O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, novembro 30, 2019

Para melhor compreendermos, os papéis estão invertidos

CASAMENTO INDIANO TRADICIONAL: 
A MULHER VESTE-SE DE VERMELHO E DOURADO, COMO O SOL E O HOMEM VESTE DE BRANCO COMO A LUA… assim podemos perceber como a luz de outra visão qual o sexo  que representa o princípio activo e qual o que representa o princípio passivo...


“Com efeito, o mito celta da Mulher pode iluminar-se a uma outra luz se tivermos em conta ao mesmo tempo a importância dada pela psicanálise à identificação com a mãe e a recorrência do tema das filiações uterinas em todos os textos literários bretões ou irlandeses. Juridicamente, a família celta é agnatícia, mas não de modo absoluto. Os privilégios reservados às mulheres provam-no e são o testemunho duma hesitação entre a família agnatícia e a família cognática, ou seja, aquela que repousa inteiramente sobre a mulher, centro incontestado de toda a filiação e de toda a sucessão.
Esta nostalgia, pois disso se trata, da época cognática exprime-se no direito irlandês, no direito britónico e no mito em geral. Trata-se do testemunho dum recalcamento do desejo secreto de regressar ao antigo sistema, senão nos factos, pelo menos numa espécie de metafísica eivada dum erotismo muito subtil a que somente a psicanálise pode dar uma explicação satisfatória.
Dado que os celtas são, apesar de tudo, Indo-Europeus, consideremos em primeiro lugar a noção de feminilidade dos antigos hindus. O princípio feminino é chamado, na terminologia dos Veda, Shakti. Ora, parece que toda a mitologia bramânica repousa sobre o facto que a divindade masculina nada pode sozinha, e que é necessário que uma divindade feminina a complete para que haja acção. Não existe aqui um deus macho único e cioso das suas prerrogativas. Tal deus também não existia para os outros Indo-Europeus, pelo menos nos tempos primitivos. Podemos resumir simplificadamente a teogonia védica do seguinte modo: no princípio existia Brahma, o Todo indiferenciado, o Absoluto. Mas o Absoluto, sendo absoluto, é incapaz de acção. Esta constatação hegeliana conduz à suposição duma forma relativa de divindade absoluta e indiferenciada: será Shiva. É em Shiva que se concretiza uma das faces de Brahma. Shiva é o ser relativo, mas não podemos conceber um ser sem o seu oposto – ou o seu complemento – e Shiva, que é masculino, que é o legislador característico duma sociedade paternalista, não pode efectivamente sê-lo sem se lhe opor um princípio feminino pelo qual ele existe; caso contrário, ele tornar-se-ia Brahma indiferenciado e absoluto. Este princípio feminino, esta Shakti, toma a imagem da antiga deusa pré-ariana Kali, ou o rosto de qualquer outra deusa: ela é a esposa de Shiva, ela é etimologicamente “a energia em acção, o dinamismo do tempo”. Shiva está sentado em contemplação interior, fora do tempo e portanto do espaço. Ele é pois o lado passivo da eternidade. E é Shakti que o põe em movimento: a deusa é por consequência o aspecto activo da eternidade.

Para melhor compreendermos, os papéis estão invertidos. Os homens, que se julgam os dominadores do mundo e os reguladores da ordem estabelecida, não imaginam por um instante que o seu poder não é senão passividade e que o poder da mulher, que eles desprezam (mas que também temem e invejam), é o poder activo. Assim se explica que em algumas línguas que conservaram a lembrança de épocas anteriores, o germânico, o celta e o semita, para não falar senão destas, o Sol seja feminino e a Lua masculina. O Sol representa com efeito o calor activo que se derrama sobre o mundo e que dá vida à Lua, astro estéril que não é fecundado senão pelo Sol. No folclore do mundo inteiro, contam-se histórias a propósito da Lua que engravida as mulheres, advertem-se as mulheres para não urinarem diante da Lua, estabelece-se uma relação entre a Lua e o ciclo menstrual. Este último ponto é de resto muito importante, pois ele indica os períodos de fecundidade da mulher: o que significa que a fecundidade feminina solar precisa do seu contrário lunar, contrário passivo e frio. Isto não é senão um raciocínio dialéctico, mas a história de Tristão e Isolda que fez as delícias de todas as exegeses do amor ocidental, baseia-se nesta oposição (…).
Não é preciso referir que a concepção de Shakti, princípio activo da divindade, está na origem das numerosas representações de uniões sexuais nas fachadas dos templos bramânicos: todas essas representações evocam, em diversos graus, a união de Shiva e de Shakti. Trata-se do hierosgamos, para o qual tendem inconscientemente todas as criaturas, por sentirem que desta união nasce a maia, o mundo da ilusão, o que significa claramente para um Europeu, o mundo das realidades aparentes, ou ainda o mundo da relatividade.
É para este hierosgamos que tendem todos os heróis das epopeias celtas (…). Porque o herói, mesmo tratando-se dum herói de cultura, e portanto dum herói de ordem masculina, é a imagem de Shiva: nada pode fazer sozinho. Ele não é senão passividade.
É por essa razão que descobrimos nas lendas celtas uma identificação do filho com a Mãe. A identificação do filho com a mãe, como a do amante com a amante, é uma espécie de hierosgamos. Daí provêm todos os estranhos casais da mitologia antiga: Mabon e a sua mãe Modron, depois Owein-Yvain e a sua mãe Modron; Rhiannon e o seu filho Pryderic (…). O casal constituído pela mãe e pelo filho, demasiado chocante e provocador numa sociedade paternalista, foi substituído pelo casal dos amantes no qual se produz entretanto a mesma identificação. O amor que une dois seres como Tristão e Isolda, como Diarmaid e Grainé, como Étain e Mider, é a peripécia simbólica pela qual os amantes acedem à natureza divina: o tema, já muito antigo, é o do mortal que obtém os favores da deusa e por consequência acede ao estádio do divino, sendo a deusa simbolizada pela Mulher Amada, a Amante Ideal, a Amante fatal, a Fada de múltiplas faces, aquela que é cantada pelos trovadores, a “Senhor” todo-poderosa e soberana.

Jean Marckale, “La Femme Celte” 
(tradução de Luiza Frazão)

sexta-feira, novembro 29, 2019

HONRAR A DEUSA E A MULHER



O YIN E O YANG

 Sabemos que as qualidades do feminino (negativo) e do masculino (positivo) estão expressas desde logo nos princípios do universo, como o são representativos o Yin e Yang por si mesmos, assim como ambos os princípios estão implicitamente inscritos dentro de cada ser humano que se realiza ou se consciencializa de um propósito de vida mais elevado. Contudo não é assim tão fácil para o homem conhecer o seu yin porque a mulher nesta sociedade não espelha o seu verdadeiro feminino mas de facto o seu lado yang. A mulher foi obrigada a desenvolver o seu lado yang reprimindo o seu lado yin e por isso enquanto que na mulher o masculino pode ser integrado facilmente porque a mulher já tem meio caminho andado no sistema, em relação ao homem é mais difícil ele ter o espelho do verdadeiro feminino que por sua vez nele não só foi reprimido como desprezado - um homem não sente nem chora! Portanto o problema maior a meu ver é que a mulher estando desligada do seu feminino ontológico ela não pode espelhar o feminino ao homem nem ela própria pode ser a sua plena expressão como mulher. Tudo isto gera grande confusão nas mulheres e nos homens porque a cultura e tradição patriarcal apenas defendeu o masculino como valor e pior que isso inverteu todos os valores e assim como os princípios. E é ai que começa a confusão das mulheres cujo ego masculino predomina nelas, e passam a reverenciar o masculino como deus, esquecendo que é o homem que tem de honrar e reverenciar a Mulher, e não a mulher o homem...Porque é a mulher que é a mãe e inicia a criança, tal como é ela a iniciadora do homem como amante. Esta ordem foi invertida e subvertida ao longo dos séculos e assim como todos os valores do feminino e por isso nada funciona nas relações...e as mulheres do dito "sagrado feminino" que deviam se focar na sua própria essência e descoberta da mulher total, estão de novo a querer cuidar e amparar o homem-criança ferido em vez de fazer o seu trabalho de resgate de si própria. Por isso quando vejo mulheres virarem-se para os homens em busca do masculino sagrado e a querer curar a ferida do masculino em vez de olharem para as suas feridas e curá-las elas estão a honrá-los e em reverência, em vez de se fazerem honrar a si e à Deusa …

Diante deste cenário fico agoniada e revoltada. A Mulher é a Natureza ela a Mãe Gaya...é ela que tem de ser reverenciada e o homem deve servi-la e amá-la...

