domingo, dezembro 26, 2004

«je sors de toi mais indéfiniment retenue dans ton ventre»
LUCE IRGARAY

A TUA IMAGEM

Tenho a tua imagem gravada no mais fundo do meu coração:
Olhos internos, fibras e nervos te vêem...

Corre no meu sangue como um rio
E eu deixo-me levar na corrente do teu ser.

Bebo a tua seiva e ergo-me como a coluna do templo
Em que és Rainha e minha,
No mais sagrado altar em que te posso abrigar.

Guardam-me a alma os teus olhos
Que me seguem a cada silêncio e em cada gesto.
Queria abraçar-te o ventre e adormecer suavemente a teus pés...

Como o pedinte à porta de uma igreja ou o nómada no deserto
A minha sede de ti é eterna, ó mãe do céu
E da terra em que nasci!



In “Mulher Incesto - Sonata e Prelúdio”
rosa leonor pedro

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