O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, março 01, 2021

TODA A MINHA VIDA

 


O PROPÓSITO DE UMA VIDA (2018)

(que aos outros nada interessa)

Toda a minha vida tive como propósito individual encontrar em mim mesma uma resposta que me transcendesse fora do plano mental e buscando assim aquilo que chamamos o mundo espiritual,  na paz interior e por um amor maior e, no inicio da minha busca (pelo lado oriental),ao me deparar com espiritas e depois gurus eu também pensava que o mundo material era uma ilusão (Maya) e que tudo na vida era karma e os destinos de quem morre barbaramente, crianças e mulheres, era porque praticaram os mesmos horrores noutras vidas...e agora merecem esta espécie de "justiça divina". Mas com o passar dos anos percebi como tudo  isso era muito básico, demasiado elementar, e por essa razão acabei por me distanciar das filosofias espiritualistas, hindus e budistas...tal como da cristã inicialmente. Hoje sou pagã e como mulher olho  o que se passa na Terra desabridamente e sem medo de dizer o que vejo e  isso é importante para mim - e não posso deixar de ver em todas as religiões patriarcais o mesmo erro secular: todas dizem que "a vida na terra é ilusão e no céu é que é o paraíso"...

Foram muitos anos a olhar para dentro, tantos como os que olhei para fora à procura de mim mesma até que percebi que, principalmente como mulher, tinha perdida a minha ligação com a  terra  e compreendi que ela pode ser uma escola de amor e de evolução como pode de facto ser um lugar de horrores...e vi que quem criava  esses horrores não era senão o homem! 

Talvez seja assim desde sempre e para sempre, e eu devesse aceitar isso, mas quando o meu ser se eleva e a minha alma ESTÁ EM PAZ, porque a minha Consciência se ligou ao ser uno dentro de mim, eu não deixo de ver  fora a dualidade do mundo - os dois polos de tudo - o que não quer dizer que eu não veja os erros humanos e tudo o que se passa à minha volta no agora e aqui e não é esse estado interior de paz e amor  que me impede de olhar e denunciar as injustiças do mundo fora de mim... onde parece o ódio domina...

Eu sou um ser lucido, centrado em mim, não sou crente de nada, nem sigo ninguém - e para mim hoje a questão de fundo é que enquanto cada pessoa estiver a ver o mundo apenas dentro  dessa dualidade (bem mal) e  se focar apenas no positivo ou no negativo e andar a fugir de si e do seu outro lado indo para o céu e o eterno sem querer ver como a terra está a ser destruída...e as mulheres ofendidas e as mães desprezadas e continua a pensar-se muito certa, muito elevada...eu penso ...e então onde fica a Compaixão e onde fica a Consciência Humana dessas pessoas?

Na verdade NINQUÉM SABE NADA - andamos todos e todas ao sabor das invenções e crenças e historinhas e ficções humanas, sejam mitos e  religiões e filosofias as mais diversas, ninguém se entende...pretos e brancos ricos e pobres... sem ver que o rei vai nu...

PORTANTO O QUE CONTA PARA MIM É O MEU CORAÇÃO - ele é a unica coisa certa que tenho e enquanto ele bater...e me disser o que ele sente...é ele o meu Farol para entender e responder a minha humanidade a quente...e isso faz-me sentir viva por sentir o sofrimento dos outros como coisa minha também...

rlp

(escrito em 2018 - revisto)

1 comentário:

Elton S. Neves disse...

O que vale é a voz dos Deuses que ouvimos em nossos corações, através dos nossos anos de vivência. É ouvi-los a dizer-nos para termos amor, compaixão, humanidade e piedade para com o nosso próximo. É sermos acima de tudo, HUMANOS.

E somente anos de vivência e observação do que ocorre na natureza, no corpo sagrado de Gaia, é que pode nos levar a isto: a vivenciarmos a nossa "humanidade" para com o nosso irmão, de forma plena.