O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

quinta-feira, abril 30, 2015

adoração do princípio feminino.



AS MULHERES E A LUA...

Para nós do Ocidente, essas coisas são mistérios só vagamente pressentidos. Não podemos falar delas com certeza, mas ao mesmo tempo não podemos ignorar o fato da arte e poesia modernas, e dos sonhos e fantasias de muitas pessoas concordarem com os mitos e com os ensinamentos religiosos do passado.
Os símbolos, que aparecem hoje, e o seu desenvolvimento revelam movimentos abaixo do plano consciente que se assemelham, em aspectos fundamentais, aos movimentos imortalizados nos ensinamentos do passado. Falam-nos de um caminho de renovação que é novo em nossos dias mas antigo de fato, de um caminho de redenção através da coisas mais simples que é o ensinamento fundamental das religiões lunares e da




M. Esther Harding in Women's Mysteries, Ancient and Modern

quarta-feira, abril 29, 2015

EIS O NUCLEO





"Esta é a forma fêmea:
dos pés à cabeça dela exala um halo divino,
ela atrai com ardente
e irrecusável poder de atracção,
eu me sinto sugado pelo seu respirar ...
como se eu não fosse mais
que um indefeso vapor
e, a não ser ela e eu, tudo se põe de lado
— artes, letras, tempos, religiões,
o que na terra é sólido e visível,
e o que do céu se esperava
e do inferno se temia,
tudo termina:
estranhos filamentos e renovos
incontroláveis vêm à tona dela,
e a acção correspondente
é igualmente incontrolável;
cabelos, peitos, quadris,
curvas de pernas, displicentes mãos caindo
todas difusas, e as minhas também difusas,
maré de influxo e influxo de maré,
carne de amor a inturgescer de dor
deliciosamente,
inesgotáveis jactos límpidos de amor
quentes e enormes, trémula geleia
de amor, alucinado
sopro e sumo em delírio;
noite de amor de noivo
certa e maciamente laborando
no amanhecer prostrado,
a ondular para o presto e proveitoso dia,
perdida na separação do dia
de carne doce e envolvente.

Eis o núcleo — depois vem a criança
nascida de mulher,
vem o homem nascido de mulher;
eis o banho de origem,
a emergência do pequeno e do grande,
e de novo a saída.
Não se envergonhem, mulheres:
é de vocês o privilégio de conterem
os outros e darem saída aos outros
— vocês são os portões do corpo
e são os portões da alma.
A fêmea contém todas
as qualidades e a graça de as temperar,
está no lugar dela e movimenta-se
em perfeito equilíbrio,
ela é todas as coisas devidamente veladas,
é ao mesmo tempo passiva e activa,
e está no mundo para dar ao mundo
tanto filhos como filhas,
tanto filhas como filhos.
Assim como na Natureza eu vejo
minha alma reflectida,
assim como através de um nevoeiro,
eu vejo Uma de indizível plenitude
e beleza e saúde,
com a cabeça inclinada e os braços
cruzados sobre o peito
— a Fêmea eu vejo. "

Walt Whitman, in "Leaves of Grass"

A PERDA






“Porque o amor exige um pouco de futuro e para nós só havia instantes.“ A Peste, Albert Camus

O fim de uma relação - a agonia de uma esperança como diria Agustina Bessa Luís. Da perda de alguém? Ou da perda de um ideal de relação que não se alcançou?
Relembrando Freud e o seu trabalho sobre a perda, sabemos quem perdemos, mas sabemos o que perdemos com o fim da relação? É um exercício que vale a pena fazer. Sempre.

In Incalculável Imperfeição - por  cristina simões

terça-feira, abril 28, 2015

A MATRIZ ORIGINAL

- Qual é o seu lugar? Reconhece-o?

"- Tenho dificuldade, não sei. É o lugar natal? É o útero da mãe? É a matriz original?
A que lugar se refere? Ao lugar em que entro numa espécie de meio amorfo de felicidade ideal e inexistente? Então, não me interessa um lugar assim. Se o lugar que procuro é realizável, apesar de utópico, então sim."


- José Gil

NO CORAÇÃO DE MAAT
(...)

