O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

segunda-feira, fevereiro 28, 2022

OS MEUS DEMONIOS




Crueldade e Sofrimento

"A crueldade é constitutiva do universo, é o preço a pagar pela grande solidariedade da biosfera, é ineliminável da vida humana. Nascemos na crueldade do mundo e da vida, a que acrescentámos a crueldade do ser humano e a crueldade da sociedade humana. Os recém-nascidos nascem com gritos de dor. Os animais dotados de sistemas nervosos sofrem, talvez os vegetais também, mas foram os humanos que adquiriram as maiores aptidões para o sofrimento ao adquirirem as maiores aptidões para a fruição. A crueldade do mundo é sentida mais vivamente e mais violentamente pelas criaturas de carne, alma e espírito, que podem sofrer ao mesmo tempo com o sofrimento carnal, com o sofrimento da alma e com o sofrimento do espírito, e que, pelo espírito, podem conceber a crueldade do mundo e horrorizar-se com ela.
A crueldade entre homens, indivíduos, grupos, etnias, religiões, raças é aterradora. O ser humano contém em si um ruído de monstros que liberta em todas as ocasiões favoráveis. O ódio desencadeia-se por um pequeno nada, por um esquecimento, pela sorte de outrem, por um favor que se julga perdido. O ódio abstracto por uma ideia ou uma religião transforma-se em ódio concreto por um indivíduo ou um grupo; o ódio demente desencadeia-se por um erro de percepção ou de interpretação. O egoísmo, o desprezo, a indiferença, a desatenção agravam por todo o lado e sem tréguas a crueldade do mundo humano. E no subsolo das sociedades civilizadas torturam-se animais para o matadouro ou a experimentação. Por saturação, o excesso de crueldade alimenta a indiferença e a desatenção, e de resto ninguém poderia suportar a vida se não conservasse em si um calo de indiferença.

Edgar Morin, in 'Os Meus Demónios'

domingo, fevereiro 27, 2022

"A verdadeira alma secreta em nós"

 


PODIA SER UM POEMA...

Sinto uma enorme pena e tristeza por tudo. Pela dor e pelo sofrimento das pessoas, pela ilusão do amor e a ingenuidade, pela maldade, pelo ódio e o rancor. 

Pena da fragilidade humana e da sua arrogância, pena das vitimas e dos algozes, pena dos animais e crianças neste mundo infame. Vivo nele há 75 anos...e desde que nasci até hoje nada mudou de verdade na natureza humana, e nesse sentido, vejo que  tudo porque lutei e acreditei foram enganos. Tudo o que pude entender e ver do ser humano não me deixa nenhuma esperança de um mundo melhor no amanhã que para mim foi já ontem... 

A única coisa que trago comigo e guardo como um tesouro, a minha única certeza é de que existe algo muito puro que não é este eu e se mantem intacto desde a eternidade. É a certeza de que é para lá que vou quando toda a ilusão em mim cessar e a minha alma solta de penas e tristezas ou certezas, voe ao encontro das almas que sempre amei. É só nisso que creio.  

rlp


"A verdadeira alma secreta em nós é uma chama nascida de dentro do Divino e, habitante luminoso da Ignorância, cresce nela até que seja capaz de voltá-la em direcção ao Conhecimento. Esta velada entidade psíquica é o Testemunho e Controlo encobertos, O Guia escondido, o 'Daimon' de Sócrates, a luz interior e voz interior do místico. É ela que persiste e é imperecível em nós de nascimento a nascimento, não tocada por morte, decadência ou corrupção, uma fagulha indestrutível do Divino."
 
(Sri Aurobindo, Revista Ananda)

sábado, fevereiro 26, 2022

Todos detestamos a guerra mas colectivamente movemo-nos na direcção dela.




O MEDO DA NOSSA SOMBRA - Black Goo


“Qualquer reparação do nosso mundo fracturado tem de começar com indivíduos que tenham a visão e a coragem de admitir a posse da sombra que lhes pertence. Nada “lá fora” ajudará se o mecanismo de projecção interior da espécie humana estiver fortemente operante. A tendência para ver a nossa sombra “lá fora” nos vizinhos ou noutra raça ou cultura é o aspecto mais perigoso da psique moderna. Já criou duas devastadoras guerras neste século e ameaça a destruição de tudo que se tem construído de bom no nosso mundo moderno. Todos detestamos a guerra mas colectivamente movemo-nos na direcção dela.

Não são os monstros do mundo que fazem o caos mas a sombra colectiva para a qual cada um de nós contribui e tem contribuído. A segunda guerra mundial deu-nos exemplos sem fim da projecção da sombra. Uma das mais altamente civilizadas nações do mundo, a Alemanha, tombou no idiotismo de projectar a sua mais virulenta sombra sobre o povo judeu. O mundo nunca dantes vira igual tipo de destruição e no entanto nós ingenuamente pensamos que já ultrapassamos isso. (...)”

In OWNING YOUR OWN SHADOW
Robert A. Johnson

A FALTA DE ESPIRITUALIDADE



Não são os monstros do mundo que fazem o caos mas a sombra colectiva para a qual cada um de nós contribui e tem contribuído. A segunda guerra mundial deu-nos exemplos sem fim da projecção da sombra. Uma das mais altamente civilizadas nações do mundo, a Alemanha, tombou no idiotismo de projectar a sua mais virulenta sombra sobre o povo judeu. O mundo nunca dantes vira igual tipo de destruição e no entanto nós ingenuamente pensamos que já ultrapassamos isso. (...)”

In OWNING YOUR OWN SHADOW
Robert A. Johnson

"Se as pessoas insistem que esta guerra é tal como as guerras do passado e que estaremos a fazer as pazes tal como a paz já foi feita antes - deixe-os falar. Eles são as pessoas que amam a Maya e não distinguem entre verdade e engano. Deixe-os fazer o que possa parecer "paz" - a ordem só surgirá do caos que preenche o mundo hoje quando a visão baseada na ciência do espírito amanhecer nas mentes humanas. Podem sentir nos vossos corações que vai demorar muito até que tal ordem chegue; podem pensar que vai demorar muito tempo até que as pessoas estejam preparadas para deixar surgir o alvorecer de tal ciência, e vocês terão razão. É preciso aceitar que vai demorar muito tempo até que a ordem surja do caos. Porque não virá até que os corações humanos entendam o reino do espírito. A ordem só pode chegar quando é entendida como esse caos surgiu.
O caos surgiu porque a realidade é considerada de uma forma pouco espiritual e o mundo do espírito não pode ser ignorado impunemente. Você pode pensar que é suficiente viver com pensamentos e ideias que são totalmente derivados do mundo físico. É o que as pessoas geralmente pensam hoje, embora isto não o torne verdade. A ideia mais completa e absolutamente errada que a humanidade alguma vez teve é — para dizer simplesmente — que os espíritos vão aguentar ser ignorados. Você pode considerar isso egoísta e egoísta da parte deles, mas a terminologia é diferente no mundo deles. Egotismo ou não, os espíritos se vingam se forem ignorados aqui na terra. Isto é uma lei, uma necessidade de ferro. Uma das formas de caracterizar o tempo presente é dizer que o caos humano presente é a vingança dos espíritos que foram ignorados por demasiado tempo. "

Rudolf Steiner #rudolfsteiner


quinta-feira, fevereiro 24, 2022

NESTE TEMPO...

 


 "A MINHA PÁTRIA É A HUMANIDADE"

"Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará."
Mateus 24:10-12

Estamos energeticamente cada um/a de nós a ser atacad@s. É preciso muito cuidado. Por muito difícil que seja, é preciso não estar de nenhum lado. É preciso ter muita lucidez e coragem de ver o lobo bom e o mau dentro de cada um de nós. Se o medo nos apanhar, sabemos como ele divide e separa, vizinhos, pais, irmãos, amig@s e amantes...

Seremos bombardeamos de ódio e medo a toda a hora - virados tod@s uns contra os outros, uns de um lado e outros do outro,! É tão fácil cair na asneira de achar que um Pais ou um lider é pior ou melhor do que o outro! Tudo isto à conta de meia dúzia de psicopatas, 5 ou 6 loucos que controlam o mundo e fazem da humanidade peões de um jogo muito antigo e macabro...
rlp


"A guerra é a tentativa de resolução da crise estrutural económica do capitalismo. É assim desde 1914, e antes. Não sou membro da NATO. O Estado português é membro da NATO. Não defendo o regime russo. Nem os EUA, nem a UE - são três blocos imperialistas em disputa económica. Sinto-me muito mais próxima de um trabalhador russo, norte-americano, ucraniano, europeu do que de qualquer aparelho de Estado, seja o russo, o português ou o alemão, chinês ou norte-americano. A minha pátria é a humanidade. Não à guerra!" - Raquel Varela - historiadora

GUERRAS SUJAS...

QUE AS PESSOAS NÃO QUEREM PERCEBER

A crise ucraniana não está relacionada com a Ucrânia. Está relacionada com a Alemanha e, em particular, com um gasoduto que liga a Alemanha à Rússia chamado Nord Stream 2.
Washington vê o gasoduto como uma ameaça à sua primazia na Europa e tem tentado sabotar o projecto a cada passo.

