quarta-feira, abril 05, 2006



NADA FICA DE NADA

Nada fica de nada. Nada somos.
Um pouco ao sol e ao ar nos atrasamos
Da irrespirável treva que nos pese
Da humilde terra imposta,
Cadáveres adiados que procriam.

Leis feitas, estátuas vistas, odes findas —
Tudo tem cova sua. Se nós, carnes
A que um íntimo sol dá sangue, temos
Poente, por que não elas?
Somos contos contando contos, nada.


14/02/1933
(Odes de Ricardo Reis)

há dias assim...


POUCO ME IMPORTA


Pouco me importa.
Pouco me importa o quê? Não sei: pouco me
[ importa.


24/10/1917
(Alberto Caeiro, Poemas Inconjuntos, 1913-15)

...AINDA OS CABELOS BRANCOS?...

Sem comentários:

Enviar um comentário

quem vier por bem seja bem vindo...