Nos meus altos e baixos, nos meus reveses, nas minhas lutas e fúrias internas, nas minhas contradições e paradoxos, nos meus amores e nos meus desamores...nesta mistura constante e veloz alternada voluptuosamente entre a dor e o prazer, e que se misturam alquimicamente dentro de mim, acima de todas as antinomias, é que sou transportada ao mais puro êxtase, ligando-me a essa corrente de vida que me dá acesso ao mais elevado estado de Consciência.
Desdenhem-me os mornos e os mansos, os tíbios e os "bem intencionados" da moral vigente, que chegarão a algum lado permanecendo só de um lado da vida...
Ah os mancos da vida...que tanto pensam no céu, e vivem criando o inferno à sua volta...
A Terrra tem uma saída sim, quando cada mulher souber quem é, e for fiel à sua essência de Mater a Matriz, como Matriz Original.
A dualidade inerente à manifestação (Materia-Energia) que se manifesta nos polos opostos (complementares e não antagónicos) tem um meio de ser integrada... ao meio, ao centro, dentro de cada ser humano, mas cada ser humano precisa de ter consciência de si para além dessa dualidade, mal e bem, macho e fêmea, ao nívil psíquico, anímico e espiritual, o que não têm, separando e dividindo tudo.
A espiritualidade à partida, digo a religião muito particularmente, é o pretenso meio de se atingir esse estado...mas apontando para algures no céu e um deus e não para dentro do indivíduo e do seu potencial anímico.
E o que está em causa aqui é apontarmos para dentro e para a CONSCIÊNCIA do SER e não do ter, como o faz esta sociedade alienada...O Ser Humano pode atingir essa consciência da Consciência dentro de Si, se se elevar equilibradamente - quer dizer mantendo os pratos... da Balança (Justiça e verdade - Maat) ao mesmo nível.
Ora essa Conciência do SER EM SI, não se faz sem que a Mulher seja respeitada e elevada a sua condição de mediadora das forças cósmico/telúricas.
No entanto essa mulher realizada, no início foi através da difusão da ideia/ religião/cultura de mal associado à mulher, atingida no seu cerne e dividida ao meio, impedida assim de ser o instrumento de realização do homem também.
Todo o drama desta humanidade passa pela separação, e o mais grave pela divisão intrínseca na Mulher.
Ao dividir-se a mulher em dois arquétipos, como nomeadamente a religião católica fez, a mulher cindida ("a virgem e a pecadora" - uma mulher em casa e a outra no prostíbulo) a mulher verdadeira integral deixou de existir em si, como indivíduo, para se tornar mera escrava do homem (e este, mero escravo do trabalho), das funções reprodutores e do seu prazer, e assim a mulher ainda é brutal ou sofisticadamente tratada nos nossos dias neste mundo...
Escamotear isto, é querer continuar na mais pura ignorância e alimentar o caos da nossas sociedades.

Rosa Leonor Pedro

segunda-feira, abril 27, 2015

MENTE ANDRÓGINA


"A cada um de nós presidem dois poderes, um masculino, outro feminino...
A mente andrógina é ressonante e porosa...naturalmente criativa, incandescente e não dividida"

VIRGINIA WOOLF
A Chaga de Ártemis, a Deusa andrógina

 (...)
Há três deusas na Roda das Deusas com os quais o patriarcado teve dificuldades: Afrodite, Perséfone e Ártemis. Afrodite por seu eros incontido, Perséfone por seu génio visionário, e Ártemis por sua energia indomável.
As três, transformadas em bode expiatório pela fantasia paranóica masculina, foram perseguidas na Idade Média e permanecem profundamente alienadas até hoje.

O cerne psicológico da questão é que Ártemis é, na realidade, andrógina; isso significa ser ao mesmo tempo feminino e masculino - algo de que ela deve se orgulhar.
Este é o verdadeiro segredo da sua tremenda força interior e de sua extraordinária independência. Ela já possui em sua constituição aquelas qualidades masculinas que todas as outras deusas ( à exceção de Atena ) projetam sobre os homens e concedem a eles.
Quando uma mulher está plena em si e por si mesma, ela na realidade precisa de pouca ou de nenhuma energia masculina externa para complementá- la.
A androginia, como ressaltaram muitos autores junguinianos, é uma pré - condição de espiritualidade celibatária. Para tais mulheres, a energia permanece dentro delas, sendo convertida em visões, êxtases místicos ou numa profunda empatia com todos os seres e com toda a natureza.

PORTANTO,
“A chaga de Ártemis envolve a solidão de ser relegada, psicológica e às vezes literalmente, as margens da sociedade. Seu amor ardente pela liberdade e a sua atitude mental independente tendem a tornar particularmente difícil os estilos de mãe, esposa ou profissional, que pertencem a Deméter, a Hera e a Atena. Na realidade, ela muitas vezes sentirá desprezo por valores e formas da sociedade convencional. E se sentirá magoada pelo facto de o patriarcado nunca ter conseguido conter a ferocidade de seu espírito ou reconhecer plenamente os seus dotes de mulher. “

In A Deusa Interior, Jennifer e Roger Woolger

domingo, abril 26, 2015

VERDADES QUE DOEM...


PORQUE A VERDADE DOI SEMPRE?

" A verdade deve doer mais do que a mentira porque habituamo-nos a esta última, convivemos desde sempre com ela a tal ponto que a fomos transformando em verdade...e dói quando fazemos o confronto ou quando nos forçam a fazê-lo."...Maria Antonieta Costa

