O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, março 03, 2017

O VICIO E AS DROGAS...



O vício como emergência espiritual
- por Stanislav Grof

"É possível que para muitas pessoas, por trás da ânsia por drogas ou álcool, esteja a ânsia por transcendência e completude. Se assim for, a dependência de drogas ou álcool, bem como todos os outros vícios, podem ser em muitos casos uma forma de emergência espiritual¹. O vício difere de outras formas de crise transformadora pelo fato de a dimensão espiritual muitas vezes se esconder por trás da óbvia natureza destrutiva ...e autodestrutiva da doença. Em outras variedades de emergências espirituais, as pessoas defrontam-se com problemas devido aos estados mentais espirituais ou místicos. Em contraste, ao longo do processo de dependência, muitas dificuldades ocorrem porque a busca de dimensões internas mais profundas não está sendo empreendida.

Durante a morte do ego, quer ela seja devida a um episódio de despertar espiritual ou de chegada de um indivíduo ao fim de sua carreira de alcoólatra, tudo o que se é ou se foi - todos os relacionamentos e pontos de referência, todas as racionalizações e proteções - entram em colapso e a pessoa é deixada nua, sem mais nada a não ser o âmago do seu ser.
Desse estado de absoluta e terrível rendição, não há para onde ir senão para cima. Como parte do renascimento que se segue a essa morte devastadora, a pessoa se abre facilmente para uma existência espiritualmente orientada, durante a qual a prática ou o serviço se tornam impulsos essenciais. Muitas pessoas se surpreendem ao descobrir uma fonte constante de benevolência interior que lhes dá força e orientação. Elas chegam à percepção de que a vida sem a espiritualidade é trivial e pouco gratificante.
A chave para essa redenção é o fim da ilusão de que se pode controlar a própria vida a aceitação de auxílio vindo de um “Poder mais Elevado”.

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