O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quarta-feira, outubro 30, 2013

UM CASO MEDIÁTICO MAS QUE SERVE "BEM" DE EXEMPLO...

ESTE HOMEM SEM CARÁCTER, MISÓGINO E NARCISISTA,  QUERIA SER PRIMEIRO MINISTRO...

"O total desrespeito pela protecção dos filhos menores idem. Carrilho conseguiu nestes últimos dias mostrar-nos como é possível que um exemplar que sonhou um dia ser primeiro-ministro de Portugal – no mínimo, candidatou-se a presidente da Câmara de Lisboa, em que nos presenteou com uma campanha patética com uma ampla utilização da mulher e da criança – pode estar ao nível de um criminoso alcoólico desempregado e analfabeto a viver numa barraca de zinco."

"A violência domestica, caros cidadãos e cidadãs. nem sequer, pela sua trágica dimensão, é um problema domestico de casal, e trazê-la a lume não é lavar roupa suja. É denunciar um CRIME PÚBLICO que todos os anos leva para a cova muitos milhares de mulheres no mundo inteiro. Denunciá-lo é sinal de coragem, desassombro e civismo." M.G.


"A separação mais mediática do ano, por motivos de alegada violência física e psicológica exercida pelo homem da casa sobre a sua consorte, ao que o dito contrapõe com acusações de alcoolismo e outras, tem sido comentada nas redes de uma forma aterradora. Em primeiro lugar, pela violência exercida contra a língua portuguesa de que os comentadores e comentadoras dão abundante testemunho. Depois, pelo preconceito terrível e a indisfarçável inveja, que enforma grande parte dos comentários quase todos a apelar ao «silêncio» da suposta vítima, a que já uma outra se lhe segue na pessoa da primeira esposa que rompe um silencio de muitos anos.
Eu não sei o que há de verdade ou de fantasia nestas acusações. A procissão vai no adro. O que sei é que silêncio, que tantos apregoam como virtude, é o pior inimigo das vitimas, sejam elas quais forem e seja qual for o seu escalão social. Em nome do silencio, prerrogativas de género, de estatuto, social e etário, têm sido mantidas ao longo dos séculos. A propósito até de crianças agora adultas que vieram, e cada vez são mais, acusar padres de terem abusado delas no desemparo das suas infâncias desamparadas, veio até um sacerdote com grandes responsabilidades invocar a «culpa» das vítimas, que por serem «frágeis» e «carentes» constituam motivo de tentação e ocasião de pecado para uns quantos homens de deus.
No fundo, é tudo farinha do mesmo saco. Se uma mulher, por acaso até linda que se farta, socialmente bem sucedida, vem por cobro a um casamento e invoca violência domestica, o que emerge nos comentários às notícias, é um estendal de frases mal construídas cheias de pontapés na gramática e erros de ortografia, e, pior ainda, eivadas de inveja e despeito. «Querias ser famosa? Come e cala?!, etc. etc., Ora eu penso que se alguém tem a coragem e o desassombro de trazer o seu drama doméstico para a praça publica, vai constituir mais um sinal de alerta para agressores e de apoio a vitimas silenciosas. A ser verdade o que ela alega, Barbara Guimarães agiu muito bem e era muito bom que mais mulheres com autonomia financeira e no escalão social em que ela se encontra pudessem e tivessem a coragem de fazer o mesmo. Porque a violência domestica não mora só nas barracas e nos subúrbios.
A violência domestica, caros cidadãos e cidadãs. nem sequer, pela sua trágica dimensão, é um problema domestico de casal, e trazê-la a lume não é lavar roupa suja. É denunciar um CRIME PÚBLICO que todos os anos leva para a cova muitos milhares de mulheres no mundo inteiro. Denunciá-lo é sinal de coragem, desassombro e civismo.


Manuela Gonzaga
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UM HOMEM SEM CARÁCTER QUE FOI MINISTRO DA CULTURA...

"A prova da existência de uma doença mental grave pode ser atenuante de Carrilho
Não foram precisos os últimos acontecimentos para que muitos já tivessem concluído que Manuel Maria Carrilho é uma personagem asquerosa. A miséria de Carrilho está profundamente documentada na pequena história lisboeta – e se boa parte dela não vem a público é pela necessidade de ser protegida a dignidade de terceiras pessoas.
O que os últimos acontecimentos e as sucessivas entrevistas de Carrilho sobre a ex-mulher e respectiva família revelam é que é sempre possível descer às profundezas da miséria e do ultraje. Talvez Ferreira Fernandes já tenha escrito tudo o que havia a escrever na sua crónica no DN: falta perguntar a Carrilho como é possível que um ser humano que não sofra de uma doença mental grave (é evidente que, a confirmar-se, isto será uma atenuante em sede judicial) pode dar, compulsivamente, todas aquelas entrevistas destilando tudo o que existe de mais sórdido contra a mãe dos seus filhos e o resto da família.
A falta de carácter não é uma doença mental, mas uma doença mental grave pode conduzir à falta de carácter. Ao longo destes anos todos, a interrogação sobre se Carrilho sofreria de uma doença mental grave que o conduziria a variadas faltas de carácter subsistiu. Neste momento, só a explicação clínica pode justificar a baixeza das declarações sobre a ex-mulher, enquanto pelos vistos se reunia com personagens do PS (incluindo o líder, António José Seguro) para os pôr a par do processo de divórcio. Imagino o pânico desses dirigentes do PS à medida que as declarações de Carrilho iam aumentando de tom.
As estatísticas provam que a violência doméstica é um crime que não se restringe às barracas. A difamação torpe também não. A falta de escrúpulos muito menos. O total desrespeito pela protecção dos filhos menores idem. Carrilho conseguiu nestes últimos dias mostrar-nos como é possível que um exemplar que sonhou um dia ser primeiro-ministro de Portugal – no mínimo, candidatou-se a presidente da Câmara de Lisboa, em que nos presenteou com uma campanha patética com uma ampla utilização da mulher e da criança – pode estar ao nível de um criminoso alcoólico desempregado e analfabeto a viver numa barraca de zinco. Os tribunais estão cheios de processos de divórcio asquerosos, de lutas por tutelas de crianças em que o superior interesse delas é posto de lado em nome do controlo dos bens. Inusitado, para alguns, é o protagonista ser o outrora glamoroso ministro da Cultura com aspirações a uma carreira política."
Ana Sá Lopes
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UM COBARDE QUE BATE NAS MULHERES

“A primeira vez [que foi agredida] tinha 25 anos. Bateu-me durante um dia inteiro”, lembra Joana Varela. A razão desta alegada agressão: “Eu percebi que ele tinha um caso e um dia pus-me a beber bagaço até cair para o lado. E pensei que isto só terminaria se também fosse para a cama com alguém. E fui. No dia seguinte disse-lhe ‘estamos quites’”.
Manuel Maria Carrilho – que agora enfrenta acusações de violência doméstica, que segundo Bárbara Guimarães estão na origem desta separação – reagiu mal à traição de Joana e espancou-a “durante o dia todo”, com “imensos pontapés” e com “uma faca encostada ao pescoço”.
O filho do casal estaria a assistir a tudo, na cozinha, escondido, segundo relata Joana Varela. O último episódio na relação de violência foi uma agressão “de faca em riste”, que imputa a Manuel Maria Carrilho. Nesse dia, Joana decidiu abdicar pôr termo ao casamento. “Fez-me sentir abaixo de cão”, lembra.
Joana Varela ter-se-á disponibilizado para testemunhar a favor de Bárbara Guimarães, relatando a sua história, para reforçar a versão da apresentadora de televisão. Agora com 62 anos, reformada, a ex-mulher de Carrilho acredita que Bárbara está a viver o mesmo pesadelo que marca o seu passado.
Apelida Carrilho de “pessoa violenta”, sem respeito pela “dignidade do outro”. Acusada por diversas vezes de ser bipolar, Joana Varela devolve a crítica, nesta entrevista ao DN: “Ele é que sofre de uma perturbação muito grave”.
No entanto, o antigo ministro da Cultura desmente as acusações. Apelida-a de “louca” e usa o argumento de a ex-mulher ter estado “várias vezes internada em hospitais”.
Joana Varela já tinha usado o Facebook para enviar uma mensagem de solidariedade a Bárbara Guimarães, afirmando que o presente de Bárbara coincidia com o seu passado.
A apresentadora, porém, mantém-se em silêncio, de acordo com o que prometeu no único comunicado que emitiu. Nessa nota, fez saber que irá proteger os filhos, evitando alimentar polémicas públicas, confirmando que avançou com um processo de divórcio litigioso, por violência doméstica alegadamente praticada por Manuel Maria Carrilho.(...)in  nova gente
 

segunda-feira, outubro 28, 2013

Revista Estudos Feministas - Women, negroes, and other monsters: an essay on non-civilized bodies

Revista Estudos Feministas - Women, negroes, and other monsters: an essay on non-civilized bodies

Toda esta Manipulação da Mulher psíquica, física e química, é possível através da difusão de medos instigados pelos Media, baseados numa Cultura de Morte em vez de uma Cultura de Vida, negando os ciclos da natureza do ser mulher e da vida da Terra e do Planeta.








