O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, maio 03, 2018

UMA REFLEXÃO



Intimidade versus interioridade...

INTERNO, INTERIOR, ÍNTIMO

"Enquanto o ouroboros continuar dormindo em nós seremos sempre corpos de uma outra cabeça.
De cada vez que uma só gota do teu íntimo se escape verás que ela se condensa e de tal modo se adensa que entre ti e aquele que entreviu apenas um só cílio do teu íntimo se erguerá uma grade, uma barreira, uma lança.
E essa lança é a ti próprio que fere.
O íntimo é aquela substância, lagarta em permanente metamorfose de que tu és apenas o invólucro, a segregação visível da glândula íntimo e as suas metamorfoses são as tuas." 

(...)  
ANA HATHERLY - Sigma



Como dizia há dias a umas amigas, quando escrevo sobre mim e o que penso ou sinto  "A Intimidade é só minha” - ninguém tem de saber por exemplo, com quem durmo, ou com quem jantei ontem...mas a minha interioridade é a minha expressão de ser alma e dizer e ser fiel a mim mesma, e isso portante faz uma grande diferença que nem sempre percebemos qual é...vejo muitas mulheres (e homens) confundirem interioridade com intimidade. Mas são realidade ou vivências diferentes embora se misturem...
Vamos portanto separar as águas...porque quando eu falo em sinceridade não peço que me falem da vossa intimidade, mas da vossa interioridade, do que sentem como pessoas vivas para além do quotidiano... mas o que acontece porém  é que muitas pessoas não tem interioridade sequer e portanto acham que falar da sua intimidade é que é ser interior sendo intimista - creio que resulta de uma mistura desta palavra intimismo - a literatura intimista que fala dos sentimentos e coisas intimas, mas não forçosamente daquilo que eu chamo a interioridade de alguém que se pensa e se sente singularmente...e refiro-me portanto aquilo que vivemos dentro de nós mas numa escala "superior" diria, anímica ou espiritual, que nada tem a ver com as coisas sentimentais e domésticas nem do nosso dia a dia, embora tenham pontos comuns, e por isso urge separar esta ideia porque é fundamental para todas nós que estamos num caminho de dentro.

Hoje, até como mulheres,  podemos falar de interioridade porque temos mais consciência de nós como seres humanos para além das questões de género e sexuais ou  passionais, instintos e emoções primárias. Penso que a interioridade da pessoa humana é a sua verdadeira espiritualidade, a sua relação com a sua alma e a sua consciência de si em termos psicológicos e ontológicos e não apenas com os seus sentimentos comuns, como reflexos apenas de acções e reacções. Porque interioridade sendo à partida as coisas interiores vistas como sentimentos e emoções apenas, hoje sabemos que a alma e o espirito se comunicam dentro de nós muito para além dos sentimentos e há percepções outras num infinito leque de cores e sensações - há patamares de elevação de consciência e experiências extrassensoriais  que abarcamos dentro, por uma visão interna ...e nem todos dependem de factores exteriores ou alheios a nós mesmas.
Nós somos um todo: corpo alma e espírito e a ciência (dita dos 5 sentidos) e a psicologia mental, não se reveem num ser como uma totalidade em si, mas em separado e por partes: de um lado o corpo, do outro a mente e a alma...nem se considera real...e o espírito é algo fora lá longe ou acima... .

Fica aqui esta reflexão...ela não é cientifica...
rlp

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