Se os Polos Opostos e complementares da Natureza Humana, os Princípios feminino Yin e o Princípio masculino Yang estivessem integrados e equilibrados, se a mulher fosse a Mulher e o homem fosse o Homem apenas e se a Natureza dos seres fosse a original, a natural,  aquela com que se nasce e não viesse primeiro uma moral ou religião, depois uma filosofia ou uma ciência e agora as teorias de género a quererem definir o que é normal, os seres humanos seriam só e apenas SERES HUMANOS.  E isso seria tudo.
rlp
(tema a desenvolver)


Yin e Yang

“Quando as energias deixam de estar representadas ou de serem canais ”apropriados”, o cerne andrógino que todos nós seres humanos possuímos poderá vir à tona e proporcionar-nos uma nova desenvoltura de estar no mundo e de estar connosco mesmos. A transferência de energia entre as constelações de contrários – seja entre o racional e o mitológico, o ego e o animus-anima, o Yin e o Yang, ou qualquer que seja a designação que usarmos para as energias Feminina e Masculina _ ou seja, deslocamento de energias outrora consideradas separada, irá ocorrer tão rapidamente, tão suavemente, que a oscilação será praticamente indiscernível. Teremos uma situação dinâmica no microcosmos, e as energias irão impulsionar activamente o organismo humano. Porém, visto da perspectiva do ser humano como um macrocosmos, haverá uma aparência de equilíbrio. Sem qualquer sentimento de disjunção, podemos ser ao mesmo tempo ternos e firmes, flexíveis e fortes, ambíguos e precisos, capazes de acalentar e de orientar, de doar e de receber. (...) Numa interacção andrógina, o indivíduo está ciente do funcionamento simultâneo do aspecto intuitivo (pelo qual é capaz de de apreender conjuntos inteiros) e do aspecto sensível (em que cada diminuto elemento de uma situação é vista em sua relação com a totalidade)”.


in “ Androgina: Rumo a uma Nova teoria da Sexualidade” de June Singer




"CRIME E CASTIGO"



COMO OS HOMENS IDEALIZAM UMA MULHER...

"Dúnia lhe era simplesmente indispensável; renunciar a ela era inconcebível para ele. Já fazia muito, já se iam alguns anos que ele sonhava deliciado com o casamento, mas não parava de juntar dinheiro e esperava. Sonhava extasiado, no mais profundo segredo, com uma donzela bem-educada e pobre (necessariamente pobre), muito jovenzinha, muito bonitinha, de caráter nobre e instruída, muito intimidada, que tivesse sofrido infortúnios em excesso e se anulasse completamente diante dele, que a vida inteira o considerasse a sua salvação, que o venerasse, que se sujeitasse a ele e se sentisse maravilhada com ele e somente com ele. Quantas cenas, quantos episódios doces criara na imaginação para esse tema sedutor e brejeiro nos momentos de ócio depois do trabalho! E eis que o sonho de tantos anos estava quase se realizando: a beleza e a instrução de Avdótia Románovna o haviam deixado pasmo; a situação de desamparo dela o incitara ao extremo. Nela havia até um pouco além daquilo com que ele sonhara: uma moça altiva, de caráter, virtuosa, em educação e desenvolvimento superior a ele (ele percebia isso), e a vida inteira uma criatura dessas iria lhe devotar uma gratidão servil pela proeza dele e anular-se de modo reverente, enquanto ele reinaria infinita e absolutamente!...


- Fiódor Dostoiévski, em Crime e Castigo

terça-feira, novembro 26, 2019

OS SIMULACROS DO PATRIARCADO



"Hoje, como no seu início, o patriarcado finge nos "ensinar" sobre as nossas almas, e oferece-nos ' salvação espiritual. ' Na verdade, o patriarcado nunca fez nada além de roubar e explorar a alma humana, assim como, desde o seu início em derramamento de sangue em massa, a repressão e o saque, tem por quatro anos roubou e explorou as energias da terra e das suas criaturas.... Numa paisagem destas, a clássica paranoia patriarcal torna-se bem justificado: a Terra torna-se, de fato, um lugar feio e infernal, em que coisas feias e infernal podem ser feitas connosco. A Mãe Terra pode recusar-se a responder à nossa necessidade, e em vez disso começar a combinar a nossa destrutividade com as suas próprias destruição.

Em resposta, o homem diz ' Para não se preocupar! ' e regala-nos com os seus planos para uma vida totalmente programada e artificial. Será uma melhoria tão grande sobre a vida natural, que foi tão sobrecarregado de bagunça e erro. A grama será substituída por relva, os corações serão substituídos por computadores.... Na verdade, tudo pode ser substituído, inclusive nós, por aquelas máquinas 'boas,' eficientes, obedientes, não nonunionized, completamente sem sonhos.(...)

O principal desejo do patriarcado tem sido controlar e reprimir a vida em direção a algum fim rentável, em vez de permitir que este se desdobramento ocorrer. Todas as revoltas genuínas e bem-sucedidas contra o patriarcado serão as revoltas espiritual-políticas unidas; e elas vão ocorrer com a inevitabilidade orgânica de desenvolver a evolução. É por isso que os grandes revolucionários políticos que acabam sendo mortos, assassinados por uma razão ostensivo ou outra, são, inevitavelmente, as pessoas que mais apelam ao espírito...

Precisamos de uma nova espiritualidade global - uma espiritualidade orgânica que pertence inatamente a todos nós, como os filhos da terra. Uma espiritualidade genuína que refuta completamente os sistemas patriarcal, manipuladora, as religiões mecanicista que procuram dividir-nos-que nos controle e nos oprimir, dividindo-nos com sucesso. Precisamos de uma espiritualidade que reconheça as nossas raízes terrenas como seres evolutiva e sexual, assim como precisamos de uma ontologia que reconheça a terra como um ser consciente e espiritual....
Estamos no ponto em que devemos evoluir ou morrer."

in Monica Sjöö e Barbara Mor, a grande mãe cósmica:



… As "Mulheres prosseguem subjugadas, condicionadas às ideias do Deus Pai, justificando a existência e sua co dependência de gurus/mestres, muitos visivelmente patriarcais, autoritários. E mulheres "espiritualizadas" q acham q basta parar de comer carne, deixar de tomar a pílula, falar namastê. Ando com uma pri disso tudo. Parece mais uma pantomima. Círculos q insistem na hipótese de mulheres com o masculino ferido quando é nosso feminino que sangra. E a constelação familiar anda se tornando uma técnica para imputar mais culpa, mas subserviência. Tipo: Vc tem q perdoar seu abusador, senão sua vida profissional não dará frutos, vc tem problemas com homens em função disso. Não sei se Bert Hellinger pensava assim mesmo ou é uma distorção do conceito. Tantas outras coisas. No fundo esse "novo" feminino espiritual é o mais do mesmo: manutenção do status quo, travestir de mulher selvagem Evas num espetáculo teatral e ilusório. Prefiro ficar em casa, nas minhas práticas solitárias, sem ritos, com a meditação, que é o que me faz mais conectar com esse feminino inominável, sem forma, mas que sinto na minha alma e é o q me faz ter consciência de mim, de quem sou."
Simone Abreu


Você disse tudo em poucas palavras e realmente expressa as minhas próprias duvidas e certezas quanto a esses movimentos espirituais incluindo as constelações familiares conduzidas por mulheres sem qualquer consciência de si tal como o não são nas outras esferas do dito "feminino sagrado" seguindo homens como mentores... Penso que tal como o feminismo em geral estes movimentos new age foram todas absorvidos pelo patriarcalismo de formas subtis e é exactamente como diz, a mulher faz assim o seu retrocesso ao querer curar a ferida do masculino quando ela não para de sangrar - essa é armadilha perfeita para manter as mulheres submissas ao Pai e o ao filho… fieis ao seus senhores. Acho isto assustador e fico muitas vezes sem saber se vamos conseguir ultrapassar esta mentira global a que as mulheres dão voz em nome de um Feminino que não dignificam nem conhecem ...grata pelo seu testemunho! Vou publicar o seu comentário...
Rlp

