O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, março 26, 2023

A FALTA DE PROFUNDIDADE DAS MULHERES MODERNAS



SÃO AS MULHERES EM GERAL, SUPERFICIAIS OU OPORTUNISTAS?


Ontem falava com uma amiga sobre a falta de profundidade e de estrutura psíquica das mulheres em geral e como elas embarcam em ideias e ideologias facilitado agora pelas tecnologias e que uma vida virtual permite a difusão de ideias falsas e sem qualquer conteúdo ou sentido em nome da Mulher. Só assim se percebe que as mulheres hoje em dia nem saibam dizer o que é uma Mulher e se acham iguais e capazes de aceitar que qualquer homem se faça passar por mulher. Basta ver como as mulheres mesmo dentro de algumas áreas pretensamente espirituais e da Deusa (salva seja a Deusa destes equívocos) falam da alma como se a alma fosse um vestido que se veste e despe...falam de sexo como se fosse a unica razão de ser da sua vida... como se mais nada restasse delas senão isso.
Sim, as mulheres continuam frivolas e superficiais mesmo na abordagem que pretendem fazer do "sagrado feminino e do "espiritual" e se dizem despertas e tudo o que fazem, muitas delas, é recorrer a repetição da sua imagem, exaustivamente do perfil, ou do seu corpo e do sexo... seguem esta nova moda...quando não usam o botox... e afinal tudo não passa de fotos e virtual, onde não há nem conhecimento nem sensibilidade feminina...ou qualquer entendimento da natureza verdadeira da mulher ou então sem qualquer discernimento do que dizem ou fazem.
A maioria são mulheres, dentro do ambito de grupos e comunidades, são manipuladoras e egoicas que tudo o que pensam é manobrar as outras em seu proveito ou do produto que vendem, curas amuletos, arranjos, desmanchos, pragas... e sempre o seu ego, ou armadas em santas ou em mestras!
Com estas abordagens levianas e as vezes grotescas, mediocres e pobres, as mulheres estão a banalizar e até a abortar o trabalho verdadeiro de aprofundamento do Ser Mulher e da sua sacralidade, enganando umas e afastando outras da senda do feminino sagrado, da sua ligação a alma e ao Espirito através de uma experiência verdadeira que transforma e dá grandeza e dignidade à mulher de forma inequívoca.
Não há tal coisa como "prostitutas sagradas", e a sacerdotisas de outrora que iniciavam os homens eram nobres e secretas...
Lamento profundamente a vulgaridade das mulheres neste domínio, aproveitando-se da "onda" virtual para serem protagonistas do mesmo erro que as escravizou durante seculos... a exploração do seu corpo e do seu sexo, com nomes e razões diferentes...
Além disso há no geral muito oportunismo das mulheres a querer aproveitar e ter visibilidade através não só do feminismo, como até do feminino sagrado e sem nunca tocar no amago das suas questões vitais e sem a menor percepção das causas que antagonizam as mulheres e as dividem entre si e dentro de si. Sem qualquer consciência daquilo que realmente as impede de viver a sua mulher integralmente sem divisões e sem conflitos. Mesmo mulheres cultas e intelectuais enfermam desse defeito e pousam nas montras do Instagram e do face a mostrar o corpo e as modas etc. 
É isso SER LIVRE E  MULHER MODERNA? Ou uma mulher desperta?
rosaleonorpedro


sábado, março 25, 2023

E assim é, de geração em geração...



AS mulheres são todas românticas invertebradas...
 
(Este texto é assinado pela minha sósia... serve de exorcismo para quem quiser ler...)


As mulheres sofrem há muito tempo de um romantismo endémico, doentio e paranoico, infantiloide! Elas vivem assim há séculos. A serem desvalorizadas, a serem humilhadas, a levar pancada, a serem enganadas e perseguidas e prostituídas, abusadas e violadas, caladas a força, sejam até ministras sem nome e ainda assim sonham com o homem modelo, o gajo espadaúdo, ou o machão da rua, o Ronaldo da bola ou o padre da sacristia ou então o xamã da Argentina, o lama do Tibet ou o chefe misógino que a trata abaixo de cão mas que lhe dá palmadinhas no rabo a socapa… e ela se sente engrandecida!
Elas viveram as suas vidas inteiras na ilusão de um amor a ouvir canções de caixão a cova, musicas de dor e abandono, e elas todas, as pobrezinhas e as ricas, as educadas e as mal paridas, as pés descalço e as nascidas em berços de oiro...todas andam a cata de um amor sem fim que as salve do vazio e assim desde pequeninas, as muito bem comportadas e as mal comportadas, todas leram as histórias da carochinha que é bonita e formozinha e a da gata borralheira que era orfã e ficou criada do castelo e da madrasta era má e as filhas dela cruéis…e liam esses livros as meninas ricas e sonhavam com as madrinhas fadas e o Príncipe encantado, o cavaleiro ideal, e as pobrezinhas talvez lessem alguma revista pornográfica e romances de cordel em que o rico chega para as levar de carro descapotável a passear… ou lhes oferece um andar novo...
Sempre umas e outras à espera de casar com o cavalheiro gentil, o herói do filme, o cadete da marinha, ou o pai natal, mas e com a chegada da new age, essa “espiritualidade" de pacote, temos hoje em dia novos modelos, como o do homem selvagem, mas delicado, o índio de cabelos compridos, e lá vem o masculino sagrado, afeminado e mais o sexo ideal e o Tantra e a Kundalini , mais os chacras para cima e os chacras para baixo…e sempre essa obsessão do amor ideal, da alma gémea, desse homem que as havia de amar para a eternidade.
É ainda assim e vimos abismadas como as mulheres mais novas e as mais velhas e as maduras e as divorciadas e as solteiras e as casadas, todas elas ainda sonham com o homem dos seus sonhos cor-de-rosa, musculado e bem parecido o galã do filme (já disse?) que as há de realizar e fazer sentir vivas e preenchidas, durante nove meses pelo menos, a menos que tomem a pilula…ou eles usem camisinha.
E assim é, de geração em geração, as mulheres trazem com elas esse romantismo arraigado nelas, burro, incompreensível e patético para todo o lado. Para deus lá no alto, para a natureza selvagem, que é bela e natural, para o mar forte e indomável como o seu herói, e olham para a sociedade opressora, mesquinha e preconceituosa mas elas acham que são caridosas e ainda bem que há refugiados e pobrezinhos para ajudar ...
Mas o que é mais irritante, é vermos todos esses sonhos e os lacinhos azuis e amarelos ou cor-de-rosa a embrulhar a guerra e o cancro e todas essas merdas viróticas enfeitadas de sonhos e bondades e elas não veem um palmo a frente do nariz como se fossem atrasadas mentais, débeis, criaturas de deus e infantilizadas até a medula, sempre prontas para pagar a bruxas e a médiuns e a astrólogos e a terapeutas para curar as relações feridas de morte e os abandonos e lá vem esse séquito todo de românticas oportunistas salvadoras a cair sobre as vitimas como algozes para salvar as outras, e elas são sexo na 3ª idade e mesmo as velhinhas, as mais senis ainda se pintam para atrair o senhor de posição ou do viuvo do lar que as acarinhará nas noites frias de luar e das dores de ciática…
Sempre a mesma patologia deste romantismo ingénuo, camuflado de positivismo; é uma nova onda agora, mas na verdade é sempre esse mesmo romantismo rançoso e doce sobre tudo mesmo sobre o horrível da vida e das doenças e do podre de todas estas histórias e mentiras seculares…Dor e sofrimento escondido para debaixo do tapete…para a vizinha não ver!
E …ele é o dia lindo de sol e não veem a seca atroz e os animais a morrer sem pasto e de fome, ele é as criancinhas muito docinhas, os netinhos muito lindinhos, sempre a sujar-se e as flores na janela e as velhinhas simples da aldeia…ah sim, os animais que lindos e amorosos, as flores na primavera… as árvores majestosas e os ramos abundantes de frutos que vão apodrecer ou ser deitados no lixo pelos produtores…
Não, elas não veem a merda da guerra e os refugiados por todos os lados do Irão e da Siria e andam por ai de bandeirinhas à volta dos anjinhos da urania ou da patagónia que vão buscar… mas os meninos negros e escurinhos, cadavéricos a morrer de fome, passa-lhes ao lado, claro … porque esses não vem nas histórias que leram quando eram meninas e o papa lhes lia contos para adormecer e manter a menina cativa do seu zelo de Pai todo poderoso…enquanto as mães azedas e frustradas e frigidas, coitadas bebiam um cálice de Porto no salão… e sabe-se lá o que pensavam!
rlp


