O VÍCIO DO PODER
O vício do poder destrói o coração do homem. Insistindo cegamente em tal defeito, o homem diminui-se a si próprio e à mulher, de cuja cumplicidade precisa, para confirmar a sua imagem de poderoso. É esta imagem que, conscientemente ou não, se tornou o sentido da sua existência. Verdadeiro amor não pode surgir porque ninguém está para ser desafiado nos seus pontos mais sensíveis. Só o confirme tal imagem é considerado aceitável numa relação "amorosa" dessas. O Eu que teria sido possível a cada um é odiado, como ele inclui, também, a vivência do desamparo e do sofrimento. Evita-se a verdadeira responsabilidade, assim como a verdadeira compreensão do outro e de nós próprios. Vivemos em charadas e, quando essas não resultam, enfurecemo-nos e matamos.
in "A Traição do Eu" de ARNO GRUEN
(...)
Além disso, o problema da doença mental nunca será resolvido enquanto o homem dominar, em primeiro lugar porque os homens têm interesse nisso: só as mulheres que não regulam bem estão dispostas a aceitar o domínio do homem, ainda que mínimo; segundo, o homem recusa-se a admitir o papel que a paternidade exerce no problema da doença mental.
in "MANIFESTO DA SCUM" de Valerie Solanas
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