"Nesse contexto, um caso pode ser considerado paradigmático: a 'Vênus Hotentote'. Argumentamos que a negociação política do status ontológico de Sara Baartman, durante os séculos XIX e XX, representa precisamente tal esforço para estabelecer as fronteiras de civilidade mediante a circulação e a exclusão de corpos incivilizados."

A MANIPULAÇÃO DA MULHER,



A MANIPULAÇÃO MENTAL,
FÍSICA E QUÍMICA...DA MULHER


...desde a  Vénus de Hotentote até agora...


As mulheres foram manipuladas física e psicologicamente durante centenas de anos pelos patriarcas das Igrejas e dos Estados e mais recentemente essa manipulação atingiu foros de manipulação "genética" quase, na intervenção de uma "ciência" e descoberta "preventiva" contra as doenças "típicas" da mulher; mas na verdade o que elas são é meios de obstrução e controlo da mulher, impeditivas da grande transformação natural e biológica que a mulher vive na adolescência e  na Menopausa e assim, anulada no seu potencial de grande mediadora das forças cósmica e telúricas, portadora de uma sabedoria inata e transformadora da sociedade, a mulher é assim controlada quimicamente através de medicamentos. Convém manter as mulheres caladas e anuladas e para isso o MEDO da doença e da morte deve ser instigado, para além da submissão não aos padres, mas aos médicos...

Essa "ciência" maquiavélica e os ditos medicamentos "preventivos", considerados e publicitados para o bem estar da mulher, para a "libertação" dos males da natureza...foram quase todos meios de anular ou impedir o natural despertar e a evolução da Consciência da Mulher em si ou da integração das duas mulheres cindidas em duas, a mulher instintiva e intuitiva e a mulher racional, impedindo o seu discernimento através de químicos e operando-a retirando-lhe o Útero ou os ovários - sede de poder da mulher - assim como à mais leve suspeita "cancerigena" lhe cortam os seios, tornando-a uma espécie de marioneta da ciência e ainda pior do que isso induzindo-a a mutilar o seu corpo por vontade própria para corresponder a padrões de beleza estética falsa, negando ainda a beleza natural da idade.

Toda esta Manipulação da Mulher psíquica, física e química, é possível através da difusão de medos instigados pelos Media, baseados numa Cultura de Morte em vez de uma Cultura de Vida, negando os ciclos da natureza do ser mulher e da vida da Terra e do Planeta.









"Nesse contexto, um caso pode ser considerado paradigmático: a 'Vênus Hotentote'. Argumentamos que a negociação política do status ontológico de Sara Baartman, durante os séculos XIX e XX, representa precisamente tal esforço para estabelecer as fronteiras de civilidade mediante a circulação e a exclusão de corpos incivilizados."
O monstruoso: visibilidade e trânsito
A epígrafe que abre este ensaio sintetiza alguns motivos pelos quais elegemos o corpo monstruoso como imagem que sintetiza algumas de nossas preocupações teóricas. Primeiro,o conteúdo misógino do Malleus Maleficaram, manual da Inquisição que levou à perseguição e à morte mais de 100 mil mulheres em quatro séculos, é aqui apresentando nos termos de uma relação entre ver e ser visto; entre controlar e ser controlado pelo olhar; entre a possibilidade do domínio de homens ou de monstros; entre tornar alguém objeto ou tornar-se objeto deste alguém. Ver, nesse contexto, significa a possibilidade de controlar. Ser visto significa a iminência de ser destruído - pois tornar-se objeto e ser destruído aqui significam a mesma coisa.


(...) Jonatas Ferreira; Cynthia HamlinI


A verdade é que a mulher foi sempre a mais directa vítima da ciência, cobaia das mais insanas e abjectas experiências, por parte de médicos e cientistas, sem pejo de atentar contra a sua integridade física ou moral. Tanto a pírula como os medicamentos em geral para "prevenir" os "distúrbios" da idade, são atentados à saúde psíquica e sobretudo à saúde anímica da mulher e impeditivos de uma evolução natural interior que se reflectiria em mudanças de atitude social do ser mulher. A mulher livre e sábia, a mulher independente foi na Idade Média perseguida e queimada como bruxa...Hoje na "idade moderna"...o mundo patriarcal, age com o mesmo intuito, e através dos químicos e da ciência faz a mesma coisa: mata o potencial da mulher, invalidando e obstruindo o despertar natural da sua  consciência na menopausa para que a mulher não use a sua Voz de Justiça e Verdade, para que a mulher não se tornasse naturalmente a Voz da sabedoria...

O poder das Mulheres é interior e nada melhor para o destruir do que impedir essa evolução natural através do Medo da Morte e da perda de Beleza e consequentemente também da perda do "amor" do homem, se ela não corresponder aos padrões de beleza e de juventude que ele lhe impõe...quando afinal é exactamente o contrário que acontece: a beleza da mulher atinge a sua maturidade com a idade....
Os médicos são em grande parte uma espécie de Magos Negros ao serviço de uma Indústria Farmacêutica que tem o Monopólio da Manipulação humana e não a sua cura ou salvação das verdadeiras doenças. Não sabemos ainda para onde avança essa ciência macabra mas ela é de certeza contra a Vida e a Ordem Natural das coisas...como o é já a manipulação genética, o transplante de órgãos e a sua consequente e criminosa venda e roubo de órgãos humanos por dinheiro...

Através de toda essa "Ciência" e dos químicos em geral até à implantação de Chips nos seres humanos, não saberemos  onde chegarão...a Humanidade é manipulada ao mais alto nível enquanto que os Media e os Estados fazem o seu trabalho de "sapa" (de casa) - de acordo com os seus governantes - criando medos através de ameaças generalizadas de Pandemias e Pestes como na Idade Média...Gastam-se milhões de euros para prevenir Pandemias e Pestes que simulam que nos ameaçam e as pessoas vão comprar como carneiros e tomar as pírulas inventadas e quem sabe...mais uma forma de manipulação química da Vontade e da Consciência do ser humano em evolução à escala do Planeta...

Os animais racionais dirão que isto é "Ficção científica" pura...
Coisas de mulher louca e histérica na Menopausa...
R.L.P.

quinta-feira, outubro 24, 2013

AS BRUXAS...

 
PORQUE FAÇO A APOLOGIA DA BRUXA...