Uma verdade, minha ou do outro/a,  tem muitos níveis de leitura e de entendimento porque tudo depende do estadio da vida em que nos encontramos (jovem, mulher madura ou anciã) e da consciência que de nós mesmas já temos e das nossas feridas, do caminho que percorremos  e como nos colocamos face ao outro/a  para o compreender e agir sem reagir ao que nos atinge ou nos cerca e confronta ou ofende.
Eu não sou psicóloga nem terapeuta...nem tenho essa pretensão, mas sei que somos  formadas por capas e capas muito finas de protecção e muito longe do que é a nossa essência - felizmente a alma essa é intocável, sempre -  e no processo tal como nas relações humanas, tudo o que nos fere é quase sempre o ego...os conceitos e as crenças que temos e nos dividem em certo e errado...e isto permanentemente!
O Ego é como um vidro muito fino de protecção que se parte em pedaços ao menor toque...vidros  que nos ferem, quer quem o parte de fora quer quem se quebra por dentro...mas para chegar ao amago - é preciso romper ou partir todas essas camadas e camadas de ego-protecção que formam as nossas couraças e defesas - que são tão mais poderosas quanto mais sensíveis formos ou mais estivemos expostas ou mais tenhamos sofrido atentados à nossa integridade...e é neste caso que as mentiras se transformam em verdades que defendemos a todo o preço, contra nós mesmas!
Com as mulheres é fatal...são tantas as ofensas, tantas as dores e os abusos...que a couraça é tantas vezes, como já vimos, a renuncia de si, ou a da bondade e do sacrifício...a boa mãe e esposa, a boa amiga etc.
 Seja qual for o caso, de cada vez que alguém rompa uma dessas capas de protecção, intencionalmente ao não, ou com fins terapêuticos, como o é o caso do médico o do psicólogo ao mexer na ferida real ou psicológica do doente e as toca directamente ou as quebra, no caso do ego,  a reação do paciente é terrível porque a dor é real e profunda e tão mais dolorosa quanto mais dura e firme ela se apresenta. Quanto maior é o sofrimento de uma pessoa na sua infância e adolescência, maior é a sua defesa e as armaduras invisíveis que usa mesmo sem saber ou se dar conta - das protecções - pois  são melhor construídas, bem mais elaboradas ao ponto mesmo de se poder pensar que uma terapia qualquer ou uma convicção nos liberta e ela só nos faz,  às vezes acontece, ficar mais presas e estanques nessa couraça se nós não formos sinceras e verdadeiramente ao fundo da nossa sombra, a mais dolorosa e temida...

Para mim o amor é isso... alguém fazer comigo esse trabalho e sofrer por me querer ver livre dessas defesas...e mesmo julgando-o eu mal ou "odiá-lo" ou reagir violentamente contra ele/a, a pessoa persiste e continua a dizer as verdades que tanto me  ferem...até que me deixe de doer e eu deixe de reagir, de resistir e perca as minhas defesas, como se faz com um fila ou filha. Mas perder as minhas defesas, também pode implicar que eu tenha ou encontre ALGUÉM ESPECIAL e fiável, que me suporte na dor;  pode ser um/a Mestre, ou uma Anciã, se assim confiarmos em alguém, mas tem de haver um lugar seguro, bem dentro de mim, que seja UMA ALTERNATIVA,  onde me refazer da dor e descansar das batalhas diárias e das lutas de uma vida  que travamos, sempre uns contra os outros - ou umas contra as  outras - num qualquer caminho da vida em que nos cruzemos. Pode ser ainda o colo de uma Mãe ou de uma amiga verdadeira... Para mim  têm de ser Mulheres com Consciência de si. Pois só desse modo podemos fazer  esse trabalho de parto das almas que uma mulher consciente faz sempre com outra mulher, tal como quando uma criança nasce,  mas quando em busca de uma verdade sua.
Esse é o objectivo deste trabalho de ser mulher integral. Podermos ser ancoras umas para as outras...e confiar na Mãe que nos guia e alimenta...

No caso de terapeutas, esse trabalho só é possível com uma pessoa que seja de confiança, que seja de grande calibre emocional, isenta de ego  e integrada, que mereça a nossa confiança logo à partida,  e não uma pessoa que quer ter razão impingir curas ou luta por louros...ou atende por dinheiro simplesmente.

Nisto eu acredito...

rosaleonorpedro

sábado, abril 25, 2015

MULHERES & DEUSAS : MULHERES: "Sejam melhores, liderem a mudança que a...

MULHERES

Reajam!
Revelem-se !
Revertam e mudem verdadeiramente o mundo real!
Para os vossos fundamentos mais profundos!
Arranquem as teias de aranha que o sistema em teceu nas nossas mentes e sonhem uma nova realidade, uma nova humanidade.
Não se conformem simplesmente a ser iguais aos homens e a tomar as suas posições.
 Sejam melhores, liderem a mudança que a humanidade necessita .
Pois vocês são a última esperança ...
E fazê-lo é o vosso dever .


IN GAZZETTA DEL APOCALIPSIS"

LER O ARTIGO NA INTEGRA:

MULHERES & DEUSAS : MULHERES: "Sejam melhores, liderem a mudança que a...: "UMA REVOLUÇÃO FEMININA Nós não estamos cientes disso, mas agora estamos a viver uma tragédia. A grande tragédia ignorada e sile...

A TI...



Fala-me da Terra Mãe e do chão que pisas e das sementes que semeias…
Fala-me dos elementos, do que te alimenta e dá verticalidade e anseias…


Fala-me da brisa quente e das papoulas que bailam ao vento vermelhas,
E voam na planície livres como pétalas de sangue…
Fala-me das árvores e das suas raízes e de como te ligam a ela…

Fala-me dos animais, das aves, das borboletas e das flores...

Fala-me do ar que respiras e do teu coração que bate...
ao ritmo da vida que pulsa em ti e em mim quando me abraças…


Oh! Fala-me da Deusa que te habita e do teu anelo com ela,
Da esperança de uma nova Terra ainda mais bela, mais justa e pacífica…
E não de outras dimensões ou de mundos paralelos…


Fala-me das antigas sacerdotisas que dançavam descalças…
à volta do fogo sagrado…
vivendo em êxtase profundo com a Deusa Mãe…


Fala-me das Mulheres que de mãos dadas e em círculos
nos davam a coragem de sermos inteiras e de ventre a ventre
nos ligavam à terra e às suas entranhas…

Sim, fala-me só de ti e de como te sentes viva e vibras nesta evocação….
Diz-me como vives a plenitude teu ser no júbilo desta sagrada união!