Apesar disso, o Nord Stream avançou e agora está totalmente operacional para uso. Assim que os reguladores alemães fornecerem a certificação final, as entregas de gás vão começar.
Proprietários de residências e empresas alemães terão uma fonte de energia limpa e barata, enquanto a Rússia assistirá a um aumento significativo nas suas receitas de gás. É uma situação simbiótica para as duas partes.
O establishment da política externa dos EUA não está feliz com estes desenvolvimentos. Os EUA não querem que a Alemanha se torne mais dependente do gás russo porque o comércio cria confiança e a confiança leva à expansão do comércio. À medida que as relações se tornam mais calorosas mais barreiras comerciais são retiradas, viagens e turismo aumentam e uma nova arquitectura de segurança se desenvolve.
Num mundo onde a Alemanha e a Rússia são nações amigas e parceiras comerciais, não há necessidade de bases militares dos EUA, não há necessidade de armas e sistemas de mísseis dispendiosos fabricados nos EUA, e não há necessidade da OTAN.
Também não há necessidade de efectuar transações de energia em dólares americanos ou salvar títulos do Tesouro dos EUA para equilibrar as contas. As transações entre parceiros de negócios podem ser realizadas nas suas próprias moedas, o que deve precipitar uma queda acentuada no valor do dólar e uma mudança no poder económico. É por isso que o governo Biden se opõe ao Nord Stream.
Não é apenas um gasoduto, é uma janela para o futuro; um futuro em que a Europa e a Ásia se aproximam numa enorme zona de livre comércio que aumenta o seu podere prosperidade mútuos, deixando os EUA do lado de fora.
As relações entre a Alemanha e a Rússia simbolizam o fim da Ordem Mundial unipolar que os EUA supervisionaram nos mais recentes 75 anos. Uma aliança germano-russa ameaça acelerar o declínio da superpotência que actualmente se está a aproximar do abismo. É por isso que Washington está determinado a fazer tudo ao seu alcance para sabotar o Nord Stream e manter a Alemanha dentro da sua órbita. É uma questão de sobrevivência.
É aí que a Ucrânia entrs em cena. A Ucrânia é a arma favorita de Washington para torpedear o Nord Stream e colocar uma barreira entre a Alemanha e a Rússia. A estratégia é retirada da primeira página do Manual de Política Externa dos EUA sob a rúbrica: dividir para reinar. Washington precisa criar a percepção de que a Rússia representa uma ameça à segurança da Europa. Esse é o objectivo. Os EUA precisam de mostrar que Putin é um agressor sanguinário com um temperamento explosivo em quem não se pode confiar.
Para este fim, os mídea receberam a tarefa de reiterar compulsivamente: "A Rússia planeia invadir a Ucrânia". O que fica por fizer é que a Rússia não invadiu nenhum país desde a dissolução da URSS, e que os EUA invadiram ou derrubaram regimes em mais de 50 países no mesmo período de tempo, e que os EUA mantêm mais de 800 bases militares em países ao redor do mundo. Nada disto é relatado pelos media, em vez disso, o foco está no "diabólico Putin", que posicionou cerca de 100 000 soldados ao longo da fronteira ucraniana, ameaçando mergulhar toda a Europa em mais uma guerra sangrenta.
Toda a propaganda de guerra é criada com a intenção de fabricar uma crise que pode ser usada para isolar, demonizar e finalmente fragmentar a Rússia em unidades menores. O verdadeiro alvo, no entanto, não é a Rússia, mas a Alemanha.
Do artigo:

segunda-feira, fevereiro 21, 2022

"E a doença matou. Matou a vida, a vontade de viver, o amor.


MEDO DE MORRER! 
ESTA É A MOTIVAÇÃO DE VIVER HOJE.

"E a doença matou.
Matou a vida, a vontade de viver, o amor.
Restou o medo, a desconfiança, o querer viver eternamente em almas mortas.
O mundo ficou mais feio . Meias caras encobertas metade por um pano ,fixam com olhos que espreitam o outro com receio, quando não mesmo rancor.
O outro pode matar e eu quero viver para sempre, mesmo que a minha vida esteja morta ! -tal é a ambição e o paradoxo contemporâneo.
Sim ,eu "mereço " de vez em quando ser aliviado da repressão, porque sou bem comportado !- esta é a triste ambição do moderno cidadão.
Porque tenho medo, vivo com medo ,terei sempre medo até morrer ! Medo de morrer !-esta é a motivação de viver hoje.
Sim, hoje , não amanhã.
No horizonte as nuvens carregadas da morte anunciam a tempestade.
Mas ainda a podemos evitar e tornar o mundo belo de novo.
Temos de erradicar a doença. A mental."

José Manuel de Castro
*****

Este 'certificado' é um simples castigo.

"Ontem foi dia de vacina. Era a altura de renovar a vacina do tétano que os últimos dois anos foram empurrando para o futuro. Foi bom rever a enfermeira que sempre vacinou os meus filhos. De falarmos sobre os nossos filhos (e de como estão tão crescidos!).
Sobre as vacinas contra a covid, sempre deixei aos meus filhos a opção. Visto que foram criados castigos para pessoas sem vacina, se quisessem vacinar-se, para se sentirem mais à vontade em atividades e saídas, eu não me oponho. Apesar de lhes ter passado toda a informação de pediatras e cientistas que recomendam que estas vacinas, dada a ausência natural de informação sobre efeitos adversos no médio e longo prazo, apenas sejam dadas a crianças e jovens que estejam nos grupos de risco da doença. Nenhum quis tomar esta vacina até hoje. As restantes têm. Incluindo algumas que não estão no plano nacional.
Estava ontem no Centro de Saúde e pensava que seria bom que houvesse uma vacina contra a intolerância. O fascismo. O totalitarismo. A censura. Mas existe essa vacina. Ao educarmos os filhos, podemos ensinar sobre a promoção da diversidade. Do aceitar o diferente. Do combater a discriminação racial, de género, de religião ou qualquer outro tipo de discriminação ou segregação. Podemos ensinar sobre a história e as perseguições raciais nos EUA e o nazismo. O apartheid na África do Sul. Os países onde ainda hoje se pratica a censura e se esmaga a liberdade de expressão (de religião, etc, etc,...).
Podemos ensinar como é o dever de todos rejeitar o uso de um instrumento chamado de 'certificado digital'. É obviamente um instrumento impensável no século XXI. Sobretudo na Europa. É um instrumento que concretiza a traição de todos os valores europeus. Das leis. Dos princípios adotados na sequência dos horrores da Segunda Grande Guerra. É a maior ameaça à Europa e a Portugal desde a última Grande Guerra e a ditadura no país.
Este instrumento tem zero a ver com o tema da vacinação. Com saúde. Vacinação é um tema. Saúde é um tema. Certificado digital/ passe verde/ passe sanitário etc etc é um tema em si.
O uso, a criação de um instrumento tão aberrante como este jamais deveria ter acontecido. Sobretudo em pleno século XXI. Que o pretendam manter mesmo após a pandemia é um crime contra a população. Contra a Europa. Contra os europeus. Os portugueses. Os nossos valores. A nossa Constituição. Contra os mais básicos direitos civis e direitos humanos.
Nunca usei tal instrumento. Nem os meus filhos. Jamais o usaremos.
Somos vacinados contra diversas doenças e vírus. E somos livres. Seremos sempre livres.
Jamais aceitarei que políticos decidam sobre o meu corpo. Jamais aceitarei que politicos eliminem os valores europeus e os substituam por sistemas totalitários, de castas, de créditos. Discriminação. Perseguição. Segregação.
Este 'certificado' nunca teve a ver com vacinas. Com saúde. Com o travar de um vírus. Tem a ver com política. Com ideologia. Com uma nova vaga de totalitarismo. De repressão de democratas. De trabalhadores. De defensores de direitos civis e direitos humanos. De cientistas. De professores. Médicos. Camionistas. Enfermeiros. Todos os que defendam os valores europeus. Todos os que defendam o que é certo. A saúde de todos. A liberdade. A soberania sobre o próprio corpo. O direito à privacidade. A democracia. A transparência e a verdade. O nosso modo de vida. E de ser. Europeu.
Este 'certificado' é um simples castigo. Não por se ter uma cor de pele diferente. Ou ser-se judeu ou cristão. Ou de qualquer género. Mas por se ser soberano sobre o próprio corpo. Simplesmente isso.

ELISABETE TAVARES  jornalista

domingo, fevereiro 20, 2022

ENHEDUANA



SACERDOTISA ENHEDUANA


*
Como já descrevemos anteriormente, a Deusa Inanna, oriunda da antiga civilização da Suméria, em sua beleza celestial, era venerada como Deusa da Lua.
*
O primeiros trabalhos a serem escritos e preservados sobre essa Deusa eram de autoria de Enheduana, nascida em 2.300 a. C, uma sacerdotisa da Deusa Lua.
*
Seus escritos em forma de poesia, assemelham-se mais a um diário pessoal, repleto de adoração à Deusa da Lua, de sublevações políticas, de sua expulsão do templo e de seu retorno a ele. Escreve com sensualidade e intimidade sobre a Deusa do Amor Inanna.

Eis algumas de suas palavras sobre a imagem da Deusa Inanna e das essências divinas:
*

"Senhora de todas as essências, cheia de luz,
Boa mulher, vestida de esplendor,
Que possui o amor do céu e da terra,
Amiga do templo de An,
Tu usas adornos maravilhosos,
Tu desejas a tiara da alta sacerdotisa
Cujas mãos seguram as sete essências.
Ó minha Senhora, guardiã de todas as boas essências,
Tu as reuniste e as fizeste emanar de tuas mãos.
Tu colheste as essências santas e as trazes contigo,
Apertadas em teus seios."

Enheduana também experimenta poderosa cólera e fúria para com a Deusa do Amor, a Deusa da Lua em sua fase negra:

"Como dragão, encheste a terra com veneno.
Como trovão, quando bradas sobre a terra,
Árvores e plantas caem diante de ti.
És o dilúvio descendo da montanha,
Ó Deusa Primeira,
Inanna, Deusa da Lua, que reina sobre o céu e a terra!
Teu fogo espalha-se e cai sobre a nossa nação.
Senhora montada numa fera,
An te dá qualidades, poderes sagrados,
E tu decides.
Estás em todos nossos grandes ritos.
Quem pode compreender-te?"
**


ENHEDUANA


Que querem essas mulheres?




Psicologia e Comportamento

“Os homens querem uma mulher que não existe” 
por Arnaldo Jabor

Por Revista Pazes
-fevereiro 17, 2022


Está na moda – muitas mulheres ficam em acrobáticas posições ginecológicas para raspar os pêlos pubianos nos salões de beleza. Ficam penduradas em paus-de-arara e, depois, saem felizes com apenas um canteirinho de cabelos, como um jardinzinho estreito, a vereda indicativa de um desejo inofensivo e não mais as agressivas florestas que podem nos assustar. Parecem uns bigodinhos verticais que (oh, céus!…) me fazem pensar em… Hitler.

Silicone, pêlos dourados, bumbuns malhados, tudo para agradar aos consumidores do mercado sexual. Olho as revistas povoadas de mulheres lindas… e sinto uma leve depressão, me sinto mais só, diante de tanta oferta impossível.

Vejo que no Brasil o feminismo se vulgarizou numa liberdade de “objetos”, produziu mulheres livres como coisas, livres como produtos perfeitos para o prazer.

A concorrência é grande para um mercado com poucos consumidores, pois há muito mais mulher que homens na praça (e-mails indignados virão…) Talvez este artigo seja moralista, talvez as uvas da inveja estejam verdes, mas eu olho as revistas de mulher nua e só vejo paisagens; não vejo pessoas com defeitos, medos.