AS Bruxas...ou o termo Bruxa...parece um termo démodé, a evocar Idade Media...sim, talvez fora de contextos...e desta realidade virtual...mas a sua Sombra ainda irrita e incomoda muita gente inteligente, homens e mul...heres, e os faz reagir por medo ou superstição...(não A. não é nada contigo...porque sei o que queres dizer muito bem, mas aproveito o mote)

Eu utilizo e defendo a palavra Bruxa, para megera ou velha sábia...para a mulher que vulgarmente não corresponde aos padrões da mulher que se integra na sociedade e que fica de lado a rezingar...é uma figura de estilo da Mulher que a sociedade rejeita e não cabe nos seus padrões...mesmo nos dias de hoje, só que a classificam com um termo mais "assertivo" que é o de uma puta...
As mulheres foram todas educadas para obedecer e servir...a sociedade a deus ao homem e ao filho...quando uma mulher se recusa Ela é uma Bruxa...uma Megera...uma Medusa...e os meninos/as têm medo da bruxa...que os come não antes de os engordar com chocolatinhos...lá na casinha eh eh he hiii ...estão a ver o filme???
 
rlp

quarta-feira, outubro 23, 2013

RANHA E SANTA


“Levo rosas senhor…”

...E, abrindo as mãos, perante o olhar atónito do rei, não se viram moedas, mas sim rosas encarnadas e frescas...

(uma variação do milagre...)


RAINHA SANTA ISABEL

..."Isabel faleceu a 4 de Julho de 1336, deixando em testamento largos legados a hospitais e conventos. O povo criou à sua volta uma lenda de santidade, atribuindo-lhe diversos milagres e a santa foi canonizada em 1625. Foram atribuídos muitos milagres, como a cura da sua dama de companhia e de diversos leprosos. Diz-se também que fez com que uma pobre criança cega começasse a ver e que curou numa só noite os graves ferimentos de um criado. No entanto o mais conhecido é o milagre das rosas. Reza a lenda que, durante o cerco de Lisboa, D. Isabel estava a distribuir moedas de prata e pão para socorrer os necessitados da zona de Alvalade, quando o marido apareceu. O rei perguntou-lhe: “O que levais aí, Senhora?” Ao que ela, com receio de desgostar a D. Dinis, e, como que inspirada pelo céu respondeu: “Levo rosas senhor…” E, abrindo o manto, perante o olhar atónito do rei, não se viram moedas, mas sim rosas encarnadas e frescas..."

segunda-feira, outubro 21, 2013

VIVER DO OLHAR DO HOMEM...


 

COMO AS MULHERES DEPENDEM  DO OLHAR DO HOMEM PARA SER...

 “Mas, em primeiro lugar, notemos que o que é próprio da feminilidade é não poder ser reconhecida senão por um outro. Diante do espelho, uma mulher pode achar-se bela ou feia, jovem ou velha, mas nenhum cânon estético, nenhuma referência visível poderá garanti-la acerca do que é todavia o ponto focal da questão. A feminilidade é o que é atribuído pela confissão do homem, e é importante dizer-se que a investidura do seu estatuto de desejada não repousa para ela em qualquer referência de realidade objectiva. O que o homem deseja nela só ele pode dizer se ela o possui ou não.” *

" Uma prova de que certos psicanalistas acompanharam a mentalidade da época, em que se acreditava que o homem tinha de certificar o valor da mulher.
Mas as mulheres de todas as épocas no que diz respeito à imagem, embelezaram-se também para as outras. Nos tempos modernos, muito para si próprias e não dependentes da apreciação dos homens.
Como falar do olhar dos homens….Como falar do seu inigualável efeito?…"

Cristina Simões in incalculável imperfeição

 SOBRE SENSUALIDADE E A EMOÇÃO...

Talvez à partida este texto que se segue tenha aparentemente pouco a ver com a citação e comentário inicial, mas ocorreu-me que o conceito de feminilidade está sempre associado à sensualidade da mulher e a sua relação com o homem, ao desejo do homem. Nunca à sua...
Ora a sensualidade é algo bem mais vasto do que a que relaciona apenas com o homem e em função do homem - deixando sempre subentender a atracção sexual entre macho e fêmea, sendo que a fêmea vive exclusivamente em função desse olhar e portanto em  agradar ao homem - mas a sensualidade não é nem tem de ser forçosamente sexual...e esse é o erro que em geral se comete na análise redutora do feminino...
AS mulheres e os homens podem ser sensuais entre si sem querer significar sexo...Há sensualidade na música e há sensualidade num jardim...nos aromas sentidos, no tocar de algo, sem ser o corpo físico...o erro está na publicidade maciça e na mentalidade superficial e formatada destas gerações novas (de há um século?) que vivem obcecadas por sexo... mas a sensualidade espalha-se e expande-se para lá do que é comum encarar como tal…Para mim a sensualidade é da vida e portanto não só do corpo, mas essencialmente da alma; ela  está no prazer de sentir emoções vivas diante de tudo o que é vivo e na partilha desses sentimentos...e sensações...entre todos os seres vivos...algo de que a poesia era a expressão mais alta e mais bela!

O que se passa justamente com as mulheres, sim, sobretudo com as mulheres, e que nos é dito desde adolescentes, quando não antes, e que é tudo o que nós lemos e é difundido através dos manuais de psicologia e nos meios audiovisuais e até literatura e arte nos nossos dias, é que a mulher só deve ser sensual para o homem e no amor sexual ou como forma de sedução  ou na cama...e que ela tem de se enfeitar, "produzir" para ele e o sentido todo da sua vida é concentrado nesse objectivo e também nesse investimento. Dai a cosmética ser a Indústria mais rica do  mundo e que viva da exploração dessa "inferioridade" da mulher, baseada num conceito de Beleza artificial que faz  a  mulher viver do “olhar do homem” exclusivamente…e sem esse “olhar de vida”…a mulher não é nada…
Por isso nós mulheres estamos condicionadas num sentir restrito e pobre, redutor do nosso potencial, na direcção da relação macho/fêmea e tudo o que não seja relação sexual objecto-homem, não nos interessa muito. Somos prisioneiras desse único campo de sentir, o da nossa sensualidade por suposto e presas e condicionadas na concentração desse olhar e dirigidas para um único objecto; daí a obsessão da mulher, a sua paranóia, a sua perseguição ao homem, que vai da paixão à loucura, à total alienação de si mesma ou ao desígnio "superior", por acréscimo de ter filhos... uma casa, um carro etc.
O que eu queria pois referir aqui, ao abordar este tema, é que há uma sensualidade em toda a comunicação e vida humana se nós aprendermos a nos libertarmos desse condicionamento que é viver em função dessa paranóia e obsessão do sexo...
O facto de a mulher ter sido “destinada” ao olhar do homem como única valorização do seu ser, essa é uma das causas da falta de sensualidade na sua vida em geral e considero que  se nos abríssemos ao sentir mais lado e a toda a gama de afectos e emoções que vêm da vida e que nos possam surpreender...poderíamos ganhar sentido na nossa vida e interesse para além do sexo e do homem, casamento-filhos e amantes .

Para isso precisamos de nos abrir...a uma outra dimensão do nosso SER MULHER.
No início desta abordagem o que eu queria realmente referir e salientar era em como não havendo essa emoção – sensualidade - em geral no convívio entre mulheres, não temos interesse em nos abrirmos umas às outras...e permanecemos rivais e opositoras em competição do macho, porque não temos essa espectativa de amor entre mulheres (sem sexo) uma vez que a nossa emocionalidade está bloqueada à partida, e assim partimos desinteressadas e indiferentes para as situações...de convívio com as outras mulheres…
Na verdade as mulheres não nos interessam nada…a não ser por suposto se formos lésbicas, e é como se pensa dentro desta perspectiva abortada…não, não é acto falhado…é só a partir dessa abordagem que está errada a questão, bem mais complexa, pois as mulheres podem ser amigas e terem experiências emocionais profundas, sensuais para lá do sexo….
Isso é particularmente notório no facto de nunca as mulheres se focarem nelas próprias, e mesmo em conversas e assuntos entre mulheres elas serem sempre sobre os homens, o sexo o "amor" (deles) ou dos filhos ou dos animais... etc.

