domingo, fevereiro 10, 2002



LVII

... mais doce ainda que o canto da lira
...e mais que o oiro
doirada.



LXIII

Não sou daquelas que ruminam rancor:
Meu coração é o da criança.



Safo - Fragmentos
*** ****
O meu desejo de ti é literário,
Como de um grande poema ou sinfonia,
Romântico e místico, sublime e transcendente!

É um desejo de música e de palavras;
É como tear do coração, lento e preciso
Como tecer um tecido, uma pele, um lenço de seda da Índia,
De Caxemira, com tigres e linces (para e pôr ao pescoço).

É um novo corpo com que nascer,
É uma aura com que te envolvo em vez de te possuir
Ou ter com o meu corpo físico...

São as minhas mãos aladas com penas nos braços
Que te afagam o rosto e no meu peito te embalam
Como uma filha nascida das nuvens
Ou das brumas do meu sonho.

O meu desejo de ti é puramente literário,
Feito de nomes e símbolos à procura do verbo.
É matar esta sede de sangue no meu sangue,
Sorvido da tua boca como taça do Graal.

É consumar as núpcias no magma secreto da terra
E voltar ao céu da origem desconhecida,
Mergulhar na luz bendita do nosso ser total.

É amar-te acima de todas as formas, conhecer-te a essência
E perder-me para sempre na sua música celestial

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