O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, abril 30, 2019

A ESCRAVIZAÇÃO DA MULHER


VERDADES CRUAS E DURAS...

" Andrea Dworkin demonstra que o domínio masculino é um domínio sexual na prática: os homens dominam as mulheres ao fodê-las. Porque eles carregam no ato todo o ódio que sentem em relação a elas, por isso o sexo e a violência estão estreitamente ligados. Moldou-se uma norma sobre a relação sexual que, mesmo nos meios ditos progressistas e liberais, assenta necessariamente no domínio das mulheres pelos homens. O coito não pode ser pensado como um encontro de corpos robotizados sem alma. São precisamente esses esforços de desumanização que escravizam as mulheres. Dworkin reclama para se reinventar as relações sexuais, começando por se interessar pela própria relação sexual em si, o que ele expressa da nossa humanidade, e das nossas relações com os outros, em toda a sua complexidade. Enquanto continuar a tolerar-se a violência sexual que são a prostituição e a pornografia, vamos continuar a tolerar a violência masculina. E não vamos nunca deixar de ser fodidas."*


Nota - A palavra Foder significa: ferir, magoar, rasgar, violar, e diz tudo como homens e mulheres veem a relação sexual.


* Andrea Dworkin, "Coïts", éditions Syllepse, traduction de Martin Dufresne.

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