O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, março 30, 2018

ESCREVER



ESCREVER - UMA ESPÉCIE DE DANAÇÃO


"Eu não queria o êxito fácil, as opiniões, os favores, agasalho da tertúlia e o calor da insubordinação, dos injustiçados e dos paladinos da razão. Eu só queria escrever, entrar no coração das pessoas e beber-lhes o sangue, avançando sempre, criando enredos e fazendo saltar os personagens das páginas. Há pouca gente que perceba que escrever é uma espécie de danação em que às vezes se tem o encontro com Deus."



Agustina Bessa - Luis



A POESIA



“A poesia é o elo de ligação entre a mente e o corpo.

"O sofrimento pessoal começa quando somos crucificados entre dois opostos. Se tentarmos abraçar um sem pagar tributo ao outro, degradamos o paradoxo ao nível da contradição. Todavia ambos os lados dos pares de opostos devem merecer e ter igual mérito. O sofrer a nossa confusão é o primeiro passo para a cura. "

"Passar da oposição (sempre uma discórdia) para o paradoxo (sempre sagrado) é dar um salto de consciência. Esse salto transporta-nos através do caos da meia-idade e dá-nos uma visão que ilumina os dias que nos restam."

In "OWNING YOUR OWN SHADOW" Robert A. Johnson


“A poesia é o elo de ligação entre a mente e o corpo. Na poesia, as ideias estão sempre enraizadas na emoção; cada palavra é uma palpitação do corpo. A multiplicidade de interpretações que um poema reflecte a tempestuosa incontrolabilidade da emoção, onde a natureza actua segundo a sua vontade. Emoção é caos. Qualquer emoção benigna possui um lado de negatividade. Daí que fugir da emoção para os números seja mais uma estratégia crucial do Ocidente apolíneo no seu longo combate ao Dionísios.
Emoção é paixão, um contínuo de erotismo e agressividade. O amor e o ódio não são opostos: a sua diferença é apenas entre mais paixão e menos paixão, uma diferença quantitativa e não qualitativa. Viver em paz e amor é uma das contradições mais notáveis que o cristianismo impôs aos seus seguidores, um ideal impossível e contra natura.”


In Personas Sexuais de Camille Paglia






Há um grande silêncio dentro de mim.



EU QUERIA FICAR CALADA


"Tantos querem a projeção. Sem saber como esta limita a vida. Minha pequena projeção fere o meu pudor. Inclusive o que eu queria dizer já não posso mais. O anonimato é suave como um sonho. Eu estou precisando desse sonho. Aliás eu não queria mais escrever. Escrevo agora porque estou precisando de dinheiro. Eu queria ficar calada. Há coisas que nunca escrevi, e morrerei sem tê-las escrito. Essas por dinheiro nenhum.
Há um grande silêncio dentro de mim. E esse silêncio tem sido a fonte de minhas palavras. E do silêncio tem vindo o que é mais precioso que tudo: o próprio silêncio."


Clarice Lispector, in Crónicas no 'Jornal do Brasil (1968)'


SILÊNCIO!

"Fechem as máquinas de falar, desandem os botões da verbosidade, façam má cara aos visitantes, despeçam os oradores oficiais, cancelem o contrato dos conferencistas. Silêncio, silêncio… Escondam o rosto um momento, desçam as cortinas, preguem as janelas, chorem, se quiserem, mas silêncio! Dai tempo a ouvir um anjo que passa, uma cigarra que canta, uma pedra que rola, uma flor que morre. Também isto é sério, também isto é justo, também isto é revelação, e caridade, e inteligência. Dai tempo a vós próprios, que sois vivos e que o podeis saber. E silêncio."


Agustina Bessa Luis in Embaixada de Calígula

Não desejar e querer ...



Desejar e não querer
Desejar e querer
Não desejar e não querer
Não desejar e querer


São os espaços onde tudo acontece, a existência, que às vezes se expande, outras recua, ora em função do desejo, ora em função do dever, numa entrega de violenta a mansa, nem sempre consciente.
Não se pode viver à parte em uma outra condição alternativa, livre de sonhos, isenta da necessidade humana de desejar. Despedir-se do desejo seria a morte psíquica. Não se sobrevive no vazio.


in incalculável imperfeição - por cristina simões

TRÊS POBRES NOTAS...



“O sofrimento é uno. Fala-se do sofrimento como se fala do prazer, mas fala-se deles quando não nos possuem, quando deixaram de nos possuir. De cada vez que entram em nós, causam-nos surpresa de uma nova sensação, e temos de reconhecer que ...o havíamos esquecido. São novos, visto que somos novos; damos-lhe cada vez uma alma e um corpo um tanto modificados pela vida. E contudo o sofrimento é uno. Dele apenas conheceremos, como também do prazer, algumas formas, sempre as mesmas, e somos suas presas.
Explicando melhor: a nossa alma, em meu entender, dispõe apenas de um teclado restrito, e por muito que faça, a vida nunca lhe consegue tirar mais de duas ou três pobres notas. (…)”

“Na vida as coisas não são exactas; pintá-las nuas é mentir, visto que só as vemos numa névoa de desejo. Não é verdade que os livros nos tentem; e tão pouco os acontecimentos o conseguem, visto que apenas nos tentam quando ...chegou a nossa vez, quando chegou a nossa hora em que nos teria tentado. Não é verdade que umas quantas verdades precisões brutais possam informar sobre o amor; não é verdade que seja fácil reconhecer, na simples descrição de um gesto, a emoção que ele depois produzirá em nós.”


In Alexis – Ou o tratado do vão combate – Marguerite Yourcenar

sábado, março 24, 2018

CONFLITOS PRIMÁRIOS...



O QUE É - Formação reativa: Mecanismo de defesa  
Formação reativa na Psicanálise de Freud

"Formação reativa é um mecanismo de defesa ocorre quando uma pessoa sente um desejo de fazer ou dizer algo mas diz o oposto. Formação reativa aparece como uma defesa contra uma punição social temidas. Se eu temo que serei criticado por alguma coisa, eu muito visivelmente ajo de uma forma que mostra que eu estou pessoalmente longe do caminho da posição temida.


A causa da formação reativa é quando uma pessoa procura encobrir algo inaceitável, através da adoção de uma posição oposta. Por exemplo, a pessoa gay que age como heterossexual promíscuo pode estar escondendo sua realidade de homossexual. Esta pode ser uma ocultação consciente, mas também pode ocorrer no nível subconsciente de tal forma que eles não percebem a verdadeira causa do seu comportamento. Formação reativa pode assim transformar tendências homossexuais (amor aos homens) em homofobia (ódio aos homens).

Freud chamou a compensação exagerada que pode aparecer na formação reativa de “transbordamento”, já que a pessoa percorre um mar em direção para desviar a atenção e encobrir algo indesejado na outra direção, como uma pessoa que teme a guerra torna-se um pacifista, convencendo-se de que a guerra é errada (ao invés da posição ‘covarde’ de que a guerra é assustadora).
Formação reativa vai mais longe do que a projeção de tal forma que os impulsos e pensamentos indesejados não são reconhecidos.
Padrões extremos de formação reativa são encontrados na paranoia e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), quando a pessoa fica presa em um ciclo de repetição de um comportamento que eles sabem (pelo menos em um nível profundo) que é de alguma forma errado.

