segunda-feira, julho 15, 2002



MEMÓRIA

Imagino-te fechada numa cidade de cristal,
num horizonte longínquo de luz
no espaço sideral, onde vives submersa.


Vejo-te de muito longe num mar distante, vindo...
Chamo-te desesperada...Não sei quem és, onde estás,
mas sei que existes e me amas tanto como eu a ti.


Talvez me chames, talvez me esperes,
talvez me queiras dar tudo o que sonhei ou pressenti.
Vejo-te porém de muito longe...
numa câmara ardente, num leito branco de cetim.


Adivinho o teu corpo suave ou translúcido
o teu sorriso doce e profundo, os teus cbelos ondolados,
as tuas mãos aladas que puxam por mim...


Pudesse eu vencer esta distância e lonjura!
Queria tanto estar a teus pés rendida
ser tua escrava e não ser mais nada.


Ah! Quem me dera se éter, volatilizar-me, subir no ar;
ser a a essência que, no espaço infinito te dá alento e forma
ser minha a tua própria vida e eu não ser nada...


in "Mulher Incesto - Sonata e Prelúdio"


"Ton royame unique: ton propre cri!"
F.Cheng

SE, for muito desejado, apreendido é,
o conceito de eternidade,
tem ele, o fulgor da Luz,
ferindo a mente.

Oh dádiva, do ser perfeito
que ao amor se rende, porque
o acende


ALDEGISE

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