Ah! Mas não me fales mais do pensamento dividido
nem das estrelas longínquas, nem do céu lá em cima
sem que cumpras o teu destino aqui na terra…
E te dês de corpo alma e espírito, fiel à Nossa Deusa Mãe…



Rosa Leonor Pedro
5/Março/2011

terça-feira, abril 21, 2015

DOS NOSSOS VÍCIOS...


Dos Vícios e da dor...


A formação humana tem bases nos vícios, nos hábitos, nas tradições, nos modelos e um enorme grupo de condições comportamentais que se repetem dia a dia dando importância ilusória como necessidade para a existência - para a vida. Quando dependo de um ato falso ou ilusório para fazer parte dos comportamentos comuns de humanos, é quando sei que a palavra e o sentido de liberdade não são do mesmo grupo, e é a quantidade de dependências que acumulei para dizer quem não sou. Enganaram-me e continuo a enganar-me, porém, como não existem modelos reais, voltamos a cair em novos vícios, criamos manias, criamos doenças; falhamo-nos, enganamo-nos; e enlouquecemos nessa busca minuciosa daquilo que é – existe.
As raízes dos vícios são como trepadeiras encravadas no corpo, sem dor é impossível, isso porque acreditamos que o tal vício faz parte do próprio corpo e retirar algo de nós, mesmo que ilusório, significa uma amputação; embora um vício a menos é uma carga a menos (mentira).
Os primeiros vícios começam na infância, na fase das perguntas, das duvidas respondidas em padrões instantâneos; somos vulneráveis, presas sem culpa na aquisição gratuita dos vícios. Aprender a falar é um habito necessário – porém, como falamos e para que falámos - demonstra o grau de dependência das ilusões e fraquezas.
Crescemos em tempo e espaço e descobrimos que nos mentiram e quem me mentiu também foi enganado e foi enganado porque a mentira esta escrita no livro, inventada e acreditada por outros viciosos. Disse tal vez por isso (na urgência de um descanso, procurando uma utopia que pudesse suportar todas as mentiras vividas mesmo lindas, mesmo boas) que o sono era a porta para a verdadeira realidade e o sonho era a mensagem codificada deste mundo ilusório.
Cresci cheirando a fumaça de cigarro dos meus pais (era o tabaco como um perfume de representação à sabedoria?); com 18 anos era “livre” para o que apetecer (dentro das regras) então fumei todos os cigarros que um corpo jovem pudesse, nunca parei, nem pensei, nem mesmo as informações e campanhas me motivaram – é um vicio a mais deste mundo. O corpo que sente o trato dado exclamou a falta de ar – o ar estava então abandonando a casa, as cadelas, as visitas, as lembranças, a coragem – o meu poder. Poder - fazer, de desintoxicar-me, todavia de outros hábitos, conceitos e falhas aprendidas. Confesso a covardia de fazer uso de outros vícios para combater o tabaco, há duas semanas faço uso de uma droga licita para combater outra droga licita e levo 2 dias sem fumar um só cigarro. Estou ansiosa, agoniada, e triste de ter feito de tantas mentiras as verdades do tempo. Quando superar o habito de fumar, não sou eu quem superou, tive que voltar a enganar o cérebro. Quando superar uma mentira é outra mentira que a substitui – aonde se deixa espaço, se criam vagas, essa é a sensação. A sensação da volta do ar, de sentir um peito cansado recebendo oxigênio matinal, meu corpo ontem se arrimou no sofá da sala, havia uma palpitação eufórica, a perna em leve câimbra e a falta de ar voltava como uma saudade; senti a existência (novamente) senti a existência de corpo e alma em alguns segundos de desprendimento, ânsia junto ao pensamento de: ainda não. (é difícil de relatar pelo certo medo lacrimoso que invade)... A razão volta e minha mãe divina (força inexplicável) me ensina na calma e penso: é assim que vai ser - dormindo aos poucos sem susto, quando já seja o suficiente neste âmbito, quando não dependa mais de nada e ninguém dependa de mim, quando essa dependência a tantos vícios não seja mais importante.
Do sagrado vim para um mundo viciado – para criar minha própria luz no escuro. Senti o ardor daquilo que não se nomeia, assim espero que o receba, com calma, se cair no pranto não se engane com a dor, você não esta sofrendo, você esta buscando, recriando o fogo dentro. Somos mulheres – somos benditas.

texto de LUX IRIS LUX
15:59 – hora Brasil.
Figura: fonte de internet.

segunda-feira, abril 20, 2015

AS HISTÓRIAS QUE NOS CONTAVAM...



Segue-se um pequeno texto muito belo sobre a tristeza e a dor da mulher e como fazer uma trança do seu cabelo longo solto - símbolo da mulher original - e assim evitar expressar a sua mulher selvagem e a raiva que tanta opressão da mulher "bem comportada" nos traz de há séculos ...para nos manter aperradas aos conceitos e às ordens do patriarcado e do clero...
Podíamos chamar-lhe o calamento da mulher interior ou o calamento interior da mulher...Pois agora minhas amigas  vamos desmanchar a trança...Vamos soltar o cabelo e vamos deixá-lo bem solto e ao vento e gritar bem alto a nossa dor...mas sem nos expormos à besta que nos espreita para destruir - o predador está também dentro de nós e castra-nos todos os dias...


rosaleonorpedro


~ "Trenzaré Mi Tristeza"

de Paola Klug


"Decía mi abuela que cuando una mujer se sintiera triste lo mejor que podía hacer era trenzarse el cabello; de esta manera el dolor quedaría atrapado entre los cabellos y no podría llegar hasta el resto del cuerpo; había que tener cuidado de que la tristeza no se metiera en los ojos pues los harìa llover, tampoco era bueno dejarla entrar en nuestros labios pues los obligaría a decir cosas que no eran ciertas, que no se meta entre tus manos- me decía- porque puedes tostar de más el café o dejar cruda la masa; y es que a la tristeza le gusta el sabor amargo. Cuando te sientas triste niña, trénzate el cabello; atrapa el dolor en la madeja y déjalo escapar cuando el viento del norte pegue con fuerza".

