O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

terça-feira, março 19, 2019

AS FILHAS DO PAI


AS MULHERES ATENAS

As mulheres de hoje são apenas um pálido reflexo das mulheres de outrora…AS grandes mulheres da antiguidade, as mulheres que eram fiéis ao principio matrilinear e à Mãe. O mundo materno e o mundo da sacralidade em que o amor era parte da natureza e a mulher respeitada ruiu com a queda da Maternidade há muitos séculos e por isso nas sociedade modernas neste mundo actual, globalizado, não há lugar para o verdadeiro amor e o mistério que ele encerra tornando-o cada vez mais raro e mais deturpado.
Ninguém sabe o que é o Amor Mágico, nem o amor da Mãe. Porque ninguém sabe já quem é a verdadeira Mulher. Porque as mulheres deixaram de ser mágicas…deixaram há muito, muito tempo de ter magia e o dom do amor que vem do seu poder interior, como mulheres iniciadas aos mistérios, como veiculos do amor maternal simbiotico.
Tudo o que é vivido no domínio do amor hoje é conectado com sexualidade genital a baixos instintos, facilitismo, ligeireza, e por isso a sexualidade está cada vez mais longe da sua essência também e temos cada vez mais nos filmes, retrato deste mundo comercializado e ficcionado, pornografia, pedofilia e abuso sexual de mulheres e crianças e cada vez mais a humanidade está longe de um verdadeiro erotismo.
 As mulheres esqueceram também que o amor verdadeiro nunca é só sexual...é sempre outra coisa...mais além e mais fundo; elas esqueceram que o amor vem de dentro do seu corpo da natureza e da alma; ele  pode e deve expressar-se sexualmente se houver reciprocidade, seja em que situação for mas  não é o factor  preponderante, pois não é o par que preenche a mulher, mas a sua prórpia natureza libidinal. Mas as mulheres de hoje vivem apenas sob o imperativo do sexo genital e do sexo pelo sexo e mesmo sem qualquer espécie de amor…quase sempre levadas pela ansia de preencher o seu vazio e nisso consiste o agradar e de seduzir o homem,  e desse modo se entregam e deixam-se possuir e abusar às vezes  sem qualquer dignidade nem elevação, sem  verticalidade…
Hoje em dia, especialmente os jovens, homens e mulheres, nem sequer  deixam  que a atracção nasça ou  que o Amor possa acontecer: antecipam-se as experiências sexuais, em mulheres muito novas, só pela "descoberta" genital e pelo “prazer” aleatório do sexo…ou deixam-se ir no rasto do engates na vertigem do sucesso e da fama ou de uma segurança material, na ambição, e vendem-se por um "bom casamento" como pelo dinheiro apenas…Elas não precisam ser prostitutas sequer,  elas acabam todas por se vender ou dar só para ter um homem e na sua vida nada faz sentido se não tem um homem...E falam de sexo como quem fala de couves… fazem sexo como quem bebe um copo de água...E o Amor...o amor de verdade, embora sonhem com ele, a sua realidade de mulheres é o abuso e violência como nos filmes de Hollywood ou então como nos romances  em que tudo ou quase tudo é pornografia e sadismo, pedofilia, crime e violência, proxenetismo etc.. Não há qualquer profundidade nas relações nem qualquer beleza!

Penso nessas mulheres como AS ATENAS. São as mulheres que nasceram sem Mãe - mulheres saídas da cabeça do Pai-Zeus, mulheres só cabeça e sem emoções sem coração, mulheres que negam a mãe e imitam o pai ... Porque elas não são Afrodites nem são sensuais sequer. Cada vez mais a mulher está longe da sua sensualidade, do seu magnetismo; ela é hoje apenas um subproduto de plástico, de derivados químicos e silicone...

Elas são regra geral as católicas beatas dedicadas aos padres toda a vida, secretárias devotadas aos patrões e chefes, advogadas e catedráticas e deputadas e ministras hoje devotas dos seus lideres; quase todas as mulheres de sucesso neste mundo, sejam as executivas e as politicas, são as Filhas do Pai...prontas a executar as suas ordens e a serví-los sem qualquer dignidade ou consciência de si como mulheres.

" A Menina do papá, passiva, adaptável, respeitadora e temerosa do homem, aceita que ele lhe imponha uma conversa desinteressante e apagada. Isto não é muito difícil, uma vez que a tensão e ansiedade, a falta de calma e de autoconfiança, a insegurança e a incerteza dos seus próprios sentimentos e sensações, que o papá nela instilou, tornaram a sua percepção superficial e incapaz de ver que o blá-blá do homem não passa de blá-blá. Tal como o esteta que “aprecia” o borrão classificado de “grande Arte”, também acredita que está a apreciar o que na realidade a aborrece mortalmente. "*

(...)
Vejamos o Mito: 

"Talvez o maior diferenciação da Deusa Atena está em não ter conhecido e não ter convivido com a mãe, Métis. Na verdade Atena parecia não ter consciência de que tinha mãe, pois considerava-se portadora de um só genitor, Zeus. Na qualidade de tão somente "filha do pai", Atena tornou-se uma defensora dos direitos e dos valores patriarcais.

Ela era o "braço direito" de Zeus, com crédito total para usar bem sua autoridade e proteger as prerrogativas dele. Muitas dedicadas secretárias executivas, que devotam suas vidas a seus patrões, são bons exemplos das convicções da Deusa Atenas.(...)
A Deusa não conheceu sua mãe, Métis."

MANIFESTO DA SCUM” de VALERIE SOLANAS

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