 Mesmo nos grupos de mulheres que buscam saídas alternativas, temos o Tantra (o homem e o sexo como objectivo) a espiritualidade (o Deus como objectivo) ou os anjos ou a evolução espiritual (o céu como objectivo) ...mas a Mulher em si e a Terra ficam quase sempre para trás...como se a Natureza Mãe e a Mulher não tivessem qualquer razão de ser…ou ligação com o SER MULHER…e tem na verdade tudo a  ver…
A Terra ignorada e a mulher ignorante de si mesma e sempre dedicada aos outros ou a viver em função de algo...vivendo em função do olhar masculino, seja do Pai, seja do filho ou do amante, mas nunca ela mesma, ela nunca irá despertar para si, para as suas emoções e a sua sensualidade em geral, PARA A VIDA EM SI e ao amor da Vida plena, sem depender de nada nem de ninguém.
O que eu queria dizer no fim é que há um Caminho da Mulher, sensual e cheio de emoção e que ele é para dentro de si, onde Ela sabe que tem esse Poder interior e que pode ser plena sem depender de nada nem de ninguém...e essa é a sua descoberta...o Coração é o Manancial...ainda fechado!

Por a Mulher ter esse Conhecimento/Sabedoria em si mesma ela foi afastada dele e dividida em duas mulheres - para que não lhe tivesse acesso e pudesse assim, ficar presa e cativa do homem, do seu “olhar de vida” (mais morte do que vida!) e ser dominada e explorada por ele. Esta divisão da mulher, esta cisão fulcral é a fonte de toda a separação dentro e fora da Mulher e  é a meu ver igualmente a causa de todos ou quase todas as doenças e males sociais…claro, ninguém quer ver isso e a questão tem sido persistentemente branqueada por religiosos, padres, sociólogos, antropólogos, escritores  e até psicólogos como vimos no inicio do texto…

Só à Mulher pode mudar isto…

 Rlp

*Citação de Pierra Aulagnier-Spairani -  Observações sobre a feminilidade e os seus avatares , In Desejo e Perversão Moraes Editores

sexta-feira, outubro 18, 2013

QUE HUMANIDADE É ESTA?


 

MILHARES DE ANIMAIS MORTOS PELAS INDUSTRIAS FARMACEUTICAS PARA TESTAR PRODUTOS DE COSMÉTICA...

Se nós pensássemos em como são as mulheres, pela sua sujeição aos padrões de beleza da sociedade consumista e cujo sentimento de inferioridade, ignorância e falta de consciência, as leva, movidas pelo seu desejo de querer agradar e seduzir o homem, a consumir esses produtos, tentando corresponder ao seu modelo de beleza fictício, e como isso as torna indiretamente responsáveis pela morte de milhares de animais...creio e quero acreditar que a grande maioria das mulheres deixaria de comprar o que quer que fosse de cosméticas dessas farmacêuticas...
rlp

“Apesar dos grandes avanços tecnológicos a indústria farmacêutica, de produtos e a medicina, continuam usando um método da idade da pedra por assim dizer, que são os testes em animais para descobrir os efeitos que determinado produto pode causar no homem. Além de totalmente anti-ético, de causar tremendo sofrimento e a morte de mais de 300 mil animais por ano, provoca a morte de muitas pessoas em todo o mundo, pois os testes não são algo exato ou confiável, o que pode causar determinado efeito num animal pode ocorrer justamente o contrário no homem!
Penso que qualquer pessoa com um mínimo de inteligência já percebeu que a vida animal é muito diferente da humana. Por exemplo, 98% das enfermidades dos humanos não atingem os animais. Cada espécie animal tem suas defesas próprias. Assim, milhares de produtos previamente testados em animais vem causando danos irreparáveis aos humanos ou até mesmo a morte. Mas tudo isso é esquecido pela terrível e cruel indústria dos testes em animais.  E para chegar-se a esses resultados questionáveis eis por que passam os animais em laboratório: falta de alimentação, envenenamento, ficar sem dormir, aplicação de irritantes nos olhos, infectados com doenças que normalmente nunca se contaminariam, paralisados, mutilados com cirurgias, queimados, eletrocutados, sujeitos a gases e irradiação e muitos outros suplícios numa verdadeira câmara de torturas, tudo isso para o belo bem estar humano!

Efectivamente, o pior do ser humano é a hipocrisia. E pelo visto 90% dos humanos são totalmente hipócritas, ou seja, pregam uma coisa e praticam algo totalmente diferente. Este é o mais terrível defeito da humanidade. Vejamos um exemplo. Hoje quando se fala em racismo ou em discriminação, todos aparentam serem verdadeiros santos, que não suportam a menor discriminação. Pura hipocrisia, pois a maior de todas a grande maioria da população mundial comete todos os dias; o especismo, discriminação contra espécie diferente. Ou seja, só pelo facto do cachorro ser cachorro e não homem, já é discriminado. Para alguém não ser hipócrita, no mínimo, devia não praticar nenhum tipo de discriminação, pois fala-se com orgulho que não discrimina raças nem cor, como simplesmente deixa de lado a mais simples de todas, a discriminação das espécies?”

Carlos Amaral
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- Depois deste texto aparece um comentário bastante pertinente de uma leitora...

Karina Cadori : Bem .. eu acredito antes de tudo no respeito a vida, toda e qualquer forma de vida, mas estou hoje vendo no meu feed de noticias, muitas pessoas falando sobre os animais de laboratório...que sofrem em nome a vaidade humana, e oque podemos dizer sobre os matadouros? os açougues? quem se delicia com um pedaço da carne de um animal que nunca soube o que era a vida, dos bezerros que fornecem o baby bife nos pratos da elite nojenta e sanguinária... se vamos defender os cachorrinhos e os coelhinhos peludinhos bonitinhos, que se defendam os bezerros, as vacas e os porcos, tao menos bonitinhos? será?... enfim são todas espécies de vida, que sofrem e morrem em bel prazer do deus humano inconsciente.

NOTA:
Sem querer atenuar a culpa dos carnívoros, acho mais grave fazer mal aos animais por vaidade do que para comer...mas será igualmente monstruoso e dentro do Sistema Humano Global todo este processo de assassínio em massa de animais, com o propósito de os comermos, mas este é dos maiores dramas do ser humano além de nos matarmos uns aos outros e violar mulheres e crianças...de repente pensamos mas  ...QUE HUANIDADE É ESTA?
 
 
 
 
 

DIVISÃO DAS MULHERES....

 
 
 
Percebo que tanto homens como mulheres se sintam incomodados por vezes por eu “defender” as mulheres e por isso me acusam de radicalismo. Tanto os homens como as mulheres reagem às minhas tomadas de posição e me acham exacerbada ou tendenciosa.
 
O que eu queria porém esclarecer é que de facto eu não pretendo criar antagonismo nem divisão entre o homem e a mulher. Não é aí que está o cerne da questão. O meu trabalho nada tem a ver com oposição ou antagonismo em relação ao ser homem. Apenas trabalho com a consciência do ser mulher em si dado o afastamento da mulher comum dos nossos dias da Mulher original, coisa que os próprios homens não podem entender à partida e naturalmente julgam-se injustiçados por eu defender as mulheres sem evocar os homens bons ou justos…os homens femininos… (curiosamente acho que a virilidade de um homem está mesmo no seu feminino integrado, o contrário disso são os machos que hoje em dia preferem machos a fêmeas).

Eu sou uma Mulher, e é como mulher que reflicto e expresso o que sinto. Falo da natureza do ser Mulher. Não entendo como há mulheres a falar sobre a natureza dos homens nem como há homens a falar sobre a natureza das mulheres, porque obviamente são naturezas distintas e reflectem aspectos de um olhar a vida quase que opostos, ainda que complementares (no caso de ambos os seres estarem ao mesmo nível de evolução e consciência interior, digamos assim), o que não acontece em geral e na vida real em que há esse desfasamento tremendo entre a condição da mulher e Homem.
O que acontece com a mulher, do meu ponto de vista (e não com o homem) é que ela está dividida basicamente em dois aspectos de si – de um lado o maternal e do outro o erótico – e isso causou uma cisão na própria mulher que a divide em dois tipos distintos de mulher e que se opõem.
Pretende-se que hoje essas diferenças não existam, mas é pura ficção. Será assim tão difícil de ver o que é tão óbvio na nossa sociedade, a existência das duas mulheres? Não é assim que olhamos, de um lado a pobre prostituta e a desgraçada, ou ainda a mulher fatal/sensual e do outro lado a mulher honesta, casta, séria e recatada, ainda hoje?
…De onde vem essa divisão das mulheres, onde é que ela começa senão na cabeça dos homens que a projectaram nas mulheres considerando uma mulher boa - a casada e fiel - e na outra má  - a solteira divorciada ou a pecadora...-  de acordo com os interesses das instituições (o casamento)  e os conceitos religiosos de quase todas as tradições patriarcais que olham a sujidade da mulher associada ao sangue da vida, à menstruação e toda essa inacreditável pregação milenar religiosa que sempre perseguiu as mulheres como culpadas da queda e do desejo do homem?
É mentira que a Inquisição existiu? Que perseguiram e mataram milhares de mulheres em fogueiras os cristãos? Que a percentagem de mulheres e homens queimados faz a diferença abismal dos 90 por cento ou mais?
E podemos ignorar que nos dias de hoje milhares de mulheres no mundo inteiro além de violadas, são exploradas sexualmente e vendidas por Mafias incluindo esta "civilizada" e estúpida Europa?
Isto é só para repensar um pouco as coisas...

rlp
 
(republicando)

AS ABERRAÇÕES DA SOCIEDADE PATRIARCAL...

