O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, maio 26, 2010

A ROSA NO CORAÇÃO DA MULHER

A ROSA SAGRADA

"A dupla essência, masculina e feminina, de Deus - a Cruz.
O mundo gerado, A Rosa, crucificada em Deus"
fernando pessoa



 



"E só agora vejo que a rosa era a sua anunciadora, a que vinha antes, a ocultas, consigo ligada.

Ela vinha este e aquele dia, aparecendo-me em formas diversas, no sonho (que dizia: o mundo é construído como uma rosa – camadas e camadas que é preciso atravessar para chegar ao seu centro, que será o centro de dentro e o de fora); na praça romana surgiu como uma rosa verdadeira, atravessada pétala a pétala, até ao fundo; ou então reduzida ao seu único centro, coração de tudo, o fim, a ponte de passagem entre terra e céu.

E então, só depois, nos anos seguintes, veio a Virgem, seu ser enfim revelado, aquele que antes tinha aparecido em símbolo, em imagem viva. Agora ela vem, três vezes, em três vindas sempre diversas e novas: do centro da Terra, brotando das suas entranhas, por um momento abertas, em altas e espiraladas chamas de fogo branco; aparecida súbita no meu quarto, ao meu lado, rodeada o meu ser que ele mesmo rodeava; de noite, em assunção no prado verde das árvores, em torres rendadas subindo para o céu: e eu nelas subindo.

Mas primeiro fui a sua flor, como sua face verdadeira e oculta. Face que a revelava e anunciava, em imagem transporta. Para mais tarde ser decifrada.

 (17-VI-1967) In A FORÇA DO MUNDO

DALILA PEREIRA DA COSTA

"Crucificação da Rosa - ou seja no sacrifício da emoção do mundo (a Rosa, que é o círculo em flor) nas linhas cruzadas da vontade fundamental, que formam o substrato do mundo, não como realidade (que isso é o círculo) mas como produto do Espírito (que isso é a cruz)."
*

fernando pessoa

4 comentários:

Nana Odara disse...

Rosaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa...
saudadeeeeeeeeeeeeeeeeees...
Beijo...
leio seu livro todos os dias,
meu companheiro inseparavel...
volto já...

Rosario Duarte da Costa disse...

Ola querida!
So para te dizer que me permiti traduzir um dos teus poemas (Pag33)di livro "mulher incesto", que te dediquei no meu blogo.
Dir-me-as o k penas. rosario Duarte da Costa

rosaleonor disse...

Juliana!!!
Volte já mesmo! espero que esteja tudo a correr bem e o Teo se esteja a adaptar...
saudades e muitos beijinhos

volte depressa

rosa leonor

rosaleonor disse...

Olá Rosário!

Que bom saber de ti!
Gostei muito de ler o poema!
Obrigada por te lembrares e trazeres mais um poema para a minha língua de eleição, quase diria de coração, não fosse o português um amor fatal como este destino de nascer portuguesa e ter este triste fado...viver-se sem se Ser do tamanho que se sonha...
um grande e carinhoso abraço

saudades


rosa leonor