"Nuestro cabello es una red capaz de atraparlo todo, es fuerte como las raíces del ahuehuete y suave como la espuma del atole".

"Que no te agarre desprevenida la melancolía mi niña, aun si tienes el corazón roto o los huesos fríos por alguna ausencia. No la dejes meterse en ti con tu cabello suelto, porque fluirá en cascada por los canales que la luna ha trazado entre tu cuerpo. Trenza tu tristeza, decía, siempre trenza tu tristeza…"
"Y mañana que despiertes con el canto del gorrión la encontrarás pálida y desvanecida entre el telar de tu cabello".

O AMOR É UM JOGO...


O AMOR...PERDIDO...


"Percebendo que fora traído, Eros enlouquece, e foge, gritando repetidamente: O amor não sobrevive sem confiança!
Psiquê fica sozinha, e desesperada com seu erro, no imenso palácio. Precisa reconquistar o Amor perdido." Wikipedia.

"Quero dizer, o amor é sensualidade e jogo e irresponsabilidade e hedonismo e fazer disparates, e chega a ser pensado em termos de dependência e a pessoa sentir-se cada vez mais fraca e entrar nalgum tipo de escravidão emocional e tratar o ser amado como uma espécie de figura paterna ou irmão. A pessoa humana reproduz uma parte do que era em criança quando não se sentia livre e estava completamente dependentes dos pais, especialmente da mãe." - SUSAN SONNTAG


É dramática a forma como o ser humano acaba por fazer esta projecção noutro ser humano ao reproduzir uma parte de si como quando era criança e o da sua suposta relação com a mãe como dependência e suporte, seja na presença do seu amor seja na sua ausência - e eu vejo cada vez mais a forma dolorosa como nos projectamos no amor do/a outro/a - que é um mero jogo em que ganha quem melhor o souber jogar, sempre o mais forte, sempre o mais astuto, frio e calculista, como é o sedutor ou o carente de amor, manipulador quase sempre, consciente ou inconsciente - e é sem dúvida terrível como sofremos - sobretudo as mulheres - toda a impossibilidade que esse amor é enquanto factor de estabilidade emocional ou referência de segurança afectiva que todas nós buscamos num ser amado (sempre uma projecção) e mais que não seja porque ansiamos essa compreensão única do nosso ser ou a cumplicidade do afecto humano, como se alma pudesse ser tocada por outrem...e nunca o é.

A alma é só...por isso a alma não pede amor...ela é já o amor em nós, o nosso duplo, (o Ka) pois não há alma gémea fora de nós ...nem uma alma afim, como sonhamos, apenas ecos momentâneos ou fugidios em que espreitamos por um mesmo canal invisível - como que uma corrente telúrica ou cósmica, o infinito que nos habita e é intransmissível - e cegos/as nós confundimos isso como o amor do outro/a, que nunca nos corresponde pois havendo sempre o mais forte e o mais fraco... o amor é apenas jogado numa luta de forças entre opostos e contrários nem sempre complementares...e às vezes adversos, quase sempre, quando não um jogo de morte entre macho e fêmea...ou de poder...em que entra Narciso e o seu Eco...e é pura miragem...

A mim também me parece, tal como diz a autora da citação inicial, que o amor passional, o amor a dois, é sempre um jogo...que devia ser jogado entre adultos, de forma lúdica, porque sumamente perigoso, às vezes uma roleta, em que se morre e mata conforme os nossos desejos e carências ou a nossa crueldade. O amor - esse amor em que nos projectamos como uma forma ideal de união, sagrada ou profana, não existe...e é por isso trágico...sempre que somos apanhadas na sua armadilha...Eros mente ilude e engana...
Sim, o jogo entre Eros e Psique é uma luta insana em que um ilude o outro e ambos são cegos em relação ao outro...e quando a Psique quer ver a face de Eros na noite escura (da alma) à luz da vela...queima-o e o amor morre, impossível, torna-se cruel ou déspota como só ele o é... E a pobre Psique é abandonada e depois castigada por Afrodite, a implacável Deusa do Amor que preside a contenda...e que só ama o jogo...pelo jogo...
O amor a dois como o idealizamos há séculos não existe...nem o amor romântico nem o moral ou o ideal, mas ainda assim mergulhamos vezes sem conta nele e passamos uma vida inteira desesperadas em busca fora e na sua face escura, tenebrosa, à espera de uma luz que ilumine o amor que sonhamos...o amor da nossa Mãe ou da Mãe eterna...Queremos voltar ao Paraíso de que o útero é a portal mais secreto e recente na nossa memória na carne; queremos  regressar ao paraíso perdido...ao fundo das águas matriciais, onde vivemos antes de nascer resguardados/as, e depois caímos neste inferno que é esta vida dual na matéria, feita de paradoxos e de amor e ódio e dor em que a ferida é aberta desde que nascemos e nunca fecha e por isso nos dilacera e assim, buscamos na alienação de nós mesmos/as, enlouquecidos/as, um amor de alguém ou de algo a que nos agarrarmos como uma boia de salvação...mas nunca o veremos fora...nunca, tal como nõa veremos deus... porque o amor apenas existe dentro e espera ser descoberto na sua face interna e não exterior;  nem que seja na morte, quando estamos de volta à origem...seja a terra tumba para quem não acredita no além morte seja noutra terra que inventamos como céu...
Mas é a descoberta do nosso ser tripartido - corpo alma e espírito - a saída e só esse amor interior que se revela quando emana de nós, sendo o nosso guia interior  e que não tem objecto de amor fora, nem precisa  de credos, mas que vibra dentro porque tem um centro, que sendo a origem, é o principio o meio e o fim e o único que nos pode guiar na vida e na morte ...É essa a única porta de saída... para quem AMA e busca o AMOR...que só se encontra quando cessa o jogo, todos os jogos...e depomos as armas e as armaduras...e passamos da mera existência para nos entregamos à Essência.