 
 
"EU QUERIA SER MULHER..."*

 
Ainda ontem vi uma desgraçada criatura, que estava a ser entrevistada num programa deprimente, cómico e obsceno, para a "juventude" em que se expunha falando com um ar totalmente alienado das suas múltiplas intervenções cirúrgicas e plásticas várias para se "tornar" mulher...
Dessa imagem burlesca e constrangedora, com um rosto ciclópico, uma espécie de boneca insuflada totalmente de plástico e de uns grandes lábios "cilicónicos", ela depois cantava e fazia gestos grotescos...como que articulada por cordéis invisíveis desta nova  Caixa de Pandora...que os homens foram desenterrar...aliás eles querem-se converter naquilo que inventaram para a mulher...não na Mulher Real ou autêntica.
Por isso não me venham com histórias de problemas de género por aí, porque as diferenças de género resolvem-se na vivência humana alargada, na consciência da diferença em si, na psique e não no corpo...e menos ainda em operações plásticas e brutais de castração!
Os homens querem ser "mulheres", mas eles não querem ser a mulher comum, a mulher normal...a mulher sem maquilhagem...eles querem ser a "puta", a pop-star,  a diva do cinema, eles querem ser um qualquer simulacro da mulher, todos esses seres que são mulheres à partida mas não passam de estereótipos, "mulheres" deformados por plásticas e silicone que deambulam nos cenários de alienação e ficção global Hollywoodesca desta  humanidade decadente.


 
rlp 
 
E como canta o poeta...
 

Eu queria ser mulher pra me poder estender
Ao lado dos meus amigos, nas banquetes dos cafés.
Eu queria ser mulher para poder estender

Pó de arroz pelo meu rosto, diante de todos, nos cafés.

Eu queria ser mulher pra não ter que pensar na vida
E conhecer muitos velhos a quem pedisse dinheiro -
Eu queria ser mulher para passar o dia inteiro
A falar de modas e a fazer 'potins' - muito entretida.

Eu queria ser mulher para mexer nos meus seios
E aguçá-los ao espelho, antes de me deitar -
Eu queria ser mulher pra que me fossem bem estes enleios,
Que num homem, francamente, não se podem desculpar.

Eu queria ser mulher para ter muitos amantes
E enganá-los a todos - mesmo ao predilecto -
Como eu gostava de enganar o meu amante loiro, o mais
[esbelto,
Como um rapaz gordo e feio, de modos extravagantes...

Eu queria ser mulher para excitar quem me olhasse,
Eu queria ser mulher pra me poder recusar...

* Poema de Mário Sá Carneiro

quarta-feira, outubro 16, 2013

AS NOSSAS PRIORIDADES



A nossa prioridade como Mulheres é sermos mulheres!

A nossa prioridade como seres humanos é sem dúvida a de uma consciência individual e de individuação e completude porém essa ConSciência não é incompatível com uma consciência social e política...é só a prioridade, mas nós ao vivermos entre a Terra e o Céu, nascemos com um propósito de realização individual e colectiva, porque é aqui na terra a nossa missão enquanto seres encarnados...

 rlp

OUVIR O CORAÇÃO...

 
 
"Você já tentou ouvir seu coração? Ele bate ritmado com o Coração Pérfeito que abraça todos vocês?
Assim, terminarei com palavras sobre o coração. Que a mulher se afine neste grande símbolo de transformação de toda a vida. Que ela aspire ...
à transformação da vida espiritual da humanidade.
A mãe, a que dá a vida, a protetora da vida - que ela se torne também a Mãe, a Condutora, A que tudo dá e A que tudo recebe."


Helene Roerich
CARTAS
 

segunda-feira, outubro 14, 2013

A SABEDORIA FEMININA

 
 
MAGNA MATER

“A estrada da mulher, ao contrário da do homem é circular. Em essência, ela é um ser do Outro Mundo, devendo lá voltar de vez em quando para se rejuvenescer e obter sabedoria feminina”

E mais do que uma memória é essa sabedoria feminina que acorda e é o nosso presente e a certeza de que o futuro pertence a essa Voz do Útero. A essa voz que era o Oráculo e que vaticinava sobre a vida e a morte e para lá dos conflitos de guerra, porque a mulher era e é a mediadora entre o terra e o céu e quem concebe e acolhe as almas neste Planeta abençoado. Ela quer viver de novo em paz. Porque as mulheres querem viver num mundo onde as armas deixem de ser fabricadas e onde o ódio não impere…mas sim o amor verdadeiro, o que cuida e distribui os frutos da terra mãe a todos os que têm fome.
E como a autora nos diz na sua Epifania:

“Olho para mim e vejo apenas amor.
Não imagino para habitação do corpo
Outra consciência
Senão a das coisas que são fontes”…

RLP
Texto de apresentação do Livro MAGNA MATER de rosa maria oliveira
 em 2007

NOS BASTIDORES...

 
 
O SILÊNCIO DA MULHER

"Às vezes penso que a mulher tem muito mais poder através do silêncio. Não digo do silêncio da vítima, do silêncio por não ter capacidade de expressão ou outra que a impossibilita. Menciono um outro tipo de silêncio que trabalha activamente nos bastidores e direcciona as situações ou os acontecimentos. Isto parece-me paradoxo, no entanto quase que às vezes tenho essa leve percepção que a mulher detêm muito mais poder através desse silêncio que ainda não foi consciencializado. A mulher inspira medo devido ao seu poder de olhar qual lente macro para determinada coisa, contrário, o homem inspira medo devido ao seu carácter, o de posse sobre as coisas. Mulher que se dá e entrega, o homem terá que a aceitar porque lhe vampirizará a força interna em beneficio de si mesmo. Vejamos as situações em que mulheres com carisma, quando casaram viraram sombra de si mesmas, enquanto eles se tornaram homens de força e cujo charme pessoal aumentou..."

(leitora anónima de Mulheres & Deusas)
nsseeao
 

ÁS MINHAS AMIGAS LEITORAS


VERDADEIRAMENTE...


É com muita gratidão que publico um email enviado por uma leitora ao meu pedido de há dias solicitando que as minhas leitoras se pronunciassem ou dessem um alô...
Assim, a sua resposta e a minha é válida para todas as amigas que não obtiveram respostas minhas por uma razão ou por outra.


