentemente da cultura e da classe social a que pertencia) e de amor empenhado em relação aos filhos (amor maternal), de forma exacerbada em compensação para a sua cisão interior (a santa e a puta), sendo vista como uma ou outra e cuja divisão interna e psicológica o homem não percebeu (nem o psicólogo nem o antropólogo) e agindo ela, diz bem aqui o autor, por compensação,  pela sua limitação racional intelectual e politica imposta e por não ter liberdade justamente de ser ela espontaneamente, uma mulher plena, ela exerceu um PODER  excessivo em termos passionais e maternais, tendo uma influência óbvia na família e no homem.
O Olhar do Homem erudito ou do psicólogo ou escritor sobre a mulher - essa mulher em si dividida em dois estereótipos - o que viu foi a mulher potenciada nos seus atributos  extremos ao ponto de lhe dar essa sensação de grandeza do seu poder, claro, como mãe déspota e temerária, castradora de filhos ou amante promiscua e dominadora ou destruidora de corações e fortunas. Assim eles ficaram com “A sensação de poder é tão grande que, em minha opinião, compensou em muitas mulheres (de mentalidade patriarcal) a ausência de outro tipo de poder, o racional e político, até à Modernidade, ao tempo em que muitos homens com essa mesma mentalidade atribuem às mulheres um imenso poder, o que faz com que não entendam como podem elas queixar-se de não o terem.” - MAS SEM NUNCA A ENTENDEREM...
Quem sabe, só dos nossos dias poderemos rectificar esta consciência da divisão-cisão da mulher e a forma como ela marcou a história dos homens pela sua ausência...
rlp

E AQUI TEMOS UM RETRATO PECISO DA MULHER PATRIARCAL NOS SÉCULOS ANTERIORES:

"Woman are sublimated into something symbolic without presence" (Susana Sidhe Aguilar, Ancient Roots of Goddess Culture)

Referência ao conceito de Eterno Feminino introduzido por Goethe:
...
“Empurra para o alto poetas e filósofos, ideal de pureza contemplativa, de mulher passiva e vazia de poder, compêndio de nobre feminilidade e canonização do “anjo do lar”, dedicada integralmente a ser a intercessora do homem entre ele e o seu bem-estar, encarnada numa santa ou numa obra de arte, condenada à abnegação, carente de história ou morta em vida. e como se não bastasse, enfrentando eternamente a dicotomia anjo ou monstro, pomba ou serpente, Branca de Neve ou madrasta, em definitivo, “a principal criatura gerada pelo homem, “a mulher criada por, a partir de e para o homem, as filhas dos cérebros, costelas e engenhos masculinos*.”

*Angie Simonis, La Diosa: un discurso en torno al poder de las mujeres, aproximaciones al ensayo y la narrativa sobre lo Divino Femenino y sus repercusiones en España; Universidade de Alicante;

*Hernando Gonzalo Almudena, “Sexo, Género y Poder. Breve reflexión sobre algunos conceptos manejados en la Arqueologia de Género”
em Angie Simonis, La Diosa: un discurso en torno al poder de las mujeres, aproximaciones al ensayo y la narrativa sobre lo Divino Femenino y sus repercusiones en España; Universidade de Alicante; 2012
* EXCERTOS  retirados  no blog O ETERNO FEMININO OU A ANULAÇÃO DA MULHER REAL - in a Deusa no coração da Mulher -  Etiquetas: ,   de Luiza Frazão