O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, maio 29, 2019

NÃO EXISTE LIBERDADE SEXUAL...


OS DIREITOS DAS MULHERES 
ESTÃO A RECUAR EM TODA A EUROPA…

"Acho que temos que ter uma conversa meio dura aqui. Eu sei que nos últimos anos você tem aprendido e entendido que é uma mulher livre sexualmente. Que é dona do seu corpo. Que pode fazer o que quiser com ele. Que não é mais reprimida. Que tem DIREITOS que foram conquistados inclusive a duras penas por outras mulheres, feministas, que denunciaram e lutaram para que você pudesse ter alguma autonomia
Estas maravilhosas mulheres que nos antecederam denunciaram sobre como nosso corpo sempre foi objetificado e usado como mercadoria e sobre como nossa capacidade de gerar, em nossos úteros, uma nova vida, nos manteve subordinadas e exploradas. E lutaram portanto por direito a métodos contraceptivos e a interrupção de gestações se assim mulheres desejassem. Essas mulheres denunciaram que nosso corpo sempre foi passivo no ato sexual e que o prazer deveria ser algo compartilhado e desejado por todas as mulheres. "(…)

Excerto de um texto muito lucido e bastante longo que mostra como de facto a verdadeira liberdade da mulher não existe senão na sua cabeça… e que isso equivale a um erro grave. Pensar assim expõe a mulher a uma sociedade que nunca foi senão uma sociedade machista e dominadora e os padrões base que a alimentaram séculos continua a ser o mesmo fora das idealizações que se fizeram através de teorias várias que apenas branqueiam a realidade.
As feministas insistem nessas ideias pretendendo que as mulheres ajam em conformidade com as suas teorias e as mulheres acabam por se expor a violência crescente que é a violação e o abuso das mulheres em todo o lado. Parece inocente que uma rapariga vá vestida como "gosta e quer" - muitas vezes quase despida - afirmativamente, ou se quisermos provocantemente (ai o que isto parece conservador!)  sem ter em conta o olhar do predador sexual que é quase todo o homem que não conhece… e que vê a mulher como mero objecto de prazer. Por mais que digam, por mais que hajam discursos sobre a emancipação e a liberdade das mulheres essa não é a REALIDADE. Essa liberdade está como dizia há dias uma amiga, só na cabeça das pessoas… Porque a realidade continua a ser a da  "violência dos homens sobre a mulher as crianças e os animais, (e isso) deve-se ao facto de a Humanidade estar sob a  “dominação exclusiva dos homens”...há séculos!


"Porque esta obsessão da negação das mulheres pelas religiões patriarcais?

Esta impureza das mulheres mas mais do que isso, esta profunda misoginia, esta negação da humanidade no sexo feminino, encontramo-la nas três religiões monoteístas de forma exacerbada.
Também a encontramos noutros lugares. Esse caminho também foi percorrido pela Índia. Mas aquilo que espanta e também nos atrai é que ainda persiste a imagem do Grande Feminino.
Nos templos, podemos encontrar a divindade feminina. Enquanto no ocidente, tem-se a impressão de se tratar apenas de folclore bárbaro, pura imaginação. Mesmo com as universitárias, falar do divino feminino parece lhes algo de carnavalesco. Para elas o divino feminino é unicamente mítico. Elas não vêm que o mito foi história. É nesse ponto que se fixa o meu trabalho. Contrariamente ao que dizia Jung, a mitologia não é um arquétipo fixo, é também história. Ora se ficarmos no mito apenas, por exemplo, o das amazonas, das mulheres fortes, portanto no inconsciente colectivo, isso não fará mal a ninguém porque o castramos da sua historicidade para deixar isso numa terra de ninguém, fora do tempo e do espaço. Então é aí que se torna curativo sublinhar que existiu um outro feminino para além da visão patriarcal, que não foi nem sujo nem demonizado. O casamento sujo é o casamento patriarcal, que é o casamento de um dominado e de um dominador."  Françoise Gange - Février 2001

“A racionalização do sistema andocrático (dominação exclusiva dos homens) é serem os homens como “chefes de família”, quem toma conta das mulheres e crianças. Esta racionalização baseia-se porém num modelo de realidade que, mais uma vez, ignora quantidades maciças de dados, pois estes demonstram sobejamente que uma das principais razões porque tantas mulheres e crianças em todo o nosso globo vivem na miséria mais abjecta é o facto de, tanto em famílias “unidas” como “destroçadas”, os homens NÃO sustentarem adequadamente as mulheres e os filhos.”– Riane Eisler *

A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES está em todo o lado...ela é branqueada e disfarçada, mas quando não é obvia e descarada ela passa subliminarmente em tudo que se diz e faz num sociedade patriarcal. A violência contra as mulheres começa e está na Génese...está nos livros "sagrados", no Alcorão e na Bíblia...Está nas histórias que vendem milhões, na pornografia, nas telenovelas, nas canções, na pregação dos padres, dos políticos, dos militares, dos futebolistas, está na prostituição, está na cultura, na Arte...está no Cinema, está nos anúncios...está na mente de todos homens em geral!

A VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES É INERENTE AO PRÓPRIO SISTEMA...e o Sistema baseia-se nela...porque se baseia na guerra e na competição e no consumismo, na alienação do ser humano de todos os valores, na mentira global e na exploração da mulher pelo homem, desde sempre dentro do casamento e no Bordel e agora pelas Mafias e pelas industrias da musica e da moda e da cosmética assim como do homem pelo homem.

Tudo isto se passa dentro do Sistema patriarcal, sujeitas ao culto do pai e do deus, a que tod@s estamos jujeit@s de uma maneira ou outra, o que muda dentro do movimento do Sagrado Feminino, por suposto evocando e resgatando uma herança matriarcal? Fazem as mulheres do sagrado feminino a diferença? Que mulheres são essas ? Mulheres comuns com profissões comuns, mães de família, trabalhadoras, cultas ou incultas? Como vivem elas essa realidade em que a Deusa é evocada como principio? FALANDO COM AS MULHERES, Mesmo com as universitárias, falar do divino feminino parece lhes algo de carnavalesco. Para elas o divino feminino é unicamente mítico. Elas não vêm que o mito foi história. É nesse ponto que se fixa o meu trabalho.

No entanto "O encontro com a Mãe Divina é uma etapa essencial para a nossa consciência, totalmente incompreensível para o intelecto. Porque a Grande Mãe é o Todo. Ela é o próprio Corpo da criação, Ela sustem o universo, a sua Essência está em todo lado. E a sua Essência é Amor puro. Ela é a Matriz última, da qual somos tod@s filh@s." (Marie Elia)

rlp

*in “O CÁLICE E A ESPADA” 




2 comentários:

Anónimo disse...

Estou de acordo com você. Aquelas meninas de 13 anos que estão seminuas, e pensam que são muito liberadas, parece que estão sendo oferecidas como um artigo de descontos. Agora somos todos prostitutas e os homens nem têm que nos pagar! E acima nós pensamos que é maravilhoso!

rosaleonor disse...

Tem toda a razão - é exactamente isso que se passa. A forma como o patriarcalismo se apossou de uma falsa liberdade foi como sempre em seu beneficio… as mulheres agora desde meninas fazem sexo de graça sem prazer e sem dignidade…pensando que são livres, mas apenas são compelidas pelos Midea e uma cultura sexista machista que usa as mulheres a seu belo prazer. Antes as mães protegiam as filhas, agora já de nada serve a sua experiência, também elas estão muitas convencidas que é assim…