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E O FEMINICIDIO



A PROPÓSITO DO DIA INTERNACIONAL 
CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E O FEMINICIDIO

Não são slogans nem frases nem dias que vão impedir a violência contra as mulheres. A maior violência contra a mulher está na Biblia, e no Corão etc. está no Cinema, está na cultura e na tradição machista e misoginia do mundo inteiro, ela é endémica aos Sistema Patriarcal. Ela está nas bases e nos fundamentos desta sociedade.
Mas a grande violência contra as mulheres está impressa na linguagem...está nas anedotas comuns que fazem rir mesmo os homens mais espirituais e inteligentes...está na vulgaridade e na grosseria como os homens falam das mulheres, está nos filmes e séries e nas telenovelas, está nos sorrisos sardónicos e de cumplicidade de todos os homens ao olhar uma mulher na rua, como ela vai vestida, se é saia curta ou se o vestido é decotado...está nos anúncios da cerveja, os mais rascas, nos jornais da Bola e o Record tem sempre meninas nuas a ilustrar com abundantes seios como bolas ... está nas capas dos jornais, os mais sérios, que trazem sempre uma mulher nua algures...está entre os intelectuais jornalistas e doutores e juízes e advogados...sempre que uma mulher "boa" lhes passa a frente...e lhes olham a "bunda" - todos se divertem...a custa das mulheres dos outros...e a "sua"...nunca se sabe, se lhe batem, mas afinal que mundo é este se presidentes e ministros de grandes países são violadores, são arruaceiros...No meio de tudo isto...de que vale um dia de publicidade chocante com mulheres espancadas e mortas pelo marido e o amante????
Vá lá, PENSEM , sobretudo as mulheres que acreditam que os homens estão do seu lado...
rlp


EM QUE MUNDO VIVEM AS MULHERES?



A ALTA TRAIÇÃO DAS MULHERES A SI MESMAS E AS OUTRAS MULHERES!

" Ainda há mulheres que defendem que os homens são mais vítimas que as mulheres. Confundem a problemática da violência da mãe sobre os filhos, afirmam perentoriamente que há mais violência doméstica contra os homens... Não sei onde vivem estas mulheres!!!" ML.P

Não há duvida de que essas mulheres são alienadas de sim mesmas e estão cegas e pensam como os homens - elas não tem qualquer noção do seu ser essencial e portanto são as primeiras a trair as mulheres e a sua natureza e por isso a branquear esta realidade gritante da violência contra as mulheres no mundo. Da parte de mulheres integradas no Sistema ou mesmo da parte de feministas acontece, mas sobretudo as que estão ao serviço do patriarcado, não seria tanto de estranhar, mas agora também as mulheres do dito "feminino sagrado" que estão a inverter o processo de consciencialização antropológica e psicológica das mulheres e a inverter os seus processos "honrando o sagrado masculino" isso já é francamente assustador porque estão de novo se colocando debaixo da sua tutela e domínio o que é mais trágico. Eu não sou feminista, nem estou contra os homens. Nem se trata de banir os homens nem de os combater mas apenas de DENUNCIAR os sistema e esta realidade falocrática que oprime as mulheres em todo o mundo.
RLP


FEMININO DO SER



UMA VISÃO INTERIOR...


("Temos de restaurar a palavra RELIGIOSO/A")

"Só pode haver uma visão interior que faça a ponte ou que cure e suavize. Isto é o que restaura e reconcilia os opostos e de os ligar em união outra vez, sobrepondo a rotura que nos tem estado a causar tanto sofrimento. Ajuda-nos a mudar da contradição - essa contradição dolorosa em que as coisas se opõem umas às outras - para o domínio do paradoxo, onde somos capazes de conviver simultâneamente com duas noções contraditorias e dar-lhes igual dignidade. Então, e, só então, há possibilidade da graça, a experiência espiritual de contradições trazidas a um todo coerente, dando-nos uma maior unidade do que qualquer uma delas. Dizer que é melhor dar que receber é uma entrega do mesmo tipo de erro que prova que dois é igual a três. Focalizar o aspecto religiosos sobre um par de opostos é um engano. Só o domínio da síntese vale o adjectivo. restituindo-lhe o seu verdadeiro significado. Nessa altura reganhará o seu poder de cura. Curar, ligar, juntar, fazer ponte, voltar a juntar outra vez, estas são as nossas sagradas faculdades."

in "Owning Your Own Shadow"
de ROBERT A. JOHNSON - tradução de Aldegice Machado da Rosa



O LADO ESQUERDO MASCULINO 
E O LADO DIREITO FEMININO...
(…)
"Sobre os dois hemisférios cerebrais, as ciências dizem-nos isto: “O hemisfério esquerdo é sobretudo verbal, lógico, analítico e científico, enquanto que o hemisfério direito é mudo, espacial, analógico, sintético e artístico, O hemisfério esquerdo rege a orientação no tempo, o hemisfério direito no espaço…”
(…)
O saber adquirido pelo exterior e que exige um grande esforço de memorização é obra do cérebro esquerdo; o conhecimento adquirido pelo interior e imediatamente memorizado em cada célula do corpo que ilumina é obra do cérebro direito.(…) a palavra como representação simples de uma coisa é o cérebro esquerdo, mas a ressonância dessa palavra no Verbo que funda a coisa expressa, é do cérebro direito. A entrada na ressonância onde se inscreve toda a música do Verbo é obra de amor.
(…)
A mulher realmente mulher, iniciada nos mistérios do amor e da maternidade, nos da sua “carne” seja qual for o grau do eros verdadeiro onde são vividos, engendra em si mesma os espaços alados do Espírito! Pelo seu hemisfério direito aberto na aurora da sua vida, ela não parece perder totalmente o contacto (com a sua alma); mantém-se tão sensível ao outro lado das coisas, tão rebelde ao seu encerramento nas prisões do racional, tão prostrada quando se sente amarrada pelas algemas da lei! Quando a masculinização das escolas a não deformou…
Mas a verdade é que ela está hoje tão deformada!"


in “O FEMININO DO SER - Para acabar de vez com a costela de Adão”  de Annick de Sousenelle

ADENDA 
(...) 
Portanto e para concluir…julgo em definitivo que a coisa principal e a mais urgente que compete a mulher descobrir e o que ela tem de cumprir e pode e deve fazer por ela mesma neste momento crucial da sua história colectiva, é tomar consciência da sua cisão-divisão interior, vendo como cada mulher é apenas uma metade de si, e procurar integrar a sua totalidade a inteireza dessa natureza dividida na sua psique de forma consciente e natural num trabalho permanente de atenção e intenção de se tornar uma mulher integral.(…) 
rlp

sábado, novembro 23, 2019

EU NASCI MULHER


O PATRIARCADO

Os homens desde há milénios que se apropriaram do corpo da mulher. Durante séculos o corpo da mulher foi um mero objecto do jugo do homem e posta ao seu serviço com total submissão e apagamento da sua pessoa e sem vida pessoal, completamente entregue ao papel que a sociedade e a religião lhe atribuíram...Durante séculos de servidão a mulher foi escrava de um escravo como o foi de reis e filósofos ou grandes chefes militares, estadistas policias e ladrões.. serva de assassinos e criminosos...como o foi de heróis e ditadores.  A mulher teve sempre ao longo da historia o papel de esposa concubina ou prostituta. Antes fora Deusa e sacerdotisa e rainha...mas os tempos apagaram por completo o matriarcado e as deusas se transformaram em santas e beatas de um cristo crucificado. Passaram milénios e chegamos aos nossos tempos e apesar das mulheres se terem pensado ou imaginado livres, no ultimo século, e reivindicado alguns direitos...continuaram os homens a imitar e a roubar à mulher os seus dons e características, privando-a de uma identidade para viverem apenas em função das suas ideias e das suas vaidades e das suas paranoias ou taras sexuais. 
Hoje os homens tornaram-se os melhores cabeleireiros e os melhores cozinheiros e os melhores costureiros… recentemente os homens roubaram as mulheres a imagem e o corpo e o sexo ...Primeiro os TRAVESTIS e depois passarem a "mulheres trans…" e chegarem ao cumulo de quererem ser eles também as sacerdotisas e as deusas de antigamente -  sim houve homens castrados que serviram a Deusa...mas não eram considerados mulheres! E o que vemos  neste momento acontecer, o mais abominável e absurdo de tudo o que até hoje aconteceu no mundo desde que a mulher é mulher... é querer impedir a mulher de ser MULHER, simplesmente mulher, PARA SER CIS-MULHER...e apenas uma variante cis - por isso destaco este texto com o qual concordo em absoluto, mesmo não sendo "feminista" - porque justamente eu sou apenas uma MULHER, uma mulher nascida mulher!