Só vejo meninas oferecendo a doçura total, todas competindo no mercado, em contorções eróticas desesperadas porque não têm mais o que mostrar. Nunca as mulheres foram tão nuas no Brasil; já expuseram o corpo todo, mucosas, vagina, ânus.

O que falta? Órgãos internos? Que querem essas mulheres? Querem acabar com nossos lares? Querem nos humilhar com sua beleza inconquistável? Muitas têm boquinhas tímidas, algumas sugerem um susto de virgens, outras fazem cara de zangadas, ferozes gatas, mas todas nos olham dentro dos olhos como se dissessem: “Venham… eu estou sempre pronta, sempre alegre, sempre excitada, eu independo de carícias, de romance!…”

Sugerem uma mistura de menina com vampira, de doçura com loucura e todas ostentam uma falsa tesão devoradora. Elas querem dinheiro, claro, marido, lugar social, respeito, mas posam como imaginam que os homens as querem.

Ostentam um desejo que não têm e posam como se fossem apenas corpos sem vida interior, de modo a não incomodar com chateações os homens que as consomem.

A pessoa delas não tem mais um corpo; o corpo é que tem uma pessoa, frágil, tênue, morando dentro dele.

Mas, que nos prometem essas mulheres virtuais? Um orgasmo infinito? Elas figuram ser odaliscas de um paraíso de mercado, último andar de uma torre que os homens atingiriam depois de suas Ferraris, seus Armanis, ouros e sucesso; elas são o coroamento de um narcisismo yuppie, são as 11 mil virgens de um paraíso para executivos. E o problema continua: como abordar mulheres que parecem paisagens?

Outro dia vi a modelo Daniela Cicarelli na TV. Vocês já viram essa moça? É a coisa mais linda do mundo, tem uma esfuziante simpatia, risonha, democrática, perfeita, a imensa boca rósea, os “olhos de esmeralda nadando em leite” (quem escreveu isso?), cabelos de ouro seco, seios bíblicos, como uma imensa flor de prazeres.

Olho-a de minha solidão e me pergunto: “Onde está a Daniela no meio desses tesouros perfeitos? Onde está ela?” Ela deve ficar perplexa diante da própria beleza, aprisionada em seu destino de sedutora, talvez até com um vago ciúme de seu próprio corpo. Daniela é tão linda que tenho vontade de dizer: “Seja feia…”

Queremos percorrer as mulheres virtuais, visitá-las, mas, como conversar com elas? Com quem? Onde estão elas? Tanta oferta sexual me angustia, me dá a certeza de que nosso sexo é programado por outros, por indústrias masturbatórias, nos provocando desejo para me vender satisfação.

É pela dificuldade de realizar esse sonho masculino que essas moças existem, realmente. Elas existem, para além do limbo gráfico das revistas. O contato com elas revela meninas inseguras, ou doces, espertas ou bobas mas, se elas pudessem expressar seus reais desejos, não estariam nas revistas sexy, pois não há mercado para mulheres amando maridos, cozinhando felizes, aspirando por namoros ternos.

Nas revistas, são tão perfeitas que parecem dispensar parceiros, estão tão nuas que parecem namoradas de si mesmas. Mas, na verdade, elas querem amar e ser amadas, embora tenham de ralar nos haréns virtuais inventados pelos machos.

Elas têm de fingir que não são reais, pois ninguém quer ser real hoje em dia – foi uma decepção quando a Tiazinha se revelou ótima dona de casa na Casa dos Artistas, limpando tudo numa faxina compulsiva.

Leia também: “Apaixone-se por um grande homem!” Texto de Arnaldo Jabor
Infelizmente, é impossível tê-las, porque, na tecnologia da gostosura, elas se artificializam cada vez mais, como carros de luxo se aperfeiçoando a cada ano. A cada mutação erótica, elas ficam mais inatingíveis no mundo real.

Por isso, com a crise econômica, o grande sucesso são as meninas belas e saradas, enchendo os sites eróticos da internet ou nas saunas relax for men, essa réplica moderna dos haréns árabes. Essas lindas mulheres são pagas para não existir, pagas para serem um sonho impalpável, pagas para serem uma ilusão.

Vi um anúncio de boneca inflável que sintetizava o desejo impossível do homem de mercado: ter mulheres que não existam… O anúncio tinha o slogan em baixo: “She needs no food nor stupid conversation.” Essa é a utopia masculina: satisfação plena sem sofrimento ou realidade.

A democracia de massas, mesclada ao subdesenvolvimento cultural, parece “libertar” as mulheres. Ilusão à toa. A “libertação da mulher” numa sociedade ignorante como a nossa deu nisso: superobjetos se pensando livres, mas aprisionadas numa exterioridade corporal que apenas esconde pobres meninas famintas de amor e dinheiro.

A liberdade de mercado produziu um estranho e falso “mercado da liberdade”. É isso aí. E ao fechar este texto, me assalta a dúvida: estou sendo hipócrita e com inveja do erotismo do século 21? Será que fui apenas barrado do baile?


sábado, fevereiro 19, 2022

Os cinco tipos de acríticos covideiros



O PANICO DOENTIO E OS DEBEIS MENTAIS

Eu hoje desloquei-me a um centro comercial e deparei-me com uma personagem do género aqui definido, o "Tipo covid-moralista e covisádico" - uma criatura pidesca e absoleta que numa loja, tendo a minha mascara descaído um pouco do nariz, passou por mim e com um ar esgazeado  chamou a minha atenção com uma reprimenda para o ar: "O QUE EU MAIS ODEIO É GENTE QUE NÃO SABE USAR A MÁSCARA"...
O BICHO empurrava um carrinho de criança e o seu ar era de facto animalesco, preso de algum terror e estou certa de que se pudesse me teria prendido ou me castigaria e ele mesmo me açoitaria ... 
Estes seres existem e lamentavelmente tenho (ou tinha) alguns amig@s do género...
Por isso achei  muito interessante e oportuna a descrição desses doentes pela Joana Amaral Dias
rlp

Os cinco tipos de acríticos covideiros

Joana Amaral Dias
Activista política

19.02.2022,

Tipo covid-assustados:
 
Este género faz a base da pirâmide alimentar. Trata-se de pessoas que ficaram tolhidas com medo de morrerem ou de matarem (avó, pai cardíaco, etc.). Ou seja, não toleram a angústia de morte, logo não transgridem e obedecem a qualquer regra, por mais idiota ou estapafúrdia que seja. Deus colocou o homem no Jardim do Éden para o cultivar e guardar. E disse-lhe: “De toda árvore comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás.” No Éden não há morte, logo não há angústia. Também não há vida, claro. O covid-assustado, envolto na santa ingenuidade, acredita piamente que se cumprir à letra será salvo. Angélico, zela por todas as regras porque acredita na $iência, quer ajudar e defende o bem comum. Não questiona nem duvida. Precisa de auxílio e merece-o.

Tipo covidpata:

Este género é a antítese do anterior. Promove o pânico, a desconfiança. Vê na covid uma oportunidade de negócio, de autopromoção, de lucro, de poderio, de domínio. Sabe de cor as crateras e as contradições da narrativa oficial (que ajudou a criar), mas a ganância é combustível. Merece prisão.

Tipo covindiferente:

Este é o género que não quer chatices. Não está para se incomodar. É comodista, preguiçoso, meio medroso, evitante, diplomata. Acha-se neutro, escuda-se no “não sou especialista” ou no “acredito na $iência” (mesmo que não acredite). Merece lição de história.

Tipo covergonha:
 
Este tipo começou por ser um covid-assustado mas, depois de se aperceber daquilo em que se tinha metido, não quis perder a face, recusou-se a dar o braço a torcer e ainda hoje relativiza e minimiza toda a incongruência. Na versão moderada, sente profundo embaraço pelo excesso de papel higiénico, roupa despida à entrada de casa e alface desinfectada. Na versão extrema, mais importante do que os milhões de pessoas lesadas é salvar a sua própria imagem. Merece desprezo.

Tipo covid-moralista e covisádico:
 
São pessoas para quem esta é uma chance para expurgarem e exorcizarem o seu sadismo. Na versão light, são moralistas. Publicamente, são mais papistas que o papa, observam escrupulosamente todas e mais algumas normas, acusam quem transgride inadvertidamente e condenam impiedosamente quem discorda. Podem chegar a vexar e a humilhar. Algumas vezes besuntam a coisa com o açúcar do humorismo. Na versão hardcore, são sádicos malignos que encontram aqui a ocasião perfeita para executar os seus ímpetos perversos de uma forma socialmente aceite, quais bombeiros pirómanos, polícias ladrões ou médicos envenenadores. Têm sonhos húmidos ao exigirem certificado digital, por exemplo, ou, num extremo mais patogénico, querem que os não vacinados sejam segregados, paguem mais impostos, não tenham assistência médica, morram numa valeta, sejam apedrejados até à morte ou queimados na fogueira. Enfim, sentem gozo e clímax com o sofrimento do outro. Finalmente, podem expressar a sua parafilia sem condenação. Até mesmo com validação social. Merecem castigo.

quarta-feira, fevereiro 16, 2022

OS VALORES REAIS DO FEMININO, QUAIS SÃO?


ELAS DIZEM: "MENTIRAM-NOS ACERCA DO FEMININO SAGRADO"

Deixo no final um excerto do livro O Cálice e a Espada de Riane Eisler, que todas deviamos ler para ficar com uma noção mais clara através de uma visão mais correcta do que foi o drama do branqueamento do Principio Feminino e a anulação dos valores do feminino, e que hoje tantas mulheres ignoram e fazem tábua rasa da sua realidade histórica.
Deixo-o para que possamos reflectir realmente sobre a questão do feminino e do masculino e da confusão que se foi gerando nestes ultimos tempos, ao se pretende ligar o feminino sagrado ao masculino sagrado, como se o homem e a mulher estivessem em pé de igualdade quando isso não é verdade. O que para mim representa o feminino sagrado é precisamente o resgate das qualidade do feminino que a mulher perdeu ao longo dos séculos e que sem ele não pode haver equilibrio entre homens e mulheres à partida. Portanto querer que o homem e a mulher façam um trabalho conjunto sem que a mulher esteja consciente de si mesma como um todo em si mesma, não adianta querer fazer essa união porque ela não é essa MULHER... ela é apenas o subproduto da sociedade patrista e adaptada ao ego masculino com o qual se afirma emancipada, considerando-se igual ao homem, alinhando com os seus valores, os valores do patriarcado e do mercado de trabalho, mesmo sem se aperceber, querendo desse modo mudar a velha situação das mulheres, sem perceber o nivel psiquico do seu trauma e das suas  feridas emocionais, 
Segundo R. Aisler, Para começar as mulheres representavam trabalho não-remunerado no modelo dominador. São objetos de posse, tal como os filhos. Acho que um dos causadores disso é o trauma. Graças ao meu trabalho na área de neuroquímica cerebral, sei que individuos traumatizados costumam-se envolver em conflitos ou fogem. Por isso o trauma está institucionalizado, devido à escassez de segurança, tornou-se perpétuo, é o sistema." 
As mulheres contudo não se consciencializaram de toda essa problemática, não percebem  afinal "De onde vem o receio da sexualidade feminina? De um repentina liberdade e até prosmicuidade depois de viverem manipuladas anos a fio e sexualmente submissas ao homem. Assim,  essa situação mudou do ponto de vista económico e só aparentemente, mas não do ponto de vista sexual.  

