O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, fevereiro 03, 2019

LEMBRAR



O Imbolc é um festival gaélico associado com a deusa Brighid. É comummente realizado nos primeiros dias de Fevereiro, em que a deusa conduz a Primavera para a Terra.

"BRIGHID, também grafada BRIGID OU BRIGIT é uma deusa celta popular na Irlanda. Deusa do fogo, fertilidade, lareira, todas as artes e ofícios femininos, artes marciais, curas, medicina, agricultura, inspiração, aprendizagem, poesia, adivinhação, profecia, criação de gado, amor, feitiçaria, ocultismo. Brighid é uma das deusas chamadas de pan-célticas, pois fora cultuada por todos os diferentes povos celtas. É considerada a padroeira dos Druidas. O seu nome significa "flecha de poder".

Foi cristianizada como a "mãe adoptiva" de Jesus Cristo e chamada de Santa Brigida, a filha do Druida Dougal the Brown. Algumas vezes também é associada com a Deusa Romano-Celta Aquae-Sulis em Bathe.

A data exacta do início do seu culto pagão é desconhecida. Acredita-se que foi há milénios, sendo uma das deusas mais antigas e “contemporânea” de Inanna, Ishtar, Ísis, Hera, Gaia e Freyja. As suas lendas desenvolveram-se ao longo de várias gerações e mesmo truncadas ou distorcidas pelos monges e historiadores cristãos, acabam por preservar fragmentos da sua esquecida sabedoria e poder.

Ela é um arquétipo poderoso no mundo contemporâneo, que ultrapassa barreiras religiosas ou filosóficas. O seu poder alcança tanto os adeptos do neo-paganismo (druidismo, Wicca, seguidores da Tradição da Deusa) – que a cultuam no Sabbat Imbolc como uma Deusa Tríplice, padroeira das artes, cura e magia – quanto os cristãos, que a reconhecem como uma mulher real, santificada, cujos milagres continuam acontecendo até hoje.

As lendas mais antigas dão conta que num distante dia primaveril dois sóis despontaram no horizonte para iluminar o mundo. Um deles era o velho Astro-Rei que como sempre emergiu do Leste para iniciar sua caminhada costumeira pelo céu até encontrar seu descanso no Oeste, enquanto o outro anunciava o nascimento de uma filha dos Tuatha Dé Danann, ("povos da deusa Danu") mitologia irlandesa e escocesa.

Como uma revelação do que seria o destino daquela menina no mundo a casa onde nasceu ardeu até alcançar o céu numa chama de brilho imperecível nunca desfeita em pó , competindo em pé de igualdade com a luz do Sol durante o dia e até mesmo vencendo as trevas na noite.

Brighid era representada por três mulheres, Brighid, a poetisa, Brighid, a médica, e Brighid, a ferreira, sendo conhecida com a deusa da Tríplice Chama, pois o fogo alimenta as forjas, esquenta os experimentos dos alquimistas, e incendeia a mente dos poetas.

Brigid, a Deusa das águas que curam, faz os rios voltarem a correr; Brigid, a Deusa dos animais, propicia o retorno e o acasalamento deles, garantindo a continuação da vida por meio dos filhotes; Brigid, a Deusa das sementes, filha do Dagda, o Senhor do Caldeirão, abençoa o reinício dos trabalhos na agricultura; Brigid, Deusa solar, traz de volta os dias mais claros e mais amenos.

Brigid, a Deusa não só do fim do inverno (Imbolc), mas de todo o ano, está connosco mais uma vez, sob uma das suas muitas faces – a Donzela da Primavera. O mundo enche-se de luz, os corações de alegria, e dos lábios dos Bardos nasce uma nova canção – uma canção de amor por Brigid, padroeira dos artistas e dos amantes da arte.

Excalibur, a espada do Rei Arthur, foi forjada pela Senhora do Lago, com o fogo sagrado de Brighid.

Como a Avalon Arthuriana, ou a "Ilha das Maçãs," Brigid possui um pomar de maçãs no Outro Mundo no qual as abelhas viajavam para obter o seu néctar mágico.

Oração à Deusa Brigith

“Senhora dos cabelos trançados!
Guardiã do fogo sagrado!
Venha meus caminhos iluminar!
Meu lar abençoar!

Brigit! Filha do Grande Dagda!
Senhora das fontes sagradas!
Concede-me saúde e paz!
E todo amor de que és capaz!

Que eu saiba honrar tua bênção,
Entregando-te meu coração!
Que eu saiba curar e abençoar
E espalhe amor por onde eu passar!

Assim se faça para sempre.”

in Mitologias e Lendas de Margarida Canto

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