sábado, março 04, 2006

A GRANDE ILUSÃO SURREALISTA…

"Pai, pátria, patrão - a trilogia que serve de base à sociedade patriarcal e à canzoada fascista (...) os homens hão-de erguer-se e hão-de arruiná-la, fundarão a sociedade fraterna dos companheiros de trabalho, do poder e da solidariedade humana"

[in Manifesto do Surrealismo, e citado por Artaud em Mensagens Revolucionárias, & Etc]
(roubado ao Almocreve das Petas)

“AS MULHERES E A POLÍTICA”
OU O ORGULHO DAS MULHERES TRAVESTIS


“A revista do Expresso trazia, há uns tempos, um vasto artigo sobre as mulheres e a política. O tema é recorrente: sempre que por esse mundo fora aparece uma mulher sentada num cargo político, olha-se o país, com ar crítico, e vai-se conversar com Maria de Belém, Leonor Beleza ou Manuela Ferreira Leite. Segue-se a lenga-lenga do costume sobre as quotas e a política no feminino. Manuela Ferreira Leite faz política no feminino? Ninguém diria e a verdade é que ninguém o diz. De acordo com a cartilha oficial, a firmeza e o rigor são exclusivos masculinos. Uma mulher, para ser fiel à natureza, deve apresentar-se com ar dócil e dialogante, exibir uma apurada sensibilidade social e revelar uma notória falta de temperamento para exercer, de forma eficaz, o poder. Mandar é um verbo que não se conjuga no feminino. As mulheres mandam, como algumas delas confessam, apenas porque têm que se impor num “universo masculino”, com regras definidas por homens e carreiras que não se coadunam com filhos. Não fosse isso e elas seriam de uma simpatia asfixiante e de uma irreprimível bondade. Nunca apareceu nenhuma assim. E as poucas que por aí andam não se notabilizam pela bondade ou pelos seus rasgos de simpatia. Mas, segundo a tese corrente, a política tem sexo. E esta tese é mais forte que a realidade.
ccs
(publicada na revista Atlântico)

in O espectro


UM MUNDO SEM ALMA

Constança Cunha e Sá, será uma extensão valiosa de Vasco Puido Valente e portanto sabe como ninguém que uma mulher só pode ser ouvida se tiver “cabeça de macho” (lógica e racional) ou então é condenada a ínfima espécie - que é o lugar das mulheres no mundo paternalista quando não “os tem" e que só conhecem um universo, lógicamente, o masculino...

Mas, como dizia uma das suas musas: uma mulher no emprego se quiser sair mais cedo, tem de dizer que vai pôr o carro na oficina porque isso o chefe desculpa, mas se disser que vai buscar o filho à creche porque está doente é logo reprovada e olhada de soslaio…


A INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

A permanente dicotomia entre a emoção e a razão, bem e mal, sem uma Consciência Superior, o pensamento dual será sempre dividido em consciente-inconsciente, (céu e inferno) e cria consequentemente uma enorme confusão sobre o feminino e masculino e ninguém consegue discernir a alma da “coisa”, ou a própria Alma. Como sem alma não existe verdadeiro feminino na sociedade paternalista tudo se confunde com o imaginário masculino ou com os travestis que são a face caricata e uma forma de integração do feminino nos homens…
O homem paga dessa forma com a sua pretensa virilidade negada, o preço da negação do feminino enquanto que a mulher há muito que paga a negação de si mesma, reduzida há milénios a um corpo (mente) objecto explorado abjectamente pelos mídea e também agora pelos Blogues!
Mas há também as mulheres travestis dos homens, mas essas são-no normalmente apenas no plano intelectual (são em princípio as políticas e as jornalistas) e não se dá por isso, pois continuam a usar tailleurs, ou "espera-maridos" como a Cidália...

Sem comentários:

Enviar um comentário

quem vier por bem seja bem vindo...