Riane, responde: "Não sei se é receio. Creio mais que é um desejo de controlar. Os homens não tem naturalmente receio das mulheres, mas faz tudo parte do modelo social dominador. E muitas vezes as mulheres descarregam, se me é permitido dizer isso, muita da sua frustração recalcada nas sociedades dominadas por homens, nos únicos homens em que podem fazê-lo, os filhos. Por esse motivo há uma propagação. As mulheres tornam-se agentes do sistema. É por isso que costumo dizer que não é uma questão de mulheres X homens, e sim uma questão de as pessoas fazerem aquilo que foram "ensinadas".(...)

E isso está a acontecer agora depois de um período largo termos assistimos ao que foi o resgate dessa história e do significado profundo do feminino ontológico e por isso sagrado, e muitas mulheres e escritoras deram testemunho e deixaram obra feita em todo o mundo. Contudo passados estes anos houve também muita distorção e aproveitamento desse trabalho o que confundiu muita gente e perante tanta confusão gerada, agora vem umas garotas branquear tudo o que fez e pretender dar uma nova versão do feminino sagrado dizendo - com ar muito sabido...- que nos mentiram aquelas que falaram do feminino sagrado, como uma só causa, pois o que existe é apenas o feminino e masculino dentro de nós e igual em todos os seres e portanto tens e podes ser masculina ou feminina conforme tu queiras e o problema de séculos de obstrução e obscurantismo sobre o feminino e a mulher, a negação dos valores do femininos., são ignorados em nome desta versão fácil e estupida e pasme-se, dita "verdadeira" da história ...e contam uma historinha da carochinha sobre a História oculta e omissa da Deusa Mãe e do Principio Feminino.
Fiquei estarrecida com esta live das meninas muito engraçadinhas e tão despachadas a tratar um assunto sério com toda a ligeireza do convencimento e da petulância, afinal a manifestação da simples ignorância. Qual é a "história" de que elas falam? Que versão mais brega...
Estamos realmente num momento muito estranho de negação de tudo o que foi um certo avanço no conhecimento do feminino e de uma verdadeira antropologia. A superficialidade e a distorção de toda a informação é uma ameaça a tudo o que a mulher conquistou nestas ultimas décadas. Precisamos renovar e reforçar a nossa atenção e não nos perdermos no meio deste pântano de lives e de divulgação de temas e abordagens pretensamente sérias feitas por estas mulheres que em geral não tem qualquer profundidade ou saber e preparação nenhuma.
Mulheres não podemos baixar a guarda. Eu tenho avisado. Estamos a ser alvo de uma ardilosa e insidiosa campanha de distorção do Principio Feminino.
rlp
Pela emergência do Princípio Feminino
(...)
"Nós estamos actualmente no ponto crítico entre duas tendências, entre dois sistemas de valores. Estes dois sistemas correspondem aos dois princípios:
Numa etapa da evolução , a espécie favoriza o Princípio Masculino e os valores a ele associado, de opressão, competição, de poder;
Numa outra etapa, a espécie favoriza o Princípio Feminino e os valores que lhes estão associados, o império sobre si, de cooperação, e de vantagens mútuas.
Com o princípio masculino, é a sobrevivência do mais forte; com o princípio feminino, a sobrevivência do mais sábio. É preciso perguntar-se a que levaria essa mudança de atitude ao colocar-se a ênfase sobre os termos do feminino. Que valores adviriam dessa nova atitude, tanto no plano colectivo como individual?"
In "O Cálice e a Espada" de Riane Eisler
(ED. vIA óPTIMA)

AINDA SOBRE MARION ZIMMER BRADLEY

 

Pode ser um grande plano de 1 pessoa

PEÇO QUE ME LEIAM COM ATENÇÃO E SEM PRECIPITAÇÕES…

LI AS BRUMAS DE AVALON ENTRE 1984 a 1990 e chorei do fundo do coração uma memória sentida e senti a urgência de um resgate do verdadeiro feminino e mais tarde quando comecei a escrever e publiquei o meu primeiro livro de poemas sobre a Deusa em mim - muitas destas mulheres que hoje me leem ainda não eram nascidas ou teriam no máximo 10 a 15 anos - e vislumbrava a Magia do Sagrado Feminino, fui olhada de soslaio e desacreditada até pelas amigas que se riam de mim. ou ridicularizada pelas mais intelectuais. Com o Blog Mulheres & Deusas em 2001 comecei esta luta de trazer informação fidedigna para esse universo apelando a uma Nova Consciência do Ser Mulher. Não havia mulheres em Portugal interessadas ou sequer abertas para a temática e apenas alguns ecos e apoio que me vinham do Brasil. Sei que tal como esta escritora havia mais mulheres escritoras e pioneiras da Busca da Deusa e de um novo feminismo e que escreveram livros magníficos.
Por isso peço a vossa ATENÇÃO para o que eu quero dizer:
Eu não vou nem estou a defender a autora em causa acusada pela filha de pedofilia. Eu sei bem o peso que isso hoje tem e ainda que legitimamente exacerbado, é repulsivo e eu pessoalmente tenho uma profunda aversão e condenação da pedofilia, mas ao saber qual é a religião da filha...e a sua luta (não li o seu livro), vejo como os católicos e as seitas cristãs americanas se podem valer deste testemunho como forma de arremesso contra as mulheres feministas e ateias. Sim, ele pode ser uma forma de derrubar o paganismo, e de um só golpe destruir a força arquetípica dos livros sobre a Deusa e o resgatado paganismo da ultimas décadas, assim como do feminismo sob o qual milhares de mulheres se ergueram e assim sendo, sabemos como ambos são um perigo cada vez maior para o cristianismo. Com este derrube quer-se apagar décadas de trabalho feito por milhares de mulheres à sombra destes livros…
Portanto para mim, há muitos aspectos a ter em conta para além destas acusações. Ninguém aqui nega o abominável que é a pedofilia, mais uma vez o afirmo, pois um acto semelhante da parte de uma mãe ou pai é inconcebível. Mas isso serve também para a vitima defender o que ela afinal acredita e crê e querer vingar-se da mãe – ainda que calculemos a sua dor e sofrimento e nos revoltemos – e derrubar como crente católica, toda a perspectiva e ideias pessoais da mãe atingindo a sua vida e obra . E é isso que estamos a ver fazer com muitos autores e pessoas que deram muito a sociedade e que por comportamentos paradoxais viriam a ser condenados por práticas ilícitas e monstruosas como sem qualquer dúvida alguma o são a pedofilia e o abuso sexual e a violação.
Como disse não estou a defender a autora, estou apenas a querer ver e a mostrar como se pode destruir todo um trabalho de consciência do feminino – independentemente de ser um testemunho fiável e credível, o da filha – que julgo que é – mas que pode muito bem estar a ser aproveitado para destruir também o avanço das mulheres e a reabilitação da sua história que a autora evoca nos seus livros, num sistema e sociedade patriarcais que não quer perder o controlo sobre as mulheres pois são elas e a sua ignorância e dependência que sustentam o catolicismo bacoco há séculos.
Eu li e tenho uma dezenas de livros dela - não me vou desfazer deles nem se pode apagar assim um legado tão importante como este foi para a mulher durante mais de 30 anos. Sei a importância que eles tiveram na minha vida e não vou negar a sua obra. Por mais que me choque a ideia da sua negligência como mãe e a sua perversidade sexual…
O grande drama do autor é muitas vezes na sua vida ficar muito aquém da sua obra - se fossemos escrutinar a maioria dos autores e génios seria um caos. As épocas e as circunstâncias podem ser atenuantes a muitas vidas são e foram paradoxais, e não podemos ver tudo com a visão que temos hoje das coisas. Não há desculpas se foi o caso assim narrado, mas lembro que a sexualidade é sempre uma hidra de 7 cabeças e muito mal resolvida na sua essência. É como uma maldição em que a mulher é sempre maldita e condenada. A Matrix não perdoa as mulheres, digo, Jeová não perdoa as mulheres e mesmo Cassandra ou Lilith foram vistas e condenadas por crimes horrendos que não sabemos se cometeram tal é o ódio católico à mulher…
E hoje seria será diferente??
Aos homens sempre se perdoa tudo...
Lembro-me que Gandhi, um homem de paz e amor... obrigava as suas sobrinhas adolescentes a dormir nuas na sua cama para provar o seu ascetismo... Assim como Einstein se tornou amante de uma prima da mulher e a esta considerou como criada sua e a instigou a limpar-lhe o quarto sem lhe falar - isto escrito numa carta dele - quando se sabe que ela o ajudou desde jovem nas suas teses... Enfim, é muito complexo julgar os que julgamos grandes e que tiveram uma influência na nossa vida, uma influência positiva, mas que afinal mostram que não foram mais do que simples seres humanos, sempre com pés de barro... ou cheios de lama bem pegajosa... black goo...
rosa leonor pedro

Texto de  Mariana Inverno:

