O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, janeiro 31, 2019

O MEDO DE SER MULHER...



"Sobre medo de falar

Já fui acusada de transfobia por muitos motivos e tantas vezes que perdi a conta.

Fui acusada de transfobia por literalmente perguntar o que é mulher.

Fui acusada de transfobia por discordar que sou CIS (me inventam mais uma categoria para mim e eu não tenho nem posso ter voz nisso... de novo).

Fui acusada de transfobia por dizer que ser mulher não é um sentimento (falar sobre a minha condição e realidade na sociedade é proibido porque fere pessoas).

Fui acusada de transfobia por dizer que não existe privilégio em nascer do sexo feminino no Patriarcado Capitalista, em que até meus órgãos reprodutivos são comodificados.

Fui acusada de transfobia por dizer que a prostituição é violência contra a mulher.

Fui acusada de transfobia por dizer que aborto é uma pauta prioritária para o movimento de mulheres no Brasil (é a 4a causa de morte de mulheres no país!)

É, este é o nível.

Eu já falei e publiquei aqui várias vezes prints de ataques que recebi com mensagens misóginas me chamando de vadia, vagabunda e depósito de poh@ de macho. Mas tudo isso para me chamar de transfóbica. Eu não fui a primeira, a única ou a última. Temos várias aqui pra contar sobre isso. Já teve mulher perdendo bolsa de investigação na universidade por compartilhar post com teoria crítica de gênero. Teve mulher (tem! tá rolando nesse momento) respondendo na justiça por dizer que não era cis. Mulheres lésbicas sendo acusadas de transfobia por recusar sexo com quem tem pénis.

Joga pedra na Geni!

Bom, com todas essas situações, eu aprendi a falar. Falar sem medo de ser jogada na fogueira das TERFs transfóbicas que têm sangue de pessoas trans nas mãos. Aprendi que isso era uma forma de silenciar mulheres. Aprendi que isso era uma colonização do nosso movimento, o neopatriarcado. Porque, de repente, eu sou mulher e não posso falar sobre isso. Não posso falar das minhas opressões. E as minhas opressões são chamadas privilégios. E pessoas que não foram empurradas para essa categoria política desde o nascimento, como eu, me ensinam e dizem o que é ser mulher e eu tenho de acatar caladinha para não ser jogada na fogueira.

De tanto levar, fiquei calejadas e endureci. Aprendi a falar sem medo do contra-ataque.

E esse post é sobre isso. Porque pela primeira vez depois desses anos em que aprendi a falar sem medo, eu volto a me ver com medo de falar. Para não ser mal interpretada, para não ver minhas palavras distorcisas, para não ser jogada na fogueira.

Por quê?

Porque existe um projeto de lei tramitando no Brasil que pode ser um cavalo de Tróia para mulheres. É um projeto que criminaliza a homofobia e a transfobia.

Claro que quero ver a criminalização da homofobia. Claro que quero vida digna para pessoas trans. Vocês percebem o meu medo, não?

Eu e muitas outras fomos jogadas na fogueira da transfobia por questionar, pensar, debater e criticar. Não por atacar, não por insultar, não por agredir. Por colocar questões que são, intrinsecamente, sobre a NOSSA PRÓPRIA CONDIÇÃO.

E agora? Quem é por nós?"

Por Aline Rossi

quarta-feira, janeiro 30, 2019

NÃO ESCREVO...




"Eu escrevo para nada e para ninguém. Se alguém me ler será por conta própria e auto-risco. Eu não faço literatura: eu apenas vivo ao correr do tempo. O resultado fatal de eu viver é o ato de escrever."
clarice Lispector


“Avanço lentamente, morto, e a minha visão já não é minha, já não é nada: é só a do animal humano que herdou sem querer a cultura grega, a ordem romana, a moral cristã e todas as mais ilusões que formam a civilização em que sinto.
Onde estarão os vivos?”


- Fernando Pessoa, Livro do Desassossego.

sexta-feira, janeiro 25, 2019

QUEM É A MULHER?





DIÁLOGO IMAGINÁRIO ENTRE VIRGÍNIA WOOLF E CLARICE LISPECTOR.