rosaleonorpedro

quinta-feira, abril 16, 2015

O PREDADOR



A VIOLÊNCIA INVISIVEL...

Es evidente cuando un cuerpo es golpeado. Moratones, fracturas, puntos quedan reflejados en un parte de lesiones.
¿Pero qué pasa con los jirones del alma, esos que sólo se vislumbran en las posturas del cuerpo deprimido?
Hacer invisibles las agresiones es una violencia aún mayor. No te pego, pero no te veo, no te escucho en lo que dices. Lo que sientes no tiene importancia. Niego lo que percibes......

Y en esa penumbra, como en la vieja película "Luz de Gas", te enloquezco hasta que no seas más que una sombra sumisa a mi ego omnipotente.
Sí, matar la psique hasta que no seas más que una alma en pena es una de las mayores violencias recibidas.
(fonte: naosoueueaoutra)

O que são as palavras?? As palavras deviam ser silenciosas e lidas com o coração. A humanidade não seria, assim, tão desvirtualizada. Mas há muito que se perdeu essa capacidade inata a todos, a telepatia, a empatia para ler nos corações as palavras justas, as palavras da verdade.
 
Nem todas as palavras são actos, e nem todos os actos são palavras. Com estas palavras, acabo de pensar a palavra Predador. O predador que bate na esposa, e depois pede desculpa e afirma e promete que nunca mais irá beber e nem bater, concorre para a maior das mentiras. A palavra amar que profere, não assenta no acto. Todo e qualquer predador é portador da voraz necessidade de controlo e poder. Há o predador que para obter poder sobre outrem, conduz esse outro ao isolamento de forma dissimulada, e fá-lo por perceber na vítima a fragilidade que a própria não tem consciência. Embora, como é da praxis, o seguro predador reverte a situação, afirmando que é a vitima que se isola. Noutros casos, afirma que a sua conduta é sempre por culpa dela. Ele nunca tem culpa de nada, absolutamente! Obviamente que a construção do poder é praticada de forma tão dissimulada que a vitima não percebe o labirinto alapado do predador.
Importa denunciar que há mecanismos inconscientes que podem ser activados e energizados sobre outra pessoa, através de um certo controlo mental induzido pela força do querer. Algo que o predador consegue fazer, porque sabe da vitima, conhece o estreito caminho da consumação da sua bestialidade. O predador não descansa enquanto não controla a vítima ao máximo na sua acção, e quando o consegue parte para um outro patamar que vai desde toda a bajulação a ofensas psicológicas. Um predador quer o controle da mente e coração do outro, descortinar toda uma vida interior para dessa forma estar no centro da pessoa e desta forma activando todo o poder e com isso a vitima vaza toda a energia que vai alimentando-o. Quando o alimento se torna pouco, ele vai se transformando cada vez mais num animal e persisti em encontrar novos meios de agressão para extorquir a vitima e assim alimentar-se. Forçosamente o predador torna-se mais forte que a vitima, e que por norma se assume como culpada, concorrendo para isso, no vicioso circulo de abusos que aquele sempre anseia exercer.
Um predador é assumidamente perante ele, um predador activo. Ele tem consciência absoluta dos seus actos pela via do coração, embora a sua mente o contradiga, ele assume que não o é. Mas como a mente sem consciência não reconhece a verdade dos seus actos, o círculo vicioso do jogo continuará a dominar todos os pensamentos sem freio. No entanto, há predadores calculistas que exercem a sua natureza complemente cientes daquilo que desejam e como obter.
Todo e qualquer predador é detentor de várias personalidades. Aquela que revela à sociedade fora do seu ambiente, onde a agressão ocorre; aquela que revela perante a vitima; aquela que revela a si mesmo quando a sós. Portanto, a sua natureza intrínseca é dissimulada e a sua capacidade de intricar ainda maior.
De referir que nem todos os predadores são violentos fisicamente, portanto há um grande leque de jogos de poder, cujas violências exercidas são sempre gravosas. Embora, o predador violento físico, englobe regra geral quase todas as outras, e em última instancia o máximo da sua violência, portanto o vértice, é o crime. Daí que não importa qual seja a violência escolhida, ela é sempre uma falta e que coloca o outro numa posição de humilhação.
Geralmente, salvo erro, os predadores se detestam uns aos outros, a não ser quando formam grupos em que a violência é exercida de comum acordo e orientado para uma certa área. Porque o predador silencioso, aquele que age de forma individualista, nunca chama outros. O seu prazer sádico e calculista está em ter ele apenas o controle e escolher a vitima ou vitimas.
(...)
Autor: NãoSouEuéaOutra - Ano: 2008
 

quarta-feira, abril 15, 2015

A MULHER VERDADEIRA...