"Gostei muito de ler a reflexão da Rosa Leonor sobre o escândalo que se abateu sobre a memória da Marion Zimmer Bradley; desfrutei muito também da maturidade patente no diálogo das mulheres acima. Saúdo-vos a todas!
No mundo de superfície em que a humanidade terrestre vive, muito pouco se aprofunda porque aparentemente a consciência do ser humano terrestre está ainda na infância e não sabe lidar com a verdade já passível de ser alcançada. Histórias e mitos, conceitos, modas, alienação, mentiras, aparência e meia dúzia de tretas de encantar formataram a nossa patética percepção da realidade. As religiões também fizeram o seu papel e o resultado é esta ingénua humanidade, apanhada por uma tecnologia que em breve a dominará completamente. Uma humanidade que carece de discernimento, a quem falta auto-conhecimento e que insiste em "divertir-se", esquecer... É nisso que nos tornámos e é por isso que este tipo de notícias "cola" tão facilmente e causa terramotos injustificados face a uma obra a todos os títulos icónica e referencial e que tanto contribuiu para a expansão da consciência feminina, como acima ficou dito.
Não vou aqui reafirmar o óbvio: que condeno a pedofilia, que, a ser verdade, apresenta-se como monstruoso o agora denunciado. Também não vou decidir se a filha mente ou deixa de mentir, se a conversão ao cristianismo pela MZB já no final da vida foi um acto de cobardia, de coragem ou de iluminação mística.
A questão é que pouco sabemos sobre nós e, dentro de cada um, vivem muitas nuances, tendências, mistérios, incoerências. Acredito que em cada ser encarnado coexistem muitos registos, anomalias, talentos, falhas e omissões. Que cada um de nós é um monte de mistérios com pernas e que só a luz interior ocasional - num gesto, num comportamento, numa obra - pode elevar-nos acima do lodaçal em que o colectivo chafurda.
Num dos seus livros ("The Cloud of Evil"), MZB escreveu:

"The horror genre—which I define as perfectly horrible things happen to perfectly nice people for no reason at all.“

Pois não sei se é verdade ou mentira, ou se é relativamente alguma dessas coisas o que agora veio a lume mas eu, que toda a minha vida tenho apoiado com dedicação a mais pequena réstia de luz ou grandeza que detecte no outro, quero manter-me afastada dessa grande arena de condenação (muitas vezes arbitrária) em que o mundo se tornou e continuar a reconhecer o contributo que a obra de MZB trouxe ao mundo, em especial às mulheres.
Se a sua grandeza não se conseguiu afirmar noutras áreas, se da sua sombra surgiram actos miseráveis e anti-naturais, tenho pena, muita pena.
Infelizmente, temos TODOS muito que caminhar ainda.
Abraço carinhoso"
Mariana Inverno

segunda-feira, fevereiro 14, 2022

um testemunho terrifico



Moira Greyland 

“Eu nasci dentro duma família de famosos homossexuais pagãos no final dos anos 60. A minha mãe era a Marion Zimmer Bradley, e o meu pai era o Walter Breen. Entre os dois, eles devem ter escrito mais de 100 livros: a minha mãe escreveu livros sobre a ficção científica e sobre a fantasia (Mists of Avalon), e o meu pai escreveu livros sobre a numismática: ele era um perito em moedas. (...) A minha mãe abusou de mim desde os meus 3 aos 12 anos. A primeira vez que eu me lembro do meu pai me fazer algo de violento, eu tinha cinco anos. Sim, ele violou-me. Eu não gosto de pensar nestas coisas. Se querem saber mais sobre as suas maldades com as meninas pequenas, e se por acaso têm um estômago forte, googlem por "Breendoggle", que foi o escândalo que QUASE o afastou para fora do mundo da ficção científica."

A mim ocorreu-me este ser mais um ataque à Mulher na pessoa da escritora, pensei que podia ser mais uma manobra TRANS contra a familia e a mulher... mas ser a filha a denunciar a mãe, passados quase 20 anos depois da sua morte, e ver ser atacado o ícone da literatura mais representativo da história do feminino sagrado, essa eu não esperava. Fui ver e essa denuncia e ela já data de alguns anos, sendo o livro da filha relativamente recente.
Fiquei abalada porque foi um livro chave na minha vida há cerca de 40 anos - li-o (em francês) por volta dos meus 36/38 anos - e chorei a cada página de memória acordadas... rezando para que o livro fosse traduzido para português, mas hoje eu vejo como estas realidades e estas misticas e os movimentos do sagrado feminino, se tornaram tão paradoxais e que, sem se chegar a estes extremos, há tantas incongruências nesse meios e tanta superficialidade que nem sonho o que se passe a um nivel mais obscuro, até porque em Portugal somos medrosos e incapazes de grandes males... e as coisas mais escabrosas ficam escondidas no porão dos tribunais.
Por outro lado penso que os americanos/as são muito infantilizados e sem grande elevação moral, são um povo imbecilizado pelas seitas cristãs, cheios de preconceitos e violentos, tirando como é obvio, as raras excepções e seres notáveis, que os há em todo o lado, e por isso acabo por não ficar assim tão espantada, embora ferida de morte...
Mas também sei o quanto uma filha pode odiar uma mãe... e viver na sombra desse ódio. Quanto à autora ser lésbica - o que não sabia - seria algo natural, do ponto de vista das escolhas humanas, mas no caso destas acusações, é bem mais grave pois trata-se de abusar da sua própria filha, uma criança, é terrifico. Mas quero deixar um mas... haverei de abordar o tema do ponto de um ponto de vista diferente, sem o efeito dos extremos que se chocam ...
Ah! Sem duvida que a pedofilia é a mais aberrante de todas as perversões humanas, mas ainda me custa aceitar na integra esta informação que nem é nova sequer...
Não sei a que ponto de loucura se pode chegar... embora os génios sejam sempre loucos...como sei bem que quanto maior é o tabu e a censura social e a repressão dos instintos, maior é a perversão do Homem e da mulher. Mas sobre a mulher direi sempre que o seu drama é essencialmente ela NÃO SABER DE SI EM ESSÊNCIA e o facto de a sua psique estar dividida a expõe a predadores de todos o tipo e seja, em que situação for ela sofre as consequências dessa divisão da sua psique há milénios. Não consigo amputar-lhe toda a culpa de tamanho desvio…
rlp


deixo estes testemunhos à vossa apreciação, conforme os copiei...


A história de Moira Greyland e a pedofilia dentro da comunidade homossexual


Por Moira Greyland


Eu nasci dentro duma família de famosos homossexuais pagãos no final dos anos 60. A minha mãe era a Marion Zimmer Bradley, e o meu pai era o Walter Breen. Entre os dois, eles devem ter escrito mais de 100 livros: a minha mãe escreveu livros sobre a ficção científica e sobre a fantasia (Mists of Avalon), e o meu pai escreveu livros sobre a numismática: ele era um perito em moedas.

O que eles fizeram comigo é um assunto infelizmente público: é suficiente dizer que ambos os meus pais queriam que eu fosse homossexual, e estavam horrorizados com o facto de eu ser fêmea. A minha abusou de mim desde os meus 3 aos 12 anos. A primeira vez que eu me lembro do meu pai me fazer algo de violento, eu tinha cinco anos. Sim, ele violou-me. Eu não gosto de pensar nestas coisas. Se querem saber mais sobre as suas maldades com as meninas pequenas, e se por acaso têm um estômago forte, googlem por "Breendoggle", que foi o escândalo que QUASE o afastou para fora do mundo da ficção científica.

Mais profunda era a sua aversão pelo meu género, apesar dos seus muitos relacionamentos com mulheres e com as vítimas femininas. Ele disse-me sem rodeios que nenhum homem me haveria de querer porque todos os homens eram secretamente homossexuais, mas que ainda não tinham aceite a sua homossexualidade natural. Devido a isso, aprendi a agir duma forma bem masculina e com a cintura bem fixa.

Vocês ainda podem observar traços da minha indoutrinação em favor da rejeição da minha feminilidade na minha recusa absoluta em ceder, e na minha franqueza, e na minha escolha de ser directora teatral durante a maior parte da minha vida. Mas uma parte boa da minha franqueza é a minha recusa em aceitar a noção de que "no fundo, no fundo, eu devo ser um rapaz que nasceu no corpo duma rapariga".


Não sou. Sou uma rapariga que foi atacada por ser uma rapariga, e alguém que tentou muito ser o "rapaz" que eles queriam que eu fosse.

Basta dizer que eu não fui a única vítima de qualquer dos géneros. Cresci a ver o meu pai a ter "romances" (na sua imaginação) com rapazes, algo que era uma fonte de frustração para ele porque eles queriam sempre dinheiro e comida como resultado do sexo a que eram sujeitos, mas não o queriam a ele (OBVIAMENTE!).

Comecei a tentar fugir de casa quando tinha 10 anos, depois da minha primeira tentativa de suicídio, e comecei intervir quando tinha 13 anos, quando disse à minha mãe e à sua companheira que o meu pai estava a dormir com rapazes. Em vez de chamarem a polícia, algo que qualquer ser humano decente faria, elas pura e simplesmente mudaram-no para o apartamento delas, que eu dei o nome de "O Ninho de Amor", e elas voltaram a viver na nossa casa familiar.

Claro que isso apenas piorou as coisas. Há já algum tempo que eu surfava nos sofás dos meus directores da Renaissance Faire, mas ninguém poderia ficar comigo o tempo todo. Tal como pode ser imaginado, onde quer que o meu pai estivesse, lá estavam rapazes adolescentes, drogas, e não havia muita comida (embora eu não passasse fome durante a minha adolescência visto que os livros da minha mãe haviam começado a vender bem). Durante a minha adolescência vivi em todo o tipo de lugar, embora tenha voltado a viver com o meu pai quando comecei a universidade.

Houve um dia em que ele trouxe um rapaz de 11 anos para ficar connosco durante uma semana e com a permissão da sua mãe, algo que me deixou horrorizada. Garanti que ele tivesse um quarto e uma cama onde dormir. Quando vi o meu pai a pegá-lo de pernas para o ar, e a beijá-lo por todo o lado, e quando vi os livros de pornografia de fora, chamei o meu conselheiro, que já havia concordado em chamar a polícia se por acaso visse alguma coisa a acontecer, e o meu pai foi preso.

Por aquela ofensa, ele recebeu pena suspensa de três anos. No entanto, a notícia espalhou-se e um homem que lhe havia dado um lugar para ficar em Los Angeles apercebeu-se que o seu filho tinha idade para ser um alvo, e começou a fazer perguntas. Isto resultou na prisão do meu pai devido a 13 acusações PC 288 A, B, C, e D. (Basta dizer que isto são vários tipos de ofensas sexuais forçadas que nunca deveriam ser cometidas a alguém, muito menos a uma criança!)

Ele morreu na prisão em 1993, depois das minhas informações iniciais de 1989. Deve ser notado que, longe de ser um transgressor iniciante, a sua primeira prisão havia ocorrido em 1948, quando ele tinha 18 anos.