- Olá Rosa, não sei se sou bem-vinda na ultima vez que enviei um e-mail não obtive resposta, talvez as minhas palavras não fossem ao seu encontro, peço perdão se fui intrusa. Deixei de lhe enviar msg com todo respeito, de quem não gostou, pelo menos eu entendi assim, mas não fiquei zangada, eu sou assim sincera e também intrusa.  Quando gosto de alguém.
Quero responder ao comentário no blog  " às minhas amigas leitoras", eu não sou tão antiga assim,a minha consulta ao blog deve ter um ano ou mais. Mas  continuo e continuarei a a consultar este blog porque para mim o que a Rosa faz é serviço publico;é politica . A  Rosa é voz da sabedoria que ficou  perdida, desligada da sociedade plástica, consciente ou inconsciente, nós a criamos ou deixamos que instala-se.
Continue Rosa, porque eu todos os dias ou quase todos ligo-me ao seu blog. E não me aborrece pelo contrario faz-me acordar, reflectir nas minhas acções e palavras. O seu discurso é incomodativo para muitas pessoas mas necessário para o futuro para o nosso futuro, tem que existir a voz ou as vozes que acordem as mulheres desta abstinência. 
O meu coração está apertado em  ver mulheres não  honrarem o seu género! Perdidas! Iludidas! Confiantes na estupidez que as rodeiam, espero que os meus olhos estejam embaciados para que a realidade não seja esta.
Obrigada Rosa pelo seu trabalho.
Bj
V. Santa-Rita
 
V.
 
De maneira nenhuma nunca foi uma  intrusa...bem pelo contrário, e deu-me e dá-me imenso feedback que bem preciso...Peço imensa desculpa. Mas perdi o seu contacto...Mudei de PC nessa altura e fiquei sem os endereços, alias já não uso  o mesmo forncedor...e assim também perdi as mensagens guardadas. Creio que posso falhar um pouco nas respostas a algumas leitoras, mas não pense de maneira nenhuma que não tenho o maior apreço pelas suas palavras, nem pense que estou a exagerar para atenuar a minha falta...é sincero o que digo e estou-lhe muito grata por não se susceptibilizar e escrever-me na mesma. Garanto-lhe que gostaria de manter e preservar todos os contactos mas de todos os que prefiro são os mais próximos de uma consciência que eu tanto queria ver disseminada  e você manifesta. Pena não estar por perto senão íamos beber um cafezinho...
E olhe estamos em perfeita sintonia...porque o que você diz é o que eu sinto profundamente:
 
“O meu coração está apertado em  ver mulheres não  honrarem o seu género! Perdidas! Iludidas! Confiantes na estupidez que as rodeiam, espero que os meus olhos estejam embaciados para que a realidade não seja esta.”
 
Então hoje ele sangra mesmo...
Um abraço grande e não deixe de  me escrever sempre que sentir!
rleonor
 
PS.
Importa-se que eu publique parte ou se deixar a totalidade do seu email?

sábado, outubro 12, 2013

SER EM VEZ DE TER...

Apresentação feita por mim Rosa Leonor Pedro no lançamento de SER em vez de ter,
de Isabel Magalhães,  à esquerda eu ao meio e a Marita ferreira, editora Rumores de Nuvens à direita:

"É com a gratidão que a espiritualidade começa, com um senso de gratidão por estar vivo, gratidão pela dádiva deste universo ao qual pertencemos. No dar e no receber da vida de todos os dias, e em que cada acção se pode tornar uma grata celebração desse pertencer.” (K.C.)

… hoje acordei assim… e acordei assim em ressonância com o que foi citado e depois lembrei-me de como este livro da Isabel Magalhães pode ser lido nesse sentido mais lato de pertença, como uma abertura para a vida, e que pode ser igualmente o de um certo despertar para muitas pessoas, que a conhecem ligada apenas à política, e não lhe conhecem esta dimensão do Ser…
Porque “Ser em vez de Ter” é o início, certamente para muitos, da consciência de uma nova forma de estar na vida e quando digo “na vida”, digo também na política porque são uma e a mesma coisa, pois a intervenção política devia ser uma acção de interesse humano e colectivo, tendo perdido completamente essa dignidade. E é por isso que o mundo precisa - mais do que nunca - de “Uma nova sociedade baseada no Princípio feminino, na ecologia, de empatia e cooperação", e não de poder pelo poder, corrupção, violência e guerra…
Penso que nenhum Ser humano de verdade pode negar a sua intervenção social e fraterna, seja num simples gesto ou num sorriso, numa lágrima, um abraço, porque ser político é estar do lado da nossa Humanidade, dos que mais sofrem, do todo, dos outros, dos que precisam.
E esta será uma nova forma ou a verdadeira forma de estar na política e na Vida, centrados nesse núcleo interno que a Isabel descreve como sendo o “nosso centro físico: o coração, (…) e também à força anímica que nos dá a existência”, diz ela, e que é apresentada aqui como uma espiral em 7 círculos…
E isto foi precisamente o que eu senti ao ler este pequeno grande livro… e estou aqui porque sei também que:

“O CAMINHO NÃO ESTÁ NO CÉU. ESTÁ NO CORAÇÃO” (disse Buda)


Mas, no entanto, confesso, e tenho de o dizer, que antes de começar a ler o livro, duvidei se devia vir aqui, porque não conhecia a Isabel o suficiente para poder deixar fluir o coração. Mas também ela não me conhecia o suficiente e no entanto deu-me um “voto de confiança” e isso diz-me muito dela, porque ela confiou na sua intuição, confiou nela própria e não viu o meu curriculum ou leu os meus livros…


Por isso estou aqui a falar-vos de um livro que senti ser uma promessa simples de como é possível Ser-se Humano antes de tudo o mais, e isto sem nenhuma pretensão literária, mas com a maior pretensão que se pode ter, que é Ser e dizer o que se sente e deixar de ter medo do que os outros pensam ou julgam, a priori, o que implica ter uma enorme coragem e uma grande humildade.
O que a Isabel Magalhães escreveu neste livro não é uma mera fórmula de como saber viver, nem um manual de comportamento ético ou “espiritual”. E embora para alguns possa parecer isso, digo-lhes que não é… porque ele é quase espontâneo e contudo, tem nele a inscrição de uma mulher que se assume inteira e luta pela vida como um bem mais valioso e mostra nele, ainda, que já conhece o valor da sua própria vida e a coloca ao dispor de outros, sem se trair a si mesma, pelo que acredita, e porque acredita mais no que nos une, do que naquilo que nos separa.
E, tal como o título do livro já o anuncia, ela defende o Ser em vez do Ter, ao contrário de quase toda a gente neste mundo, que vive para o consumo e alienada dos verdadeiros valores enquanto Ser humano, que é o que todos somos à partida.
Uma voz assim é uma mais-valia para todos nós…
Por isso, para mim, “Ser Em vez de Ter”… dá para pensar e dá para sentir… e se não desse para me sentir, eu não estaria aqui convosco, e sei que foi essa a aposta da Isabel, ao escolher-me, e será esta também a aposta do SER da Isabel para a vida toda. O que ela fez, foi escolher a pessoa e não o TER ou não ter… curriculum…
E porque ela me mostrou que aposta no que sente… em quem confia, e em quem ama, mostrou-me que confia acima de tudo no ser HUMANO e esta é, tem de ser imperiosamente, uma nova maneira de se estar vivo… para sobreviver ao caos, para sobreviver à mentira em que todos dizem o mesmo e já não se sabe qual é a verdade, a não ser pelo sentir…
E a Isabel diz o que sente, não apenas através de palavras e pelo discurso, mas pela energia das palavras que vibram por si e dizem mais do que o conceito ou o preconceito… mais do que o ideal, a ideologia ou a filosofia… e cujo saber reside no escutar esse centro, que é o nosso coração.
Sim, Ser, em vez de pensarmos sempre em ter, para Sentir esse coração pulsante e inteligente e fazer dele o nosso centro, a nossa visão interna, a nossa bússola, essa é a nova emergência dos tempos que decorrem.
É preciso aprendermos todos a sentir os outros, empaticamente, mas antes é preciso que nos sintamos a nós primeiro e para isso, creio, este livro vai-nos lembrar, todos os dias, se o quisermos ler assim, e se o abrirem ao acaso, estilo oráculo… vamos-nos deparar com uma qualquer verdade, um incentivo à vida… um apelo a recomeçar.
Não sei se digo isto a brincar - pois nessa altura, teríamos uma Isabel Maga em vez de uma Isabel Magalhães, ou ainda, em vez de Maga, eu podia dizer Meiga…porque meiga, de doce, era a palavra inicial para as mulheres que enfeitiçavam as pessoas e que, com o tempo se transformou em Maga…– mas a brincar ou não, é o que me surge do seu discorrer, do qual emana essa mesma força e coragem, próprio das mulheres fortes, que ela imprime em caracteres, e os torna vivos, e portanto mágicos, através de um permanente incentivo à nossa verdade interior e a lembrar que sem essa verdade não vamos a nenhum lado.
E pode-nos parecer tudo isto ser só sonhos… mas não, pois há essa Magia de crer na nossa força interior quando ela é sentida uma oitava acima… quando, e desculpem insistir tanto nesta tónica, nos focarmos no nosso coração radiante…
E isso é mais do que sair da nossa zona de confronto ou conforto, egoísta… da nossa mente racional e lógica, para voltar a acreditar, não no sonho, mas nesta mesma realidade que também tem o outro lado…porque como diz a autora: (passo a citar)

“Os nossos tempos relegaram a Magia para os recantos das fantasias. Mas as fantasias do medo, que se alimentam de factos que ainda não aconteceram e, portanto, nem sequer existem, são validadas como mais prováveis.” I. M.

