O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, novembro 12, 2017

QUANDO SE FALA DE MULHERES



QUANDO SE FALA DE MULHERES...


"As próprias mulheres, no fundo de toda a sua vaidade pessoal, têm sempre um desprezo impessoal - pela mulher." - Friedrich Nietzsche


"Quando se fala das mulheres e para as mulheres, o discurso sobre a corporalidade parece tomar rumos precisos: o corpo parece ser a ancora da mulher no mundo, sua razão de ser, para si mesma e para o outro, para o desejo do outro. Essa é a lógica que orienta o discurso dos midea e se torna visível tanto no discurso da publicidade, quanto dos programas femininos . Essa equação mulher=corpo se reafirma nos programas femininos, onde abundam médicos de especialidades diversas para falar de tudo aquilo que falta ou sobra na insubordinação fisiológica feminina” *


 
ESTIVE A OUVIR UMA FEMINISTA RADICAL...

Pode haver feministas e definirem-se de muitas maneiras, mas nem o feminismo nem o marxismo fez mudar essa mentalidade misógina profundamente enraizada nos homens e na sociedade, nem a forma como pensaram durante séculos; é escusado pensar que as  mulheres que não tendo uma consciência interior  da sua verdadeira natureza ctónica e instintiva, e do seu ser Mulher, que esta construção teorica da "liberdade e igualdade" com o homem lhes deu de facto a emancipação;  as mulheres sem a capacidade nem a  estrutura psicológica - conhecimento de si a partir da sua biologia - que lhes permitisse serem elas mesmas como mulheres conscientes de si e dos seus processos, o que não aconteceu no feminismo nem no marxismo, e por isso as mulheres de hoje estão completamente perdidas entre teorias feministas e as ideologias de género...muito longe da sua feminilidade verdadeira, muito longe da SUA ESSÊNCIA primeira. Porque é essa essência que está em causa e não uma cultura sui generis...partindo de pressupostos socias e culturais resultado da alienação das mulheres da sua natureza profunda durante centenas de anos e adopção do ego masculino e as suas filosofias.
O que vimos acontecer por toda a parte com o feminismo e o marxismo foi que a mudança das leis e dos códigos e o dar as mulheres a liberdade no papel, a igualdade na palavra, não garantiu nada nem fez evoluir as mulheres por si e em si - bem pelo contrário -, iludia-as e enganou-as durante décadas.  Não há mudança exterior nem das mentalidades sem uma mudança de consciência interior individual e essa consciência interior faltou a mulher como um ente particular e diferente do homem; neste interregno ela apenas deixou de ser a santa mãe do lar e passou a ser a prostituta no trabalho até pela na forma de vestir e de actuar..."tão livre" que passou a ser a mulher antes condenada pela sociedade e que não deixou de o ser assim olhada pelos homens - apenas se disfarçou isso durante algum tempo, a verdade é que ela não encontrou nenhum  equilíbrio pessoal em si nem integrou essas duas mulheres que se dividem dentro de si. Sim, porque a mulher não percebeu ainda que está dividida em duas mulheres basicamente e por mais que faça e persiga estereótipos e queira ser livre ...ela continua em negação dessa mulher essencial que desconhece. E o facto é que ela afinal não fez mais do que adoptar um comportamento masculino e adoptar as ideias masculinas em defesa do género, mas em negação de uma parte de si que desconhece (que esqueceu) e quando escolhe um lado de si ela se separa de um outro....

Uma mulher pode  ser feminista, ser radical e lésbica, mas para ser MULHER, ela  teria de respeitar a sua essência feminina, a sua natureza intrínseca, mas sabem as feministas quem são essencialmente, quem são visceralmente, para além da anatomia ou da sua genitália?
Essa é a minha questão, que consciência de si têm as mulheres marxistas e positivistas, sejam a teóricas do género, as mais eruditas, sejam a mulher activista e intelectual ...Todas negam o seu lado instintivo e o lado sagrado da Vida, claro, tendo como factor determinante o  lado espiritual e não o material e o  pensamento racional apenas?
No caso das católicas e das new age como tidas como mulheres espirituais ou muito devotas de um deus, serem conservadoras e fiéis ao seu dono e negar a mulher intelectual e a feminista marxista, vai dar ao mesmo... a mesma separação...Aqui temos um vasto problema para equacionar, pois a mulher num e noutro caso, a marxista por um lado e a espiritualista por outro se tornam antagónicas entre si tal como a mulher do lar nega a amante, a puta e ambas ao negar um lado negam uma parte integrante de si. 

Ouvia essa dita feminista radical e muito da sua teoria até batia certo, mas a dimensão anímica e espiritual falta completamente a essas mulheres viragos, mais parecidas com os homens, do que com qualquer mulher naturalmente. Porque a mulher é também o feminino e o feminino não é uma aparência apenas determinada pela roupa sexy ou pela cosmética, pelo baton e pelos saltos altos ...mas por uma essência que as anima e que exala da mulher, diria uma substância, uma força integra, um íman - uma energia da qual essas mulheres estão muito longe...

 Enfim, no que concerne a mulher como um ser integral (nem puta nem santa, mas apenas senhora de si e do seu corpo) as feministas não fizeram nada...apenas tentaram mudar as condições de trabalho e os direitos sociais da mulher a partir do exterior no plano cultural e ideológico sem perceber que continuavam divididas dentro de si e fora...e que afinal lhes deram apenas mais corda...mas no momento da verdade, eles puxam a corda e querem mulheres de rédea curta...para voltar a dominá-las.
Não, as feministas não conseguiram quase nada...porque tudo o que conseguiram foi apenas seguir os discursos dos homens as suas teorias as suas escolas...e as mulheres que acreditaram nisso e ousaram ser "adulteras" porque pensavam que o corpo era delas e que eram emancipadas e livres ...são ainda punidas pelos juízes e vitimas da mais cruel violência machista e feminicídio...
Acabou de acontecer em Portugal...e está a acontecer em todo o mundo um retrocesso cultural e histórico que visa atacar e destituir as mulheres de identidade.

rlp

* Excerto de um Estudo de L.Graciela Natansohn
(da Faculdade de Tecnologia e Ciência)

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