O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, outubro 29, 2017

escrever...



A PALAVRA SAGRADA

Um dia, há muitos anos atrás, antes sequer de ter começado este Blog, uma amiga dizia-me que eu tinha todos os defeitos de um escritor...não sei porque nem a que propósito ela me disse isso. Na altura não tinha escrito nenhum livro e não ia além do meu diário intensivo ao longo dos anos...Depois que escrevi alguns livros...devo continuar a ter os mesmos defeitos - não sei quais - menos o de me considerar "escritora"...é coisa que não entra na minha cabeça...Talvez o escrever só esteja entranhado, como um vicio, na minha pele...e seja uma memória de outra vida...

Ou talvez porque o que eu gostaria de escrever...não possa ser escrito...talvez porque o que eu gostaria dizer não haja palavras...talvez porque tudo o que leio em geral não me diz já nada...talvez porque a palavra se tenha tornado vazia de sentido e negócio escuro, pântano social onde todos vivemos atolados, vendidos aos mercados - à troca de interesses e comércio sexual...mentira e lisonja, engano e perfídia, prostituída da sua essência...e significado!

Talvez porque a PALAVRA perdeu o seu dom sagrado....e para mim escritor/a ou escriba também devia ser algo SAGRADO...alguém consagrado!

Não, não sou nem serei uma "escritora consagrada", mas apenas uma ESCRIBA fiel a mim mesma e à verdade que me exige ser autêntica sempre.

rlp

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