Tal como pode ser imaginado, embora a minha mãe estivesse perfeitamente ciente dos crimes do meu pai, e também o estivesse a minha "madrasta", ninguém acreditou em mim até ao momento em que ele foi condenado; fui ignorada e qualificada de "histérica". Mais uma vez, tudo isto é público: a fria indiferença da minha mãe e a pretensão de total ausência de responsabilidade por parte da minha madrasta são doentias nelas mesmas. As palavras dela deveriam ser suficientes; ela sabia o que ele queria fazer.


Em altura algum tentei fazer justiça com as minhas mãos; devido à minha estrutura moral, eu era a protectora dos outros, e eu amava muito o meu pai. Portanto, embora eu tivesse pensado que poderia perdoar o meu pai pelo que ele me fez, de maneira nenhuma cheguei a pensar que era responsabilidade minha perdoar o que ele havia feito a outras pessoas - e a sua última vítima não havia sido uma prostituta, mas uma criança que havia ficado gravemente ferida.

De qualquer das formas, da mesma forma que a minha família se havia fechado em redor do meu pai para o proteger, mais recentemente eles voltaram-se a fechar em redor dum meu parente masculino, que está a ser acusado de abusar os filhos do seu ex-namorado, que ele vê como seus "netos" visto que ele "adoptou" o seu pai como seu "filho". Sim, eu sei que tudo isto é doentio de se ler, e eu peço perdão.

Mais uma vez, eu fui marginalizada e chamada de "maluca", e "histérica" porque, afinal de contas, porque é que uma pessoa com um longa historial de abuso de menores continuaria a fazer isso? Tal como eu fiz quando acusei o meu pai, mudei de casa. Fiz um relatório policial, tal como o fizeram os meus estudantes, que estavam horrorizados com o que ele havia dito dos seus "netos".

Deve ser levado em conta que os amantes de rapazes não olham para o que fazem como um "abuso". Para eles, é sexo, e eles olham para esse sexo como "consensual", e qualquer objecção será certamente varrida pelos orgasmos que certamente serão produzidos; é uma pena que estes orgasmos calem a boca destes rapazes-vítimas e os convençam de que eles "devem" ser homossexuais (independentemente dos casamentos heterossexuais posteriores e dos filhos resultantes).

Aparentemente, 33 acusações de pedofilia feitas contra o meu parente sem nome não é suficiente e ele irá apostar tudo nisso. Nada disto é da minha conta; fiz o que pude, e é fácil entrar em contacto comigo se por acaso quiserem que eu testemunhe.


Perdoem-me o meu fatalismo, mas os agressores sexuais não param e é bem provável que haja mais vítimas. Ou alguém se chega à frente, ou ele irá violar outra vez, ou talvez, visto que ele é bem velho, ele irá morrer antes de sofrer as consequências.

Entre o tempo das denúncias relativas às prevaricações do meu pai e o tempo das prevaricações do meu parente masculino sem nome, tirei um curso Bacharelato em Performance Musical, e tinha uma carreira como harpista de casamento e como cantora; depois casei-me e tive filhos; depois tirei um Mestrado em Performance Musical; e desde 2007 que só tenho ensinado canto e harpa, e dirigido óperas em duas companhias de ópera que fundei: uma no sul da Califórnia, e outra no norte. Também fiz um álbum de música Celta. No entanto, sempre me senti insatisfeita com a minha carreira; os artistas precisam de contar a sua história, e a minha era razoavelmente feia para ser contada.

Mas estupidamente regressei para o Norte da Califórnia. A minha amada esposa do meu primo estava a morrer de cancro e eu queria fazer parte duma família, pensado que depois da morte do meu pai, o seu mal tinha morrido com ele.

Enganei-me.

Em Junho último, uma blogueira com o nome de Deirdre Saoirse Moen perguntou-se se havia alguma verdade nos rumores em torno dos meus pais, e eu disse que sim, que ambos me haviam abusado, tal como haviam abusado o meu irmão, tal como haviam abusado uma VASTA gama de outras crianças. E eu enviei-lhe dois poemas que eu havia escrito relativos a este assunto, numa altura em que eu não havia ventilado em público o que eles me haviam feito.

Ela colocou os meus emails e os meus poemas no seu blogue, o que rapidamente alcançou 92 países do mundo, para minha grande surpresa. Fui inundada com cartas de sobreviventes de abuso sexual, e tentei responder a todas elas com simpatia e com calor humano (o que, de certa forma, me abalou emocionalmente duma forma que não consigo descrever).

Todas as pessoas queriam enviar dinheiro, mas eu pedi-lhes que o enviasse para a RAINN (Rape Abuse Incest National Network), e houve até autores antológicos associados à minha mãe que pegaram todo o dinheiro dos seus direitos autorais e deram para à obras de caridade. Houve pessoas que queimaram cópias do seu livro porque não eram capazes de os vender e lucrar com o mal gerado por ela. Houve outras pessoas ainda que apagaram as suas obras dos seus Kindles e dos seus iPads.

O motivo que dei, e que ainda defendo, para não ter falado disto é: sei que muitas pessoas valorizam os livros da minha mãe, e eu não os queria prejudicar ou perturbar as suas vidas. Daí o meu choque e embaraço pela forma como a história se propagou. Ironicamente, os sobreviventes que beneficiaram dos seus livros encontraram mais força em lutar contra o abuso do que ficar do seu lado, e como tal, a minha admiração por eles perdura!

Naturalmente, há um debate enorme em relação a ela e em relação ao meu pai. Todas as vezes que surgia alguém a duvidar da minha história, outras 100 surgiam para silenciar os que me colocavam em dúvida. Os arrepiantes activistas da "idade de maioridade" também apareceram, e foram igualmente silenciados. Para minha grande surpresa, as pessoas acreditaram em mim.

Depois de ver o que havia acontecido com a filha de Woody Allen, eu não tinha qualquer outro tipo de expectativa que não uma execução virtual pública se por acaso eu me atrevesse a falar. Mas de certa forma, a minha mãe "protegeu-me" com as SUAS PALAVRAS. Ela havia testemunhado, maliciosamente, no momento que foi acusada de me ter abusado, que "as crianças não têm zonas erógenas", e nem se preocupou em negar que me havia amarrado a uma cadeira, e de me ter atacado com um alicate, alegando que me iria tirar os dentes. Com a sua admissão fria, ninguém poderia deixar de lado NADA.


De qualquer das formas, desde que a verdade veio ao de cima, os temas pedofílicos dos seus livros tornaram-se óbvios para as pessoas que haviam, no passado, olhado para eles como história ou como licença artística conferida a um autor de ficção. Com a ajuda editorial da minha mãe, o meu pai havia escrito um livro apologético do sexo entre adultos e menores com o título de "Amor Grego" sob o pseudónimo “J.Z. Eglinton.” De repente, ninguém poderia questionar o que sempre havia sido óbvio para mim.

O homossexualismo


Então, o que foi que mudou desde Junho último? Desde que falei (juntamente com outras pessoas) sobre o meu familiar sem nome em Novembro último, e depois da minha decisão de não entrar em contacto com a minha família devido à sua resposta, comecei-me a aperceber que se calhar o homossexualismo dos meus pais ERA o assunto em cima da mesa.

Sem surpresa alguma, eu havia sido educada para ser totalmente tolerante. Há alguns anos atrás li Satinover, que acreditava que os homossexuais eram, em larga escala, "pansexuais", isto é, que preferiam ter sexo com TODAS as pessoas de QUALQUER idade e de QUALQUER género, e a não se limitarem a uma só pessoa; ele olhava para isso como um problema moral e ético, e não como uma "orientação" sexual.

Vocês nem sabe o número de lésbicas que simplesmente odeiam os homens, ou que foram violadas por um, e não podem sequer pensar em sexo com um homem devido a isso. Para mim, a pesquisa em torno do homossexualismo era quase como um segredo culpado: eu a pensar no impensável. Afinal de contas, o homossexualismo sempre me havia sido apresentado como um estado natural: Eu estava "agarrada" e era uma "puritana" porque, apesar dos pedidos da minha mãe para "experimentar de outra formas", e "como é que eu poderia saber que eu era heterossexual?", eu pura e simplesmente não conseguia fazer de mim uma lésbica.

As minhas observações em relação às crenças do meu pai e da minha mãe são estas: visto que todas as pessoas são naturalmente homossexuais, é o establishment heterossexual que prende as pessoas e, desde logo, as limita. A actividade sexual levada a cabo em tenra idade facilitará a que essa pessoa tenha vontade de ter actividade sexual com qualquer pessoa, o que irá, ao mesmo tempo, instalar a utopia, eliminar a homofobia e ajudar as pessoas a tornarem-se na pessoa que "realmente são".

Isso irá também destruir a odiada família nuclear, com o seu paternalismo, sexismo, ageism (sim, para os pedófilos, isto é um assunto sério) e todos os outros "ismos". Se um número suficiente de crianças for sexualizada enquanto é suficientemente jovem, então imediatamente o homossexualismo tornar-se-á "normal" e aceite por todas as pessoas, e as antiquadas noções de fidelidade irão desaparecer

Visto que o sexo é integrado como parte natural de todas os relacionamentos, as barreiras entre as pessoas irão desaparecer e, à medida que a "cultura heterossexual" segue os caminho dos dinossauros, a utopia irá aparecer. Tal como a minha mãe dizia, "As crianças são levadas a acreditar que não querem sexo."

Sim, eu sei que a estupidez desta tese particular não tem limites, e as consequências reais são a existência de pessoas com 40 anos a receber terapia devido ao abuso sexual, muitos, muitos mas muitos suicídios, e vidas arruinadas para TODAS as pessoas. Mas alguém tinha que o dizer. Será que alguém vai ouvir?

Havia seis desconhecidos durante o julgamento do meu pai, que não testemunharam, e duas vítimas, que testemunharam. Eu ainda estou em contacto com uma das vítimas. Há alguns anos atrás ele foi silenciado de forma tão feroz pelos fãs da minha mãe, que até hoje ele ainda não é totalmente capaz de falar abertamente sobre isto. Não sei do destino de todos os seis desconhecidos, mas sei que um deles morreu aos 40 anos com desordem alimentar, nunca tendo sido capaz de falar sobre o que lhe aconteceu.