- "O que é uma mulher? Eu lhes asseguro, eu não sei. Não acredito que vocês saibam. Não acredito que alguém possa saber até que ela tenha se expressado em... todas as artes e profissões abertas à habilidade humana.” - Virginia Woolf

- Você tem razão Virgínia, "É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo." Sim eu lhe digo: “A mulher não está sabendo, mas ela está cumprindo uma coragem. A coragem da mulher é a de não se conhecendo, no entanto prosseguir, e agir sem se conhecer exige coragem”. * Clarice Lispector


PS. 
AS citações são obviamente das autoras: eu limitei-me a acrescentar uma frase e inventei o diálogo…
rlp

MULHERES QUE VIVEM DA IMAGEM



 AS MULHERES CONDENADAS À BELEZA


" Que um homem diga de uma mulher que ela não é bonita e logo cada uma de nós nos encontraremos a querer provar-lhe o contrário. Comprometendo-se nesta luta a golpes de provas irrefutáveis: fotos de mulheres de 50 anos em mini-saia, de calções, de biquíni, de topless, até mesmo nuas. Mulheres ao físico impecável que têm todas por ponto comum de fazer quase metade da sua idade. Porque, justamente, o que o sexismo tem enraizado em nossas mentes, é que a beleza só existe se for ligada à juventude. Para que uma mulher seja bonita, tem que ser jovem ou que se faça passar por jovem. Aliás, se ela disser a sua idade , isso será considerado um incumprimento grave à regra. O menor cabelo branco aparente é vivido como uma negligência. O que dizemos quando uma mulher não tem o cabelo pintado: " Ela se negligencia." o que não nos viria à mente ao ver um homem com cabelo cinzento.
A outra coisa que o sexismo nos ensinou, apesar de nós, é que as mulheres não podem ser de outra forma que não seja lindas. Este é o único roteiro deles, o seu único horizonte. Elas estão condenadas beleza, sob pena de exclusão."  - Tanea de Montainhe

"Não sou feminista, sou antropologicamente lucida"

Há sempre quem me pense anti-feminista e há quem me julgue feminista ferranha...ou radical...
Não sou porém uma coisa nem outra, por isso cito tantas vezes Ana Hatherly quando diz: "não sou feminista, sou antropologicamente lucida" ou como Natália Correia: "É no paradigma da Grande Mãe que vejo a fonte cultural da mulher; por isso lhe chamo matrismo e não feminismo."

Não sou feminista, embora a seu tempo e no meu tempo (anos 60) o tenha defendido, como parte de uma ideologia, mas que agora não me faz mais sentido uma vez que quase todos os pressupostos que o feminismo defendeu e a confusão que gerou não trouxeram à mulher Consciência de si como Ente, nem como Mulher. A verdade é que o feminismo não trouxe à mulher a sua verdadeira dignidade/verticalidade e hoje em dia a mulher corre mesmo o risco de em nome da emancipação social e económica que mais não foi do que sexual e apenas sexual - uma vez que salários e igualdades ou paridades não existem em nenhum lado - e agora essa liberdade sexual mais não é do que uma nova escravatura da mulher. A mulher moderna que se vê sujeita e reduzida a uma imagem, reduzida ao corpo e ao sexo e presa a todos os estereótipos que a catapultam para a ribalta - moda, cinema teatro, literatura, jornalismo - onde é exposta e a vendem como produto de consumo e mais nada. Por outro lado, as feministas, as idealistas ou as fundamentalistas, não querem ver esta realidade em que a rivalidade e divisão entre as mulheres subsiste e que todas se digladiam entre si em defesa e luta pelo macho e pelo poder que são os valores que subsistem como apanágio de uma nova literatura de cordel agora já abertamente pornográfica... 
Também as televisões e as telenovelas mais não fazem do que cultuar essa mulher de plástico, numa construção permanente de mulheres que apenas são valorizadas pelo corpo e pela imagem.
Caso recente de uma mulher que se submeteu a várias operações estéticas no Programa "Em, casa da Cristina (Ferreira"? na SIC e que se sentia horrível e feia e sem vontade de viver porque tinha uns dentes horríveis, de facto...Trata-se de uma mulher na casa aproximadamente dos 50 e que se sentia muito e dramaticamente  infeliz por ser tão feia… mas, depois de ter feito as operações revela-se agora feliz e maravilhada consigo e cheia de autoestima e vontade de viver...antes levantava-se e ia papara o emprego sem se olhar ao espelho, agora leva uma hora a maquilhar-se ... 
E este feito, tal como o Programa em si, programa as mulheres esta  imagem à imagem vendável e com picos de audiências televisivas, da apresentadora (que aparece na foto em cima) e dá-lhes a "oportunidade" de serem felizes como ela…
Daqui a meia dúzia de anos e na menopausa veremos o que essas pobres mulheres sentirão ou talvez continuem a fazer plásticas para manter a imagem o resto da sua vida…até ao caricato. 
Acrescento que nada tenho contra a figura televisiva, apenas serve de exemplo de como uma imagem-estereótipo vende.

rlp



terça-feira, janeiro 22, 2019

SER RADICAL É IR À RAIZ...




