domingo, maio 04, 2003




SEM MUSAS NÃO HÁ POETAS...


"Através da tradicional veneração da Deusa Branca ela torna-se uma com a mulher real, sua representante humana, sacerdotiza, profetiza ou rainha-mãe. Nenhum poeta que exalte a Musa pode experimentar conscientemente a existência senão na sua experiência da mulher pois temos de considerar que é na mulher que reside a Deusa seja em que grau for.(...) Um poeta que exalte a musa abandona-se absolutamente ao amor e a mulher que ele ama na vida real é para ele a encarnação da Musa.
(...)
Mas o verdadeiro poeta, perpetuamente obsediado pela Musa, faz a distinção entre a Deusa na qual ele reconhece o poder supremo, a glória da sabedoria no amor de uma mulher, e a mulher indivíduo que a Deusa pode tornar seu instrumento por um mês, um ano, sete anos ou mesmo mais. O que é próprio da Deusa fica; e talvez o seu poeta tenha de novo a possibilidade de a reconhecer através da experiência que possa vir a ter de uma outra mulher "


in "A DEUSA BRANCA "
de Robert Graves





`A MUSA E À DEUSA MÃE...


Enlouqueci ou a Musa chama-me?
Não a ouves?
Não a ouves nas folhas que sussurram,
na voz suave do vento, no riso da água?
Não a ouves?

Se é loucura, que eu enlouqueça!
Que eu parta em busca dela, gritando
ao céu brilhante: desce deusa que cantas, desce:
traz-nos a tua música imortal:

O som das flautas que tocam como o vento
sobre a erva que se curva, ao som das cordas tangidas
como a súbita luz do Sol, o som límpido
da tua voz que emociona o mundo inteiro.



in "O CAMINHO DA DEUSA "
de Patricia Monaghan

Sem comentários:

Enviar um comentário

quem vier por bem seja bem vindo...