Sei também que pelo menos uma das pessoas que se encontrava na lista dos 22 nomes que dei à polícia, como potenciais vítimas, suicidou-se no ano passado. Sei também dum certo número de vítimas do meu pai que não testemunharam porque o amam. Como nota pessoal, eu posso entender o porquê: entre os meus dois pais, ele era, de longe, o mais gentil. Afinal de contas, ele apenas era um violador em série. A minha mãe era um gélido monstro violento cuja voz contorcia o meu estômago.


A madrasta e Katy Faust

Uma nota breve em relação à minha "madrasta": depois de passar 22 anos com a minha mãe, hoje em dia ela nega que alguma vez tinha sido homossexual. Então ela nasceu o quê? Será que ela nasceu homossexual e agora vive em "negação" da sua "verdadeira natureza", como diriam os homossexuais, ou será que ela apenas estava enfatuada pela minha mãe, que fez o que as pessoas famosas fazem, e aproveitou-se da sua inocência e da sua infantilidade emocional?

Ela tinha 26 anos quando se envolveu com a minha mãe, mas disse-me que sentia como se tivesse sido "abusada" por ela. Eu não posso usar essa palavra para ela porque ela tinha 26 anos. Mas ela REALMENTE chamava a minha mãe de "mãezinha" e a maior parte do conteúdo do seu relacionamento era uma tentativa dela provar que ela era "uma filha melhor" que eu.

Esta era uma competição que, para mim, estava morta desde o início: eu sou filha biológica da minha mãe. Isto é uma realidade biológica. Dar orgasmos a minha mãe não faz da minha madrasta uma filha melhor, mas sim faz dela uma pessoa néscia. E tal como pode ser visto agora, ela DEVE ser a "melhor filha" porque eu pus a boca no trombone. Hoje em dia, eu não falo com ela.

No mês de Março deste ano conheci a Katy Faust, uma das "filhas de homossexuais" que deu entrada a um relatório amicus ao Supremo Tribunal em oposição ao "casamento" homossexual. Nós trocamos correspondência, e eu deixei a Califórnia. Ainda estou zonza com a morte das últimas partes da minha negação. O homossexualismo É o problema. A crença de que ter sexo com todas pessoas irá, de alguma forma, curar os problemas e não criá-los, É o problema.

Devido a isto, comecei a falar contra o "casamento" homossexual, e ao fazê-lo, alienei até os meus mais fortes apoiantes. Afinal de contas, eles precisam de olhar para os meus pais como criminosos sexuais malucos, e não homossexuais que estão a seguir as suas fortes convicções éticas e a tentar criar a utopia segundo a sua fantasia totalmente ridícula. Eles não têm a vontade de aceitar que, se calhar, o homossexualismo pode resultar na destruição das crianças e até dos adultos que insistem em ficar no seu encalço.

Para todas as pessoas bem-intencionadas que acreditam que estou a extrapolar a partir da minha experiência para toda a comunidade homossexual, gostaria de explicar o porquê disto ser assim: Tendo como base o tempo que passei dentro da comunidade homossexual, os valores que eles têm são totalmente distintos; a sua pressuposição é de que TODAS as pessoas são homossexuais e que elas apenas estão "dentro do armário", e que experiências sexuais em tenra idade irão impedir a criança homossexual de ficar no armário, e isso causará a que toda a gente fique feliz.

Se por acaso duvidam de mim, pesquisam "idade de consentimento", twinks", "ageism", e os escritos de NUMEROSOS autores da Esquerda que acreditam que a sexualidade precoce é, de alguma forma, "benéfico" para as crianças.

Devido à minha longa experiência com a comunidade BDSM ("bondage/discipline", Sado-Masoquismo) a minha crença é de que o homossexualismo é uma questão de GRAVAÇÃO (inglês: "impriting"), da mesma forma que as fantasias BDSM o são. Para o practicante do BDSM, a práctica contínua é sexualmente excitante, e naturalmente que o mesmo acontece com o homossexual.

No entanto, daquilo que tenho visto, nem uma nem a outra produzem algum tipo de cura. A minha mãe tornou-se lésbica porque foi abusada pelo pai dela. O meu pai foi violado por um padre, e olhava para isso como o único amor que ele alguma vez experimentou. Existem muito poucas pessoas que são exclusivamente homossexuais, mas muito mais pessoas que têm relacionamentos com pessoas de AMBOS os sexos, tal como aconteceu com os meus pais e outras pessoas da minha família.


O que distingue a cultura homossexual da cultura heterossexual é a crença de que o sexo em tenra idade é bom, e a firme certeza (e não pensem por um segundo que eles NÃO sabem disto) de que a única forma de criar outro homossexual é levar a que o rapaz tenha experiências homossexuais ANTES dele ser "arruinado" pela atracção por uma rapariga.

Se por acaso vocês não vêem problemas com isto, e pode ser que isso aconteça, isto é algo que têm que levar em consideração. Se por acaso acham que estou errada, então isso é privilégio vosso, mas tomem atenção para o VASTO número de histórias de abuso sexual E de transgenerismo que aparecerão destes "casamentos" homossexuais. As estatísticas em torno do abuso sexual que ocorre junto das crianças criadas por homossexuais já são astronomicamente elevadas quando comparadas com o que acontece com as crianças criadas por heterossexuais.

Obviamente que a minha perspectiva é desconfortável para as pessoas esquerdistas junto das quais fui criada: eu "tenho permissão" para ser vítima de abuso por parte de ambos os pais, "tenho permissão" para ser vítima de violência hedionda. Mas eu NÃO TENHO PERMISSÃO para culpar o seu homossexualismo pela sua disposição em aceitar o sexo com todas as pessoas de qualquer idade.

Mas nada disso me irá atrasar. Vou continuar a falar publicamente sobre isto. Há já muito tempo que tenho ficada calada. O "casamento" homossexual nada mais é que uma forma de gerar crianças à imagem dos seus "pais", e dentro de 10 a 30 anos, os sobreviventes irão falar.

Até lá, eu vou falando.

Moira Greyland

- http://wp.me/p2ENJm-qv

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Sem dúvida que nenhum membro da comunidade homossexual terá forças para a intimidar, especialmente se levarmos em contra tudo o que dois membros dessa mesma comunidade já lhe fizeram (a mãe lésbica e feminista Marion Zimmer Bradley e o pai homossexual condenado por pedofilia Walter Breen). O que ela nos diz neste texto revela de forma cabal o porquê dos casos de abuso de menores serem proporcionalmente e estatisticamente mais elevados junto dos practicantes do homoerotismo.

Tenho a leve suspeição de que a revolta contra os homofascistas no Ocidente fará com que até o Estado Islâmico pareça misericordioso. Lembrem-se duma coisa: o pêndulo histórico volta SEMPRE para o seu lugar inicial. Quando se tornar claro que a aceitação do homossexualismo necessariamente exige a aceitação do abuso sexual amplamente disseminado de crianças, não haverá misericórdia.

Existe um motivo bem sólido do porquê o homossexualismo ter sido historicamente categorizado dentro do "Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais"; é uma desordem mental que tipicamente emana de algum tipo abuso infantil.

Isto não significa que todos os homossexuais são pessoas malignas ou pessoas inclinadas a abusar de crianças. O que a senhorita Greyland está a dizer é que eles são, de facto, vítimas inocentes, independentemente do quão orgulhosos eles possam estar da sua vitimização passada. Mas o facto permanece de que existe uma conexão clara entre o abuso infantil e a desordem mental, e se por acaso não concordam com isto, podem sempre falar com Moira Greyland, e dizer que ela nada sabe do que fala.

Isto disponibiliza também uma resposta óbvia para todos aqueles que perguntam "Porque é que tu és contra o casamento homossexual?" Porque sou contra o abuso sexual de crianças. Se banir o "casamento" homossexual salvar UMA SÓ criança de ser vítima de abuso sexual, então isso é um imperativo moral.



Marion Zimmer Bradley era um monstro
18 DE DEZEMBRO DE 2017 ~ WOELF DIETRICH


Hoje estou refaçando de outro blog. É um posto importante. Keith no Adventures Fantastic revisou o livro de Moira Greyland, The Last Closet. Moira é a única filha de Marion Zimmer Bradley.

Ainda estou para ler este livro e tenho adiado devido ao assunto. Nenhuma pessoa decente aceita pedofilia como nada além de uma doença demente que não deve ser tolerada a qualquer custo em qualquer comunidade. Sempre senti isso. Sinto ainda mais agora que tenho três filhos lindos e inocentes. Quero protegê-los contra os monstros lá fora. Quero mantê-los seguros até que tenham idade suficiente para se defenderem sozinhos. E mesmo assim, eu ainda estaria lá para eles se pudesse. Esmagarei o crânio de qualquer um que tentar machucá-los.

Moira não teve tanta sorte. As pessoas que deveriam protegê-la dos demônios da vida acabaram por ser os maiores monstros. Este livro, The Last Closet narra sua sobrevivência e fuga do inferno, e como ela quebrou as correntes para não sucumbir ao mesmo mal que transformou seus pais em monstros.

Keith, que costuma blogar sobre os antigos mestres da celulose e resenhas de aventura e histórias de fantasia abriu uma exceção para este livro.

Um trecho de sua crítica:
O MZB está morto há quase duas décadas. Então, qual é o objetivo deste livro? Há várias respostas para essa pergunta. Vou sugerir dois. Primeiro, era hora de Moira Greyland escrevê-la como parte de sua própria cura. Ela escreve muito francamente sobre as sequelas do abuso que sofreu, efeitos posteriores com os quais viverá pelo resto de sua vida. A cura é um processo, não um evento, e para os sobreviventes desse tipo de abuso, é um processo ao longo da vida.
Segundo, MZB era uma pessoa má e depravada. Ela não deve ser sustentada como um modelo de virtude e bondade. Não me importo que ela fosse um ícone feminista proeminente. Eu não me importo que ela era uma voz lésbica líder no campo. Greyland está certa quando chamou a mãe de monstro.

Por que estou reblogando a crítica dele? Porque quero que as pessoas leiam sobre a jornada de Moira desde uma infância de abuso até sua fuga física e emocional da escuridão que até hoje ainda a assombra. Sua história precisa ser ouvida de longe. Ele merece.

Também quero condenar Marion Zimmer Bradley pelo que ela fez e pelo que ela permitiu. Eu também quero deixar registrado que eu condeno qualquer organização ou pessoa que ouse manter este diabo em estima ou celebrar seu trabalho. Eu costumava ler o trabalho dela na minha juventude. Não tenho nenhum dos livros dela na minha casa. Joguei fora.