“Não és uma verdadeira mulher. Se o fosses saberias que és mais velha do que o homem.”** In A MADONA de Natália Correia


...Há neste momento uma grande confusão de ideias em todos os círculos e todos os géneros de pessoas! Há uma perigosa onda de ideias que se confundem completamente e se atropelam como seja as ideias da esquerda e da direita e tudo está baralhado e invertido. Os valores sociais e morais foram completamente invertidos. As esquerdas defendem valores de direita e nalguns casos a direita defende ideias de esquerdas e vive-versa.A confusão e a desordem é global. Caminhamos a passos largos para o caos social e humano...

Restam as mulheres... a minha esperança está hoje nas mulheres...numa revolução interior de consciências feita de dentro para fora...
Lamentavelmente as mulheres negam-se ainda a si mesmas para defender AS IDEOLOGIAS DO HOMEM e estarem do lado do poder e assim preferem lutar contra as mulheres e defender os homens do que se entenderem e se darem as mãos... elas continuam inimigas potenciais umas das outras...lutando e rivalizando entre si por causas dos homens...
Algumas mulheres porém acusam-me até de defender uma ideologia anti-casamento ou anti-familia ou acabar com a procriação, ou que estou contra os homens sem perceber que apenas defendo os Círculos de mulheres, o convívio de mulheres, o resgate de uma sororidade verdadeira, por uma necessidade premente de haver respeito pela herança maternal ou matrifocal, como que o reclamar de uma herança, pela emergência e a grande necessidade de dar maior valor a Mulher em si e à autoridade da Mãe. Mas a Mulher não é só mãe, o seu valor não é só o de ser mãe. Ela é antes de mais um ENTE... ela é um ser inteiro e em si total.

Não, eu não percebo que as mulheres estejam mais empenhadas em defender os homens que as massacraram do que a resgatar essa sua essência - a sua matriz, a sua voz interna...

As mulheres são metade da humanidade sujeita a outra metade… e grande parte das mulheres foi condenadas a prostituição, condenada a vender o corpo para sobreviver e não porque querem - é tempo das mulheres se afirmarem por si e não pelas ideias dos homens e continuarem ao seu serviço.
O meu único propósito ao escrever é tentar que as mulheres tenham consciência do seu VALOR PER SE e não continuarem a viver como viverem até aqui sendo apenas objectos de produção e consumo sexual e serviços. O que digo é apenas no sentido de acabar com a hegemonia masculina e a mulher ter direito a uma identidade para lá do homem.... E isso não significa o fim da humanidade porque a humanidade já era humanidade e muito mais humana e profícua antes da instituição do casamento que submeteu a mulher a serva do homem e da sociedade e que ao mesmo tempo criou a prostituição, segundo diz Jung …

Lamento que as mulheres pensem contra elas próprias e não vejam a base e a origem da sua escravatura ou servidão, por mais sofisticada que hoje em dia seja, seja ela dentro de um sistema capitalista, comunista ou liberal - é tudo igual. A mulher seja ela a dona de casa e do lar, seja ela a executiva, medica ou advogada, ou a dondoca, a vadia ou a mulher "sexy e livre" que se submete ao prazer e a vontade do homem sustentando uma imagem fictícia de si não é uma verdadeira mulher!
O que escrevo parece radical e há quem me acuse de fundamentalista, mas o que escrevo só é radical na medida em que vai RAIZ do problema…
Não escrevo contra os homens mas a favor das mulheres - porque as mulheres aprenderam a pensar como os homens e se esqueceram da sua verdadeira voz, a voz do útero. E em vez de se sentirem na sua pele, pensarem por conta própria, como mulheres, com o corpo, com a alma e o coração...com o feminino, não, elas imitam e copiam e seguem o dono, a Voz do Dono...
rlp


"A mulher deve seguir as suas próprias tendências culturais, que estão intimamente ligadas ao paradigma da Grande Mãe, que é a grande reserva, a eterna reserva da Natureza, precisamente para os impor ao mundo ou pelo menos para os introduzir no ritmo das sociedades como uma saída indispensável para os graves problemas que temos e que foram criados pelas racionalidades masculinas. 
É no paradigma da Grande Mãe que vejo a fonte cultural da mulher; por isso lhe chamo matrismo e não feminismo.
É aquilo a que eu chamo o cansaço do poder masculino que desemboca no impasse temível do tal equilíbrio nuclear que criou uma situação propícia a que os valores femininos possam emergir, transportando a sua mensagem.”

