quinta-feira, maio 20, 2010

QUANDO A MÃE É AUSENTE...

A REPRESSÃO DO FEMININO “Pela repressão a alegria do feminino foi rebaixada como mera frivolidade; a sua sensualidade expressa foi diminuída como coisa de prostituta, ou então ridicularizada pela seu sentimentalismo ou reduzida exclusivamente a instinto maternal; a vitalidade da mulher foi submetida ao peso das obrigações e da obediência. Foi essa desvalorização que gerou filhas desenraizadas e subterrâneas do patriarcalismo, separando a força feminina da paixão, tornando-a imagem dos seus sonhos e ideais de um céu inatingível mantidos pomposamente por um espírito que soa a falso quando comparado com os padrões instintivos simbolizados pela rainha do céu e da terra”. “A mulher que eu precisava chamar de mãe foi silenciada antes de eu Ter nascido” Infelizmente, muitíssimas mulheres modernas (na verdade quase todas) não receberam desde o início os cuidados de mãe. Pelo contrário foram criadas em lares difíceis, de autoridade absoluta e colectiva (“cortadas do contacto com a terra pelos tornozelos”, como observou uma mulher), cheios dos “é preciso” e dos “deve-se” do super-ego. Ou, então, acabaram por se identificar com o pai e a cultura patriarcal, alienando-se da sua própria base feminina e da mãe pessoal, que frequentemente é por elas considerad fraca e irrelevante. Essas mulheres têm necessidade premente de se defrontarem com a deusa em sua realidade fundamental. Uma conexão interior dessa natureza é uma iniciação essencial para a maior parte das mulheres modernas do Ocidente; sem ela não podemos ser completas. Esse processo requer, a um só tempo, um sacrifício de nossa identidade enquanto filhas espirituais do patriarcado, e uma descida para dentro do espírito da deusa, porque uma extensão enorme da força e da paixão do feminino está adormecido no mundo subterrâneo, no exílio há mais de 5.000 anos.
* In CAMINHO PARA A INICIAÇÃO FEMININA De Sylvia B. Perera »»» TESTEMUNHO PUNGENTE:

Minha dor é viver num corpo que não corresponde ao meu ser nem as minhas expectativas, minha dor é ser julgada pelos que não me conhecem e pelos que me conhecem como uma pessoa maligna e caprichosa desprovida de bom senso. Vive num mundo do pai e cada dia arrisco levar a Grande Mãe as pessoas da minha convivência...

O fogo que move minha alma e essa fome que me leva a fazer loucuras em nome do que acredito e ser julgada irracional pelas pessoas, sou uma mulher vinda de outro tempo...

Meu anseio maior é amar muito, eu tenho fome, muita fome de viver, muita fome de encarnar a Grande Deusa e vive-la no mundo, muita fome de ajudar as pessoas a viverem a Deusa porque me sinto completa e realizada quando faço aquilo para o qual existo. Minhas lágrimas posso suportar, o que os outros pensam ou dizem posso suportar, só não poderia suportar desistir de quem sou e do que acredito para me encaixar num mundo que vive a base da brutalidade...

Por isso sou feiticeira.

Gaia Lil disse...

Eu sei minha querida o que é essa dor...por isso estou de coração consigo. rlp

5 comentários:

  1. Sei que não é atrevido nem inovador mas dedico a Ti a aos outras irmãs que perfazem este caminho separadas mas ligadas pela Deusa


    MÃE-DEUSA

    A Ti, Ó Mãe Terra ofereço minha alma e meu amor,
    A Ti, Ó Deusa Sagrada , Criadora de todas as coisas
    Mãe de Tudo o que Há,
    Doadora da Vida, que a partir do Caos criou a Luz e a Harmonia
    Mãe é Teu Nome Sagrado
    Que Invoco neste momento
    Em que busco Teu divino Olhar
    Que a Tua Voz vibre na minha garganta
    Que Sua Voz vibre e ressoe
    Através da Voz de todas as Tuas Filhas
    Tuas Sacerdotisas que lhe servem e lhe amam
    Mãe Negra do Tempo,
    Face que esta por detrás de todas as formas
    Nos Te imploramos
    A Sua bênção, a Sua Força
    Diante de todas as injustiças
    E blasfémias feitas a Ti
    e as Tuas Filhas
    Zelai por nós Mãe Terra
    Que Assim seja

    ResponderEliminar
  2. Às vezes tb sinto uma solidão aguda e saudades da presença da Mãe,tanto a biológica quanto a Mãe Eterna;são as horas em que me sinto criança,desamparada ante as dores do mundo,quando parece que nada é mudado,apesar de todos os esforços.É nesta hora que me refaço no colo da Mãe.

    Hoje eu quero o colo
    Da Senhora Branca
    Quero luz no meu solo
    Me banhar de branco
    Num sonho sereno
    Pleno
    De energia
    De magia
    Quero a ausência
    Das horas escuras
    Quero paz de inocente
    Criança assim
    Sacerdotisa de mim
    Te ofereço flores
    Minhas dores
    Meus amores
    Só te peço um regaço
    No cansaço
    De meus dias
    Só hoje
    Me traz esta sorte
    Me abraça forte
    Me embala em teu peito
    Do teu jeito
    Com cheiro de Mãe
    Das Sombras
    E da Luz...

    Porto Alegre,11/12/2009

    ResponderEliminar
  3. - lindos poemas...anna e gaia, minhas amigas sempre na linha da frente.
    a Mãe...também sinto a sua falta...as vezes as palavras não chegam, precisamos da sua presença! E isso depende da graça...
    estou cansada...há dias assim. demoro a responder mas fico muito grata por vocês estarem aqui!
    abraço as duas de todo o meu coração
    rleonor

    ResponderEliminar
  4. se me permitem a intromissão no meio de tão sagrada reunião, eu estou lendo com muita voragem o livro de Riane Eisler, "O cálice e a espada".
    um excelente livro, para entender o porque de nós termos tanta violência física e sexual.
    e sem dúvida merece o meu endosso para leitura.

    ResponderEliminar
  5. Meu caro, tomando a palavra em nome de minhas irmãs, creio que já estamos mais adiantadas, todas nós temos um exemplar verdadeiro ou virtual do livro...
    QUE SEM DUVIDA é essencial leitural para quem deseja percorrer os caminhos da Deusa...

    ResponderEliminar

quem vier por bem seja bem vindo...