SE EM FRANÇA 80% dos franceses dizem que nada mudou em matéria de igualdade entre homem e mulher, porque se rebelam as feministas quando se diz que de algum modo elas falharam? Elas não quiseram ver que os homens não mudariam nem estavam interessados nessa igualdade-paridade...e ainda bem PORQUE É NA DIFERENÇA que a mulher pode SER ELA MESMA. É no SER MULHER em si que está a sua libertação e não na igualdade com o homem. A igualdade deve ser social e económica, mas não é intrínseca. Ser Mulher em si não significa ser bela e do lar ou calar-se e servir o deus o homem e o filho, como algumas coitadas (a direita) querem ainda continuar a fazer. NÂO! Quando digo que as feministas se enganaram eu refiro-me ao facto de TUDO ESTAR PRATICAMENTE NA MESMA depois de quase um século a nível do respeito e da dignidade da mulher dentro do Sistema e portanto na forma como ela é tratada seja em casa e no emprego. O erro delas foi acreditar que o Sistema patriarcal as pode proteger e ser justo com as mulheres e que podia equilibrar as desigualdades sociais e agora vemos que a Mulher como vitima da violência doméstica e feminicídio é ignorada. PORQUÊ? Ela não vê o seu erro que foi acreditar na igualdade como arma e assim entrou no Sistema pelo modo operandus do homem...e ficou tudo na mesma a nível da sua esência. Ela não fez a DIFERENÇA que a caracteriza como Mulher de poder mas de poder interior. Tudo isto se confunde e sei que também me confundem a mim quando digo que" não sou feminista mas antropologicamente lucida (A.H.)" - eu fui feminista! Eu fiz no meu tempo tudo o que era possível e a risco de vida! Mas percebi que não era apenas ser económica e socialmente liberta que ia ser RESPEITADA. Há uma Mulher essência a resgatar que não é da fábrica nem do lar nem da rua nem do bordel…
rlp
A UTOPIA FEMINISTA - apesar da razão e apesar da verdade de tudo que aqui está dito neste excelente artigo, o que sabemos é que o Sistema nunca esteve do lado das mulheres e diante deste ataque cerrado as mulheres em todo o mundo se as feminista não virem o problema ESSENCIAL e se não perceberem QUEM É A MULHER ESSÊNCIA, tudo vai continuar na mesma e a digladiar-se num campo de batalha seja ele qual for…
Enxovalhadas estamos nós!
Não precisamos de Netos Moura e outros/as mais que estão de acordo com as decisões
Guida Vieira /
05 Mar 2019 / 02:00 H.
Veio o Juiz Neto Moura dizer que vai processar todas as pessoas que o enxovalharam, a propósito das suas decisões sobre casos de violência doméstica. É preciso ter muita lata e pensar que, a maioria das pessoas deste País que o contestam, são burras ou estúpidas. Ou então, se calhar, o senhor Juiz ainda pensa que está na época medieval e que pode castigar quem de si discorda, esquecendo-se que vivemos em pleno século XXI, num País que soube fazer uma revolução e correr do poder os “senhores” que pensavam de igual forma e censuravam o direito de opinião.
Quem se sente enxovalhada com as suas decisões somos nós. Nós é que o devíamos processar e exigir o seu afastamento imediato de qualquer processo relacionado com violência doméstica ou sexual. Nós não confiamos em si. Nas suas mãos não está a justiça que procuramos. Na sua cabeça existe um ódio absurdo e insultuoso contra as mulheres. Quando retira a pulseira eletrónica a um agressor, que tinha maltratado e agredido de forma bárbara uma mulher, o que é que pretende? Que sejamos generosas consigo? Compreensivas com a leitura abusiva que faz das leis, que lhe permite decidir tal coisa?
Quando estamos a viver um ano negro de violência contra as mulheres, onde em dois meses 11 foram assassinadas, pelas mãos de alguém que um dia lhes jurou amor, o que pedimos à justiça, no seu todo, é que funcione de forma rápida e eficaz e penalize duramente estes crimes. Não com toda a demora de um processo comum, mas com toda a urgência que estas situações merecem. Quando as vítimas fazem queixa, queremos que a sua proteção se faça de forma imediata. Que os órgãos de justiça não fiquem em “lume brando” com papéis para a frente e para trás, e entretanto, quem agride, continue a fazê-lo com cada vez mais violência, por vezes culminando em assassinato.
Queremos que, quem comprovadamente agride, seja afastado da vítima de forma imediata. Não queremos que sejam as vítimas a terem que sair de casa, como se fossem elas as culpadas por aquilo que lhes está acontecer, muitas vezes com os filhos menores a terem que mudar todos os seus hábitos de vida. Queremos que as casas de abrigo sejam apenas centros de emergência SOS, que continuam a cumprir um papel extraordinário em situações de risco de vida, mas que tem que ser, por natureza, pontual e não duradouro.
Queremos profissionais de justiça, a todos os níveis, devidamente formados para lidarem com estas situações complexas, onde estão em risco muitas vidas. Queremos juízes e juízas preocupados/as com as vítimas e que não brinquem às maquilhagens no dia dedicado à Mulher. Já basta quando muitas mulheres para disfarçarem as nódoas negras das agressões recorrem a esse meio, enganando a si próprias e a todas as pessoas que as rodeiam.
Queremos ter orgulho e respeito pelo poder policial e judicial, pilar fundamental para defender os nossos direitos e as nossas vidas. Não precisamos de Netos Moura e outros/as mais que estão de acordo com as decisões. Não queremos nos sentir enxovalhadas com a justiça do nosso País. É por tudo isto, e mais o que ficou para dizer, que no dia 8 de Março vamos gritar, bem alto que estamos vivas e dizemos BASTA DE VIOLÊNCIA, QUEREMOS SER TRATADAS COM DIGNIDADE!
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DEVEMOS LEMBRAR QUE O SISTEMA REPETE UM PADRÃO:
"Este padrão da honra fálica escapa ao individualismo metodológico. O assassino obedece a um padrão que lhe foi incutido desde a infância e que é partilhado por uma população que espera dele o acto final de se suicidar depois de matar a companheira, se esta o “humilhar”, humilhando a população que espera que ele mantenha o padrão da dominação fálica radical. Neste contexto (existem outros), a honra manda matar a mulher, para apagar a vergonha da incapacidade de manter a dominação fálica, e manda o homem suicidar-se, para recuperar na morte a honra perdida.
O homem de honra não aguenta a perda da face, a humilhação pública, a desonra, que o obriga a reagir de acordo com as expectativas da comunidade que partilha estes valores. Não se trata de ciúme, nem de amor frustrado. O que está em causa é a honra viril, o orgulho fálico. Nestes casos, a relação entre homens, real ou imaginária, é muito mais importante do que a relação com as mulheres supostamente amadas. De facto, as mulheres, neste padrão fálico, não contam. A heterossexualidade, sendo uma ‘obrigação social’, promovida desde cedo pelo bullying sistemático dos ‘maricas’, tornados bodes expiatórios, fragiliza este tipo cultural de homem (existem outros) e o desemprego, a perda de poder económico ou a intenção da companheira recomeçar a vida, procurando outro companheiro, colocam-no numa zona de humilhação pública que o leva a recorrer à solução final – a morte de ambos, devolvendo a honra social ao assassino."