NATÁLIA CORREIA, in Diário de Notícias, 11-09-1983
(excerto de entrevista concedida a Antónia de Sousa)

ESSA É A MULHER



"Moi, c'est mon corps qui pense. Il est plus intelligent que mon cerveau. Il ressent plus finement, plus complètement que mon cerveau. [...] Toute ma peau a une âme." *


O SENTIR MULHER

Estava a pensar como as mulheres intelectuais e feministas das ultimas décadas se afastaram deste sentir o corpo e dar ao corpo uma alma que é o maior dom da mulher e que a define como tal. Esse afastamento da mulher essencial custou-nos alguns ganhos materiais, direitos e igualdade com o homem, infelizmente digo, porque perdemos o sabor da nossa essência, perdemos o contacto com a nossa natureza intima e profunda e delapidamos o nosso sentir em prol dos pensar dos homens e da "conquista" de direitos…como foi o caso de Simone de Beauvoir, cujo pensamento se articulava em sintonia com o Homem e filosofo Sartre... Uma existencialista nunca é uma naturalista...e uma mulher pertence a Natureza não ao pensamento nem ao homem. 
Não posso negar que por um lado foram  importantes essas conquistas, mas depois não soubemos recuperar e resgatar a nossa mulher instintiva e continuamos a delapidar esse nosso P(m)atrimónio feminino em nome de uma falsa liberdade, a de sermos iguais aos homens, e a corresponder a imagem que eles criaram da mulher a todos os níveis, não só físico como sexual e também mental. E foi esse tremendo erro que nos afastou de um  saber intrínseco, da emoção e da intuição que esta mulher desvelou de si como mulher natural e autêntica, sendo ela uma mulher ainda não contaminada pelas ideias materialistas e marxistas e intelectuais quando surge, e  subverteram logo a seguir as mulheres feministas que induziram as outras mulheres  a lutar por uma mulher que não é senão uma má cópia da mulher autentica, a mulher original. 
Penso hoje como as mulheres se perderam de si e de uma referência salutar e genuina de que esta escritora é exemplo porque a burguesia e os conservadores a consideraram pouco intelectual e pouco digna, por ser artista e dançar e ter  dado asas a sua loucura na expressão de uma liberdade de dentro e não aquilo que a sociedade patriarcal define como liberdade...Hoje a mulher livre não tem nada de natural nem de belo nem de instintivo, libertário ou revolucionário. Ela foi uma pioneira quase apagada da história...
Realmente este filme Colette fez-me pensar a autora pouco considerada pela elite intelectual como uma Voz verdadeira do Feminino Sagrado - o feminino da Mulher ligada a Natureza aos animais e à Terra, sem medo de ser quem era. Ela ousou Ser Mulher e as suas palavras iniciais dizem tudo porque definem a verdadeira mulher… uma Lilith no fundo…
"Eu, sou o meu corpo que pensa. Ele é mais inteligente que o meu cérebro. Ele sente de forma mais refinada, mais completamente do que o meu cérebro. (…) Todo  meu corpo tem uma alma." *
rlp


*La retraite sentimentale, Sidonie- Gabrielle Colette

segunda-feira, janeiro 21, 2019

EU NÃO ESTOU À VENDA




A LEGALIZAÇÃO DA PROSTITUIÇÃO 
É UM CRIME

O CORPO HUMANO NÃO SE VENDE! 

"A sexualidade não pode, de forma alguma, inscrever-se em termos de "um direito ", já que envolve necessariamente uma outra pessoa além de si -, ora esta não pode ser uma questão de ter "Direito-a-outra pessoa". O direito de dispor do seu próprio corpo deveria ser inalienável, mas o direito a dispor do corpo de outrem, não pode assumir qualquer legitimidade legal, numa república digna desse nome.

Sexo não é um direito que se pode ter sobre os outros.

Ou somos contra a mercantilização dos corpos, ou somos a favor. Como para a pena de morte, não podemos ser "contra  mais ou menos", " ou sermos a favor "salvo se". Nós  somos resolutamente contra. Quer seja para os deficientes, seja para o zé povinho ter direito as prostitutas, seja para a GPA, como seja para transplantes de órgãos.
Não se vende o corpo de seres humanos, nem parcialmente, nem totalmente."

in zeromacho


 AS ESTATISTICAS EM FRANÇA

A diferença entre homens / mulheres surge nitidamente nesta sondagem, nomeadamente sobre a percepção da prostituição:

- Ela é "uma violência" para 66 % dos homens contra 81 % das mulheres.

- 61 % dos homens, e 79 % das mulheres, validam a ideia de que "não deveria ser possível comprar o acesso ao corpo e a sexualidade alheia".

- por fim, 33 % dos homens contra 22 % das mulheres consideram que a prostituição "é um trabalho como outro"-27 % no total, contra uma ampla maioria de 73 % em desacordo.

