sexta-feira, setembro 27, 2002





Vejo passar os barcos pelo mar,
As velas, como asas do que vejo
Trazem-me um vago e íntimo desejo
De ser quem fui, sem eu saber que foi.
Por iso tudo me lembra o meu ser lar,
E, porque o lembra, quanto sou me dói.



**** ****


Exígua lâmpada tranquila,
Quem te alumia e me dá luz,
Entre quem és e eu sou oscila.


in "Poesias Inéditas" - Fernando Pessoa

Sem comentários:

Enviar um comentário

quem vier por bem seja bem vindo...