O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, janeiro 29, 2020

UMA PEDRADA NO CHARCO


 FINALMENTE O LIVRO NAS MINHAS MÃOS...

UMA PEDRADA NO CHARCO (i)


Depois do lançamento do meu livro estive uns dias de ressaca e sem conseguir sequer pensar ou escrever … Hoje porém já estou mais refeita daquilo  que acho que foi o impacto  energético proveniente do efeito  do lançamento do livro e por estar rodeada de mais de uma meia centenas de pessoas (mulheres na maioria) sendo eu o foco da atenção e do sentir...
É realmente demolidor de estruturas o efeito energético de uma corrente de energias diversas mesmo que se esteja receptiva e aberta ao momento e consciente da imensa troca dessas energias que nos atravessam aquando de uma qualquer exposição física e emocional, a um publico diverso, e neste caso  é como se eu as tivesse recebido todas e em todas as direcções… A nível nervoso, além do cansaço de atenção permanente a cada pessoa que vinha, despende-se sempre imensa energia, diante das resistências de cada pessoa, mesmo que não seja nada pessoal. Nem sempre estamos integradas ou centradas… para receber e dar de nós sem sofrer esses efeitos. Talvez por isso no fim do dia o meu corpo parecia amassado como se tivesse levado uma tareia e as dores do corpo eram reais e extremas… Para além das tensões normais a nível psicológico e emocional devido aos diferentes níveis de relacionamento com as diferentes energias veiculadas pela plateia e as suas resistências duvidas e medos ou até mesmo das correntes de simpatia e amor e viver intensamente esse momento ao sentir a alegria dos afectos e a gratidão das mulheres que me rodearam, eu sei que o livro em si é uma "afronta" à velha energia de bloqueio das mulheres do mundo e ousar escrever e publicar o desmontar da nossa prisão milenar tem um preço a pagar a um nível invisível de quem vence uma estranha e desigual batalha energética entre mundos. Já nem falo dos conceitos e ideias a debater ou a refutar do que está escrito (literariamente) e isso não me interessa. 
O meu livro não é uma "obra literária" nem tem pretensões literárias ou filosóficas etc. Tudo o que me move é chegar de forma directa e simples a todas as mulheres! Digam as sumidades, os eruditos ou as intelectuais o que quiserem. Pensem as pessoas em geral também o que quiserem. Nunca irei reunir consensos. E não espero nada do mundo patriarcal, nem da critica machista ou de qualquer meio de publicidade do Sistema...
Apenas quero unir e consciencializar as mulheres do poder que elas possuem e daquilo que as impede de ver e de se atribuírem um valor próprio. 

No entanto eu sei que as mulheres vão continuar a servir o Homem assim como sei que  muitas das mulheres que iniciaram o caminho de si, as mais destacadas, mas também as mais incautas e convencidas, estão neste momento a viver um certo retrocesso no processo virando-se para a ferida do masculino, mais uma vez colocando o homem em primeiro lugar em busca da sua anuência e protecção… e parceria!
Sei igualmente que o antagonismo e a inveja das mulheres  prevalece nestes meios e cuja rivalidade ancestral não se vence do dia para a noite como sei que esta velha batalha das mulheres umas contra as outras ainda não cessou ...pois ela revela-se pela calada na animosidade silenciosa e na sombra sem que essas mulheres tenham muitas vezes sequer consciência dela… 

O facto é que o livro está LANÇADO...e vai cair como uma pedra no charco ...e por isso sei que também  vão cair sobre mim muitas mulheres revoltosas de se sentirem desmascaradas… e que estão enraizadas no poder do Homem - mas para mim o mais importante é saber que vou ver  nos olhos de muitas e muitas mulheres a alegria da descoberta de si e a satisfação de se encontrarem e reverem nas minhas palavras. Isso não tem preço e paga bem o meu esforço e ousadia em ter ido contra esta "Muralha da China" e da peste que nos dizima e assusta ainda sempre que queremos passar essa fronteira das nossas limitações  e medo atávicos...há sempre espadas que nos ferem e trespassam e há cálices que nos saciam a sede e nos dão a beber da fonte que nos preserva…


"Ah tenho estado a ler o livro e cada vez que o abro não consigo largar -  disse uma amiga -, "onde quer que abra o livro é sempre interessante…", e eu vejo e sinto que é a Energia viva da palavra livre e a força de Lilith que nos anima…e que me insuflou de amor e a perder este medo atávico do Pai e do Filho e de ser Mulher por conta própria senhora do meu destino e ousar ter voz própria. Precisamos de muita coragem para continuar a dar voz ao nosso ser Mulher e acordar Lilith de vez...
rlp

A '«pedrada no charco», como a «atitude que provoca polémica, discussão, alteração de uma situação, cómoda ou incómoda, ou faz reagir quem estava acomodado, parado». '
in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa,

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