- 29 % dos inquiridos não querem mais que o cliente seja sancionado - uma proporção que sobe para 40 % nos homens contra 20 % nas mulheres.


http://www.leparisien.fr/faits-divers/prostitution-71-des-francais-hostiles-a-l-abrogation-de-la-loi-penalisant-les-clients-20-01-2019-7992849.php?fbclid=IwAR2j_isnhIZ3e_4w44L0GtBD0Eg3COYy5BcAbkBOWoChKSyLe8-sFlvpGyw

COLETTE


Fui ver o filme Colette.

Fui porque se tratava da vida de uma escritora que marcou uma geração de mulheres e porque gostava de gatos e tendo conhecido as agruras da vida como todas as mulheres naquele tempo - século passado - em que elas eram dependentes e viviam sem nenhuma autonomia, inteiramente sujeitas aos maridos, ela conseguiu libertar-se e afirmar-se por conta própria e sem medos dos preconceitos do "socialmente correcto" que é hoje imposto de forma subtil as mulheres em nome das pseudo liberdades...

No caso dela e sendo o seu marido um "bon vivant" ele era como quase todos os homens dentro do Sistema um usurpador (abusador nato) e explorador dos dons da mulher, fosse por dote, fosse pelos direitos adquiridos que o casamento lhe outorgava na sua posse sobre as mulheres. Dela ele usou não só os dons da escrita, mas da inspiração e da vitalidade, servindo-se do seu ser genuíno e autêntico - uma mulher indomável - que ele amava...dizia, mas sobretudo usava. E era no seu nome que publicava os livros que ela escrevia para se vangloriar e valorizar socialmente, o que infelizmente de uma maneira ou de outra não é muito diferente dos tempos actuais. Embora de formas aparentemente diferente e sem essa total dependência dos maridos e pais, as mulheres de hoje podem escrever com o seu nome, mas sempre sobre os homens...No seu caso, ela escrevia dela como mulher e os seus sentidos e sentimentos, emoções e experiências de vida e com isso deu um novo olhar as mulheres jovens da sua época.

As mulheres de hoje, olhando bem, continuam na mesma presas e sujeitas aos maridos embora a questão seja diferente:
elas trabalham e ganham os seus ordenados, mas senão forem dependentes economicamente deles são-no sexual e emocionalmente, como é o caso das mulheres ditas emancipadas, tal como são dependentes ao nível das ideias e ideologias e tirando as feministas que pensando de alguma forma como mulheres, sendo marxistas e pouco femininas, não tem nada a ver com as características desta mulher indomável e selvagem que se afirmava pela sua vontade, interioridade e sensualidade, tão bem expressas nestas palavras:.
"Moi, c'est mon corps qui pense. Il est plus intelligent que mon cerveau. Il ressent plus finement, plus complètement que mon cerveau. [...] Toute ma peau a une âme." 

La retraite sentimentale, Sidonie- Gabrielle Colette
Não vou falar do filme, deixo apenas um texto biográfico sobre a autora.

rlp

COLETTE, começou como escritora, mas "Foi actriz de music hall , envolveu-se na resistência antinazi, fez um ballet para a Ópera de Paris, colaborou com Maurice Ravel, tornou-se uma escritora de renome, mas Sidonie- -Gabrielle 
Colette (1873-1954) foi, acima de tudo, uma mulher muito à frente do seu tempo. 


"OS NOSSOS PERFEITOS COMPANHEIROS NUNCA TÊM MENOS DE QUATRO PATAS." - COLETTE


A controvérsia acompanhou-a, desde que, aos 27 anos, publicou o primeiro livro - Claudine à l'École - respondendo ao desafio que lhe fora lançado pelo marido para escrever sobre as suas recordações de infância e juventude. Colette acedeu, mas a série Claudine (pelo menos quatro livros) seria assinada por 'Willy', a alcunha do marido, Henry Gauthier-Villars.

Terão sido, aliás, as aventuras extraconjugais de 'Willy' e a depressão que elas lhe provocaram que levaram a jovem Colette a livrar-se para sempre do papel de mulher submissa e de... esposa traída, que trocou por uma vida de liberdade. Esta, na Paris do início do século XX, conduzia directamente ao escândalo. A lista dos seus amantes - homens e mulheres, reais ou presumidos - é extensa e vai desde Josephine Baker (com quem se terá cruzado nos tempos em que mostrava os seus espectáculos no Moulin Rouge ou no Bataclan) a Maurice Goudeket, que acabaria por ser o seu terceiro e último marido. O escândalo terá dado frutos. Simone de Beauvoir reivindica a importância do seu exemplo na libertação do "segundo sexo". Para lá do escândalo, estava a escrita. Os seus livros (para os quais aproveita muitos episódios autobiográficos) contam histórias de relações amorosas num estilo poderoso e aproveitando uma capacidade de observação aperfeiçoada ao longo dos anos. No fim, era respeitada e até admirada e pertencia à Academia Goncourt. Em Dezembro de 1954, quando é atribuído o prémio a Os Mandarins, de Simone de Beauvoir, o júri do Goncourt ainda estava de luto pela morte de Colette, quatro meses antes. Celebrava-se uma passagem de testemunho. " D.N.

