O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sábado, novembro 23, 2019

EU NASCI MULHER


O PATRIARCADO

Os homens desde há milénios que se apropriaram do corpo da mulher. Durante séculos o corpo da mulher foi um mero objecto do jugo do homem e posta ao seu serviço com total submissão e apagamento da sua pessoa e sem vida pessoal, completamente entregue ao papel que a sociedade e a religião lhe atribuíram...Durante séculos de servidão a mulher foi escrava de um escravo como o foi de reis e filósofos ou grandes chefes militares, estadistas policias e ladrões.. serva de assassinos e criminosos...como o foi de heróis e ditadores.  A mulher teve sempre ao longo da historia o papel de esposa concubina ou prostituta. Antes fora Deusa e sacerdotisa e rainha...mas os tempos apagaram por completo o matriarcado e as deusas se transformaram em santas e beatas de um cristo crucificado. Passaram milénios e chegamos aos nossos tempos e apesar das mulheres se terem pensado ou imaginado livres, no ultimo século, e reivindicado alguns direitos...continuaram os homens a imitar e a roubar à mulher os seus dons e características, privando-a de uma identidade para viverem apenas em função das suas ideias e das suas vaidades e das suas paranoias ou taras sexuais. 
Hoje os homens tornaram-se os melhores cabeleireiros e os melhores cozinheiros e os melhores costureiros… recentemente os homens roubaram as mulheres a imagem e o corpo e o sexo ...Primeiro os TRAVESTIS e depois passarem a "mulheres trans…" e chegarem ao cumulo de quererem ser eles também as sacerdotisas e as deusas de antigamente -  sim houve homens castrados que serviram a Deusa...mas não eram considerados mulheres! E o que vemos  neste momento acontecer, o mais abominável e absurdo de tudo o que até hoje aconteceu no mundo desde que a mulher é mulher... é querer impedir a mulher de ser MULHER, simplesmente mulher, PARA SER CIS-MULHER...e apenas uma variante cis - por isso destaco este texto com o qual concordo em absoluto, mesmo não sendo "feminista" - porque justamente eu sou apenas uma MULHER, uma mulher nascida mulher!

"Todo o vocabulário do activismo trans empreendeu apagar as mulheres, a fim de acomodar uma pequena minoria de pessoas que gostariam que todos nós fingíssemos que a realidade material não existe. Já não somos mulheres, mas sim " Cisfemmes ", o que é suposto significar que somos mulheres que "se identificam ao gênero que correspondente ao sexo que nos é atribuído pelo nascimento ".

Isso é insultuoso. Eu não sou mulher porque me identifico com a feminilidade. A dita feminilidade remete-nos  para o conjunto dos estereótipos impostos às mulheres em uma sociedade patriarcal. Eu não me identifico com esses estereótipos. Eu não sou passiva, irracional ou demasiado emocional. Eu não sou uma mulher porque eu uso maquiagem ou saltos altos. Meu cabelo comprido não faz de mim uma mulher. Se eu estivesse de calças ou de fato de treino e tênis, se eu raspasse a cabeça, se eu saísse sem maquiagem ou se eu jogasse futebol, eu sempre seria uma mulher.

Eu não sai do útero de saia. E, em nenhum momento da minha vida, eu não me identifiquei com  algum desses estereótipos associados ao "meu tipo". Em criança, eu não preferiria vestidos às calça ou as bonecas aos camiões. Na verdade, eu queria ser "como os meninos". Quando eu era pequena, rejeitei tudo o que era cor-de-rosa e escolhi o collant preto dos meninos de preferência ao das meninas, durante o curto período em que eu fiz aulas de dança . Embora eu certamente corresponda a muitos estereótipos femininos, eu não sou de todo "Binário" em matéria de gênero. Eu sou muito mais complexa do que isso, como cada um de nós. E mesmo assim, apesar da multidão de traços de personalidade, gostos e desagrados que entram ou não na "Binarité de gênero", eu ainda sou uma mulher. E não há absolutamente nada que eu possa fazer sobre isso.

O rótulo "Cis" Imposto às mulheres nos define exclusivamente com base em estereótipos de gênero - um fardo que as feministas lutam desde sempre."

in Feministas com classe

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