"Ser mulher exige muita coragem e sacrifícios: sair da zona do conforto." - Else Sch

(...)
A mulher foi ao longo da sua vida confundida com aspectos variados de uma natureza multifacetada e imperiosa que a mantém amarrada e contida nesses vários estereótipos que inundam o imaginário masculino; mas dela nada sabe porque nela foi calada a sua voz de dentro, a Voz do Útero, retida a Voz do Oráculo no inicio da nossa civilização grego ou romana, e patriarcal. E assim durante milénios impingiram-nos as faces da deusa Mãe, banida a Deusa da superfície da terra, com as mulheres todas à bulha por Zeus no Olimpo, como falsos arquétipos o que na verdade são apenas os aspectos que correspondem ao carácter da mulher nas suas diferentes fases ou aspectos da Deusa Mãe outrora Una, agora dividida pelas religiões patriarcais em geral, nomeadamente no ocidente pelo cristianismo que a dividiu na santa e na puta...a mãe imaculada e a pecadora ... 
Essa mulher, vitima desse branqueamento e ignorante do seu passado e identidade,  não consegue ser ou ver-se no seu “feminino” intrínseco, não tem ideia do que isso seja, e tudo o que diz e faz é em função da sua relação com o a Pai ou o filho, ou em função dos homens. Do seu (dele) discurso-fala-falo, a única forma de conhecimento a que tem acesso…dos seus psicanalistas, dos seus médicos, dos seus mentores e professores, do seu deus misógino e brutal… e se se lhes falar do seu próprio ser é como se não existisse…apenas são sexualmente...objectos de prazer ou procriação... produção e consumo... 
Elas são incapazes – e eu falo de mulheres de todos os tipos e regra geral -  não falo como é óbvios daquelas que se buscam num caminho próprio…e que hoje em dia fazem a diferença, mas daquelas mulheres que são a grande maioria e vivem completamente esquecidas de si, cumpridoras dos seus afazeres e obrigações de mães e esposas e filhas...
 
Essas mulheres não relacionam o amor que sentem com elas mesmas, como uma capacidade de se sentirem, de sentirem esse fogo interior que é a paixão do SER e da VIDA em essência, mas sim e quase sempre as mulheres pensam que esse fogo está associado apenas à sexualidade e amor pelo homem...que é o homem que as faz sentir assim e sem ele nada sentiriam; mas não é de todo assim. Essa é a minha experiência e de algumas mulheres que conheço...Porque esse amor vem essencialmente da natureza e da consciência de SER MULHER; pode parecer uma acepção talvez mística da vida...mas esse fogo está no coração ardente...na consciência do ser e na sua totalidade ainda e só como mulher, porque é essa a sua natureza intrínseca, ela é transcendente, isso é, mas é tão real como ela mesma...basta ligar-se ao seu coração e as suas entranhas, a esse todo que é a Mãe terra e respirar o céu...
Assim, o feminino essencial, o feminino na sua essência/beleza/sensualidade...é coisa que a mulher comum não sabe, ou pode até saber intelectualmente e imitar, numa imagem estereotipada da mulher sensual ou fatal, mas da essência em si, para lá de todos esses estereótipos, imitações e folclore, pouco ou nada sabe de si verdadeiramente. Porque essa essência Mulher é outra coisa, trata-se de uma  consciência ontológica do SER MULHER e trata-se essencialmente da Alma...da sua verdadeira identidade e isso só é possível na mulher integrada e não em nenhuma das metades ou fragmentos que todas pensamos que somos ou sejam as ...Afrodites, Atenas, Hestias ou aquelas...

Não, a Mulher Essência é muito mais do que isso. A Mulher Essência é Fogo puro, chama ardente...é paixão sublime, pode ser e é a Musa e a Dama, a Amazona e a Rainha, a Grande Mãe e a Deusa de todas as coisas...

Rosa Leonor Pedro
 
(excerto de texto)
foto - mizé jaconto

segunda-feira, abril 13, 2015

A HUMANIDADE MULHER

 
O SER HUMANO - MULHER?
 
Quando se fala do ser humano em geral e se diz normativamente O Homem, está-se sem dúvida a referir o homem e as suas características humanas e não a mulher - perfeitamente omissa - na estrutura da língua e na semântica, toda ela patriarcal, debaixo do domínio do masculino como género, como não se tem em questão os dois princípios fundamentais da manifestação da vida que juntos formam de facto o SER HUMANO: homem e mulher cada com a sua estrutura onto...lógica. Ignorar à partida as diferenças essências de estrutura física e psíquica de um e outro e querer fazer crer uma "igualdade" - que devia ser só de direitos e responsabilidade/liberdade - é um erro crasso que foi a causa de grandes injustiças e desequilíbrios da vida e da natureza. O Principio feminino omisso e relegado para segundo plano - inconsciente sombra e sentir soterrado pela razão lógica e o raciocínio - criou um mundo absurdo e caótico, violento e agressivo, destruindo toda a harmonia da vida no planeta, em toda a sua extensão.

rleonorpedro

O SER DESPERTO



O CONTINENTE PERDIDO...
A superação da dualidade...(para lá dos cinco sentidos...)