"Todo o vocabulário do activismo trans empreendeu apagar as mulheres, a fim de acomodar uma pequena minoria de pessoas que gostariam que todos nós fingíssemos que a realidade material não existe. Já não somos mulheres, mas sim " Cisfemmes ", o que é suposto significar que somos mulheres que "se identificam ao gênero que correspondente ao sexo que nos é atribuído pelo nascimento ".

Isso é insultuoso. Eu não sou mulher porque me identifico com a feminilidade. A dita feminilidade remete-nos  para o conjunto dos estereótipos impostos às mulheres em uma sociedade patriarcal. Eu não me identifico com esses estereótipos. Eu não sou passiva, irracional ou demasiado emocional. Eu não sou uma mulher porque eu uso maquiagem ou saltos altos. Meu cabelo comprido não faz de mim uma mulher. Se eu estivesse de calças ou de fato de treino e tênis, se eu raspasse a cabeça, se eu saísse sem maquiagem ou se eu jogasse futebol, eu sempre seria uma mulher.

Eu não sai do útero de saia. E, em nenhum momento da minha vida, eu não me identifiquei com  algum desses estereótipos associados ao "meu tipo". Em criança, eu não preferiria vestidos às calça ou as bonecas aos camiões. Na verdade, eu queria ser "como os meninos". Quando eu era pequena, rejeitei tudo o que era cor-de-rosa e escolhi o collant preto dos meninos de preferência ao das meninas, durante o curto período em que eu fiz aulas de dança . Embora eu certamente corresponda a muitos estereótipos femininos, eu não sou de todo "Binário" em matéria de gênero. Eu sou muito mais complexa do que isso, como cada um de nós. E mesmo assim, apesar da multidão de traços de personalidade, gostos e desagrados que entram ou não na "Binarité de gênero", eu ainda sou uma mulher. E não há absolutamente nada que eu possa fazer sobre isso.

O rótulo "Cis" Imposto às mulheres nos define exclusivamente com base em estereótipos de gênero - um fardo que as feministas lutam desde sempre."

in Feministas com classe

sexta-feira, novembro 22, 2019

O AMOR DOS HOMENS



“O problema de vampirismo psicológico a que as mulheres estão frequentemente sujeitas” 

"A grande maioria dos homens no nível cultural presente nunca avança além do significado maternal da mulher e esta é a razão pela qual a alma raramente nele se desenvolve além do nível infantil, primitivo da prostituta. Como consequência, a prostituição é um dos principais produtos do casamento civilizado." - C. G. Jung

“Estes homens esbulham-nos. Exploram a fonte maternal de que somos dotadas, ficam ali sugando o nosso leite, e deixam-nos completamente vazias. Raça de exploradores. Mergulham a cabeça entre os nossos seios brancos e somos obrigadas a acariciá-los em silêncio, enquanto de olhos cerrados, através de uma sumptuosa orgia de recordações e contradições, compõem a sua paz interior, enquanto se recuperam, eles deixando-nos exaustas."

Herberto Helder, Os passos em volta.



"O CORPO DA MULHER, O CORPO DE QUE O HOMEM USUFRUI.

PELO AMOR, QUE NÃO É SENÃO UMA FORMA INDIRECTA DE VIOLÊNCIA"

in IRREFLEXÕES de Yvete Centeno
MULHERES, "Não esperem que o mundo vos ampare ou reconheça a vossa identidade enquanto mulheres. O mundo (dos homens) despreza-vos" Marian Willianson
A PROPÓSITO DO DIA INTERNACIONAL CONTRA A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E O FEMINICIDIO

Não são slogans nem frases nem dias que vão impedir a violência contra as mulheres. A maior violência contra a mulher está na Biblia, e no Corão etc. está no Cinema, está na cultura e na tradição machista e misoginia do mundo inteiro, ela é endémica aos Sistema Patriarcal. Ela está nas bases e nos fundamentos desta sociedade.
Mas a grande violência contra as mulheres está impressa na linguagem...está nas anedotas comuns que fazem rir mesmo os homens mais espirituais e inteligentes...está na vulgaridade e na grosseria como os homens falam das mulheres, está nos filmes e séries e nas telenovelas, está nos sorrisos sardónicos e de cumplicidade de todos os homens ao olhar uma mulher na rua, como ela vai vestida, se é saia curta ou se o vestido é decotado...está nos anúncios da cerveja, os mais rascas, nos jornais da Bola e o Record tem sempre meninas nuas a ilustrar com abundantes seios como bolas ... está nas capas dos jornais, os mais sérios, que trazem sempre uma mulher nua algures...está entre os intelectuais jornalistas e doutores e juízes e advogados...sempre que uma mulher "boa" lhes passa a frente...e lhes olham a "bunda" - todos se divertem...a custa das mulheres dos outros...e a "sua"...nunca se sabe, se lhe batem, mas afinal que mundo é este se presidentes e ministros de grandes países são violadores, são arruaceiros...No meio de tudo isto...de que vale um dia de publicidade chocante com mulheres espancadas e mortas pelo marido e o amante????
Vá lá, PENSEM , sobretudo as mulheres que acreditam que os homens estão do seu lado...
rlp

A NOSSA FONTE MATERNAL



O PRIMEIRO OBJECTO DE AMOR É A MÃE


..." Kundalini-a serpente vital, a mãe do mundo é uma força eletromagnética. O sopro ardente do dragão é um poder real que, quando despertado em ação, pode facilmente destruir como pode criar. O que é verdadeiro de qualquer potência natural, fogo, água, vento, também é verdade do poder espiritual: grande energia também é grande perigo. Com a deusa, tudo é real. O Espírito e a matéria são forças igualmente poderosas, e a sua acção de entrelaçamento é constantemente mágica, constantemente real.

Ao separar o espírito e a matéria, a ideologia patriarcal reduziu a existência física a um mero mecanismo observável, chamada " realidade prática enquanto a existência espiritual é descartada ou abstrato em " a imaginação " ou " o ideal Ou, como nos cultos solares apolonianos - e nas tendências teológicas do Budismo, Judaísmo, islamismo e cristianismo - espírito torna - se ' puro ser ' ou ' pura existência na eternidade ' ou ' bem absoluto ' ou alguma outra abstração intelectual totalmente unrooted Em processo cósmico. Totalmente extraído da vida, como um dente sublime.

O Espírito, na religião matriarcal, não nega a sua ligação com a mãe. É gerada fora do processo de vida no tempo e no espaço: Ela cria, dissolve e transforma-se como ela vai. O Espírito e a matéria em espiral são ambos iguais e igualmente reais. E esta é a realidade espiritual da evolução, em que a matéria se cria na consciência, uma vez que a consciência espiritual se criou em matéria."

"O primeiro objecto de amor para mulheres e homens é a mãe; mas no patriarcado, o filho tem de rejeitar a mãe para ser capaz de dominar a esposa como "um homem ...de verdade" - e a filha deve traí-la para se "submeter a um homem". Na sociedade matriarcal, esse duplo fardo de traição biológica e espiritual não ocorre. Tanto para as mulheres quanto para os homens, existe uma estreita identificação com o grupo coletivo de mães, com a Mãe Terra e com a Mãe Cósmica. E, como os psicanalistas continuam a repetir, essa identificação é propícia à bissexualidade em ambos os sexos. Mas a homossexualidade em homens tribais ou pagãos não se baseava na rejeição da Mãe, ou da mulher, como na cultura patriarcal; era baseada no amor de irmão, irmão-afinidade, como filhos da mãe. E o lesbianismo entre as mulheres não se baseava no medo e rejeição dos homens, mas no desejo da filha de restabelecer a união com a Mãe e com sua própria feminilidade. O coletivo de mães, identificado por filhas e filhos, era formado por mulheres fortes, criativas, produtoras, sexualmente livres e visionárias. E assim o ideal da feminilidade, para ambos os sexos, não era a submissão forçada e estúpida dos oprimidos, como na cultura patriarcal."