TRÊS VISÕES DO DRAMA DA MULHER



Inveja do útero e da vagina

"Na psicologia feminista os termos inveja do útero e inveja da vagina denotam a ansiedade não expressa que alguns homens sentem na inveja natural das funções biológicas específicas das mulheres (gravidez, parto, aleitamento materno) — emoções que impulsionam sua subordinação social das mulheres, e para dirigirem-se ao sucesso na perpetuação de seus nomes através de legados materiais. Cada termo é análogo ao conceito de inveja feminina do pênis, derivado da teoria do desenvolvimento psicossexual, presente na psicologia Freudiana; eles abordam as dinâmicas do papel social de gênero subjacentes à “inveja e fascínio com os seios femininos e a lactação, com a gravidez e o parto, e a inveja da vagina [que] são pistas para um complexo de feminilidade dos homens, que se defendem contra por meios psicológicos e socioculturais”. Inveja do útero denota a inveja que os homens sentem de um papel principal da mulher de alimentar e sustentar a vida. Ao cunhar o termo, a psiquiatra Neo-Freudiana Karen Horney (1885–1952) propôs que os homens experimentam a inveja do útero mais fortemente do que as mulheres experimentam a inveja do pênis, porque “os homens precisam depreciar as mulheres mais do que as mulheres precisam depreciar os homens”. Como psicanalista, Horney considerou a inveja do útero uma tendência cultural, psicossocial, como o conceito de inveja do pênis, ao invés de uma característica psicológica masculina inata."


"A gravidade da ferida psicossomática no caso da criatura humana vem dada pela natureza da catexia libidinal, que é uma catexia e um tipo de libido para um estado de simbiose; um fluido PERMANENTE que deve impregnar a simbiose e produzir a mútua interpenetração harmoniosa. Suzanne Blaise, quando analisa a mulher paleolítica como 'agente da evolução humana' destaca a capacidade específica da mulher de 'ocupar-se permanentemente de outros', como uma QUALIDADE FEMININA que o homem não tem, e não como o resultado da nossa escravidão milenar.
Essa qualidade e intensidade -seu fluir permanente- da libido feminina está diretamente imbuída na expansão da vida, e por isso a sua repressão produz uma ferida tão profunda e básica na criatura humana. E por isso a frustração e desespero do bebê afastado da mãe depois de nascer manifesta-se com um choro tão lancinante de dor, terrível."

Cassilda Rodrigánez Bustos - O assalto ao Hades


AFINAL O QUE É O FEMININO SAGRADO?


Muitas mulheres hoje em dia falam e escrevem sobre o Feminino Sagrado...fazem-se cursos e workshops, palestras e seminários...Tudo isso é sem dúvida muito enriquecedor...e valioso certamente e traz luz a traumas e complexos, feridas a ser tratadas, e dramas sem fim que todas as mulheres vivem na pele, principalmente as doenças de "foro feminino", como se as mulheres fossem predispostas a doenças...e até se aceita isso como se fosse normal...pelo menos pela "medicina"...
Mas eu queria referir-me aqui não às doenças que atacam as mulheres, mas o facto de esse interesse pelo "sagrado" estar apenas e quase sempre ligado ao corpo e ao sexo e ao prazer etc...afinal, reduzindo a mulher sempre ao corpo de desejo e ao sexo...aos amantes e filhos NUNCA A ELAS MESMAS como entes mas sempre ligadas a função maternal e de prazer...
Nunca ao Feminino ontológico, às razões e às causas da doenças e sobretudo o branqueando da divisão ancestral da mulher em vários estereótipos e arquétipos, aceitando-se de animo leve a fragmentação da mulher, como se a mulher tivesse mil caras e fosse realmente uma histérica...Poucas mulheres se preocupam com a integralidade do Ser Mulher, com a integração das duas mulheres - os dois aspectos que o patriarcalismo religioso e social dividiu na mulher: sexualidade/sensualidade e maternidade cada uma para o seu lado e como funções opostas - e nem sequer entendem que a causa primeira do seu sofrimento e vazio, e busca do sexo e do homem ou do filho para se REALIZAR não é mais do que o reflexo desse vazio interno, dessa falta de identidade MULHER como um todo em si mesma. Será que a Mulher NÃO consegue SER MULHER sem ser em função da sua sexualidade/maternidade? Será que a mulher NÃO tem em si substância alquímica e a anímica para SER EM SI MESMA e valer só por si...livre e SEM PAR? Será que eu estou a dizer uma blasfémia...
Afinal o Sagrado Feminino não deveria ser a Mulher Inteira, a Deusa como mulher, a mulher integral una e uma só...sem faces - tirando as fases e faces da Lua de cada mulher como o processo natural do seu crescimento humano?
Será que estamos condenadas a ser só as divas e as musas e também os objectos sexuais, o vaso de despejos seminal dos homens e viver eternamente dependentes do prazer e do orgasmo...ou será que há uma CONSCIÊNCIA SUPERIOR E ONTOLÓGICA QUE REDIMENSIONA A MULHER AO nível da sua Psique e da sua Alma e lhe dá um novo estatuto na sociedade humana e cujo FOCO é em si mesma e não, por amor da Deusa, sempre no "outro/a" e no prazer do sexo e do corpo???
Será que as mulheres não sonham com um Prazer/Sentir muito maior, muito mais profundo e muito mais elevado - sim, do corpo da alma de do espírito unificados - e possam de uma vez por toda serem só MULHERES?