Quero ir mais longe, qualquer pessoa ou organização que apoie a pedofilia – glorificando essa pessoa ou seu trabalho, ou pede desculpas por isso ou que tenta minimizar o mal que faz às crianças, você é meu inimigo. Eu te desprezo. Eu o condeno. Isso não é negociável.

E todos os outros também.

Ailf

quarta-feira, fevereiro 09, 2022

A BANALIZAÇÃO DO "BEM"....



QUE ESPIRITUALIDADE VIVEMOS NÓS ACTUALMENTE?


Quando se faz da "espiritualidade" um negócio ou modo de vida para ganhar dinheiro, raramente se consegue manter uma fidelidade ao Espirito daquilo que se prega, porque o que acaba por determinar as relações é o negócio e as mais valias materiais. Pagar para aceder a uma formação, baseada supostamente na consciência individual, e para a qual afinal só precisas de ter dinheiro, e isso dá vantagens a quem o tem...afecta o processo todo... Dai a enorme superficialidade nestes círculos e grupos, onde a ignorância (a impreparação) e a falta de ética e de seriedade são o resultado nulo de pessoas oportunistas e vazias que entraram nesta onda New Age. Com os anos tudo se perdeu com muita oferta, muita competição... e poucos frutos... e cada vez mais superficialidade!
Eu compreendo. Conheci muita gente que deixou empregos para fazer terapias e que montaram negócios nas suas casas, ou nos seus espaços e o facto de terem despesas e terem de comer etc. as iniciativas acabam por se tornar comerciais porque se busca rentabilizar mais do que servir...e isso acaba por condicionar a pessoa que o faz, inicialmente com as melhores das intenções, mas depois vai cedendo as necessidades. Deixa de haver imparcialidade e essa profundidade - seriedade, humildade - que obrigatoriamente se devia ter para fazer o que quer que seja fora do âmbito materialista, acrescido da incoerência dos "mestres" que estão longe de representar minimamente aquilo que pregam...Sim, bem prega São Tomás. Assistimos hoje a maior banalização do BEM... toda a gente é do bem...e o mal é cada vez maior...e eu só me pergunto porque será. Por outro lado temos aquelas pessoas muito moralistas que nos contam historinhas sobre o não julgar e não criticar porque cada um está no seu processo e nos não sabemos do mal dos outros...pois não, mas temos olhos e discernimento! Há que ver e há que dizer sem medo de "julgar" pois nos foi dado JUIZO  para discernir e saber o que é mal e bem! 
Não digo que não haja pessoas serias, fiéis a si próprias, sim, existem mas as circunstancias viciam e deturpam a missão interior... (Sei de mentores de yoga que tomam calmantes para dar aulas...)
Depois, há muita infiltração, muita informação falsa e desencontrada entre os grupos ascenços, mas também entre instrutores disto e daquilo, canalizadores de muitas e sinistras forças sem o saber...assim como mediuns improvisados que espalham ideias absurdas e que geram a divisão e separatividade por causa da sua vaidade e por causa da competição comercial; como se já não bastasse o ego inflacionado dos falsos "mestres" e "mestras" e dos seus/suas discípul@s... ainda estão a promover a divisão das pessoas e o antagonismo entre si em vez da UNIÃO..
Eu ando há 50 anos (sim, desde os 24) neste universo de busca do ser... Conheci tudo e vi de tudo... agora é o tempo de cada um/a de separar o trigo do joio...é a escolha final e ela pertence apenas ao individuo e ninguém nos pode ajudar a fazer essa ESCOLHA.
rlp


a viagem para encontrar lilith

 


COMO CONCILIAR TRABALHO E UM CAMINHO ESPIRITUAL?

Sabemos que é muito dificil conciliar o trabalho remunerado e muitas vezes mecânico com outro projecto de vida, sobretudo no dominio espiritual. A tendência é arranjar alternativas. O problema porém, não é só o da subsistência económica mas também o de uma vivência prática no sentido do lapidar do ego... Onde somos obrigad@s a largar coisas e a lutar por um centro...
Eu hoje, que estou reformada há já 10 anos, percebo que o trabalho que fiz durante grande parte da vida e que tanto me custou pela rotina, pelo vazio, foi o que me preparou, a par de um certo conhecimento, para me libertar de muitas ideias feitas, orgulho e muitos complexos, assim como de contradições e idealismos. Porque o nosso ego está sempre pronto para nos colocar num pedestal qualquer e contra tudo, se não sofremos alguma confrontação com os outros... Se isso não acontecer e formos sempre senhores da situação julgamos que somos superiores ou que sabemos tudo... A tendência humana, sobretudo se temos algum poder, é sentirmo-nos superiores as outros! E se isso não acontece num mundo dito "espiritual", é porque ele é maioritariamente ficcionado e todos simulam um bem e paz e amor, em que tod@s somos as melhores pessoas do mundo e muito boas e até mesmo os melhores; por isso achamos que deus nos ama ou a deusa nos acode se fizermos como nos dizem ou como nos mandam...? e não fazemos mais do que repetir o que a igreja fez com os humanos, mentir e escravizar, controlar.
Sei que sou um pouco crua e dura na minha visão, mas é como vejo as coisas hoje. Nada disto é fácil, mas o drama é que se idealiza e não se é verdadeiro quanto aos nossos erros e defeitos e andamos a mentir em nome não sei de quê...
Por exemplo, as Iniciações...isso era tão, mas tão elevado e para quem fazia o percurso todo em consciência e não andava a brincar pois era a coisa mais séria de uma vida. E é ainda. Mas é um caminho só nosso e só nos sabemos de nós e eu pessoalmente não me atrevo a dizer a ninguém...É POR AQUI...
Tive sorte em escrever livros) dizer o que sinto, expressar as minhas duvidas e experiências e algumas poucas certezas que tenho, mas sobretudo sempre fui fiel a necessidade imperiosa de verdade sem medo... o que me torna numa persona não grata. Para mim o único diapasão é o amor que ressoa comigo e é ele que faz abrir o meu coração onde se situa a verdadeira inteligência...
O meu tamanho é tão pequeno como diante destas colunas do Templo de Luxor...
rlp




Deixo UM TEXTO aqui publicado em 2014 (de autor anonimo? retirado do Blog Janela da Alma) e que continua super actual... diria, mais do que nunca evidente!

"Nossa civilização é doentia, hipócrita, psicopata. Autoridades religiosas nos ensinaram que somos pecadores, que somos um erro da Natureza, um erro de Deus: estranha concepção do Divino.
Deus seria um pai incompetente, que mandou seu filho único sofrer, de maneira inútil, para salvar a turma de vagabundos que somos e fracassou. Não é bem assim: Deus não é neurótico, nem somos vagabundos.

Há cinco mil anos atrás, mais ou menos, ocorreu uma revolução, quando a humanidade passou da vida perigosa da caça, devendo enfrentar feras, para a vida mais tranquila dos pastores de rebanho. Antes, quem dominava era a mãe, a vida, a intuição da mãe, capaz de avisar os caçadores: "Não vão por aí, tem feras. Mas, para lá, vão encontrar caça." Com a vida mais tranquila dos pastores, essa faculdade pareceu menos importante e o Pai pôde tomar o Poder. Ele tinha medo do Poder feminino: proibiu. Faz cinco mil anos que é proibido ser mulher. Ser mulher é um pecado imperdoável em um mundo patriarcal. A Bíblia começa pela culpa, continua pela culpa, acaba no Apocalipse da culpa e a culpa é de quem? Da mulher!
A imagem máxima em nosso mundo interior é a imagem de um Deus Pai. E a Mãe? Fazemos de Deus uma palavra masculina: é um erro de gramática que, de maneira subtil, condiciona nosso inconsciente. Rezamos o "Pai Nosso", sem perceber que essa oração distorce nossa inteligência, nossa alma, nossa sensibilidade, nosso destino. Deveríamos rezar "Pai Nosso, Mãe Nossa. Mãe Nossa, Pai Nosso". Os Evangelhos contam que Jesus ensinou essa oração. Os Evangelhos não estão bem informados. Existe ainda um monólito da Babilónia, gravado dois mil anos antes de Cristo, que contém, palavra por palavra, essa oração patriarcal. Somos condicionados a perceber apenas a metade masculina do Divino, apenas a metade masculina da Realidade. Mas quem percebe apenas a metade, não é capaz de compreender a metade! Esse mundo que rejeitou a dimensão feminina da Realidade não é um mundo masculino, mas apenas um mundo patriarcal, um mundo de pastores de ovelhas. Até hoje, algumas pessoas se dizem Pastores. Não somos ovelhas. Somos gente.
Jung, de maneira confusa, fala dos arquétipos que condicionam o inconsciente colectivo. Os egípcios antigos tinham uma concepção clara dos arquétipos. Usavam, conscientemente, os arquétipos. Quando mudava a época, o momento da evolução, tinham a energia, a coragem de destruir templos, para edificar novos templos aos novos Deuses, aos novos arquétipos capazes de orientar uma civilização. A civilização deles perdurou quatro mil anos.
O novo arquétipo capaz de orientar nossa civilização patriarcal em agonia, o novo Deus é a Deusa. Claro que o Divino, no plano espiritual, não tem forma, nem masculina, nem feminina. Mas, no plano astral, no subconsciente, tem uma forma. Consoante a forma que subconscientemente damos ao Divino, a forma que, subconscientemente, damos à Realidade, nossa vida é neurótica ou sadia. Nossa vida era neurótica.
Estamos diante do desconhecido. Os valores femininos foram rejeitados. Nenhuma teoria pode nos ajudar. Uma teoria é apenas um fragmento de Realidade e, pior ainda, lida apenas com o conhecido. Mas, se usarmos a imagem simbólica da Deusa, se imaginarmos e amarmos a imagem máxima do feminino, vamos fazer isso de maneira racional, sabendo o que estamos fazendo. Nossa imaginação vai compreender. Nossa sensibilidade vai compreender.
Vamos sentir, perceber a imensa dimensão feminina do Universo. Então, vamos também perceber a verdadeira dimensão masculina da Realidade. Vamos perceber a Realidade e a Realidade é linda: é divina.
Para descer ao mais profundo, precisa subir ao mais alto. Para dominar o subconsciente mais escuro, precisa ter acesso ao supra consciente. A viagem para encontrar Lilith começa com uma viagem a Urano, uma viagem ao supra consciente."*

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in janela da alma