Do livro A Grande Mãe Cósmica de Mónica Sjoo e Bárbara Moor

(…)

"Gimbutas comprovou a tese de Jean Ellen Harrison, especialista em mitologia grega de Cambridge nos anos 30, a primeira a assinalar que as deusas gregas procediam de uma época histórica pré olímpica, e que o casamento de Hera e Zeus, não existia em suas origens. Este casamento forçado refletia o trânsito, às vezes dramático e violento, das culturas matrilineares para as patriarcais, após a conquista armada, e a inversão dos mitos de origem. Inclusivamente diferenciava os deuses guerreiros dos agrícolas da idade matrilinear: Hermes, Pã, Dionísio, indicando que o culto às deusas não excluía o Sagrado Masculino, porém não adorava um deus pai guerreiro e dominador, nem deidades masculinas que violentavam e matavam deusas e mulheres, como ocorre nos mitos tardios, surgidos daquela conquista e reforma.

Para Harrison os mitos gregos consistiam em tentativas, às vezes grosseiras e desesperadas de tentar modificar as crenças na Grande Mãe, suplantando-as com conceitos político-religiosos, como o mito de Atena, nascida da cabeça de Zeus, armada como uma guerreira, substituindo a ancestral Atena, uma deidade sem pai, padroeira de sabedoria e da inteligência, e assim apresentar os deuses arquipatriarcais (como Harrison os qualificou) como sendo primevos, melhores e supremos.

(…)
"Robert Graves difundiu fora do âmbito académico o trabalho de Harrison, porém foi Gimbutas quem proporcionou as provas arqueológicas sobre as ondas invasoras patriarcais, assim como a cosmovisão cultural e religiosa quanto às Deusas Mães, até então considerada por muitos como simples “cultos de fertilidade”.

Por sua parte, a antropóloga Margaret Murray apresentou provas da Tradição das Bruxas como um Xamanismo europeu cujas origens se remetem aos Xamãs paleolíticos e siberianos.

As neojunguianas Silvia Brinton Perera, Marion Woodman, Jean Shinoda Bolen e Clarissa Pinkola Estés, realizaram uma tarefa similar à arqueológica, com o intuito de desenterrar o arquétipo da Grande Deusa, das profundezas do inconsciente pessoal e coletivo, de mulheres aonde a cultura e o ego patriarcal o mantinham recluso, reprimindo-o, para que as deusas não outorgassem poder espiritual, emocional e cultural ao corpo, à sexualidade, à liberdade e à consciência das mulheres.

Para as junguianas, os mitos tardios, como o de Atena nascendo da cabeça de Zeus, foram apreendidos profundamente pelas mulheres que cresceram sendo educadas segundo o ideário feminino da mentalidade patriarcal, tendo que adotar nos últimos períodos modos patriarcais, a fim de serem reconhecidas como “Filhas do Pai” e obter êxito profissional e intelectual."

texto de Anália Bernardo

A MULHER E A MÃE




O QUE É UMA MULHER?

Uma Mulher é muito mais do que o seu corpo, o seu sexo e o seu ventre ou a sua beleza...

Uma mulher não se define nem se encontra a si mesma por ser mãe apenas ou ser amante...ou por ter um parceiro e por ter orgasmos...ou não. Uma mulher é muito mais do que isso...Ela é antes de demais o Seu Coração Inteligente...Ela é o seu Todo e não as partes, nem as suas qualidades físicas ou de fêmea, aquelas que a sociedade patrista lhe deu como único significado. O de mãe ou de amante... o de santa ou de prostituta...Tirou-lhe todo o dom inato de visão e de cura e de sacerdócio, roubou-lhe vestes e paramentos...imitou-a nos rituais sagrados das sacerdotisa da Deusa, a quem chamou "prostitutas sagradas" e às mulheres tapou-lhe o rosto nas igrejas por elas serem inferiores, pecaminosas e sujas...
Esta é a cultura judaica-cristã que herdamos após invasões bárbaras que destruíram um mundo pacífico e equalitário em que a Deusa Mãe reinava. Em que a Mãe era respeitada!
A mulher que precisamos SER e INTEGRAR é a Mulher primordial, a mulher essência, a mulher que dá corpo e voz e alma ao Princípio Feminino. Metade da Humanidade é Mulher. O mundo tem vivido apenas da outra metade Homem que subjuga domina e perverte os valores do feminino que também são seus. O mundo encontra-se em desequilíbrio e em plena inverdade e injustiça, porque foi tirada a mulher a Voz do Útero, foi-lhe roubado o Oráculo pelos senhores da guerra...

 
QUANDO NÃO SE RESPEITA A MULHER NÃO HÁ MÃE...


O drama desta Humanidade dividida é que não tem Mãe - o Homem despreza e maltrata a mulher, a mãe e a filha, se não a sua a do próximo! Os homens não respeitam as mulheres e menos ainda as entendem. Fizeram das mulheres bonecas insufláveis, objectos sexuais... O homem viola, prostitui e assassina e vende a mulher há séculos. Como é que se continua a branquear e a escamotear esta realidade e fazer leis e a fingir que tudo está bem?
Que Mundo, que Sociedade, que Família pode este homem sem Mãe e onde as mulheres são desprezadas gerar em amor e em paz?
O povo mais violento e assassino, o Islão e a sua Lei, é o povo que mais odeia e maltrata as suas mulheres - e aqui podemos ver onde chega a sua demência...no seu ódio e no seu desprezo pelos seres humanos. Homens sem mãe...filhos do Pai seja alá maomé ou jeová, são filhos de mulheres sem nome e sem voz...sem identidade!


rleonorpedro

Chegamos a um ponto em que ou evoluimos ou morremos...



NO MUNDO DE DEUS PAI


“No patriarcado básico, a sexualidade da mulher e a sua capacidade para gerar filhos pertence exclusivamente ao marido, e não à própria mulher. As áreas da sexualidade e sensualidade são receadas e reprimidas. Na nossa memória colectiva feminina, sabemos que a morte por lapidação, assim como a violação, o empobrecimento e a prostituição forçada eram castigos de uma sexualidade não sancionada. Por conseguinte, muitas vezes o terror acompanha sensações sexuais proibidas, relembrando que o poder de Deus foi orientado contra a Deusa e a autonomia das mulheres.” *



" Ao  abstrairmos o ' espírito ' da ' carne ', ao demonizar totalmente o mundo físico e a mulher como fonte, o patriarcado quase destruiu a casa do espírito, que é a terra sagrada e toda a carne. Em seu lugar, o patriarcado construiu um deserto sórdido de produtos materiais, sistemas de lucro e de energia, e máquinas de morte - o resultado inevitável de quatro mil anos de vida-ódio e mercantilismo cínica. Os nossos próprios corpos terrestres são mecanizados e pornografados, oferecidos à venda como se de fato não tivéssemos almas, mas existissemos apenas como unidades exploráveis no mercado niilista e sistemas de estado....

Hoje, como no seu início, o patriarcado finge nos "ensinar" sobre as nossas almas, e oferece-nos ' salvação espiritual. ' Na verdade, o patriarcado nunca fez nada além de roubar e explorar a alma humana, assim como, desde o seu início em derramamento de sangue em massa, a repressão e o saque, tem por quatro anos roubou e explorou as energias da terra e das suas criaturas.... Numa paisagem destas, a clássica paranoia patriarcal torna-se bem justificado: a Terra torna-se, de fato, um lugar feio e infernal, em que coisas feias e infernal podem ser feitas connosco. A Mãe Terra pode recusar-se a responder à nossa necessidade, e em vez disso começar a combinar a nossa destrutividade com as suas próprias destruição.