rosaleonorpedro


sexta-feira, março 24, 2023

A PRIMEIRA MULHER



Pandora foi a primeira mulher criada por Zeus.
Foi um “presente” do senhor do Olimpo aos homens.

“Os deuses imortais e os homens mortais iriam maravilhar-se com a visão desta armadilha, profunda e sem saída, destinada aos humanos. Pois foi dela que saiu a raça, a súcia maldita das mulheres, terrível flagelo instalado no meio dos homens mortais”
 (Hesíodo, na “Teogonia”).
 
"Aos poucos, porém, ela mesmo foi quem construiu o seu psiquismo de primeira mulher humana, contrariando por completo as expectativas dos deuses do Olimpo.
Sua história representa a jornada da humanidade que, também desprezada pelo seu autoproclamado Mentor-criador, percebeu-se como pecadora, ainda antes de ter cometido qualquer equívoco, intencionalmente.
A emancipação da consciência humana é o difícil mas necessário passo que a humanidade precisa dar, assim como Pandora, para que um novo ser humano possa emergir, finalizando então certas etapas do atual drama cósmico."

Do livro, O sorriso de Pandora


segunda-feira, março 20, 2023

A FILANDRIA DAS MULHERES PATRIARCAIS?



Muita gente ao ler-me deve pensar que sou ANDROFOBICA ou HOMOFÓBICA, mas não, não sofro de fobias nem de androfobia ou de ginofobia…

Nem sofro de Misandria que é o ódio ou desprezo ao sexo masculino (homens ou meninos). A palavra vem do grego misos (μῖσος, "ódio") e anēr, andros (ἀνήρ, caso genitivo ἀνδρός; "homem"). É paralelo à misoginia, o ódio para com o sexo feminino. Misandria é o antónimo de filandria, que é o apreço, admiração ou amor aos homens.
A Androfobia é o medo anormal de homens, e o seu oposto é ginofobia...o medo das mulheres.

Sem dúvida que há mulheres que podem sofrer de uma ou outra coisa e nem se aperceberem, mas, no meu caso, felizmente  não sofro de nenhuma: eu apenas não sou ANDROCÊNTRICA, nem sofro de FILANDRIA: "Admiração ou amor pelo sexo masculino; Paixão por homens; Carinho especial pelo sexo masculino; Gostar de estar na companhia masculina, tocar..." exclusivamente, e nem suportam as outras mulheres como a maior parte das mulheres-homens…
rlp



A FILANDRIA DAS MULHERES PATRIARCAIS? 
Complexo associado ao Sindrome de Estocolmo 

Será que há ainda mulheres que não perceberam como foram e são vitimas de uma lavagem cerebral secular, e que tudo o que a religião católica apostólica romana, assim como a judaica e a árabe,  fez com elas ao longo dos séculos, mesmo para além da Inquisição - que as perseguiu e matou aos milhares-? Claro que há e são a maioria. Elas não sabem e fazem tudo por ignorar que desde os primórdios desta história do Homem apenas contada por eles e só sobre eles e em  que elas foram simplesmente apagadas dessa história milenar, reduzidas esposas e concubinas, ou a escravas seja do lar ou do sexo e isso nunca mudou mesmo nestas ultimas décadas com a suposta emancipação das mulheres e em que podemos ver como os homens (e a sociedade) nunca mudaram de atitude senão para melhor as enganar e explorar e ainda recentemente o Papa as condenou por não terem mais filhos e gostarem de animais? E ao mesmo tempo esterilizas as mulheres para criarem uteros artificias de plastico e dentro de maquinas, ligadas a electricidade, onde os casais inférteis podem encomendar um filho hibrido e sem alma?
É possível que mulheres minimamente esclarecidas - que dizem resgatar até a Deusa Mãe e falam do feminino sagrado se consciencializam do que estão a ser alvo pela parte das ideologias de género (nestes ultimos 3 a 4 anos ou mais)  e que continuam a seguir a ordem patriarcal vigente, a acreditar na politica  e a dar voz aos grandes opressores de mulheres, que é jeová-deus e o seu papa?
Eu só pergunto como mulheres ditas do "sagrado feminino" não perceberam ainda a quem devem a condenação da mulher e todo o seu sofrimento milenar e continuam a seguir as palavras de filosofos ou gurus,  mentores, padres, Bispos e do Papa ou outros misticismos misoginos modernos ou ainda a criar uma religião nova do masculino sagrado? sem ver a armadilha a que estão de novo sujeitas na sua fantasia e superficialidade?
rlp
Todas as reaç

domingo, março 19, 2023

O dia do pai?



UM MANIFESTO ARRASADOR... duro e cru...
(lamento)

"A individualidade feminina, da qual o homem é intensamente consciente, mas com a qual ele é incapaz de relacionar-se, de compreender ou alcançar emocionalmente, o assusta, o perturba e enche-o de pavor e de inveja. Assim, ele nega a individualidade das mulheres, e se dispõe a definir todo mundo, ele ou ela, em termos de função ou de uso, assegurando logicamente para si as funções mais importantes – médico, presidente, cientista – a fim de dar-se uma identidade, se não uma individualidade, e convencer, a si mesmo e às mulheres (teve melhor êxito convencendo as mulheres) que a função feminina é conceber e criar os filhos e relaxar, confortar e elevar o ego do homem; que sua função é, em suma, tornar-se trocável por qualquer outra fêmea."

