quinta-feira, março 28, 2002



HIJAB

Aventurado o momento ó amada,
em que tu e eu sentadas, nas escadarias do teu palácio,
a tua face e a minha, uma só alma, juntas escutávamos
o cântico das aves nas árvores do teu jardim.


Esse momento de júbilo em que tu e eu,
unidas em êxtase e sem palavras,
por fim nos encontrámos à entrada do teu ninho.
Onde enlaçadas nos vimos, tu no Irão
e eu aqui sòzinha...


Tu e eu , irmanadas na mesma fé e sem véus.
Livres do jugo dos homens
que serão devorados pelo seu ciúme
de nos verem de novo unidas tu e eu
ó minha irmã, no amor da Deusa-Mãe!


E no globo inteiro saberão da nova
como a paz anunciada, entre as mulheres...
Tu e eu sós, ó amada, Ocidente e Oriente,
passado e futuro, unidas neste amor para sempre
libertas dos grilhões do pecado e da beleza...


(adaptação e plágio a Rumi)






Agni e Soma

Gosto de me vestir toda de branco
Curta, calças e turbante.


Trago com orgulho sobre a fronte
o quarto crescente do deus Lua
E sentado na escadaria de Varanasi,
Vejo a deusa Sol aparecer, resplandecente,
repleta de ouro, rubis e diamantes.


Vejo-te, inundando o Ganges, na cidade santa
onde tantas vezes mergulhei inebriado do teu amor,
percorrendo a via láctea do meu desejo!
Correndo para ti ó Mãe, bebendo o teu néctar,
ardendo na insanidade do meu delírio
que me parece ser tudo um sonho, ainda...


É uma lembrança que tenho, doutro tempo, milhares de anos...
desde o início dos tempos em que te consagrei minha Rainha.
E ainda hoje espero ver-te aparecer, num sari vermelho,
todo bordado a ouro e diamantes.
A porta do templo onde me encontro,


Toda vestida de branco,
Curta, calças e turbante.


Ó Surya, vem...


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