quarta-feira, janeiro 16, 2019

O ESCAPISMO ESPIRITUAL


No livro inovador de Robert Augustus Masters, “Spiritual Bypassing: When Spirituality Disconnects Us From What Really Matters”, ele escreve:

Os aspectos do escape espiritual incluem desapego exagerado, anestesia emocional e repressão, excesso de ênfase no positivo, raivafobia, cegueira ou compaixão tolerante demais, limites fracos ou muito pobres, desenvolvimento desequilibrado (a inteligência cognitiva geralmente está bem à frente da inteligência emocional e moral), julgamento prejudicado sobre a negatividade ou o lado sombrio de alguém, desvalorização do pessoal em relação ao espiritual e a ilusão de ter alcançado um nível mais alto de ser.”

A propósito do "ESCAPISMO ESPIRITUAL"...
Quando falo do "escapismo espiritual" já tod@s sabemos do enorme e velho escapismo material, o consumo e o cego materialismo! A moda, a cosmética e a decoração etc. , mas estava a pensar muito em particular na forma  como as mulheres em geral se refugiam numa "PARTILHA" de INTERESSES ditos espirituais…

Elas falam sobre as mais variadas coisas, tais como curas e canalizações e astrologia, taralogia, quiromancia; Ocupam-se de outros planos e dimensões, ovnis e chakras e auras, corpos astrais - e enfim também coisas da natureza é certo, especializam-se em hortas, plantas, a tratar dos animais e das árvores e claro tudo em nome da alma ou do espírito, de deus e do céu ou mesmo da Terra...mas minha Mãe, minha Deusa...elas, no seu interior, no seu íntimo, no mais fundo de si, naquela parte que grita e chora… ficam sempre para trás...ignoram a sua dor e somatizam doenças...
Pensam que se realizam abordando temas espirituais ou dedicando-se a artes florais…fazendo meditações e rezando orações matinais e mantras…
Mas no fundo, e na verdade vivem é escondidas ou escudadas com todas essas projecções ideais, as grandes teorias do "BEM" ou do que há-de vir nos salvar...do que NUNCA virá...de arcanjos e anjos ou santos e almas puras e irmãs, que vem numa nave, e que nos virão salvar, mas nunca tratam delas concretamente, NÃO SE SABEM, nunca aprofundam a sua própria alma e o seu ser MULHER.
Nunca vêem o que mais as atormenta, o que lhes vem de dentro, do inconsciente e as faz sofrer... nem querem ver a sua sombra; Vivem contra natura, contra a sua natureza profunda que desconhecem, vivem contra elas próprias...dedicadas ao serviço do outro, do amante controlador e do marido que as asfixia e dos filhos que as absorvem e depois são abandonadas ou morrem de cancro...ou são maltratadas ou até mesmo mortas pelos companheiros…

De que têm medo as mulheres, porque têm tanto medo de si próprias e de enfrentarem as suas emoções, medo de enfrentarem a sua luta interior de ser uma ou a "outra"... ver a sua fragmentação interna, ou das outras mulheres, que as espelham, para se escudarem em tanta coisa que por vezes as nega e as omite e não se querem ver a elas mesmas...e estão do lado de quem as ignora e maltrata e simplesmente as apaga do mapa há milénios.
(...)

(excerto de texto in mulheres & deusas)
ESCRITO EM 2011
rosaleonorpedro

UMA MANEIRA DE FAZER RESISTÊNCIA




"É preciso escrever um livro branco, no sentido em que não existe nada para nele escrever; o barulho das páginas folheadas nos daria o desejo de partir em demanda. Hoje o livro não é mais do que um produto. Obstrui-se a Criação, perturbando o espírito das pessoas. Mais do que nunca, convém calar, guardar segredo. É uma maneira de fazer resistência."



Jacqueline kelen

quarta-feira, janeiro 09, 2019

Quem é realmente esse ser que se emancipa...


SÓ UM NOVO SISTEMA DE VALORES...