"O efeito da paternidade nos meninos, particularmente, é transformá-los em “Homens”, ou seja, desenvolver um duro sistema de defesa contra todas suas tendências à passividade, à bichice, e aos seus desejos de ser mulheres. Todo menino quer imitar sua mãe, ser sua mãe, fundir-se com ela, mas o pai o proíbe. Ele é a mãe, ele se funde com ela; assim, ordena ao menino, às vezes directamente e outras indirectamente, que não seja um mariquinhas, e aja como um “Homem”. O menino, que se caga nas calças com medo de seu pai, que – dizendo de outro modo – lhe “respeita”, obedece e chega a se tornar como o pai, esse modelo de “Virilidade”, o ideal americano: o cretino heterossexual bem-comportado."

"O efeito da paternidade nas meninas é transformá-las em homens: dependentes, passivas, domésticas, bestiais, inseguras, ávidas por aprovação e segurança, covardes, humildes, “respeitosas” das autoridades e dos homens, fechadas, carentes de reacções, meio mortas, triviais, estúpidas, convencionais, insípidas e completamente desprezíveis. A Menina do pai, sempre tensa e temerosa, intranquila, sem capacidade analítica, sem objectividade, valoriza com medo (“respeito”) o pai e, consequentemente, os outros homens. Incapaz de descobrir o vazio por trás da fachada indiferente, aceita a definição machista do homem como ser superior, como mulher, e a definição da mulher, e de si mesma, como ser inferior, ou seja, como homem, o que, graças ao pai ela realmente é. "

IN MANIFESTO SCUM – VALERIE SOLANAS
 
UM TESTEMUNHO

"Eu considero que na verdade, nunca tive pai, isso pode trazer questões que também não são psicologicamente saudáveis ( embora eu tive sempre contacto com o meu pai até aos 18 anos, e sempre me tratou abaixo de cão - ou seja, sarcasticamente tipo soda cáustica e com sorriso prazeroso narcísico a humilhar-me, sempre e apenas quando se lembrava que eu até existia hahah. Acho que herdei em certa parte o meu sentido de humor dele, embora o dele fosse mais do estilo "espezinhante". Eu por vezes ainda tenho sentido de humor contra mim própria. Talvez tenha de me deserdar dessa parte, mas pelo menos quando o faço rio-me, prefiro isso do que bater com a cabeça contra a parede ou algo do género. Mas acredito que muita da minha auto-sabotagem e falta de auto-estima venha daí. Até porque infelizmente a minha mãe também não foi grande apoio emocional e também me humilhava e culpava de coisas que eu não tinha culpa. É a vida."
C.I.


RESPOSTA: Os pais totalmente inconscientes de si como individuos, dos traumas e abusos que sofreram em crianças, refletem essa dor e trauma  nos filhos ou vingam-se dessa sua frustração e ignorância e falta de cultura, ou conhecimento psicologico, maltratando a criança.
 90% dos pais não tem qualquer nivel de consciência individual para educarem e amarem os filhos porque se  casam por forças das circunstâncias e  por variadas razões de ordem social e familiar ou sexual (hoje em dia já não porque as mulheres são "livres") ou  porque acham que estão apaixonados. Logo de seguida começa o inferno das diferenças de interesses e depois por azar nascem os filhos. As mulheres acabam sempre por serem maltratadas e desprezadas e por isso fazem o mesmo aos filhos. As normas sociais e a suposta educação são falsas e apenas aparentes - de acordo com os costumes -  e toda a gente esconde a grande miséria e sofrimento que é a familia, onde o pai ou é ausente ou é prepotente e violento ou abusador... e a mãe certamente colerica e histérica ou  anulada. Porventura haverá casais moderados e pais esforçados e obrigadas pela religião ou por um verniz social de classe etc., mas em toda a história de séculos e seculos nunca li sobre uma familia equilibrada e feliz... 
A verdade é que vivemos esta miséria há séculos em que as grande maioria das familias são disfuncionais e com a "emancipação" da mulher e a sua vida profissional as crianças são abandonadas ao Sistema e cada vez mais as crianças estão alienadas de quaisquer valores...tendo hoje chegado ao extremo da aberração com as ideologias de género ... 

rlp


sábado, março 18, 2023

Os homens amam a guerra.



FICÇÃO E MITOLOGIA

"Os homens amam a guerra" - era o nome do poema...e eu lia o poema e via que lá não entrava a mulher... Não a mulher não entrava nas guerras – ela ficava em casa com os filhos - ela ficava para trás, nas terras isoladas ou invadidas e onde eram violadas e mortas à frente dos filhos pequenos e dos velhos... eram assim as guerras.
Aquiles o grande Herói grego, distribui várias mulheres prisioneiras aos seus amigos na luta sangrenta em Troia ... As mulheres dividiam-se como prisioneiras e eram oferecidas aos soldados por merito depois da batalha...
Sim, Ajax e os Mirmidões, lendários soldados de Aquiles mereceram as ofertas vivas e de grande beleza, filhas de reis, enquanto do alto do Olimpo, do lado grego torciam pela vitória dos gregos Atena, Hefesto, Hera, Hermes, Tétis e Posídon… Do lado troiano lutaram: Páris, seu irmão Heitor, Cassandra, Príamo e as Amazonas. O apoio divino veio de Afrodite, Apolo, Ares, Ártemis e Zeus.
E hoje não sei bem, não, não sei que deuses e heróis, reis e rainhas comandam este jogo… nem que trofeus irão distribuir no fim desta guerra – eu só sei que hoje já não há deusas nem sacerdotisas nem hetairas, mas há mulheres prostitutas e mulheres soldados - mulheres também fardadas e de armas na mão a matar -... lá no país das barrigas de aluguer, onde as crianças são vendidas a casais estéreis ocidentais… “Pais” de crianças criadas nas barrigas como animais… sem amor nem afecto, crianças de mães máquinas de aluguer, sem responsabilidade e em que só o dinheiro conta e a carne é para canhão…soldados crianças, crianças massacradas… lá no país dos palhaços-heróis, trapezistas e malabaristas, que cantam e dançam nos palcos deste miseravel circo humano, enquanto os mortos se acumulam e onde tudo se vende no mercado das suas mentiras e vaidades… como em todas as guerras entre mortais, hoje sem deuses nenhuns nem deusas de nenhum lado...
rlp