Formação reativa é um dos mecanismos de defesa originais de Anna Freud.

Quando uma pessoa toma uma posição ou postura em algo, e especialmente se essa posição é extrema, considere a possibilidade de que seus pontos de vista reais estão atrás disto. Isto oferece-lhe duas opções de persuasão. Você pode apoiar a sua posição atual ou cuidadosamente expor como as suas tendências subjacentes são opostas (e como está tudo bem para ele admitir isso).
Para criar um padrão de formação reativa, mostre a outra pessoa que um determinado comportamento é socialmente inaceitável. Em seguida, dê o espaço e ideias para reagirem contra este padrão indesejável e criar sua própria maneira de mostrar como eles estão realmente muito longe do comportamento indesejável.

Em uma situação terapêutica, é possível ajudar uma pessoa que está disfuncionalmente formando reações contrárias, primeiramente criando um ambiente favorável onde eles podem admitir e aceitar o que está acontecendo com eles mesmos. Em seguida, apoiar a sua mudança de posição para um lugar que é mais aceitável e apropriado para eles.
Lembre-se que os mecanismos de defesa são geralmente sintomas de problemas mais profundos e enfrentá-los diretamente pode ser ineficaz ou mesmo contraproducente. Simplesmente mostrar a pessoa que a sua posição se opõe a seus verdadeiros sentimentos pode causar apenas entrincheiramento mais profundo. Antes disso, você deve primeiro trabalhar em seu conflito primário."

uma verdade profunda de nossa mente...


O QUE SÃO ARQUÉTIPOS

"O termo “arquétipo” tem suas origens na Grécia antiga, as palavras raiz são archein que significa “original ou velho” e typos que significa “padrão, modelo ou tipo”, o significado combinado é “padrão original” do qual todas as outras pessoas similares, objetos ou conceitos são derivados, copiados, modelados, ou emulados.

O psicólogo Carl Gustav Jung usou o conceito de arquétipo em sua teoria da psique humana, ele acreditava que arquétipos de míticos personagens universais residiam no interior do inconsciente coletivo das pessoas em todo o mundo, arquétipos representam motivos humanos fundamentais de nossa experiência como nós evoluímos consequentemente eles evocam emoções profundas.

Embora existam muitos diferentes arquétipos, Jung definiu doze tipos principais que simbolizam as motivações humanas básicas, cada tipo tem seu próprio conjunto de valores, significados e traços de personalidade, além disso, os doze tipos são divididos em três grupos de quatro, ou seja, Ego, Alma e Eu, os tipos em cada conjunto compartilha uma fonte de condução comum, por exemplo, tipos dentro do conjunto Ego são levados a cumprir agendas definidas pelo ego.

A maioria se não todas as pessoas têm vários arquétipos em jogo na construção da sua personalidade, no entanto, um arquétipo tende a dominar a personalidade em geral, ele pode ser útil para saber quais arquétipos estão em jogo em si e nos outros, especialmente nos entes queridos, amigos e colegas de trabalho a fim de obter uma visão pessoal sobre comportamentos e motivações."

 Fonte - Google
"Arquétipos são fontes derradeiras daqueles padrões emocionais de nossos pensamentos, sentimentos, instintos e comportamentos. No caso, arquétipo feminino é tudo o que pensamos com criatividade, inspiração, tudo o que acalentamos, amamentamos, gostamos, todas as fusões e impulsos de absorver, reproduzir, tudo o que nos impele á união e a proximidade humana, é lua, água, ciclo. É receber, acolher, enfeitar, proteger, é lutar pelo bem dos amados, é ser onça, leoa, materna. E, assim como não somos apenas o signo do Sol no nosso mapa, mas sim a conjunção de todos os signos e planetas, também não somos apenas um dos aspectos presentados e sim todos os arquétipos, já que somos influenciados por eles no decorrer de um mesmo dia e na própria vida.

A abordagem mitológica ajuda na compreensão do ser humano e em seu posicionamento no mundo que o cerca. O mito serve como elemento de orientação. Assim como os pais ensinam os filhos
como e a vida, relatando-lhes as experiências vividas, os mitos também fazem a mesma coisa, porém num sentido mais amplo, delineando padrões para a caminhada existencial, com o recurso da
imagem e fantasia. Jung vê o mito “como uma verdade profunda de nossa mente”.


Os sete arquétipos / deusas gregas são:


1. ÁRTEMIS / DIANA - A Solitária Deusa Selvagem
2. ATENAS/MINERVA -A Deusa da Sabedoria e da Civilização
3. HÉSTIA / VESTA - A Deusa da Lareira
4. HERA / JUNO -A Deusa do Casamento e do Poder
5. DEMÉTER/CERES -A Deusa dos Ciclos da Vida
6. PERSÉFONE (KORÉ) / PROSÉRPINA (CORE) -A Deusa do Mundo Espiritual e Oculto
7. AFRODITE / VÊNUS -A Deusa do Amor, Sexualidade e da Arte *

* Texto Tirado de LADY BETWIXT

quarta-feira, março 21, 2018

SE...



AS NOSSAS OPINIÕES...
"'Se nossos semelhantes pudessem constatar nossas opiniões sobre eles, o amor, a amizade, o devotamento seriam riscados para sempre dos dicionários; e se tivéssemos a coragem de olhar cara a cara as dúvidas que concebemos timidamente sobre nós mesmos, nenhum de nós proferiria um ?eu? sem envergonhar-se. A dissimulação arrasta tudo o que vive, desde o troglodita até o cético. Como só o respeito das aparências nos separa dos cadáveres, precisar o fundo das coisas e dos seres é perecer; conformemo-nos a um nada mais agradável: nossa constituição só tolera uma certa dose de verdade?"

(Emil Cioran)

terça-feira, março 20, 2018

O DESTINO DE UMA MULHER



DUAS GRANDES ESCRITORAS DE LINGUA PORTUGUESA - PORTUGAL E BRASIL

"É esta a mais grandiosa história dos homens, a de tudo o que estremece, sonha, espera e tenta, sob a carapaça da sua consciência, sob a pele, sob os nervos, sob os dias felizes e monótonos, os desejos concretos, a banalidade que escorre das suas vidas, os seus crimes e as suas redenções, as suas vítimas e os seus algozes, a concordância dos seus sentidos com a sua moral. Tudo o que vivemos nos faz inimigos, estranhos, incapazes de fraternidade. Mas o que fica irrealizado, sombrio, vencido, dentro da alma mais mesquinha e apagada, é o bastante para irmanar esta semente humana cujos triunfos mais maravilhosos jamais se igualam com o que, em nós mesmos ficará para sempre renúncia, desespero e vaga vibração. O mais veemente dos vencedores e o mendigo que se apoia num raio de sol para viver um dia mais, equivalem-se, não como valores de aptidões ou de razão, não talvez como sentido metafísico ou direito abstracto, mas pelo que em si é a atormentada continuidade do homem, o que, sem impulso, fica sob o coração, quase esperança sem nome.
Eis Quina, exemplo de energias humanas que entre si se devoraram e se deram vida. Vaidade e magnífico conteúdo espiritual foram os seus pólos; equilibrando-se entre eles, percorreu um extremo e outro da terra, venceu e foi vencida..."
(…)
Agustina Bessa-Luís, in “A Sibila”.