Como não acreditar então, que todo este universo é mágico, e apostarmos nele e na vida?
Isso é possível, sim, com esta maneira de ser e sentir.
E com esta magia de ser, eu sei que ela poderá chegar longe e fazer a diferença como ser humano e mulher, e a minha esperança é de que a Isabel e muitas pessoas como ela e aqui presentes, possam um dia fazer essa diferença e construir um mundo mais justo, digno e humano.
Dores, sofrimentos e doenças, tristezas e desilusões, sejam eles quais forem, esses sofrimentos são como provas que temos de ultrapassar, assim como os obstáculos, que afinal, vencida a prova, só nos tornam mais fortes e determinados, como é o seu caso, e para que juntos possamos, cada um e cada uma de nós, criar uma sociedade mais fraterna e mais justa.
E para finalizar, sinto que o que nós todos tanto precisamos, agora e mais do que nunca, é que pessoas como a Isabel voltem a subir ao pódio da vida social e política pelas melhores razões e digam ou gritem, se for preciso:
A nossa vida, a vida de todos os seres humanos é o bem mais precioso ao cimo da Terra; ter esta vida é um privilégio, e todos temos o direito de desfrutar dela de maneira digna.
Eu acredito sinceramente que este pequeno livro seja uma grande ajuda nesta caminhada que é a nossa vida de todos os dias. E tê-lo à mão será sempre positivo… não porque é positivo como está tanto na moda ser, mas porque é sincero e nele está impresso, em palavras, o cunho muito próprio de uma mulher corajosa, uma lutadora pela Verdade e pela justiça, que só é possível pela consciência do que é esse Ser em nós.
E não se chega a esta escolha essencial do “ser em vez do ter”, sem ter passado por uma alquimia da alma, onde o nosso desejo mais íntimo corresponde à nossa maior sede e só quando esse desejo, o mais profundo, faz brotar da fonte a água mais pura é que nos sacia a alma...
E é nessa altura que também sabemos que a Fonte desse Amor está dentro de cada um de nós… e só ela, definitivamente, nos mata a sede de vida/vivida…

A escolha é sempre nossa…
Leiam o livro!

sexta-feira, outubro 11, 2013

MAIS UMA MULHER QUE GANHOU O NOBEL DA LITERATURA

A escritora canadense Alice Munro é a vencedora do prêmio Nobel de Literatura de 2013. O anúncio foi feito nesta quinta-feira pela Academia Sueca, que distribui os prêmios.

A autora de 82 anos escreveu livros como O Amor de uma Boa Mulher, Felicidade Demais e Fugitiva.


"Alice Munro ganha Nobel da Literatura"

 Contista canadiana, a quem chamam o Tchekov dos nossos dias, venceu o Nobel da Literatura. Japonês Haruki Murakami e bielorrussa Svetlana Alexievich terão de aguardar pela próxima oportunidade."
 

A IMPORTÂNCIA DAS TRADIÇÕES


O LADO FEMININO DO SER...
 
 
A CIÊNCIA E O SABER...

"A ciência hipertrofia o intelecto árido e frio, solar e masculino, em detrimento da intuição e da emoção, valores luares do feminino. O cientista tudo submete ao critério da consciência de vigília e quer dominar som...ente pelo racional. Por isso, ele ignora, as vezes abafa, as dimensões profundas do ser, ou seja espirituais.
A ciência ameaça a Vida, porque se separou da Tradição ou das Tradições, se preferirem. Enquanto "a" civilização moderna dissocia, fraciona, a Tradição, pelo contrário, associa, unifica e sintetiza. Em nossos dias a religião, a ciência, a arte, se tornaram entidades autónomas, distintas, sem vínculos entre si, cada uma das quais se desmembra em sub-entidades: a ciência se ramifica em diversas disciplinas, especialidades; a arte virou belas-artes etc.
O mais insidioso, o mais perigoso é que, sem piscar os olhos, concedemos a todos, indiscriminadamente, o direito de saber, sem levar em conta o seu nível moral.
Nas grandes tradições, o saber tinha de ser merecido, não em função do quociente intelectual ou da fortuna dos pais, mas conforme o nível espiritual do iniciado: o grau de Saber deve corresponder a um grau de Sabedoria, pois todo o saber mal utilizado é perigoso."
 
(Para quem duvida do uso da ciência por ignorantes do espírito...pense em Hiroshima e Nagasaki)
 
in Tantra o culto da femininlidade de André Van LysebethVer mais

AS TRADIÇÕES ANTIGAS

 
 
"Por que é fundamental que a mulher seja independente ou potencialmente independente para seguir o Srimad-Bhagavatam?

O Srimad-Bhagavatam (7.11.28) diz que uma mulher pode deixar o marido se ele for um patita, palavra que se traduz literalmente por "caído". É importante, portanto, que uma mulher tenha o potencial para viver sem a ajuda do homem, pois, se for dependente dele financeiramente ou de outra forma, poderá encontrar-se numa situação em que estará obrigada a estar com o marido mesmo quando é lícito ou importante deixá-lo. Sri Nandanandana diz: "O Senhor Krishna disse [a Rukmini] que mulheres frequentemente se fadam ao sofrimento quando permanecem com homens cujo comportamento é incerto e que adoptam actividades que não são aprovadas pela sociedade... Se a mulher tem um homem que cai do padrão espiritual apropriado, não se conduz com responsabilidade ou é violento contra ela, a mulher muito provavelmente sentir-se-à forçada a deixá-lo. Nesse caso, ela terá que cuidar de si, por isso é importante ela ter a habilidade para o fazer".

cortesia de BPd
 
(Via Ananada K.L.)

RicardoN deixou um novo comentário na sua mensagem "Holisticocromocaio: DESPERTANDO A CONSCIÊNCIA - GA...":

Oi amigo (a) seu blog está nesta lista por ser um dos mais antigos em actividade: http://golfinhoalegre.blogspot.pt/2013/10/os-blogs-portugueses-mais-antigos-lista.html.
Continuação de um bom trabalho.
Muito sucesso!

Melhores cumprimentos

- Agradeço e retribuo os cumprimentos!
»»»

Há dias recebi esta mensagem e fiquei muito contente por verificar que Mulheres & Deusas é um dos Blogs mais velhos e resistentes em Portugal...Por mim fico muito satisfeita não só por o manter actualizado como também fiel ao seu tema desde o início...
A Única coisa que tenho pena de facto é que o Blog, em relação ao Facebook, tende a ter alguma desvantagens e a principal é perder-se os comentários...porque não há inter-acção imediata... mas sempre  tentei responder a todas/os, salvo quando os comentários são de textos mais antigos e por qualquer motivo não lhes posso aceder...

Grata a todas amigas e amigos que nestes anos todos aqui passaram ou vem ainda espreitar...
rlp

 

quinta-feira, outubro 10, 2013

A ALIENAÇÃO MORAL E GLOBAL DO CORPO...


"Além da compra do equipamento, o grupo quer enviar a outras mulheres a mensagem de que devem se aceitar como são, sem plásticas ou “marcadas pela vida”.