Os homens amam a guerra.
Por isso se armam festivos em coro e cores para o dúbio esporte da morte.
Amam e não disfarçam.
Alardeiam esse amor nas praças, criam manuais e escolas,
alçando bandeiras e recolhendo caixões, entoando slogans e sepultando canções.
Os homens amam a guerra.
Mas não a amam só com a coragem do atleta e a empáfia militar, mas com a piedosa
voz do sacerdote, que antes do combate serve a hóstia da morte.
Foi assim na Criméia e Tróia, na Eritréia e Angola, na Mongólia e Argélia,
no Saara e agora.
Os homens amam a guerra
E mal suportam a paz.
Os homens amam a guerra, portanto, não há perigo de paz.
Os homens amam a guerra, profana ou santa, tanto faz.
Os homens têm a guerra como amante, embora esposem a paz.
E que arroubos, meu Deus! nesse encontro voraz!
que prazeres! que uivos! que ais!
que sublimes perversões urdidas na mortalha dos lençóis,
lambuzando a cama ou campo de batalha.
Durante séculos pensei que a guerra fosse o desvio e a paz a rota.
Enganei-me.
São paralelas margens de um mesmo rio, a mão e a luva, o pé e a bota.
Mais que gêmeas são xifópagas, par e ímpar, sorte e azar
são o ouroboro- cobra circular eternamente a nos devorar.
A guerra não é um entreato.
É parte do espetáculo. E não é tragédia apenas
é comédia, real ou popular, é algo melhor que circo:
-é onde o alegre trapezista vestido de kamikase salta sem rede e suporte,
quebram-se todos os pratos e o contorcionista se parte no kamasutra da morte.
A guerra não é o avesso da paz.
É seu berço e seio complementar.
E o horror não é o inverso do belo -é seu par.
Os homens amam o belo mas gostam do horror na arte.
O horror não é escuro, é a contraparte da luz.
Lúcifer é Lubel, brilha como Gabriel e o terror seduz.
Nada mais sedutor que Cristo morto na cruz.
Portanto, a guerra não é só missa que oficia o padre, ciência que alucina o sábio, esporte
que fascina o forte.
A guerra é arte.
E com o ardor dos vanguardistas frequentamos a bienal do horror
e inauguramos a Bauhaus da morte.
Por isso, em cima da carniça não há urubu, chacais, abutres, hienas.
Há lindas garças de alumínio, serenas, num eletrônico balé.
Talvez fosse a dança da morte, patética.
Não é .
É apenas outra lição de estética.
Daí que os soldados modernos são como médico e engenheiro e nenhum ministro da guerra usa roupa de açougueiro.
Guerra é guerra!
dizia o invasor violento
violentando a freira no convento
Guerra é guerra!
dizia a estátua do almirante
com a boca de cimento.
Guerra é guerra!
dizemos no radar
desgustando o inimigo
ao norte do paladar.
Não é preciso disfarçar
o amor à guerra, com história de amor à pátria e defesa do lar.
Amamos a guerra e a paz, em bigamia exemplar.
Eu, poeta moderno ou o eterno Baudelaire
eu e você, hypocrite lecteur, mon semblable, mon frère.
Queremos a batalha, aviões em chamas, navios afundando, o espetacular confronto.
De manhã abrimos vísceras de peixes com a ponta das baionetas
e ao som da culinária trombeta
enfiamos adagas em nossos porcos e requintamos de medalha
-os mortos sobre a mesa.
Se possível, a carne limpa, sem sangue.
Que o míssil silente lançado à distância não respingue em nossa roupa.
Mas se for preciso um banho de sangue
-como dizia Terêncio:-sou humano
e nada do que é humano me é estranho.
A morte e a guerra
não mais me pegam ao acaso.
Inscrevo sua dupla efígie na pedra como se o dado de minha sorte
já não rolasse ao azar,
como se passasse do branco ao preto e ao branco retornasse sem nunca me sombrear.
Que venha a guerra! Cruel. Total.
O atômico clarim e a gênese do fim.
Cauto, como convém aos sábios,
primeiro bradarei contra esse fato.
Mas, voraz como convém à espécie,
ao ver que invadem meus quintais,
das folhas da bananeira inventarei
a ideológica bandeira e explodirei
o corpo do inimigo antes que ataque.
E se ele não atirar primeiro, aproveito
seu descuido de homem fraco, invado sua casa
realizando minha fome milenar de canibal
rugindo sob a máscara de homem.
-Terrível é o teu discurso, poeta!
Escuto alguém falar.
Terrível o foi elaborar.
Agora me sinto livre.
A morte e a guerra
já não podem me alarmar.
Como Édipo perplexo
decifrei-a em minhas vísceras
antes que a dúbia esfinge
pudesse me devorar.
Nem cínico nem triste. Animal
humano, vou em marcha, danças, preces
para o grande carnaval.
Soldado, penitente, poeta
-a paz e a guerra, a vida e a morte
me aguardam
- num atômico funeral.
-Acabará a espécie humana sobre a Terra?
Não. Hão de sobrar um novo Adão e Eva
a refazer o amor, e dois irmão:
-Caim e Abel -a reinventar a guerra.
Affonso Romano de Sant'Anna




sexta-feira, março 17, 2023

O PORQUÊ DAS DOENÇAS DE FORO FEMININO


4ª EDIÇÃO DO LIVRO

AS DOENÇAS DA MULHER

 
(…) A grande maioria das doenças da mulher tem a ver com uma vida negada, a partir do útero, na recusa do seu ser interior e visceral, do seu ser profundo e até da sua alma, isso ao ponto da dor e da frustração nela se transformarem mesmo em doença grave, sinal do seu desespero e falhanço como mulher, como toda a mulher que se negou e se sentiu amordaçada no seu âmago, sem nunca se poder expressar espontaneamente sem ser julgada, sem que lhe não fossem atiradas pedras e tratada de louca, internada em hospícios ou considerada de histérica pelos psicanalistas.
Mas como podia uma mulher educada nas normas sociais, que nega as suas entranhas, que tem medo da palavra entranhas, que tem vergonha das suas partes mais íntimas, dos seus cheiros, que sente o seu sangue sujo, que deixa que lhe tirem o útero para maior segurança, que entrega todo o seu poder nas mãos dos médicos como antes confiava nos padres, a breve trecho, como pode uma mulher, que se anula e se destrói, exprimir a sua dor se não adoecesse? Muitas mulheres inclusive servem-se da doença para dar aso ao seu nojo, para exprimir o seu desgosto ou tristeza, a sua raiva da vida, de forma a empolar o sofrimento, que só de si já era bastante e chamar a atenção para si. Assim, a mulher, quando doente, deprimida, não só legitima ao olhar dos outros as suas queixas, como pode ter um pouco da atenção que nunca teve. Não sei onde neste rol de doenças entra a fibromialgia ou a bipolaridade, mas receio que ande lá perto. Isto pode parecer cruel e ser acusatório até, mas não o é, pois é através da consciência das causas do mal-estar endémico na mulher moderna, e das suas ditas manias e esquisitices – as famosas coisas de mulheres, que sempre nos apontaram como marcas de uma debilidade qualquer, de fraqueza ou de inferioridade – que nós podemos perceber o que está em causa nas nossas vidas e reconhecê-lo como um drama comum a todas as mulheres do mundo, desde as nossas avós, mães e irmãs.
Há séculos que esse recalcamento da verdadeira natureza da Mulher é uma forma de educação tradicional, condicionando-a assim a ser apenas mãe ou esposa, dedicada ou anulada para os seus sentimentos, emoções e desejos mais atávicos. Foi uma educação de milénios que manteve a mulher num estádio de infantilidade e insegurança, de desvalorização do seu ser, até aos inícios do século XX e que, mesmo que julguemos que não, ainda sofremos as suas consequências.
No fundo oculto das nossas dores – e são tantas e têm tantos nomes: enxaquecas, depressão, histeria, esquizofrenia, mialgias, bipolaridade, cansaço, síndromas vários e inexplicáveis, o cancro dos seios e dos ovários e útero – está a nossa divisão intrínseca de mulheres fragmentadas em duas espécies, viradas umas contra as outras: a esposa legítima, a do contrato e a Outra, a amante ou a puta de epíteto que foi excomungada da família, a mulher acusada, afinal, porque representa o oposto da frigidez exigida à dona de casa, a casta esposa legítima, cujo corpo muitas vezes – o das nossas mães e avós – o marido nunca viu nu.