Em resposta, o homem diz ' Para não se preocupar! ' e regales-nos com os seus planos para uma vida totalmente programada e artificial. Será uma melhoria tão grande sobre a vida natural, que foi tão sobrecarregado de bagunça e erro. A grama será substituída por relva, os corações serão substituídos por computadores.... Na verdade, tudo pode ser substituído, inclusive nós, por aquelas máquinas 'boas,' eficientes, obedientes, não unionizado, completamente sem sonhos.

Para aqueles que ainda estão ligados ao sentimento de carne, os engenheiros biológicos estão a fazer sondagens para dentro com um sentido de reprogramação o nosso ADN, para eliminar talvez as nossas variedades, bem como os nossos erros, todos com uma visão de nos tornar mais 'perfeitos' - o que classicamente significa mais utilizável dentro dos termos de sistemas específicos. Para aqueles que ainda olham para as estrelas, o homem está lançando em todas as direções, ansioso para levar todas essas placas de circuito de Deus para outros planetas, outras galáxias. Em todos os planos de colonizar o espaço, há uma ausência notável, mas previsível, de qualquer desejo profundo de contradizer ou desafiar a definição patriarcal existente do sentido da vida. Lua e planetas vão se tornar estações de recursos colonizado...

Independentemente da sua sofisticação silicótica , quanto mais os humanos confiam nas máquinas, mais nos tornamos extensões de máquinas. Os processos robots feitos para nos "libertar" estão, em vez disso, a definir-nos. Em seu entusiasmo infantil pela sua própria inventividade, o homem mais uma vez perdeu completamente o ponto, que é este: só os seres vivos podem experimentar totalmente a vida....


O mundo ocidental, como todos sabemos, é um viciado total - tanto no seu vício compulsivo no consumo como nos seus métodos de eliminação dos seus resíduos. O problema da droga número um na América, certamente, é o vício de vinte e quatro horas por dia de 'a pessoa média' a cem vezes mais energia artificial (do açúcar à eletricidade, do entretenimento em massa à bomba) do que qualquer outro. Ser humano saudável poderia alguma vez querer ou precisar. E como qualquer viciado ameaçado com um corte de abastecimento, a América - o mundo ocidental geralmente - pode pensar e agir de forma assassinos.

O mundo ocidental sente que está constantemente ameaçado de ter as suas fontes de poder físico cortadas; em resposta, se as tendências políticas-económicas atuais forem indicativo, ele irá Instituto e manter uma ditadura total do globo, a fim de manter o acesso às fontes de energia. que, pela maioria das contas, já estão a diminuir. A alternativa, para o Ocidente, é uma mudança completa de visão de mundo e estilo de vida; mas como é possível uma mudança tão total possível dentro dos termos da ontologia patriarcal? As patriarcas ocidentais não podem mudar de qualquer forma radical (ou seja, de raiz), porque eles estão  baseados no corte de raízes humanas. O Ocidente patriarcal não consegue resolver os seus problemas de energia porque as nossas mentes e espíritos foram há muito tempo cortados e separados  da verdadeira fonte de energia, ou de poder criativo.

Esta é a fonte sexual-espiritual do êxtase cósmico, que o patriarcado tem negado em favor de energias moralista e racionalista;
e como as próprias energias morais e racionais diminuem, dentro de um quadro patriarcal prolongado, apenas as energias mais decadente, bizarras e cruéis aparecem para entrar em erupção no seu lugar. Estas energias criminosas não resultam da ausência do patriarcado, como os fundamentalistas pregam; pelo contrário, são os resíduos corruptos e espasmos grotesco do próprio patriarca em morrer.

O mal é aquele que impede o desdobramento do Um.

De acordo com esta definição, com certeza, toda a sociedade patriarcal é do mal.
Mesmo em sua morte, ele tenta colocar-nos todos uns contra os outros, como inimigos econômicos, como inimigos políticos, como inimigos políticos, como inimigos religiosos-trabalhador contra o trabalhador, branco contra o negro, homem contra mulher, crença contra a crença-como Os sistemas patriarcais começam e acabam por instigante a competitividade para a sobrevivência, i. e., tentando tornar o comunalismo, a cooperação mútua, impossível. ... Se temos que continuar a sobreviver à custa um do outro, claro que nunca vamos aprender, ou nunca nos lembrar, como viver na esperança do bem-estar um do outro. ...

O principal desejo do patriarcado tem sido controlar e reprimir a vida em direção a algum fim rentável, em vez de permitir que este se desdobramento ocorrer. Todas as revoltas genuínas e bem-sucedidas contra o patriarcado serão as revoltas espiritual-políticas unidas; e elas vão ocorrer com a inevitabilidade orgânica de desenvolver a evolução. É por isso que os grandes revolucionários políticos que acabam sendo mortos, assassinados por uma razão ostensivo ou outra, são, inevitavelmente, as pessoas que mais apelam ao espírito...

Precisamos de uma nova espiritualidade global - uma espiritualidade orgânica que pertence inatamente a todos nós, como os filhos da terra. Uma espiritualidade genuína que refuta completamente os sistemas patriarcal, manipuladora, as religiões mecanicista que procuram dividir-nos-que nos controle e nos oprimir, dividindo-nos com sucesso. Precisamos de uma espiritualidade que reconheça as nossas raízes terrenas como seres evolutiva e sexual, assim como precisamos de uma ontologia que reconheça a terra como um ser consciente e espiritual....

Estamos num ponto em que evoluímos ou morremos."


Monica Sjöö e Barbara Mor, a grande mãe cósmica: Redescobrindo a religião da terra, 1987, imagem: "bonecas de sexo" de silicone na sede de San Diego de RealDoll fotografada por Zackary Canepari para o The New York Times

• in TRAVESSIA PARA AVALON J.S. Bolen

quarta-feira, novembro 20, 2019

O SER HUMANO


SER HOMEM E SER MULHER...
e "Os dois espíritos"...



Os corpos não são definidos nem rigorosamente machos ou fêmeas...nunca o foram...embora correspondam ambos a um padrão de ordem biológica, infelizmente convencionou-se isso como padrão único para a maioria dos seres humanos designados por machos e fêmeas à partida confundindo naturezas com comportamentos sendo para isso formatados pela educação e regras impostos pelos valores sociais e religiosos da época. Mas tanto o masculino como o feminino essencial são uma realidade a partir de uma polaridade comum aos dois sexos, mas que se pode estender a um 3º sexo tanto no homem como na mulher...E é somente a partir de dentro, que podemos definir a mulher - a mulher yin, principio feminino - que tem ovários e utero que se define o feminino e não o aparentemente "feminino" de acordo com os padrões do patriarcado. A mesma coisa para o princípio masculino, o yang, ao encarnar as qualidade do masculino a que correspondem os testículos e o pénis.

Os Princípios Feminino e Masculino são da Ordem do Tao...

Mas há seres andróginos...e seres hermafroditas...e há a mais variada espécie de seres dentro da tipologia humana, a nível físico e psíquico...mas estes não são caracterizados exteriormente onde só cabem à partida o macho e a fêmea e que correspondem agora as categorias classificadas pelos manuais das teorias de género que contrariam a convencional e tradicional ideia de homem e mulher…
Naturalmente há muitos tipos de seres, e cada um devia ser livre, de SER COMO SENTE e é no seu íntimo...sem recorrer a operações e transformações de acordo com padrões vigentes, porque apenas vão em busca da imagem e do estereotipo do que se convenciona ser homem ou mulher… Cada ser humano simplesmente devia ter o direito de se exprimir como sentisse sem precisar do aval social e politico ou religioso. O SER HUMANO, não se devia definir pela sua sexualidade, mas pela sua condição HUMANA COMO ESPÉCIE, independentemente da sua preferência sexual e por isso quanto a mim, a classificação em géneros e as definições em grupos homo, trans, hétero etc. de acordo com as expressões dessa apetência sexual virada para seres de outro ou do mesmo sexo, não tem de se qualificar as pessoas como entes sexuais, mas como seres humanos.
Porque não há nada de novo debaixo do céu...nada de novo ao cimo da Terra. Os egipcios antigos conheciam 4 polaridades sexuais - macho fêmea, bissexual, e neutro, e 8 modos sexuais etc...e 64 sexualidades de acordo com o ADN...*

"Antes da chegada dos cristãos europeus, nativos norte-americanos reconheciam 5 gêneros. Com a conversão forçada ao cristianismo, foi imposto também o sistema que só reconhece os gêneros masculino e feminino.
Nativos norte-americanos reconheciam 5 gêneros antes da chegada dos europeus Hoje, ativistas retomam o termo "two-spirit".


