O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, dezembro 10, 2017

A MULHER INTERIOR



Hoje desde de manhã cedo que queria escrever sobre a mulher interior, a grande importância da mulher interior  - essa mulher que quase não existe e que praticamente desapareceu do mapa, dando origem a toda esta salganhada que é a ideologia de género que defende esta coisa bizarra e ridícula de que "não existe apenas o gênero "masculino" e "feminino", mas um espectro que pode ser livremente escolhido pelo indivíduo de acordo com o que ele ou ela se sente...ora esse sentir é tantas vezes difuso e complexo e confuso,  face a uma sociedade falocrática e machista que vive de estereótipos e que desvirtuou por completo a ideia do que é ser mulher e a fez perder a sua identidade.

A ignorância do ser mulher, do que é e SENTE, deriva da falta dessa interioridade na mulher, de uma profundidade ontológica e até de uma mística feminina completamente varrida da cultura superficial e pelo culto da vulgaridade-superficialidade  que predomina nas sociedades materialistas, consumistas e alienadas do ponto de vista de uma verdadeira espiritualidade. 
A ausência de dimensão espiritual e humana  gera uma grande  falta de consciência do que é ser uma mulher em essência, uma mulher inteira. Não se pensa no facto  de a mulher ter sido separada da sua natureza intrínseca, da sua natureza instintiva,  e a forma como a religião e a sociedade a dividiu em dois tipos de mulher, de um lado  a mulher sexual e do outro lado a mulher maternal  (a puta e aa santa ) -  toda essa alienação da mulher de si e em si  fez com que as mulheres do ponto de vista cultural e histórica, e ainda  psicologicamente  se tenham perdido da sua psique e da sua origem e do seu estado natural.
O que aconteceu de dramático e ao mesmo tempo consentâneo foi que a mulher, ao lutar por uma igualdade e num mundo racional,  se identificou quase exclusivamente, social e culturalmente,  com o ego masculino, e que ao recalcar o seu feminino profundo fez nascer esta desordem psicológica e sexual e que por sua vez levou às ideologias de género que afastam ainda mais a mulher e o homem da sua natureza biológica e natural.

rlp

UMA LONGA APATIA de 1933 a 2017

(...)
"O recente despertar da mulher da sua longa apatia trouxe à tona poderes latentes que, muito naturalmente, ela está ansiosa por desenvolver e aplicar na vida, tanta para sua própria satisfação e vantagem, como para aumentar a sua contribuição à vida do grupo. Esse passo adiante no desenvolvimento consciente não acontece sem dificuldades e obstáculos. Ela afastou-se da velha e bem estabelecida maneira de conduta e adaptação psicológica da mulher, e se acha hoje atacada por problemas que nem ela mesma e nem as mulheres pioneiras que iniciaram o movimento pela emancipação da mulher previram. Essas mudanças tem produzido para a mulher um inevitável conflito interno entre a necessidade de se expressar através do trabalho , como um homem faz, e a necessidade interior de viver de acordo com a sua própria natureza feminina. Esse conflito parece condicionar toda a experiência de vida para todas aquelas mulheres modernas que estão totalmente cientes de si mesmas como indivíduos conscientes. Para elas uma vida unilateral não é suficiente; o conflito entre as tendências opostas do masculino e do feminino dentro delas tem de ser encarado. Não podem resumir os valores do feminino àqueles velhos padrões instintivos e inconscientes. Conseguindo um novo grau de consciência, saíram do fácil caminho da natureza. Se pretendem ter contacto com o seu lado feminino perdido, isso preciso ser feito pelo duro caminho de uma adaptação consciente.

Os problemas de adaptação, surgindo da recente dualidade na mulher, tem que ser necessariamente tratados sob o seu aspecto moderno. A necessidade de reconciliação dessas duas partes da natureza feminina é um problema secular (a cisão da mulher em duas -nota pessoal); e é somente na sua aplicação na vida prática que o aspecto moderno surge. Basta olhar para debaixo do verniz da vida contemporânea para se encontrar o mesmo problema num nível mais profundo. Não é um problema de adaptação da mulher ao mundo do trabalho e do amor, esforçando-se para dar o mesmo peso a ambos os lados da sua natureza, mas sim uma questão de adaptação aos princípios femininos e masculinos que interiormente governam a sua subjectividade. Ela tem de voltar-se para quele material subjectivo que foi rejeitado, que para os cientistas do sec. XX eram somente superstição ou uma questão de humores. " *

*esther Harding - os mistérios da mulher 



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