Rosa Leonor Pedro, em “Lilith, a Mulher Primordial”


terça-feira, março 14, 2023

um mundo onde só as mulheres têm a chave...

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A DOCE VOZ DA PIEDADE PERDIDA

(ROMANCE)

Falas da Piedade

A voz silenciosa das mulheres faz parte de um mundo secreto, imperturbado. Ainda hoje é assim, apesar dos focos sobre a apregoada libertação feminina.
Já não verei muitas mais coisas, porque o tempo do fim se aproxima, mas acredito na perenidade desse mundo onde só as mulheres têm a chave, apesar de toda a algazarra daqueles que querem sepultar os rituais onde vagueia o espírito das ancestrais mulheres.
Viver no mundo da submissão absoluto também tem as suas vantagens: pode inventar-se um mundo interior próprio. E, quando somos agredidas, essa agressão apenas atinge a parte visível, material, do todo que somos.
É no coração dos escravos que o sonho é mais intenso. Aqueles que têm uma vida exterior onde abunda o supérfluo não sabem os tesouros que se podem encontrar no silêncio e na clausura.
As minhas netas caminham até mim como pequenas borboletas tontas. As minhas filhas vagueiam entre esses dois mundos: o que foi, e é, o meu; e o que julgam ser um mundo diferente, o delas.
Mas, tanto as minhas filhas, como as minhas netas, hão-de provar até ao fim o fel desta mundanidade sem esperança. Então será o tempo de se recolherem ao templo onde as grandes feiticeiras celebram a eternidade feminina.
Elas têm uma desvantagem. Não têm ninguém que as prepare para esse mundo de silêncios e renúncias. Eu tive nas velhas mulheres da minha infância, sobretudo na minha mãe e avós, os guias que me ensinaram os rituais do mundo matriarcal.
Os homens, mesmo os velhos patriarcas, nunca se aproximaram desse território interdito. Nem queriam. Na sua superficial superioridade sempre imaginaram o mundo das mulheres como o lugar de momentos repulsivos – como nos períodos menstruais – e a permanente vivência dos mexericos.
Nem mesmo nos momentos de toda a aflição, em que só nós os salvávamos, eles recorriam a nós como companheiras do sonho e da desdita, mas como o senhor recorre a seu escravo para fazer da vida algo de prazenteiro.  

Manuel Monteiro
Todas as reaçõ

domingo, março 12, 2023

e que Pandora me faça justiça...



NINGUÉM TEM A PATENTE...


Muitas mulheres se sentem intérpretes de Liltih. Muitas visões e muitas versões são divulgadas ao sabor de ideias e conceitos e fantasias, assim como muito trabalho sério e muita coisa superficial e deturpada se escreve diz...
Certo, eu não sou detentora da palavra nem do espírito de Lilith, e que Pandora me faça justiça...como sei que nenhuma mulher o é... mas, conforme digo no meu livro, - "Para mim Lilith é uma prova de fogo na vida da mulher. Ao enfrentar essa revelação interior, que a avassala, e amar-se a si mesma, sentir-se a si mesma, a partir de dentro e do fundo de si, como possuída por um amor que sobe da base ao chacra do coração, e se eleva à coroa e a transfigura.
Mulheres que se iniciam na senda do Feminino Sagrado, sem enfrentarem essa descida aos seus abismos e não tendo feito nenhum trabalho a nível da sua psique, sem terem uma consciência psicológica e ontológica do seu ser, seja dos seus complexos e traumas, sem terem feito um qualquer trabalho interior sincero, quando começam a entrar em contacto com Lilith, sem essa preparação, acabam por sentir-se a entrar no inferno e a ver diabinhos e vampiros à sua volta. Principalmente, como dizia atrás, quando certas mulheres espelham o seu próprio poder, ou fogo interior, que elas não ousam enfrentar."
Rosa Leonor Pedro - in  "Lilith A mulher primordial"


quarta-feira, março 08, 2023

AS MULHERES NO MUNDO

 8 DE MARÇO - DIA DAS MULHERES...? 

ESCREVI ISTO EM 2010 - NADA MUDOU, BEM PELO CONTRÁRIO...



“A igualdade entre homens e mulheres não existe em nenhuma parte do planeta, prevalecendo repudiáveis violações dos direitos fundamentais.”

Apesar desta afirmação ser totalmente verdadeira, e eu concordar com ela no plano prático, a igualdade entre homens e mulheres não pode ser estabelecida como as feministas pensam, só através da defesa dos direitos sociais e deveres iguais porque esta se faz apenas através da afirmação do seu lado (ego) masculino, o lado esquerdo do cérebro, o lado racional da humanidade que rejeita o lado direito, o feminino, retirando a mulher a sua expressão natural ao nivel emocional e intuitivo.

Por isso falta precisamente à humanidade a expressão do seu lado feminino que a mulher deixou de representar há muito tempo porque ela adoptou, à força das circunstâncias (que lhes foram impostas pelo poder patriarcal e falocrático), o lado masculino apenas sem sequer abranger ou se ligar a esse feminino essencial e portanto sem poder aceder a uma  consciência ontológica própria do feminino. 