(... )
"Perante o movimento acelerado e irrevogável da emancipação feminina, o homem que sempre concebeu a feminilidade projectivamente, de modo a satisfazer o seu ideal de compleitude, pergunta-se: Quem é realmente esse ser que se emancipa...
(...)
A revolução feminina foi inicialmente prejudicada por um factor que afecta, no seu impulso, todos os levantamentos revolucionários: a tendência para a apropriação dos bens contra os quais se dirige a tensão revolucionária. É nesta idiossincrasia revolucionária, e não numa psicologia de imitação, que deve fundamentar-se aquela caracteristica facilmente criticável no movimento feminista. Isto é: a aspiração a usufruir uma herança cultural que foi sonegada ao lado feminino da Humanidade.
(...)
É certo que o feminismo, concebido como caricatura dos previlégios viris, foi uma traição feita à mulher. Traição porventura involuntariamente cometida pelos campeões do feminismo, que doutrinariamente ou legalmente lhe deram acesso a uma cultura vinculadamente masculina, na qual a produção feminina resultaria sempre inferior. Dessa rasteira de falsa promoção, que os paladinos do feminismo passaram à mulher, poder-se-á talvez dizer, em abono destes, que das suas boas intenções conscientes se fizeram obscuras aliadas às defesas inconscientes do varão. O resultado da emancipação feminina processada por essa via é elucidadtivo: quer na américa (...), quer na Rússia, (...), as máquinas da administração e da cultura são manejadas por homens, sendo a mulher o mero instrumento de uma sociedade rigorosamente orientada por critérios masculinos.
(...)
Mas se para a índole feminina, a sua participação numa cultura objectiva exclusivamente masculina, resulta um fracasso ao nível criador, esse fracasso é propriamente a denúncia de uma cultura que exclui a subjectividade ( característica feminina ) de uma grande parte dos indivíduos que são forçados a usufruí-la inadequadamente. O reconhecimento desta situação invalida imediatamente o conceito de inferioridade, substituindo-o pela noção mais real e honesta de inadequação. O fracasso transforma-se assim na consciência de uma anormalidade, e é pela via de um mal-estar feminino em face de uma cultura que emana de uma posição de força e não de verdade, que a impessoalidade e a desumanização do progresso tecnológico e científico (paroxismos do génio masculino ) comparecem como réus no tribunal de uma nova consciência crítica.

Após uma iniciação dolorosamente artificial numa liberdade imitativa e cúmplice dos imperativos, excêntricos e agressivos para a natureza da mulher, o feminismo orienta-se finalmente para uma cultura subjectiva e vital que ganha cada vez mais terreno na nova inteligência revolucionária, anti-idealista e apocalítica. (...)

Só uma cultura vital, na qual a ideia não tenha uma vida própria e independente da existência, poderá dar vivacidade às energias latentes da pecularidade feminina. Só neste novo sistema de valores poderá expandir-se o génio feminino, criando modalidades culturais que imprimam um novo rumo ao progresso."

IN: BREVES HISTÓRIAS DA MULHER e outros escritos
De NATÁLIA CORREIA

mulheres que são adeptas ao "poliamor", às "relações livres" e a liberdade sexual."



AS MULHERES PENSAM-SE LIVRES, MAS CONTINUAM A SERVIR OS HOMENS...

"Antes de tudo, cara leitora, vamos repensar nos termos que vem a seguir: relações livres; poliamor; liberdade sexual (este será o último, porém não menos importante tópico o qual será abordado neste texto). Estes termos representam conceitos que foram e seguem sendo uniformemente falaciosos. Antes que as pedras voem e as pessoas digam que minhas palavras querem ditar, e não debater, vamos ao que interessa. 

A heterossexualidade não é opção para as mulheres. É um regime político sobre corpos que foram secularmente massacrados dentro desta premissa. Quando você opta, justo no século XXI, onde mulheres não são livres (mesmo quando pensam que são e, por isto, reduzem lutas em espaços limitados de ativismo), a vivenciar o primeiro termo citado, as relações livres, é necessário que se pense sobre o que implica esta liberdade. Acho problemático quando saímos da normatividade, ou da monogamia (o que historicamente homens sempre o fizeram), e migramos para um relacionamento múltiplo com vários homens (neste caso) e não questionamos sobre a nossa profunda e verdadeira existência dentro de relacionamentos tão variados, múltiplos e "livres", estamos correndo sérios riscos que podem vitimar a nossa saúde física e emocional. Liberdades que não são contextualizadas simplesmente não existem, e, se dizem o contrário, no mínimo soa falacioso, e é por isto que trazemos este debate com as mulheres que são adeptas ao "poliamor", às "relações livres" e a liberdade sexual."

terça-feira, janeiro 08, 2019

NÓS CONTAMOS AS MORTAS...

NÃO HÁ PROGRESSO ENQUANTO AS MULHERES FOREM MAL TRATADAS E VIOLADAS...