(*Ler L' Ancien secret de la Fleur de Vie - Drunvalo Melchizedeke)

RLP

terça-feira, novembro 19, 2019

MÃE NOSSA


 
MÃE NOSSA QUE ESTÁS NA TERRA

Mãe Nossa que estás na Terra,
abençoado seja o teu nome e o teu ventre
para todo o sempre.

Mãe Nossa que estás encarnada na Terra
no corpo sacrificado da mulher
abençoa e salva os animais e crianças,
limpa a terra da incúria e selvajaria dos homens,
e liberta todos os seres vivos do seu cativeiro...

Mãe Nossa que estás na terra,
sagrado seja o teu Nome
sacode de vez o teu dorso furioso
e liberta o Planeta de toda a imundície
e do lixo que a ganância do homens criaram
em nome do dinheiro e nos matam dia-dia...

Mãe de todos os seres vivos
sê a nossa ancora e salva os oceanos,
os mares e as águas profundas
e dá-nos a consciência de amor e vida
que te habita pois só tu MÃE
na tua infinita compaixão
nos ligarás ao céu da nossa Origem.

Mãe do Universo, Senhora plena
salva as árvores e as plantas e os frutos
deste reino ensandecido
e dá-nos o alimento que nos purifique,
o prana do teu seio que nos alimenta mal nascemos...

Mãe Nossa sê a pura Misericórdia
e salva esta Humanidade perdida
que te ofende e agride,
que te viola e mata na Mulher que te representa
e dá vida a todos os seres neste imenso mistério
que é o TEU REINO GLORIOSO...
rlp 
 19 de nov. 2019


 

segunda-feira, novembro 18, 2019

A MORTE DA MULHER


Mulheres vão dominar o mundo até 2030, 
prevê o sociólogo Domenico De Masi ...
in Veja


De Universa 14/11/2019 

Nada de distopias como O Conto da Aia. Em pouco mais de 10 anos, as mulheres terão dominado o mundo — pelo menos de acordo com o sociólogo italiano Domenico de Masi, que lança o livro O Mundo Ainda É Jovem em parceria com a jornalista Maria Serena Palieri. "Em 2030, as mulheres viverão em média três anos a mais que os homens, serão 60% por cento dos estudantes universitários, 60% dos graduados e 60% dos titulares de mestrado. E muitas mulheres se casarão com um homem mais novo que elas", prevê de Masi, em entrevista ao jornal O Globo. "Por tudo isso, elas estarão no centro do sistema social"....

O sociólogo acredita que, justamente por estarem no comando, as mulheres serão tentadas a exercer o poder com a mesma "dureza" típica dos homens, que, para ele "deriva dos erros sofridos nos dez mil anos anteriores". De Masi crê, no entanto, que em 2030 os valores tidos como feminismos, como estética, subjetividade, emoção e flexibilidade "terão colonizado os homens". "Fluidez sexual, pansexualidade e androginia se espalharão no estilo de vida", prevê....

Na verdade o que se prevê é realmente a 
DESTRUIÇÃO DA MULHERVERDADEIRA...


ACERCA DESTE ARTIGO DIZIA UMA AMIGA: "O problema é que pelo que diz a matéria, um título melhor seria "novos homens dominarão o mundo" (homens do sexo feminino). Quando será que homens e mulheres vão entender que isto não é um campeonato? Hierarquia, competição e busca pelo poder são conceitos associados à energia masculina, não importa se quem vibra isto é um homem ou uma mulher. Vamos continuar na mesma, pelo visto... Que triste!"

Tem toda a razão a Cláudia Mello, tem toda a razão e partilho da sua tristeza. inclusive até o "sagrado feminino" se está a comprometer com o "sagrado masculino" achando que os homens também sofreram com o matriarcado a violência das mulheres baseando-se na ideia de que matriarcado foi igual ao patriarcado, como se os valores e aspectos do principio feminino fossem os mesmos que os do principio masculino e portanto que as mulheres terão os mesmos valores dos homens e não recectividade, emoção e solidariedade, - mas de dominação do mais fraco, posse poder e violência - porque o que está acontecer no mundo é que estas mulheres que vão tomar o poder não serão mulheres em essência e já temos demasiados exemplos disso, mas "eles" (o Sistema) sabem isso… e portanto não muda nada no mundo… porque como diz, essas mulheres são homens e quem sabe até transsexuais...
Sabe, essa é a maneira como o Sistema se apropria do feminino verdadeiro que estava a despertar - fê-lo com o feminismo há décadas corrompendo-o, e está a fazê-lo agora com o "sagrado feminino" - confundindo mais uma vez a mulher fazendo-a crer que ela sozinha não é nada nem tem valor e vai dizendo-lhe que ela é "igual" ao homem e lá vai a mulher buscar a "complementaridade" e ego do homem transformando-se nele e não sendo ela senão uma imagem fictícia de si sem qualquer autonomia. A confusão gerada de que a maior vitima no mundo é o homem, refutando a tese das feministas, sem se perceber que todos os homens vitimas neste mundo tem uma vitima sua directa que é uma mulher leva-os a branquear a violência de género e a apagar milénios de exploração sexual e fisica da mulher.

"AS MULHERES TÊM A OPORTUNIDADE DE MUDAR O MUNDO NESTAS PRÓXIMAS DÉCADAS. MAS SE O NÃO FIZEREM AGORA, PROVAVELMENTE JÁ NÃO O FARÃO."

Como diz Jean Shinod Bolen, este vai ser o drama da mulher nestas próximas décadas se algumas mulheres realmente MULHERES não conseguirem manter-se lucidas e fiéis ao principio feminino e descobrir - despertar - o seu poder interior e genuino de mulheres-essência, elas vão sucumbir ao estereótipo masculino . Se as mulheres não despertarem verdadeiramente para si mesmas serão apagadas do mapa da existência para sempre, por isso receio que já não vamos a tempo de impedir a derrocada final... ou fim da espécie...

rlp

domingo, novembro 10, 2019

CASAMENTO E FEMINICIDIO





O CASAMENTO - COMÉRCIO

(...) " O casamento é hoje para mim uma das formas, sem dúvida a mais ambígua de comércio com o outro. Se evolução houve, apenas teria sido no sentido de lhe provar o peso tribal, o que tem, por ser instituição, de mais amplo e restrito que coisa que apenas a dois importa.
Casamento é coabitar e ver-se pelos outros coabitando. É encontro e coacção, o que dificilmente será trágico, se o encontro é de muita esperança e a coacção forte. Quem entenderá com paciência que o muito querer seja mandado?
Qual o desejo do outro que é sempre inquirir do mais, que não se abala ao saber-se compulsivamente, que não unicamente, doméstico, domiciliado em parte certa? Em função do que está em causa quando o amor está em causa, estará assim em causa o casamento? Ou será que falando de amor e casamento conjuntamente ocorremos em lamentável confusão?

Ambígua instituição pois, que ratifica o desejo de devir conjunto, que não deve ser ratificado por mais nada que por seus frutos de aventura moral, pela esperança e promessa que sempre me parecem dever ser coisas livres ou não ser. Aventura e coisa da cidade por oferecida e exposta, não imposta."


Maria Velho da Costa, in Caderno Casamento da Revista o Tempo e o Modo, 1968.


O FEMINICIDIO

A Origem da Violência contra a Mulher...