As feministas pecam por ser materialistas, marxistas ou comunistas e não souberam englobar outra visão do ser humano que não seja a visão materialista do poder económico ou social e sexual, copiando os homens o seu poder e não exercendo a sua força que lhe advém do utero e da Natureza, não do pensamento.

Elas assim o afirmam: “reivindicamos um processo de feminização dos domínios político, económico e sociocultural”, mas a essência da mulher essa, tal como o seu universo próprio, ontologico, é totalmente negado, assim pois a sua intuição, a emoção ou o lado afectivo e transcendente da vida, ou a essência da própria vida, que mesmo essa mística da Mulher, para além da concepção e gestação como um acto sagrado, é completamente ignorada assim como  a questão do feminino e masculino serem complementares por serem diferentes e não iguais! E essa é a expressão de uma verdade maior que é igualmente ignorada e A VIDA em si acaba por ser cingida aos aspectos MATERIAS (o sexual como prazer e o da reprodução da espécie sem mais).

Ora o que está em causa para mim neste momento crucial de evolução da humanidade, em plena crise do Sistema, não é apenas a mulher ser igual ao homem e ter os mesmos direitos! Porque esses direitos, no caos em que o mundo se encontra, se calhar vão acabar até para os homens… O que está em causa é uma Consciência Ontológica da Mulher, a mulher SER MULHER na totalidade, é a mulher encontrar a sua sombra (a outra mulher rivalizada, a mulher que se nega em si própria e recalcada a níveis inconscientes) e integrá-la. É a mulher desenvolver as características da sua natureza profunda e também o hemisfério cerebral direito, o lado feminino da humanidade, que corresponde ao lado atrofiado do cérebro, seja na mulher seja no homem. Enquanto a questão dos Princípios Universais, o Yin e o Yang, o feminino e o masculino, o equilíbrio entre o Céu e a Terra não forem feitos e compreendidos como forças inerentes ao desenvolvimento da espécie e integrados em cada ser humano, a mulher e o homem não chegarão a nenhum lado.

Mas esta questão é tabu para as mulheres quase todas marxistas e comunistas e que fossem religiosas seria parecido pois o seu deus é um dogma e sempre Homem, e nem se atrevem a colocar-se a questão da sua essência cósmica, nem da sua verdadeira natureza associada à Natureza mãe, ao Planeta Terra, de tal forma estão alienadas por conta do patriarcado que as reduziu a uma metade de si mesmas, a um seu travesti. As mulheres nem sequer compreendem esta questão nem nunca me ouviriam e se o fizessem era para rechaçar implacavelmente qualquer hipótese de verdade das minhas palavras.

Quem me dera acreditar e poder participar de alma e coração, mas eu sei que enquanto às mulheres faltar a dimensão do coração e a alma for uma metáfora elas não chegarão a nenhum lado porque elas só se atolam no Pântano da mente e do poder económico do patriarcado e poluem o mundo como eles. E eles continuam a fazer delas o que querem…porque elas continuam a ser as suas marionetas…


rosa leonor pedro

terça-feira, março 07, 2023

Qualquer aspecto de nossa condição humana é e será sempre psicossomático

 

A SOMATIZAÇÃO DO MATRICÍDIO



 

A maioria dos úteros foram espásticos* durante séculos e por isso os nascimentos foram dolorosos.

W. REICH

 "Para compreender como a sexualidade feminina pôde permanecer tão reprimida através dos séculos, até o ponto de desaparecer no grau em que se fez, é imprescindível perceber que a repressão tem um componente somático.

 Qualquer aspeto de nossa condição humana é e será sempre psicossomático; e ainda que nos custe pensar e viver nessa perspetiva, socializad@s (formatadas) como estamos numa cultura que artificialmente cinde o corpo-mente. Em realidade essa cisão não é mais do que o encobrimento da perda da consciência do que se passa dentro de nós; mais precisamente é o resultado do que nos fazem  para nos impedir que nós mesmas construamos uma consciência conforme ou de acordo com o movimento da vida, com o desejo auto-regulador de nosso ser psicossomático. Porque somente então se pode codificar o anelo  (o desejo)  frustrado, e idealizá-lo e decorá-lo com falsas imagens, desvinculando-o do seu sentido auto-regulador dos corpos, para inseri-lo então no sistema de repressão do Poder. Sempre a devastação, na introdução da carência, sendo esse  o primeiro.

 A perda de contacto com nosso próprio corpo, ou seja, a cisão consciência-corpo foi uma estratégia imprescindível do poder e é uma característica da sociedade patriarcal. Porque o corpo não somente tem sabedoria, mas também muita força, muita capacidade de resistência e rebelião.

Conseguimos chegar muito longe da mão de Reich e de Deleuze e Guattari, compreendendo como se construi o sistema de repressão de nossa civilização, combinando o ‘refoulement’* com a repressão exterior. Sem o ‘refoulement’ (o desvio)  realizado inconscientemente, a repressão exterior por si só no poderia explicar o funcionamento da sociedade.

W. Reich não só descobriu a couraça muscular resultante do ‘refoulement’ (reprimir em si o desejo natural), mas também que esse reprimir em si esse desejo dos indivíduos é uma função ao serviço da repressão geral da sociedade; e Deleuze e Guattari explicaram como a repressão geral se insere na criatura humana, atuando sobre a produção de seus desejos, para que ela mesma os ‘refoule’ (rejeite):

A foça de Reich radica em ter mostrado como o ‘refoulement’ (reprimir) dependia da repressão geral… já que a repressão geral precisamente necessita do ‘refoulement’ para formar sujeitos dóceis… A repressão geral somente se exerce sobre o desejo -e não só sobre necessidades ou interesses- através da repressão sexual.

 Para atuar sobre o desejo das criaturas, continuavam Deleuze e Guattari, além da instituição da família, fazia falta uma importantíssima operação da desfiguração do mesmo: dar ‘uma imagem enganada (truquée) do que desejamos, convertê-lo em pulsões incestuosas; assim sente vergonha com o desejo, fica entorpecido, já que senão, qual seria a outra forma de conjurar o poder de rebelião e de revolução do desejo?

Durante milénios o desejo feminino-materno das mulheres, e o desejo materno das criaturas foi desfigurado e culpabilizado colocando a etiqueta de incestuoso; ou seja de desejos coitais, que estão, em realidade muito longe dos desejos maternais e dos desejos primais indiferenciados, em geral."

(...)

in ASSALTO AO HADES de CASILDA RODRIGAÑEZ BUSTOS
(tradução de Sabine Carlotti)

* ESPASTICOS - Espasticidade é quando ocorre um aumento do tônus muscular, envolvendo hipertonia e hiper-reflexia, no momento da contração muscular, causado por uma condição neurológica anormal.