"Muitas pessoas nos têm pedido para aceitar que as mulheres estão progredindo, porque vemos nossa presença nesses lugares onde não estávamos antes. E aquelas de nós que são repreendidas por serem radicais têm dito: “Não é assim que medimos o progresso. Nós contamos o número de estupros. Nós contamos as mulheres que estão sendo maltratadas. Nós acompanhamos as crianças que estão sendo estupradas por seus pais. Nós contamos as mortas. E quando esses números começarem a mudar de maneira significativa, aí conversaremos sobre se podemos ou não medir o progresso”.

- Andrea Dworkin

segunda-feira, janeiro 07, 2019

NÃO HÁ POESIA SEM MUSA


E SEM MUSA NÃO HÁ POETAS…

"Assim que as formas poéticas começam a ser utilizadas por homossexuais e que o “amor platónico” (o idealismo homossexual) se introduz nos costumes, a deusa vinga-se.
Sócrates, se bem nos lembramos, teria banido os poetas da sua lúgubre república. A alternativa consistindo a passar sem o amor da mulher é o ascetismo monástico; os resultados que daí advieram foram mais trágicos do que cómicos. No entanto a mulher não é poeta: ela é a Musa ou nada. Isto não quer dizer que uma mulher deveria abster-se de escrever poemas, e sim apenas que ela deveria escrever como mulher, e não como se fosse um homem.
O poeta era originalmente o Místico ou o Fiel em êxtase da Musa, as mulheres que participavam nos seus rituais eram suas representantes. (...) "


Como é que a devíamos então adorar?
(…)
A prática da verdadeira poesia reclama um espírito miraculosamente desperto e capaz de, por iluminação, juntar as palavras, através de uma cadeia mais-que-coincidência, numa entidade viva, um poema que vai viver por si mesmo, talvez por séculos depois da morte do seu autor, cativando os seus leitores pela carga de magia que ele contem. Porque em poesia a fonte do poder criativo não é a inteligência científica mas a inspiração (mesmo que esta possa ser explicada pelos cientistas) não é através da Musa lunar, o termo mais antigo e o mais adequado para designar esta fonte de inspiração na Europa, à qual a devamos atribuir? Pela tradição a mais venerável, a Deusa Branca tornou-se uma com a sua representante humana, sacerdotisa, profetisa, ou rainha–mãe. 


Nenhum poeta que elege a Musa pode experimentar conscientemente a existência sem ser pelas suas experiências do feminino porque é na mulher que reside a deusa seja em que grau for; exactamente como nenhum poeta apolíneo não pode exercer a sua função própria se ele não se submeter a uma monarquia ou a uma quase monarquia. Um poeta que elege a musa abandona-se absolutamente ao amor e o seu amor na vida real é para ele a encarnação da Musa.
(…)

(pag.569 -Traduzido do francês por rlp)
ROBERT GRAVES
LES MYTES CELTES - LA DÉESSE BLANCHE
IN Ed. du Rocher

LEMBRAR OS GRANDES ESCRITORES...



HOMENS E MULHERES MISÓGINAS…



"É a sexualidade feminina uma experiência das mulheres ou um discurso masculino sobre a sexualidade feminina?"
Emilce Bleichma
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"Sinto-me feliz por não ser homem, porque, se o fosse, teria de casar com uma mulher." Madame de Staël
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"A mulher mais honesta não resiste à tentação de parecer sedutora e, sem pensar em dar uma esperança, não desgosta de deixar um espinho."
Madame Émile Girardin
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"A mulher não é um génio, é um elemento decorativo. Não tem nada para dizer, mas di-lo tão lindamente."*

"Demasiada maquilhagem e muito pouca roupa para vestir é sempre um sinal de desespero para a mulher."
Oscar Wilde
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"As próprias mulheres, no fundo de toda a sua vaidade pessoal, têm sempre um desprezo impessoal - pela mulher."*

"Comparando no seu conjunto homem e mulher pode dizer-se: a mulher não teria engenho para se enfeitar se não tivesse o instinto do papel «secundário» que desempenha."
*Friedrich Nietzsche

terça-feira, janeiro 01, 2019

O CORPO DA GRANDE MÃE



O TEMPO E O ESPAÇO

“O tempo e o espaço estão absolutamente ligados. Eles são o corpo da Grande Mãe que se vos dá para vos permitir experimentar a encarnação no vosso universo criado para isso. Se tu compreenderes isso intimamente, com o teu coração, eles serão os teus aliados no caminho. Eles deixarão de ser uma prisão que te oprime, mas o fundamento no qual te apoiarás para construir e escrever.

- Isto faz parte do meu ensinamento: sê sempre actor no tempo e no espaço, mas mantêm-te livre dos resultados, que nunca te pertencem. A Acção é pela acção, não pelo resultado.”



(traduzido do francês)

Marie Elia, In Rencontres avec La Splendeur, ed. A.L.T.E.S.S.E