A LINHA DE RECIFES QUE NOS SEPARA DO CONTINENTE PERDIDO

“Creio que um ser "desperto" é aquele que não se deixa guiar pela ilusões e pelos caprichos dos seus cinco sentidos. Não deduzo daí que toda e qualquer emoção esteja necessariamente armadilhada. De facto, a maioria dos indivíduos normalizados, de certo modo adormecidos e mesmo anestesiados,, funciona unicamente sobre um circuito fechado que implica a satisfação das necessidades elementares, sustentadas pelos poderes mediáticos. A sociedade de consumo é também uma sociedade de consumo de emoções e de sensações grosseiras, tais como as ilustradas pelos ‘reality shows’ da televisão. É um método maravilhoso para nivelar os níveis de consciência dos indivíduos de uma sociedade e sobretudo para os impedir de fazer progredir a sua consciência.
O "Ser desperto" é aquele que domina a dualidade das forças opostas e complementares ou, para ser mais preciso, que a transcende e pode então alcançar os níveis vibratórios e, por consequência, os níveis de consciência correspondentes à grelha integrada.
(…)
Para utilizar novamente uma imagem espaciotemporal favorita: o "ser desperto" é aquele que pode transpor em qualquer lugar as linhas de recifes que separam o continente perdido do continente acessível aos nossos cinco sentidos.”

(...)

..."O ser "desperto" é aquele que pode ultrapassar em qualquer lugar as linhas de recife que separam o continente perdido do continente acessível aos nossos sentidos . Isso não significa que ele não sofra mais ao atravessar os obstáculos num sentido ou noutro, mas, conhecendo a natureza das causas dos seus sofrimentos, se liberta deles...Ele continua a experimentar emoções, a sentir, a amar e...tc., mas as suas sensações são magnificadas e iluminadas porque nascem do continente perdido. É um retorno ao centro, à unidade principal do ser que faz com que não estejamos mais à espera da satisfação dos nossos cinco sentidos. Ao mesmo tempo, os prazeres da vida não nos são estranhos, mas mudaram as suas qualidades ao adquiriram uma nova densidade. Eles se encontram agora enriquecidos pela luz da alma e do espírito, uma luz interior que irradia até a menor das nossas células.
Os caminhos que levam ao despertar são caóticos e semeados de obstáculos imprevistos. Eles envolvem processos de desestruturação e reconstrução tais como são hoje assinalados nas fases de renovação dos seres humanos. "

(...) 
in O HOMEM ENTRE A TERRA E O CÉU -DE ETIENNE GUILEÉ  ed. Dinalivro, 2008

sexta-feira, abril 10, 2015

O INATO



O INCONSCIENTE E O DUPLO


"As verdadeiras diferenças do inato estão no inconsciente.
O inconsciente, não é somente o que é reprimido, é também o acesso directo ao nosso duplo (...) e através dele ao continente perdido. Essa fonte viva de energia vibratória foi totalmente inibida. O inato é sobretudo o que está no inconsciente, mesmo biologicamente. Esse ADN foi chamado de ADN-lixo pelos genecistas. Pode-se imaginar as consequências."

...
Étienne Guillé
in O Homem entre o céu e a terra

VIDA E MATÉRIA...



MAGIA NEGRA E CIÊNCIA...


A Matéria é também energia...não só matéria, como a vemos, palpável e mutável. Nós não vemos a olho nu a inteligência da matéria do corpo e da pele e dos órgãos autónomos...e todos ligados - não vemos a mestria do corpo físico... A matéria do corpo é totalmente energia. Átomo, células inteligentes em diálogo, perfeitos na sua acção conjunta...dentro de uma ordem que só pode ser divina e que nos transcende e que a "ciência" por mais que tente não pode... abranger, precisamente porque disseca e corta e separe para "ver" como funciona como se fosse um brinquedo de criança e como ela destrói porque não vê que o corpo humano é sagrado e transcende o homem e a sua visão linear, sempre redutora...
É o coração que nos mantem em vida mas é a alma que nos anima - e nós mutilamos a alma de cada vez que mutilamos o corpo porque lhe tiramos a possibilidade de ela vibrar em nós uma oitava acima...a magia negra da "ciência" contra a magia branca do espírito...é o que está a acontecer no mundo cientifico: a destruição vertiginosa da humanidade na sua essência de eternidade. E tudo o que estamos a construir em nome da vida prolongada e da ciência que mutila, é macabro: estamos a fazer reviver esse velho monstro que recriamos em nome da vida ...e da não morte e com ela só se está contribuir para a destruição da raça humana...porque destruição e negação da alma e da essência...



rleonorpedro

Que linguagem falamos ...



A nossa linguagem é de nível zero...


"Para nos conhecermos, é preciso ir ao encontro de outros seres. É preciso uma dupla troca. O adquirido pelas trocas afectivas, tal como se apresenta actualmente, se situa ao nível meramente comercial, ou seja, no mais baixo nível vibratório possível, portanto no nível de consciência minimum minimorum.
A linguagem de hoje na comunicação com os nossos semelhantes - salvo entre os poetas - é uma maneira de nivelar a sociedade por baixo, o que eu chamo de democracia nível zero. O exemplo recente das proporções de uma reforma de ortografia é uma bela ilustração disso. O poder no sentido oculto do termo, não necessariamente o poder politico, quer simplificar tudo para que os seres humanos se tornem simples robôs facilmente geráveis por um computador. