
Houve um tempo em que tu não eras escrava...lembra-te disso. Um tempo em que caminhavas sozinha, cheia de riso em que te banhavas nua no mar...Podes ter perdido a memória desse tempo, mas procura lembrar-te...Podes dizer que não há palavras que descrevam esse tempo, podes dizes que ele não existe. Mas recorda. Faz um esforço para o relembrares, ou, se não conseguires, inventa-o!"
"Les Guerrilleres" de Monique Wittig
NO MASCULINO...
"Houve um tempo em que tu não eras um escravo; lembra-te disso.Um tempo em que caminhavas sozinho, cheio de riso em que te banhavas seminu no mar. Podes ter perdido a memória desse tempo. Mas procura relembrar-te...podes dizer que não há palavras que descrevam esse tempo, podes dizer que ele não existe. Mas recorda. Faz um esforço para o relembrares, ou, se não conseguires, inventa-o! "
Monique Wittig (tradução de Vera Faria)
LIDO E TIRADO DE in http://saberdesi.blogspot.com/
Cara Luiza Frazão:
Queria só alertá-la de que o excerto de Monique Wittig refere-se à mulher escrava e não ao homem. ...Alem disso é uma traição tremenda ao espírito da autora...Todo o texto se refere essencialmente à liberdade da mulher e da sua expressão; inclusive esta autora cria uma linguagem toda no feminino e é uma acérrima feminista, por isso achei estranho haver uma tradução no masculino. Desculpe a chamada de atenção mas faz toda a diferença, embora o homem também seja um escravo, faz da mulher sua escrava...
Como o próprio título do livro indica "As guerrilheiras" trata de mulheres e não de homens...Compreendo que seja nobre dar um sentido universal ao texto mas é a Mulher que precisa tomar consciência de uma liberdade que perdeu...
ESTE PEQUENO EXCERTO TRADUZIDO NO MASCULINO EM VEZ DE TAL COMO NO ORIGINAL SER NO FEMININO, FAZ TODA A DIFERENÇA, UMA DIFERENÇA GRITANTE POIS O HOMEM FOI SEMPRE LIVRE DE SE BANHAR NU NO MAR OU DE CAMINHAR SOZINHO
"Les Guerrilleres"
Obrigada, Rosa Leonor, pelo seu esclarecimento de que apenas agora me apercebi.
ResponderEliminarNa verdade, Vera Faria tinha acrescentado "tradução livre" e ela quis de facto falar de um estado de "escravidão" em que todos no fundo nos encontramos, motivado pelo medo, a ignorância/inconsciência, os estereótipos, a matriz de controlo...
Há de resto um nível, o nível da alma, em que não haverá qualquer diferenciação de género...
Luíza Frazão
Sem dúvida que há um nível o da alma em que não se destinguirá o género, além do mais todos vamos variando de vida para vida de género...e às vezes ficam memórias que nos confundem mas fica sobretudo a certeza da ambivalência do ser ou o yin e o yang em cada um de nós homem ou mulher!Em que a essência só se toca justamente nesse casamento alquímico entre o feminino e o masculino dentro de cada ser. No entanto falta tanto ao homem como a mulher integrar o princípio feminino para unir os opostos e encontrar o equilíbrio interior a equanimidade! Por isso a importância DESTE NOSSO TRABALHO COM A MULHER...
ResponderEliminarAgradeço a sua atenção
rosa leonor
Vai ver estão falando do homem que é acorrentado pelo capitalismo, que se alienou e vive para o poder financeiro..Mas claro que não terá a mesma conotação do que o poema original...Podem ser ambas escravidões, mas são escravidões diferentes........
ResponderEliminar