..." a violência contra a mulher não é conjuntural, não é esporádica, é estrutural do sistema. Sem essa violência contra a mulher, o homem não pode exercer a violência do homem contra o homem, porque o grande modelo da violência é a violência contra a mãe. Tudo o que as crianças vêem no primeiro ano de vida tomam como natural, nunca esquecem. Assim, elas aceitam uma sociedade opressiva e autoritária. Quando vêm uma mãe que não apanha, elas aceitam uma sociedade democrática e pluralista." -  rose marie muraro


O CORPO FEMININO SERVE
COMO OBJECTO MÉDICO E "MEDIÁTICO"

"Quando se fala das mulheres e para as mulheres, o discurso sobre a corporalidade parece tomar rumos precisos: o corpo parece ser a ancora da mulher no mundo, sua razão de ser, para si mesma e para o outro, para o desejo do outro. Essa é a lógica que orienta o discurso dos midea e se torna visível tanto no discurso da publicidade, quanto dos programas femininos . Essa equação mulher=corpo se reafirma nos programas femininos, onde abundam médicos de especialidades diversas para falar de tudo aquilo que falta ou sobra na insubordinação fisiológica feminina”

(Excerto de um Estudo de L.Graciela Natansohn
Da Faculdade de Tecnologia e Ciência)


PARA OS ROMÂNTIC@S...

"Quanto aos amantes, seriam odiosos se no meio de suas caretas o pressentimento da morte não os roçasse. É perturbador pensar que levamos para o túmulo o nosso segredo — a nossa ilusão —, de que não sobrevivemos ao erro misterioso que vivificava o nosso alento, que excetuando as prostitutas e os cépticos todos se perdem na mentira, por que não adivinham a equivalência, na nulidade, das volúpias e das verdades."
- Emil M. Cioran


MUDAR O MUNDO



AS MULHERES AINDA TÊM ESCOLHA?



"TODAS AS MULHERES TÊM BASICAMENTE UMA ECOLHA:


TRANSFORMA-TE OU MORRE, DIZ-NOS A VELHA MÃE DA DISCÓRDIA.
ERGUE-TE ATÉ ÀS ALTURAS DA GRANDEZA FEMININA OU JUNTA-TE À ESCÓRIA DA HUMANIDADE FEMININA. SE RESISTIRES À MINHA INFLUÊNCIA ESTAGNARÁS PARA SEMPRE.” ?



"AS MULHERES TÊM A OPORTUNIDADE DE MUDAR O MUNDO NESTAS PRÓXIMAS DÉCADAS. MAS SE O NÃO FIZEREM AGORA, PROVAVELMENTE JÁ NÃO O FARÃO." -  jean shinoda bolen

Pintura - Lena Gal

quarta-feira, novembro 06, 2019

A MULHER MULHER


QUE MULHER É A MULHER?

“Pela repressão a alegria do feminino foi rebaixada como mera frivolidade; a sua sensualidade expressa foi diminuída como coisa de prostituta, ou então ridicularizada pela seu sentimentalismo ou reduzida exclusivamente a instinto maternal; a vitalidade da mulher foi submetida ao peso das obrigações e da obediência. Foi essa desvalorização que gerou filhas desenraizadas e subterrâneas do patriarcalismo, separando a força feminina da paixão, tornando-a imagem dos seus sonhos e ideais de um céu inatingível mantidos pomposamente por um espírito que soa a falso quando comparado com os padrões instintivos simbolizados pela rainha do céu e da terra”.

jean markale



 A MULHER REAL   


A mulher real é a mulher comum, as milhares de mulheres que não tem acesso à cosmética nem dinheiro nem vida para supérfluos nem espaço para se mostrarem, nem acesso a montras etc. Mas falo também das mulheres que apenas nascem mulheres e se expressam na sua feminilidade sem nunca precisaram de se pintarem. Falo da mulher real normal ou modesta que nada tem a ver com uma sociedade teatral e sofisticada e que cria Ícones e alimenta o supérfluo e faz da mulher escrava das industrias de cosméticos. Etc. etc.. Quanto às deusas são arquétipos e mitos ou símbolos de uma energia e força feminina que exaltam essa energia e força de forma ritualista ou simbólica. As heteras ou mestras do sexo ou mesmo as ditas "prostitutas sagradas" eram mulheres vocacionadas ou consagradas ao Templo. Não são nem eram A MULHER comum. Reais talvez, mas apenas como referência de algo potencial, mas sempre sexualmente marcadas. Eram a exaltação dos dons de sedução e das qualidades sexuais e sensuais da mulher em função do amor e do homem… Eu falo de (e para ) mulheres que são mulheres em si e que se querem inteiras e autónomas, sem serem as servas as gueixas as heteras as concubinas as esposas e as amantes ou cortesãs acompanhantes de luxo ou as reles prostitutas. Mulheres realmente livres em toda a acepção da palavra. É claro que esta mulher é rara e foi esquecida essa mulher total e integral, a mulher ancestral do matriarcado, a MULHER SELVAGEM que está em potencia em cada mulher a despertar. Hoje é difícil as mulheres não se pensarem como os homens...e como os homens as veem. Elas também se veem com o olhar do homem apenas em função do sexo e do engate. Eu falo de outras mulheres que não precisam de artifícios porque o Fogo da alma está em todo o corpo e a sua beleza natural e o seu magnetismo é suficiente para serem MULHERES INTEIRAS. Digo que a pintura ou a maquilhagem é ritual e oferenda é exaltação da beleza inata da mulher e que se confundiram as coisas. Não estou contra a maquillagem nem os saltos altos ou a imagem criada pela ficção cinematográfica ou o que seja, mas apenas defendo que a Mulher real não precisa de nada disso. Agora cada uma faz e serve que ideal ou propósito quiser. Todas as pessoas tem obsessões e complexos e manias e fetiches, traumas e fixações. Isso é com elas. Mulheres ou homens. Mas eu falo apenas da mulher ao natural… a questão dos travestis ou dos transsexuais ou do que quer que se defenda por ai são questões profundas de cariz hormonal psíquica e carmica… eu conheço muitas pessoas de "dois espíritos" que não precisam de se vestir de nada… aparentemente homens ou mulheres são seres ambivalentes e superiores e belos...de facto, sem artificios.


rlp

A PORNOGRAFIA COMO ABJECÇÃO DA MULHER


A PORNOGRAFIA E A ABJECTIFICAÇÃO DA MULHER


"Se teu boy não larga o pornô, larga teu boy. Vou te dizer por quê isso é o melhor que você faz pra sua vida:

1. Homens que assistem pornô regularmente tem expectativas irreais sobre sexo, expectativas que são essencialmente sobre você, que não são justas, são machistas e não levam em conta realmente o seu prazer. Você vai se deprimir, se submeter, se torturar para atender padrões que não existem (que são criados com photoshop, tintas, glitter, edições e violência)

2. Homens que assistem pornografia em geral têm mais problemas de erecção precoce, disfunção eréctil ou desempenho mesmo. Eles crescem assistindo um sexo plástico, repleto de violência e impessoalidade que não faz sentido da perspectiva sensorial e emocional e psicológica pra mulher alguma. Só pro 🐤 dele mesmo e olhe lá.

3. Homens que assistem pornografia regularmente têm imagens super distorcidas sobre mulheres, geralmente hiper feminilizadas (o que significa submissão) e hiperssexualizadas (o que também significa submissão). Aqueles padrões de beleza não são reais e atende-los significa distorcer sua própria imagem de si mesma e para quê? A troco de que? Trejeitos, roupas, coisas desconfortáveis, maquiagens, a um ponto que você vai inevitavelmente ter problemas de autoestima tentando competir com mulheres pornográfica, mulheres que só existem com photoshop e só para um homem ejacular. Você é mais que isso. Se ele é incapaz de gostar de quem você é, simplesmente é, não é possível imaginar uma relação saudável. Você não é uma boneca sexual sob medida pra ele gozar. Pensa nisso.

4. Homens que assistem pornografia estão contribuindo para uma indústria que sobrevive do tráfico de mulheres, de outras mulheres como eu e você, na maioria mulheres extremamente vulneráveis. Uma indústria que mata diariamente, que tortura, agride e veicula imagens de ódio contra mulheres. O que te faz pensar que ele realmente te vê como igual se se masturba para mensagens de ódio contra mulheres?

Faça isso por você mesma.
Homens existem muitos. E qualquer pessoa (mulher) vive sem homem tranquilamente, te garanto. Mas viver uma vida de submissão, de baixa autoestima, de autoflagelação, como quem está constantemente interpretando um papel injusto e nunca sendo quem realmente é, tudo só pra ele ter um orgasmo num sexo que você só perde... Não vale a pena."
Aline Rossi