"Sessenta mulheres na Argentina decidiram posar nuas para financiar a compra de um mamógrafo para um hospital público da região da Patagônia.
Além da compra do equipamento, o grupo, composto por donas de casa, comerciantes, arquitetas, professoras, publicitárias e funcionárias públicas da cidade de Villa la Angostura, na Patagônia, quer enviar a outras mulheres comuns a mensagem de que devem se aceitar como são, sem plásticas ou “marcadas pela vida”."
 
A ALIENAÇÃO MORAL GLOBAL

... Meu Deus...as mulheres mesmo depois de lhes cortarem os seios...não tem outra alternativa que não pousar nuas como as pinups e os modelos ou striptease do sistema para angariar fundos nacionais para terem um aparelho qualquer médico? 

- São sempre as mulheres a exporem-se para salvar a pele e neste caso e o que ESTÁ AQUI EM CAUSA, não é o motivo ou a razão pela qual as mulheres de boa intenção fizeram isso, mas como é que nós aceitamos com bonomia e animo leve...a exposição do corpo mutilado da mulher ferida de morte...para angaria fundos para a sua causa - como uma coisa corajosa ou digna? Não será o sistema que já banalizou de tal modo a nossa maneira de pensar que achamos "normal" mulheres doentes e a sofrer expor o corpo nu ao publico de forma artística...?
Claro que não interessa ao mercado que se pense e nós caímos nesses lugares comuns em que a dor humana é banalizada para ficar em nada. Eu não posso acreditar que essas mulheres mutiladas se sintam felizes porque pousaram nuas para a revista com os corpos feridos...quem conhece essa dor sabe que não é assim que se passa, mas o que eu mais me dói é esta banalização da dor...e como que um incentivo a amputação da mulher, como se ela não perdesse nada...tudo está invertido neste maldito sistema patriarcal!
 
Por outro lado a apologia ao mérito destas imagens soa-me a total insanidade mental e mostra-me a falta de consciência que o nosso mundo tem na percepção da verdade das coisas ...uma plena inversão dos valores...mais elementares e a transformação do drama humano em banalidade!
Para mim este é um dos maiores horrores do nosso tempo, pois começam na banalização de pequenos horrores aceites como "normais" os grandes crimes...
Talvez eu tenha uma visão drástica das coisas ou vá muito mais além do que era suposto, mas não posso deixar de ver o que vejo...
E o que eu vejo é como no ocidente se exacerbou de tal maneira o corpo e o sexo, através de pornografia e filmes de crime e abuso sexual, que a paranoia é global e chegou ao consumo extremo de tudo o que é artefacto ou remédio e portanto com o comércio sexual e as grandes industrias farmacêuticas a vender e a promover químicos, vende-se sexo para todas as necessidades nesta sociedade impotente e hipócrita e até as pessoas de idade são compelidas e quase obrigadas a consumir a sexualidade como se fosse a única via de prazer...e de vida que lhes resta...
O Ocidente, que de católico passou a demoníaco, muito naturalmente seu filho directo e dilecto, é insano e promiscuo e da mesma maneira que tornou o corpo da mulher um mero objecto de uso faz agora o mesmo com toda a gente, homens, mulheres, velhos e crianças, porque separou o sexo totalmente da espiritualidade e da alma, destituindo-o de toda a essência humana...e divina.

 

RLP 

PENSO EM VOCÊS...



ÀS MINHAS AMIGAS E LEITORAS...

Eu hoje pensei e lembrei-me de algumas amigas e leitoras que não aparecem nos seus comentários e de quem sinto a falta...e gostaria de saber como estão...Gostaria de saber e não perder o contacto com as pessoas que me escrevem e acompanham o meu Blog algumas há muitos anos...
Por favor, se alguma de vocês me ler hoje, não deixe de dar um sinal da sua presença que eu agradeço de coração...
rlp

quarta-feira, outubro 09, 2013

A CRIATIVIDADE FEMININA




* in “CAMINHO PARA A INICIAÇÃO FEMININA”

....“a vida da mulher tem sido uma realidade de partos repetidos e verdadeiramente presenciados pela morte, um ciclo natural que manteve a maior parte de sua vida centrada na áspera malignidade da realidade, na sensação de estar vivendo à beira de um abismo.

Assim a criatividade feminina se consumiu nos partos, nas artes e manutenções domésticas - coisas sujeitas ao desgaste e à destruição, coisas a ser devoradas - além de não ter muito valor num contexto cultural mais amplo, embora constituam a força civilizacional básica de qualquer cultura, imediata e pessoal, construída nos pequenos interstícios do processo de manter a sobrevivência da família. Num contexto destes não é de espantar que o homem judeu agradeça a deus por não ter nascido mulher.(...)”*


De Sylvia B. Perera

ENCONTRAR UM CAMINHO SEU...

“AS MULHERES ESTÃO NO EXÍLIO HÁ MAIS DE 5.000 ANOS...”
 

 



A ESPIRITUALIDADE FEMININA É DIFERENTE DA MASCULINA
 
 
"Toda a área da espiritualidade feminina se encontra em branco. Muitos dos escritos de freiras foram perdidos. De qualquer forma, as mulheres não escreveram muito sobre a busca espiritual.... As mulheres tem sido afastadas de posições importantes na maioria das religiões instituídas.
A espiritualidade feminina parece diferente da masculina. Menos orientada para objectivos. Pode alterar a noção do que é iluminação. Mais vasta e abrangente; mais uma vez amorfa.
(…)
A espiritualidade feminina é difícil de ver, difícil de definir. Quais são os estádios, os passos, o treino? Será que fazer croché ou malha é tão bom como a meditação para treinar a atenção e serenar a mente?
Um contínuo, com o desenvolvimento espiritual masculino num dos extremos o feminino. O masculino já foi definido, o feminino não. Montes de variações entre os extremos. Será que existem caminhos paralelos mas diferentes/separados (…)?”*


* Treya in FORÇA E CORAGEM DE KEN WILLBER
 
 
 
Estas são respostas que as mulheres devem encontrar em si...mas antes das respostas eu acho que nem sequer chegaram ainda às perguntas.
Estas questões são colocadas por uma mulher inteligente, acabada de casar com um escritor extraordinário, apaixonada, que logo após o casamento descobre-se  ameaçada de cancro e que fazendo tudo o que podia e de alternativo morreu na mesma, mas não sem antes chegar a esta brilhante conclusão: que a sua doença teria a ver com a forma como viveu imitando o Pai e negando a Mãe e o feminino profundo...
Muitas das mulheres que morreram ou se debatem com cancros têm na origem da sua doença essa mesma negação de si e vivem em conflito permanente entre o que sentem e  são no fundo e pressentem que são ou gostariam de ser e a razão que lhes é imposta pela sociedade que exige das mulheres  uma atitude masculina e agressiva, para além de toda a violência, que sofre directa ou indirectamente, pelo meio ambiente, seja pelos meios de comunicação, impressa, publicidade, arte etc. atingindo o seu extremo na violência doméstica seja ela física ou sexual e psicológica. 
 
AS mulheres precisam de repensar a sua existência e a forma como são tratadas e olhadas...e a falta de respeito com que são tratadas em todo o lado...regra geral e que elas aceitam a priori como natural. Não são só os "piropos", os assédios sexuais no trabalho, o olhar  ofensivo do homem da rua, não, porque a televisão e o cinema se encarregou de tornar tudo isso normal e ainda por cima culpabilizar a mulher, mas mais do que tudo a negação de si mesma, da sua identidade e não ter direito a sua dignidade...isso é o que mais fere a mulher mesmo que ela não saiba as razões...
Para além de tudo isto, que é uma consequência directa da divisão da mulher em duas - a santa e a puta - pelas religiões, o facto é que mesmo as mulheres que buscam alívio na fé ou na religião...não ENCONTRAM UM CAMINHO SEU, feminino, uma linguagem que a não denigra ou anule...tal como dizia Treya no seu diário... "Toda a área da espiritualidade feminina se encontra em branco" é um universo em branco...
 
rlp