* O substantivo ‘refoulement’ e o verbo ‘refouler’ em francês querem dizer ‘forçar para atrás’. Referido à psique, indica que algo inibimos e logo esquecido, ou seja, colocamos com força para atrás no inconsciente.

Sou contra toda a espécie de romantismo seja ele "sagrado" ou profano...




ACTUALIZANDO - este texto foi inicialmente escrito há 2 ou 3 anos...

O DRAMA DA SOMBRA, DO EGO E DA PERSONA... e os Extraterrestres...


O problema da nossa Sombra-inconsciente não está resolvido. Nem o problema da identidade humana-terrestre. Mas não são os extraterrestres, os "deuses" de outrora, nem os "anjos ou arcanjos" que nos vão resolver esse problema de SERMOS HUMANOS.

O trabalho na Terra e a vida humana pertence EXCLUSIVAMENTE a esta espécie e não são os seres oriundos de outros mundos, planetas ou galáxias, nem mesmo os espíritos, que nos vão resolver os nossos problemas, embora muitos tenham sido causados por eles, alienígenas… Na verdade admitamos que os nossos males os podemos dividir entre o criador em queda e os genetistas que nos "criaram" à sua imagem, mas como escravos e crentes e por isso todos os problemas que temos!
Há tempos fiquei muito chocada por uma dita "terapeuta" (canalizadora) de renome (brasileira) responder a uma questão sobre o feminino verdadeiro, e esta dizer, desviando a questão, que estão a aparecer muitos ovnis por todo o lado e que isso ia mudar tudo. Que o problema entre homens e mulheres deixaria de existir. É preciso ser muito romântica e imbecil para dizer isto. Porque o problema dos sexos e da encarnação na terra é muito mais complexa do que a vida desses seres eventualmente, uns sem género nem sexo, outros sem polaridades femininas ou masculinas, nem mesmo procriação como a conhecemos na terra.
Há algo de muito perigoso nesta abordagens que afinal negam ou desvalorizam a nossa capacidade e inteligência. Somos seres sapientes e embora quase analfabetos e ignorantes, é porque fomos bloqueados pelo dogma, pela educação restrita, seja a materialista seja a religião dogmática que nos torna através do medo a tod@s dependentes e infantilizados, e que mais não fazem do que obstruir o acesso ao verdadeiro conhecimento, quando cada pessoa de per se tem o dever e a capacidade cognitiva de assumir as rédeas da sua vida e fazer a diferença!
Pelo nosso lado e como mulheres temos uma herança milenar de consciência e independência a resgatar. Temos um legado imenso a consciencializar como responsáveis pela encarnação do homem, sim, mas sobretudo da MULHER! E...até sermos seres conscientes disso e podermos exercer os nossos dons, ainda falta muito. E isto contra toda a espécie de romantismo seja ele "sagrado" ou profano, o simplismo do yin e do yang e da redução da mulher ao sexo e á maternidade. A mulher tem de se encontra no fundo de si mesma e entrar em ressonância com a sua origem e o homem e a mulher de se afirmarem na suas diferenças, sabendo que a alma não tem sexo e que apenas o corpo é macho e fêmea e que por isso não adianta mudar de sexo. Este drama e sofrimento das almas que não conseguem alçar-se para serem acima da sua dualidade ou na verdade viver a sua androginia psíquica tão mal compreendida. Por tudo isto, aqui na terra, todos continuamos a nos debater com as nossas diferenças querendo "igualdade" sem perceber que esse é o conflito de interesses gerado por este velho e obsoleto paradigma que o criou e que o usou desde ha milénios para explorar os seres humanos.
A Mulher terá um papel importante nas mudanças que possam vir a acontecer no mundo e será através dessa sua consciência e dons e não pelo que os extraterrestres possam aportar, a não ser a História cósmica a repor algumas verdades históricas, aquelas que os Mitos contam e tão deturpados foram... e assim tanto os homens como a mulheres continuam a se debater na ignorância e na obediência cega a crenças e dogmas de todos os tipos que só visam criar terror.
Mas, como se diz aqui, “ fia-te na Virgem e não corras” e que significa que afinal temos de correr atrás do prejuízo…
Tenho fé no Ser Humano e confio na Energia que todos somos, já que "deus pai " mais parece ser o padrasto. Sim, Jeová ou Alá odeiam as mulheres, não lhes perdoam, não perdoam a Lilith (Pandora) nem a Eva a traição ao seu projecto hibrido e castigador…
Sim, ao que parece podemos mudar o nosso ADN e alterar as suas sequências através de saltos quânticos, como o da vontade genuina e da generosidade humana. Sei muito pouco desta matéria e linguagem, mas sei que cada ser humano pode e deve evoluir por si mesmo, despertando e ajudando a despertar os outros pela sua vibração pela sua autenticidade e não pelos seus conceitos, ideias ou crenças.
Nós somos os únicos responsáveis pela nossa existência e não há deuses nem anjos nem extraterrestres que nos possam valer porque eles não pertencem a este plano ou dimensão e por mais que tenhamos a aprender com eles – não duvido - e por mais evoluídos que eles sejam tecnológica e cientificamente, há algo que é pertença desta humanidade e no nosso ADN que é diferente e que só nós podemos fazer evoluir e justamente deixando de ser dependente do exterior e acreditar que algo de fora nos vai ajudar. Não. Não haverá evolução sem ser a partir de cada uma de nós e do que construamos de moto próprio de verdade em busca da nossa origem e identidade.

… Enquanto estamos na terra e neste corpo temos condicionantes variados de que nos precisamos libertar e consciencializar para podermos ser o nosso ser real, o nosso ser espiritual que é eterno. Esta persona, com a qual nos identificamos, porém, tem de tomar consciência da sua história em curso, e de como a sua ignorância a impede de vencer os imensos obstáculos criados pelo medo e a maldade também humanas e não só… Mesmo que em essência sejamos todos energia e luz e espírito há esta viagem num corpo e um ego, uma personalidade que nos ilude e que temos de resolver de forma consciente. Ninguém pode esquecer que essa Sombra existe…assim como as trevas que nos cegam à nascença e que agora nos ameaçam numa forma material, uma massa negra magnética, a Black Go, pronta a invadir todas as formas de energia e a bloquear o amor humano, a única coisa que nos distingue dos outros seres e a nossa única defesa das forças negras que ainda possam dominar o Planeta, como o fazem há milhares de anos.

rlp - Rosa Leonor Pedro