A Nossa Vitória de cada Dia

Olhe para todos ao seu redor e veja o que temos feito de nós e a isso considerado vitória nossa de cada dia. Não temos amado, acima de todas as coisas. Não temos aceite o que não se entende porque não queremos passar por tolos. Temos amontoado coisas e seguranças por não nos termos um ao outro. Não temos nenhuma alegria que não tenha sido catalogada. Temos construído catedrais, e ficado do lado de fora pois as catedrais que nós mesmos construímos, tememos que sejam armadilhas. Não nos temos entregue a nós mesmos, pois isso seria o começo de uma vida larga e nós a tememos.
Temos evitado cair de joelhos diante do primeiro de nós que por amor diga: tens medo. Temos organizado associações e clubes sorridentes onde se serve com ou sem soda. Temos procurado nos salvar mas sem usar a palavra salvação para não nos envergonharmos de ser inocentes. Não temos usado a palavra amor para não termos de reconhecer a sua contextura de ódio, de amor, de ciúme e de tantos outros contraditórios. Temos mantido em segredo a nossa morte para tornar a nossa vida possível. Muitos de nós fazem arte por não saber como é a outra coisa. Temos disfarçado com falso amor a nossa indiferença, sabendo que nossa indiferença é angústia disfarçada. Temos disfarçado com o pequeno medo o grande medo maior e por isso nunca falamos no que realmente importa. Falar no que realmente importa é considerado uma gaffe.
Não temos adorado por termos a sensata mesquinhez de nos lembrarmos a tempo dos falsos deuses. Não temos sido puros e ingénuos para não rirmos de nós mesmos e para que no fim do dia possamos dizer «pelo menos não fui tolo» e assim não ficarmos perplexos antes de apagar a luz. Temos sorrido em público do que não sorriríamos quando ficássemos sozinhos. Temos chamado de fraqueza a nossa candura. Temo-nos temido um ao outro, acima de tudo. E a tudo isso consideramos a vitória nossa de cada dia.


Clarice Lispector, in 'Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres'





DOMINIO E VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES



O Poder,
Opressão e Dependência na Construção da Subjetividade

"A sexualidade, como manifestação biopsicossocial do ser humano, sofreu através da história, toda a sorte de controlo por interesses diversos. Negada ou incentivada, a Igreja, o Estado e o poder económico sempre se valeram deste meio profundo do relacionamento humano (onde a afectividade e o prazer formam a base motivacional), para dominar, corromper, atemorizar ou lucrar. Actualmente a exploração comercial da sexualidade feminina, oferece uma ideia superficial, desvinculada do afecto, sustentada em modelos descartáveis, consumista, estereotipados e preconceituosos, com a imposição da estética e como prerrogativa exclusiva da juventude.(...)
Com o prazer vinculado a um corpo que engravida, que gera, que culpa e martiriza, as mulheres protegem-se num contrato social definido por leis, que longe de garantir-lhe este almejado prazer, obriga-lhes após tantas expectativas frustradas, à manutenção da relação dependente, neurótica, sadomasoquista para fugir, da categoria pejorativa criada culturalmente para as mulheres que estariam desprotegidas destas leis. Seriam as "descasadas", "mães solteiras", "largadas do marido", "as que estão em falta"."

Por Maria Alice Moreira Bampi

O SEXISMO

"O sexismo é uma ideologia homeopática terrivelmente eficaz. Infiltra-se no terreno e assume discretamente a função de qualquer ideologia influente: confortar o dominante justificando o seu domínio, e convencer @ dominad@ que ocupa, de forma perfeitamente justa, o lugar que lhe cabe. Temos assim a confirmação, dia após dia, que os homens não têm culpa e as mulheres não têm capacidade. Desculpabilização para uns, alienação para umas: o Sistema já está rodado. Ego inchado para os primeiros, falta de auto-estima para as eternas segundas."

Isabelle Alonso
in Todos os homens são iguais...mesmo as mulheres.


O QUE É QUE SE REPETE NA HISTÓRIA?
PORQUE QUEREM AGORA OS GOVERNANTES QUE A MULHER VOLTE PARA O LAR?
O que marca os discursos de Trump Putin e Temer e o polaco nazi deputado da União Europeia?

“A grande obsessão dos homens continua a ser a liberdade das mulheres: já não se trata de queimar uma boa parte delas, como no tempo das bruxas, mas a lei, uma vez que o Estado tem condições de, em nome da sua soberania, promulgá-la e fazê-la aplicar, é um meio que permite refrear a autonomia de todas as mulheres. Impedidas de ser um poder real, perdem esse outro poder que em tempo de incerteza sobre a sua identidade os homens lhes tinham imaginado: as bruxas podem desaparecer. A vassoura que outrora lhes servia para fugir do lar será doravante usada pelas mulheres...para varrer, reencontrada uma serventia que nunca devia Ter perdido.” (...)*


in As Putas do Diabo - de Armelle Le Bras-Chopard (ed. Temas & Debates)


"Faça o que fizer, a mulher tem de o fazer duas vezes melhor do que o homem, para que se lhe dê igual valor. Ainda bem que não é difícil."


Charlotte Whitton

segunda-feira, março 19, 2018

"O amor da mãe é extraordinário.



Matrismo sim, e não feminismo...


"Acho que não vale a pena a mulher libertar-se para imitar os padrões patristas que nos têm regido até hoje. Ou valerá a pena, no aspecto da realização pessoal, mas não é isso que vem modificar o mundo, que vem dar um novo rumo às sociedades, que vem revitalizar a vida. Ora bem, a mulher deve seguir as suas próprias tendências culturais, que estão intimamente ligadas ao paradigma da Grande Mãe, que é a grande reserva, a eterna reserva da Natureza, precisamente para os impor ao mundo ou pelo menos para os introduzir no ritmo das sociedades como uma saída indispensável para os graves problemas que temos e que foram criados pelas racionalidades masculinas. E no paradigma da Grande Mãe que vejo a fonte cultural da mulher; por isso lhe chamo matrismo e não feminismo. "

Natália Correia, in 'Entrevista (1983)'


"O amor da mãe é extraordinário.
De qualquer amor, tem dentro dela o tesouro que é puro alimento, corpo e alma. Dá os doces aromas do peito e do leite, a magia da intimidade da pele. Construído dentro dele são camadas de paciência mágica e confiança instintiva. Embora as nossas próprias mães fossem cada um dos seres humanos imperfeitos, ao longo das nossas vidas humanas, temos muito tempo para tal ligação, sempre buscando num mundo incerto o que nós vimos como um vínculo de confiança absoluta, amor incondicional e intimidade sem complicações. Na nossa relação com a terra, com a mãe natureza, procuramos o mesmo e fazemos os mesmos erros. Como crianças chorando por comida e amor, nós assumimos que seus recursos são infinitos, nós não podemos retribuir seu cuidado, e imprudentemente nós expressa uma persistente falta de respeito e apreço. Em outras palavras, usamos a terra, enquanto usamos a mãe, desnorteada e enfurecida quando ela não nos dá tudo e de graça....
Como Virgem, a deusa da terra não tem pacto com o povo; ainda selvagem, ela não tem interesse em fazer acordos com a humanidade. Se os homens a fazer, ela não repara, ou se o fizer não a perturba. Ela mantém a sua independência, rindo, selvagem e livre. Se, no entanto, ela é abusada, ela se retira completamente, deixando uma paisagem que está cada vez mais sem vida.... Desenvolvedores, corporações que mina, pedreira e construção, agricultores e pescadores, aqueles de nós que tendem a jardins, todos e todos os consumidores Quem dá dinheiro ao sistema, todos nós fazemos parte da relação do nosso povo com a terra. Se essa ligação é boa, ela oferece-se a nós como mãe. Ela tem o povo. Onde ela está desapontada por falta de cuidados e atenção, ela volta para trás e nós sentimos isso na vibração de um lugar, na lama e nas árvores, no ar que respiramos. Onde ela é estuprada, a toxicidade da sua raiva adoece a terra, juntamente com aqueles que vivem sobre ela.

Talvez porque a habilidade da mãe é dar aparentemente incondicionalmente, nunca exigindo reciprocidade imediata, é extremamente fácil levá-la como garantida. Mas talvez também quando temos experiência de uma mulher como mãe, podemos esquecer que a mãe não é tudo o que ela é. Sem excepção, a complacência é perigosa."

Emma Restall Orr,

terça-feira, março 13, 2018

A MAQUINA PATRIARCAL DE PRODUÇÃO



"Vivemos numa sociedade em que os homens acham que os ovários e o útero são da humanidade e o seios e a vagina das mulheres são deles." - Albino Aroso (médico)

"O  homem patriarcal... desejou ardentemente a maternidade. O controlo do sexo feminino e da reprodução através do seu pai ciumento e misógino sacerdotes tem sido o seu modo de passar por uma maternidade artificial. Ele tem a máquina de reprodução feminina, como o dono da fábrica possui maquinaria produtiva.... em tecnologias reprodutivas modernas, a mesma luxúria é evidente. Conhecer os mecanismos secretos da reprodução é possuir o segredo da vida. O homem patriarcal-Tecnológico passou muitos séculos a espiar para capturar o segredo, como todos sabemos.

O que o chefe faz com a máquina de fábrica, o biotecnologista pode agora fazer no laboratório: controlar e programar o processo mecânico de reprodução-produção. Ele também pode ser 'uma mãe' - se a maternidade é definida como reprodução mecânica. Os primeiros resultados desta máquina podem ser observados em medicamentos de fertilidade que tendem a produzir em massa: Sêxtuplos e septuplets. Para a vida, se se aproximar mecanicamente, é certamente capaz de uma resposta mecanicista... é precisamente este replicativa, aspecto da linha de montagem do processo de vida que estamos sempre a solicitar com as nossas tecnologias, e com as nossas ideologias tecnologicamente orientadas. Quanto mais nos relacionar com a vida como mecanismos para uma máquina cósmica (em vez de organismos para um organismo cósmico), o robot mais diabolicamente será a resposta - o DNA vai rolar como fords e subarus, e todos nós vamos ser feitos por Deus E corporações globais como unidades de produção com peças intercambiáveis. ...

Todos estão presos nesta máquina. Não há lugar para fugir, excepto para dentro, para uma definição de vida como organismo consciente, em vez de um mecanismo estúpido.... o processo de redefinição começa com as mulheres a recuperar a autonomia sexual e reprodutiva total. ...

A questão de estar grávida, ou não grávida, deve ser devolvida à intuição feminina; o que, quando é saudável, forte, e auto-definido, é a voz das energias espirituais e espirituais interligadas e de trabalho-franzino . Uma mulher grávida, ou uma mulher que decide sobre a gravidez ou a nonpregnancy, não é uma situação análoga a qualquer outra situação. Nem a lógica masculina nem a teologia masculina se aplicam à reprodução feminina, à gravidez ou à contracepção ou ao aborto - porque a lógica masculina e a teologia masculina derivam de seres que nunca se tornam grávidas, usam contracepção, dão à luz ou praticam abortos. Em relação ao sexo feminino e à reprodução, a lógica masculina e a teologia masculina são desportos de espectadores; mas gravidez, parto e até aborto são rituais de participação.... uma mulher é especialista em sua própria situação. Num mundo que venera especialistas, como é estranho que os homens se recusem a reconhecer as mulheres como especialistas em nossos próprios corpos e processos, e nos permitam funcionar em conformidade. Os pregadores fundamentalistas e os padres católicos e outros homens santos que querem proibir a contracepção das mulheres e o aborto, e os peritos tecnológicos humanistas que tentam forçar a contracepção, o aborto e a sterlization sobre as mulheres do terceiro mundo, são a mesma mentalidade, e Fazendo o mesmo número sobre as mulheres: tentando assumir as funções femininas de reprodução orgânica, controle orgânico de natalidade, limitação da população orgânica - e correr estes de acordo com as noções amadoras da lógica masculina e da teologia masculina....

Nos debates sobre o aborto, uma das questões mais frequentemente levantadas é: quando começa a vida? A questão é quase mecanicista, sugerindo um ponto ideal numa escala linear... o problema com este raciocínio é este: a vida não começa. Está sempre aqui. A natureza está viva desde o início, e pródiga. A vida não emerge de nós, nós surgir dela...

O oposto da vida não é a morte, mas sim tornar-se um mecanismo. As mulheres forçadas contra seus testamentos ou instintos para dar à luz como máquinas de reprodução, em nome do 'Feto Sagrado', é uma paródia da vida....

Temos de nos livrar da máquina, que não é verdadeiramente a vida ou a morte, mas a ausência e a paródia de ambos."

Monica Sjöö e Barbara Mor, in A grande mãe cósmica: redescobrir a religião da terra, imagem por merakilabbe

segunda-feira, março 12, 2018

escrevo da parte das mulheres feias...


Virgínia Despentes - escritora e realizadora francesa

Escrevo  da parte  das feias, para as feias, as velhas, as camionistas, as frígidas, as mal fodidas, as inrabavéis, as histéricas, as malucas, todas as excluídas do grande mercado à mulher certa. E começo por aqui para que as coisas fiquem claras: Não peço desculpa de nada, não venho reclamar. Eu não trocaria o meu lugar por nenhuma outra, porque ser Virgínia Despentes parece-me ser um tema mais interessante para  abordar  do que qualquer outro caso.

Acho fantástico que também haja mulheres que gostam de seduzir, que saibam seduzir, outras se casam, que  gostam de sexo e outras de bolos para o lanche das crianças que saem da escola. É bom que haja umas muito doces, outras desabrochando na sua feminilidade, que haja jovens, muito bonitas, outras simpáticos e radiantes. Francamente, estou muito feliz por todas as pessoas a quem as coisas são adequadas. Isso é dito sem qualquer ironia. Acontece que eu não faço parte destas. Claro que não escreveria o que escrevo se fosse bonita, linda e  mudar a atitude de todos os homens que encontro. É como a proletária da feminilidade que eu falo, que falei ontem e que vou começar de novo hoje. Quando estava no RMI, não sentia vergonha de ser excluída, apenas raiva. É o mesmo como mulher: Não sinto a menor vergonha de não ser uma super boa miúda. Por outro lado, estou verde de raiva que, como rapariga que não interessa aos homens, é sempre preciso dizer-me que eu nem devia estar aqui. Sempre existi. Mesmo que não fosse sobre nós nos romances de homens, que só imaginam mulheres com quem gostariam de dormir. Sempre existimos, nunca falámos. Mesmo hoje em  que as mulheres publicam muitas novelas, raramente se encontram personagens femininas com físicos ingratos ou medíocres, incapazes de amar os homens ou de se fazer amar / ao contrário, as heroínas contemporâneas gostam de homens, encontram-se facilmente, dormem com eles em dois capítulos, elas gozam em quatro linhas e amam todas o sexo. A figura da falhada da feminilidade é-me mais do que simpática, é-me essencial. Tal como a figura do falhado social, económica ou política. Prefiro aquelas que não conseguem, pelo certo e simples motivo de eu não conseguir muito bem. E que, de um modo geral, o humor e a criatividade estão mais do nosso lado. Quando não se tem o que é preciso para se peidar, somos muitas vezes mais criativos. Sou mais o King Kong do que a Kate Moss, como filha. Eu sou esse tipo de mulher que não se casa, com quem não se tem bebés, falo do meu lugar de mulher sempre demais tudo o que ela é, muito agressiva, muito barulhenta, muito gorda, muito brutal, muito despenteada,  muito viril, dizem-me. No entanto, são as minhas qualidades viris que fazem de mim algo mais do que um caso social entre os outros. Tudo o que amo da minha vida, tudo o que me salvou, o devo à minha masculinidade. Portanto, é aqui como mulher incapaz de chamar a atenção masculina, satisfazer o desejo masculino, e satisfazer-me com um lugar à sombra do que escrevo. É aqui que escrevo, como mulher não atraente, mas ambiciosa, atraída pelo dinheiro que ganho eu mesmo, atraída pelo poder, de fazer e recusar, atraída pela cidade em vez de por dentro, sempre Excitada com as experiências e incapaz de me satisfazer com a história que me vão contar. Estou-me a cagar para seduzir homens que não me fazem sonhar. Nunca me pareceu óbvio que as raparigas atraentes se esforçassem assim tanto. Sempre me senti feia, e sinto-me tão mais acomodada  tanto quanto melhor percebo como isso me salvou de uma vida de merda a lidar com tipos simpáticos que nunca me teriam levado mais longe do que a linha azul dos Vosges. Estou contente por mim, de modo mais desejante do que ser desejável.

- Virgínia despentes, king kong teoria


domingo, março 11, 2018

A noção de propriedade...



Os homens receavam o prazer das mulheres...

"A noção de propriedade, de "ter", começa nessa apropriação sexual: os homens "têm" mulheres, parte corpo que lhes falta para poderem "ter" filhos.
O que se passou nessa longa noite humana, que nós tentamos sondar, que as mulheres nos descreviam?
As máscaras caíram, e o luar entrou nas tendas, nas cabanas, nas casas. As mulheres viram as faces dos homens: podiam ser (eram) seus filhos.
A compaixão não era oposição: com-paixão. Mas os homens rejeitaram-na.
- Precisamos nos inscrever no real, não poderemos limitar-nos a inscrever-nos no corpo das mulheres.
De manha, os homens desviaram os olhos. Como poderiam eles encarar as mulheres que tão completamente os tinham amado?
O que aconteceu nessa longa noite?
- Porque tornaste necessária a dor, em vez do prazer? - perguntou a mulher.
Foi escolhida a configuração que deu origem á submissão matrimonial, á prostituição e ao sadismo.
Foi escolhida a configuração que valoriza a força física, fantasmática, esforçada, simbólica. Os homens trabalhavam as terras, os homens passaram a ter os instrumentos, os homens passaram a estar armados - contra as mulheres, uns contra os outros.
Foi escolhida, dessa longa noite de luta e de amor, de produção de uma nova espécie, a configuração que baseia o chamado casamento monogâmico: que não é um acasalamento entre uma mulher e um homem, mas uma relação entre dominador e dominada.
Os homens disseram: o prazer clitoridiano não serve para nada; nem as carícias nem os gestos sensuais.Tudo isso é excessivo, e ilegítimo. Descobriram a paternidade.
Os homens receavam o prazer das mulheres.
Como podiam aceitar a junção de um prazer "gratuito", com a relação de produção de crianças, seu esforço recém descoberto?
A mulher banhada em lágrimas velou o rosto.

In "A Morte da Mãe" de Maria Isabel Barreno

O UNICO PODER...



OS PODERES DO CORAÇÃO

"O conhecimento dos poderes do coração é indispensável à pratica da via do meio porque esta deve obter a preponderância da sua influência. Esta via é um jogo de balanço contínuo entre o egoísmo do eu e o altruismo do si. O Coração apenas pode realizar o prodígio de equilíbrio, pela sua posição de mediador, entre o temporal e o intemporal, entre o organismo mortal e o seu arquétipo imortal. A alternância do seu movimento (dilatação-contraçcão) é a imagem perfeita desse jogo da balança entre os dois poderes, de que o pessoal deve tornar-se consciente, para ser transcendido pelo impessoal".

"Porque o coração não combate; ele sugere, ele esforça-se para estabelecer a paz e a harmonia, enquanto que o fígado lhe opõe a sua vontade de domínio exclusivo" (...) O fígado estende assim o seu domínio aos dois polos do corpo humano: a actividade cerebral e a sexual"

"O coração nunca é o fomentador de desordem. Contrariamente ao egocentrismo do seu antagonista (o fígado), o coração age ao serviço do Coração espiritual, ele é em conjunto com ele, a Sede do Amor espiritual."

in L' ouverture du chemin de Isha S. de Lubcz




A ULTERIOR MEDITAÇÃO


"Mas o conhecimento que o êxtase nos concede, vem por duas formas: pela sua imediata experiência (e por vezes única), depois pela sua ulterior meditação, ou meditações; que são como tantas outras iluminações.
Pois que o êxtase é uma coisa viva. quando estamos em contacto com ele, é com a verdadeira vIda que estamos em contacto directo, é nela que entramos, como no centro ardente, seu coração secreto"


In A Força do Mundo - Dalila Pereira da Costa





sábado, março 10, 2018

A "derrota histórica do sexo feminino"


"O amor - ou melhor, o acto de amor de Psique, a entrega a Eros - é ao mesmo tempo um sacrifício e uma perda. Ela não renuncia, contudo, ao aspecto matricial do ódio aos homens, características da sua feminilidade... (...) " Erich Neumam

AS IRMÃS RIVAIS DE PSIQUE

"Mas como estão caracterizadas estas irmãs e que significado tem no curso da história de Psique?  (...) As duas irmãs presumivelmente casadas e felizes odeiam os seus maridos do fundo das suas almas, na medida em que se pode falar em alma em seres mencionados como as Furias, e estão prontas a abandoná-los definitivamente. Ambas estão mal casadas e são o símbolo da escravidão patriarcal.  (...) Ambas são exemplos típicos  daquilo que chamamos "escravidão do feminino ao patriarcado". O sintoma mais evidente dessa atitude matriarcal de repudio aos homens é a caracterização que fazem do marido invisível de Psique (Eros). (...)
As duas irmãs, com a sua hostilidade aos homens matriarcal, contrastam com a ctuação de doce entrega e de auto-anulação de Psique, que se entrega inteiramente à escravidão sexual do marido, que se rende inteiramente a Eros. Nesse Paraíso de prazer noturno, como é descrita a  vida de Psique com Eros com todo o colorido, as duas irmãs introduzem a primeira perturbação.
(...) O que acontece com Psique, que impulsionada pelas forças matriarcais de odio aos homens, se aproxima de Eros para o ver de noite..."

Portanto ao ver o amor de frente ou a face de Eros, a psicologia junguiana considera esse momento o mais importante  para a transformação da Psique porque vê nele um "despertar de Psique como Psique, o momento decisivo do destino na vida do feminino, em que pela primeira vez, - emerge do seu inconsciente de mulher - e da clausura da sua cadeia matriarcal, e, num encontro individual com o masculino - ela ama, isto é, reconhece Eros.
(...)
Assim ela  abandona o aspecto inconsciente infantil da sua realidade, renunciando simultaneamente ao aspecto matriarcal de ódio aos homens. " (...) " O amor - ou melhor, o acto de amor de Psique, a entrega a Eros - é ao mesmo tempo um sacrifício e uma perda. Ela não renuncia, contudo, ao aspecto matricial do ódio aos homens, características da sua feminilidade...
(...) Conhecer sofrer e sacrificar-se são idênticos nessa situação amorosa em que a feminilidade se tornou consciente através do encontro."

Tal como Erich Neumam, Jung e os seus seguidores - tanto homens como mulheres - deram uma conotação absolutamente negativa do matriarcado - referindo-o sempre como veiculador do odio da mulher ao homem...o que não corresponde de todo à verdade. 

No entanto como diz a Luiza Frazão "Esses mitos a que a Psicologia recorre são já da época clássica, completamente revistos e corrigidos pelo patriarcado na sua tentativa para, como dizem os americanos, "controlarem a narrativa", ou seja, imporem o seu ponto de vista e a sua ideologia...
O ódio ao homem não é em si uma característica matriarcal. Temos a prova disso nos núcleos matriarcais, ou matrifocais, que persistem ainda hoje, como é o caso do povo Mosuo na China. Aí, as mulheres e os homens vivem em harmonia. O ódio aos homens já é o resultado do confronto e da "derrota histórica do sexo feminino", como disse o Hegel. Dessa tomada patriarcal de poder pela força, pela manipulação resulta o ódio. E o problema é que em vez desse ódio, dessa revolta e indignação permanecer ativo fortalecendo a mulher na sua reivindicação, deu-se aquilo a que se chama hoje o "síndroma de Estocolmo". *

Mas vejamos então quantas vezes ele repete esse odio da mulher ao homem
o que é profundamente falso uma vez que o matriarcado baseado no culto da Mãe e da Filha, Deméter e Perséfone, esta raptada por Hades deus das trevas, levou  a Deusa-mãe ao desespero e assim partiu em busca da filha pelo mundo deixando-o fustigado pelo seu desespero ao sentir que tinha perdido a sua Filha - isto simboliza apenas a forma como a mãe e a Deusa protegem a Filha  e a Natureza e os seus ritmos da invasão do homem que durante largos períodos da mudança  atacaram as mulheres  por todos os lados fazendo-as escravas e prisioneiras ou suas servas e o que o matriarcado fez foi  procurar manter as mulheres fora desse domínio e controlo dos homens e assim  as mulheres resistiram de  muitas maneiras às invasões barbaras e depois ao cristianismo que foi matando e destruindo lugares de culto da Deusa Mãe e desapossando as deusas e as mulheres de quaisquer direitos e obrigando-as a submeterem-se  ao poder patriarcal crescente ...e não só instituíram o casamento...como criaram o Mito do Amor, do par  romântico e a realização espiritual como o Hiero Gamos. 

A falta de compreensão da mulher em si, como entidade e dessa mulher inteira inicial fez com que os homens, historiadores e mais tarde psicólogos interpretassem o Mito de acordo com uma visão já patriarcal de uso e posse da mulher ao seu serviço manipulada pelo casamento contrato obrigatório ou mais tarde  pela ideia do amor como uma forma de rendição e entrega - sacrifício da mulher ao homem e a sua anulação a fim de que a mulher fosse a reprodutora mãe dos seus filhos e terras...deixando as mulheres não casadoiras, a sua sorte de escravas concubinas e prostitutas...
Por outro lado a ideia mais recente de anima/aimus de Jung também comete o mesmo erro porque perverteu de forma insidiosa aquilo que a meu ver foi a divisão da mulher em duas pelo casamento como o próprio  Jung viu ao dizer que:

"A grande maioria dos homens no nível cultural presente nunca avança além do significado maternal da mulher e esta é a razão pela qual a alma raramente nele se desenvolve além do nível infantil, primitivo da prostituta. Como consequência, a prostituição é um dos principais produtos do casamento civilizado."

Sendo assim, com efeito, ele não viu foi a divisão secular da mulher em duas espécies a que hoje em dia podemos chamar a consciência bipartida da mulher - que não corresponde meramente a um inconsciente-consciente - e desse modo afastando-a da consciência da sua cisão interior que começa com o patriarcado, a psicologia Junguiana deu-lhe a ilusão de que ela é o animus (parte masculina-yang) e que podia aceder a uma consciência integral através de Eros (o homem-anima, parte feminina, yin) no par e não em si mesma, como Ente, não tendo em conta a mulher como uma totalidade, porque nunca dentro do patriarcado ela foi encarada como um ser individual desde o fim do matriarcado. Deste modo ficou a ideia de que para a mulher evoluír precisa do homem ou do filho para ser completa... e assim fica a mulher mais dividida ainda sem perceber que tanto Jung como os seus seguidores - homens e mulheres - deram uma conotação absolutamente negativa do matriarcado - referindo-o sempre como veiculador do odio da mulher ao homem...o que é falso pois o matriarcado apenas pretendia manter a autonomia das mulheres e a sua independência dos homens a partir do momento que as mulheres começaram a ser postas em perigo pelas hostes inimigas, através do rapto e da violação e escravização.Vemos ainda nos mitos clássicos os Heróis gregos e romanos como Hercules a violar e a dividir as mulheres entre si...

No matriarcado, ao contrário do que se pretende fazer crer, as mulheres e homens eram iguais e respeitavam a sua sexualidade sem posse. Foi só depois e ao longo das invasões bárbaras e com o destronar da Deusa e do seu culto, o culto de Elêusis, da Mãe - Filha que foi substituído pelo culto do Pai-Filho no Cristianismo e a partir do qual a mulher passou a ser dominada e sacrificada à espécie como objecto reprodutor ou de prazer...
Para a mulher voltar a pensar em si como uma pessoa inteira, uma entidade ou como individuo livre e independente (de ser mãe e esposa) isso tem sido muito difícil para qualquer mulher dos nossos dias, pois essa ideia de serem em si mesmas completas nem sequer ainda lhes entrou na cabeça. E é por isso mesmo, que muitas mulheres estão a reverter a espiritualidade feminina pagã, que devia ser o encontro da mulher com a sua Psique individual, a sua anima e a sua natureza profunda, estão a ir ao encontro do dito "masculino sagrado", em busca do par amoroso, pela "via hormonal" e não como individuo consciente de si...para reconstruir o modelo casal e filhos de acordo com a legalidade social, de acordo com os parâmetros socias em vigor dentro do Sistema patriarcal, sem perceberem que cometem o mesmo erro contra si mesmas...impedidas de voltarem a ser livres e de amar quando e como quisessem...isso era o matriarcado! Não havia contrato nem fidelização...ao Homem! Ambos eram livres no seu desejo.

E portanto, filósofos historiadores e mais recentemente psicólogos e psiquiatras, como acabámos de ler, mesmo da escola junguiana, confundem o lado sombra da mulheres e a sua natureza ctónica de que os homens tem medo, com as forças do inconsciente  e consideram portanto que a consciência luz (tem de superar esse inconsciente a noite e a lua em favor do sol...e render-se a ele ao entregar-se ao homem, tendo isso como uma vitória do feminino consciente...

Sim, o mais grave disto tudo é que esta anulação da mulher em si como ente é considerada na psicologia moderna como uma evolução da consciência do feminino e uma libertação do "matriarcado" - ou seja o seu sacrifício e entrega ao homem em nome do amor - ou o hiero-gamos...
Por isso a grande maioria das mulheres estão confusas acerca da Psique feminina e do seu potencial que lhes foi oculto e negado durante séculos, assim como do verdadeiro sentido do Sagrado Feminino e da Anima.

Não é de estranhar que, como me tenho vindo a aperceber, mesmo no seio de mulheres que se dizem ligadas ao "feminino sagrado", muitas delas estão a regredir ao continuar a verem-se apenas como mães e amantes e embora se digam devotas da deusa, já não de deus, mas da deusa...em pouco ou nada mudaram a sua maneira de ser. Elas abordam esse inconsciente colectivo e os valores do feminino arcaico que ressurge de tempos imemoriais mas de forma patriarcal na prática...
Não há uma noção correcta e profunda de um verdadeiro matriarcado, ou de um Principio Feminino como Ordem inicial, ontológica, para continuarem presas do modelo patriarcal e...ao aceitar toda esta teoria e da psicologia de que o matriarcado odeia os homens elas buscam contrariar essa ideia mas sem ter consciência da armadilha em que caiem.

Nesse sentido urge um trabalho profundo feito por mulheres conscientes, um estudo apurado da origem da nossa própria história. Felizmente já existem mulheres em Portugal capazes de pensar e descortinar para lá das Brumas...como é o caso de *Luiza Frazão - autora do livro A Deusa no Jardim das Hespérides, cujas citações aclaram um pouco mais esta minha divagação...


Rosa Leonor Pedro


O problema da invisibilidade das mulheres



A HOMOSSEXUALIDADE FEMININA?

"Em relação ao homoerotismo feminino pode ser percebido através de uma economia do silêncio e da in-visibilidade provinda de longa data. No antigo Testamento, mais precisamente no capítulo XVIII do terceiro livro de Moisés, chamado Levítico, aparecem significativas considerações acerca dos "casamentos ilícitos" e das "uniões abomináveis". Entretanto, nesta ampla lista de advertências não consta qualquer referência ao homoerotismo feminino. Mas, o silêncio que parece emudecer a homossexualidade feminina não se restringiu às escrituras bíblicas. Até o Tribunal do Santo Ofício Português fez "vista grossa" ao lesbianismo. Tamanha complacência adquiriu o status de lei a partir de 22 de março de 1646, quando o Conselho Geral da Inquisição de Lisboa, num ato surpreendente, decidiu ignorar a prática sexual entre mulheres (MUNIZ,1990).
(...)
Segundo o historiador, "raríssimos são os processos de mulheres-sodomitas existentes na Torre do Tombo, não havendo registo de nenhuma lésbica lusitana que tenha sido queimada pelos tribunais religiosos". O período vitoriano, famoso por seu policiamento aos bons costumes, também não debruçou sua ira sobre a homossexualidade feminina (...)
“A rainha Vitória, através de uma lei sancionada em 1885, condenou somente às práticas sodomitas entre os homens, negando incluir punição contra o sexo entre mulheres por não acreditar na viabilidade desse invisível amor.” (...)*Lhi - 2009


Todas as mulheres no Sistema Patriarcal são invisíveis.

Em nove anos que passaram sobe a data deste excerto muita coisa se passou e a sociedade culta foi invadida pela ideologia de género que relegou para um segundo plano a questão homossexual...mas precisamente por isso é importante voltarmos ao tema...da mulher como MULHER seja ela lésbica ou não, porque a Mulher é sempre mulher...

Só o não são as mulheres que correspondem ao imaginário masculino, as mulheres objecto, as mulheres insufladas de silicone, concebidas e criadas por eles, NAS SALAS DE OPERAÇÃO, na publicidade, nas passerelles, nos filmes etc. Por isso ser Gay ou não, não faz diferença quando se trata de defender os homens homo, porque na sociedade de valores masculinos e onde o feminino foi simplesmente apagado da história e esmagado na mulher, é sempre o imperativo do falo (logo existo) que prevalece. Portanto, independentemente de um homem ser homossexual, a sociedade falocrática, apesar de resistir à sua “feminização” e pretender desprezá-lo pela sua semelhança com a mulher (até conseguiram que os gays se tornassem musculados e aparentemente viris, em vez de travestis) considera o homem como parte de si mesma quer ele seja ou não gay, mas não a mulher, que não é mais do que um corpo (um buraco, um vazio para encher) ao seu dispor…! Não quero parecer vulgar mas é assim que a mulher foi considerada pelo patrismo e temos que olhar bem para as coisas como elas são na realidade e não idealizadas pelo intelecto e por uma falsa liberdade ou emancipação das mulheres. Ora neste caso, mais do que em qualquer outro caso, é muito óbvio que se a mulher lésbica não serve o homem, então não serve para nada…para quê dar visibilidade ao que não existe? As mulheres não existem por si só…ou são esposas de, ou são filhas de, ou são amantes de, ou secretárias…ou prostitutas ao serviço da sociedade machista.

As observações históricas de não dar importância às mulheres lésbicas por vários períodos de repressão religiosa e preconceito social, têm a ver também com o facto de que para os homens só há relações sexuais onde há um falo, onde há penetração, onde há dominador e vencido…foi assim que se processaram e oficializaram as relações entre os homens e as mulheres na sociedade patriarcal.
A homossexualidade feminina pode até ser uma diversão para o homem, uma coisa com que ele por vezes alimenta o seu imaginário. Vemos isso nos filmes pornográficos e não só…portanto é ainda uma fantasia masculina consentida…mas não levada a sério.
Também nunca a sociedade machista se preocupou com a prostituição como um flagelo social, mas apenas por hipocrisia e por estar ao seu serviço. Nunca se questiona a origem e a legitimidade da prostituição seja dentro de que sistema for. São as prostitutas visíveis? Ou são escondidas e disfarçadas de acompanhantes e modelos etc.? Esse uso e abuso do corpo da mulher como mercadoria foi sempre ou escondido ou consentido pelos Estados e as próprias mulheres hoje em dia a acham legítima e defendem-na como “profissão”- a chamada profissão mais velha do mundo - e acham-na uma coisa natural quando ela é apenas o reflexo da divisão interna, psicológica e social da mulher em dois tipos de mulher e assim sendo trata-se na verdade da repressão e abuso do ser humano mais velho da história do patriarcado…
O problema da invisibilidade das mulheres lésbicas não é só das mulheres lésbicas como de todas as mulheres....e posto da maneira como a autora do texto o pôs é como se ela acreditasse viver numa sociedade evoluída e de igualdade de direitos, onde a mulher normal e comum, a heterossexual, fosse visível, pelo seu valor intrínseco, e nós sabemos sobejamente  que não é nem nunca foi assim. Portanto a autora do texto por muito bem intencionada e informada que seja nisso está iludida…como o estão todas as mulheres inteligentes e cultas ao pensarem que são consideradas pela sua essência feminina ou pelo seu valor enquanto mulheres-Mulheres.

texto revisto e republicado
rosa leonor pedro

quarta-feira, março 07, 2018

ONTEM COMO HOJE...



"O INVISÍVEL HOLOCAUSTO DAS MULHERES"...E A MÁFIA MÉDICA!



Na época vitoriana, "W. Tyler Smith, por exemplo, recomendava injeções de água gelada no reto, a introdução de cubos de gelo na vagina e a aplicação de sanguessugas nos grandes e pequenos lábios e no colo do útero” e pormenorizava: “A rapidez com que as sanguessugas aplicadas nestas áreas se enchem de sangue, aumenta significativamente os efeitos benéficos desta prática e, durante horas, podemos observar como, mesmo depois de removidas as sanguessugas, o sangue ainda escorre das marcas das mordidelas”.

Hoje temos a ciência médica a controlar o desejo e os ciclos da mulher com químicos, desde a pilula para não engravidar e todos os contraceptivos, à nova forma de interromper a menstruação...o que é que mudou? Um dia perceberemos que de forma tão bárbara como na época vitoriana...as mulheres foram igualmente controladas e manipulas e sofreram as consequências desta ignorância milenar sobre a Mulher autentica e livre das sociedades matriciais.

Hoje como ontem e com o propósito de curar e a pretexto da doença - cancros dos seios e dos ovários e do útero - é um bom pretexto para "desventrar" as mulheres e em nome da prevenção da saúde se tiram os ovários e o útero e os seios às mulheres - agora e depois do ataque ao Útero através de vacinas de prevenção "contra o cancro", depois da pílula, que durante décadas adoeceu e afectou os ciclos das mulheres e lhes trouxe uma série de doenças ditas de "foro feminino" - veio esta investida nas jovens, para as anular no seu potencial de fêmeas, a fim de suprimir a doença mas também a MENSTRUAÇÃO NAS MULHERES; com tudo isto as mulheres estão de forma mais moderna e em nome da sua liberdade de acção e higiene...- sim agora os motivos são outros aparentemente - o que os cientistas, médicos, e ginecologistas estão de facto a querer, e sempre em nome da saúde e da ciência, eles estão de facto ao serviço das Máfias farmacêuticas que lhes pagam a publicidade e a venda dos seus produtos - no fundo e de forma encoberta o que se pretende é de novo e sempre desapossar a mulher da sua natureza ontológica e do seu poder inato, da sua sabedoria, da sua sensualidade ....

“A regulação dos ciclos menstruais das mulheres parece, frequentemente, ser um esforço da psiquiatria Vitoriana para adiar ou extirpar a sexualidade feminina.
O médico Dr Edward Tilt advogava que a menstruação era tão perniciosa para o cérebro feminino que não devia ser estimulado, antes adiada tanto quanto possível e aconselhava as mães a prevenir a menarca assegurando-se de que as filhas adolescentes permaneciam nos quartos de infância, tomavam banhos frios evitavam camas com colchões de penas, liam romances, eliminavam a carne da dieta alimentar e vestiam ceroulas.” in The Female Malady

Temos de estar alerta contra esta manipulação da mulher pela ciência que quer acabar com a menstruação...Este é um ataque sem precedentes à natureza sagrada da Mulher e do Sangue...

Porque a “A menstruação é um momento de poder para a mulher"


Por outro lado AS FEMINISTAS em nome da liberdade e com a sua obsessão da "igualdade" e dos direitos (e salários) iguais estão completamente cegas para a violência continuada sobre as mulheres em todos os sectores da vida social e politica e económica. As feministas que estão nos partidos estão totalmente presas dos Partidos e vendidas aos lideres sendo coniventes com uma mentira colectiva, encenada e que é a ideia de igualdade e emancipação das mulheres que não existe senão para escassas mulheres de classes privilegiadas e nem essas são respeitadas. Elas acompanham movimentos e ideologias com a de género que visa de fora sistemática e global anular a Mulher como ser original assim como o homem.
Os médicos não respeitam a Mulher nem a Mãe, os juízes não respeitam as mulheres vitimas e os políticos não respeitam as mulheres a não ser aquelas que os servem e CALAM.
Assim como os médicos em geral também os psicanalistas no inicio o fizeram - ver como a psiquiatria era uma forma de controle do corpo e da “alma” das mulheres. Deixo aqui um parágrafo que nos dá conta de como isso se podia fazer:
É preciso não esquecer que a medicina é de base uma a Escola da desumanização ...e de guerra ao sangue, lembrem-se das sanguessugas...diria que é uma forma e ajudar a salvar vidas quando na verdade ela não faz mais do "monstrualizar" seres humanos, quer pela substituição de órgãos vitais e a sua comercialização que gera crimes sem precedentes, como decepando e cortando o corpo da mulher - anular o poder e a natureza selvagem da mulher por todos os meios...
Esta é uma forma velada da matriz de controlo em manter a mulher na sua inconsciência de si...é destrui-la na sua essência e destitui-la no seu corpo desse poder inato porque a mulher, quando em sintonia com os seus ciclos e o seu sangue, não só é poderosa como é a vidente primordial...Ela pode ser um perigo enorme para o hegemonia masculina e domínio exclusivo do Homem...isto faz-se há séculos e de muitas maneiras; e foi o que fez a Inquisição da Igreja católica que matou mais mulheres do que judeus foram dizimados no Holocausto por Hitler.

Hoje é a dita medicina de prevenção e os seus macabros cientistas que fazem da mulher cobaia e a visam de forma sistemática destruir na sua essência e natureza.
Da mesma maneiras as mulheres são sujeitas a humilhação e a exposição abusiva dos médicos e estudantes quando se encontra grávidas e são palpadas, como se fossem animais expostas ao toque ...e o parto é feito de maneira igualmente antinatural o que não só aumenta o sofrimento da mulher e lhe dificulta o parto mas serve para facilitar a vida aos médicos sendo colocada de barriga para cima...

As mães e as avós, as irmãs e as amigas deviam estar contra os químicos com que querem envenenar as mulheres e deviam ser elas a despertar essas jovens e não as deixar nas mãos das médicas formadas na escolas de medicina que são escolas de total desumanização do SER HUMANO! Mas são essas mulheres avós e mães que são na sua ignorância as mais fiéis dos médicos ...

Esta confiança cega nos médicos deve ser contestada...mas as pessoas são induzidas a acreditar que eles têm poder de vida e morte sobre o ser humano e toda a industria medica vive da manipulação pura dos nossos medos, tal como as religiões fazem!
A verdade é que Eles/as NÃO SABEM NADA da vida verdadeira e muito menos da MULHER!!!

RLP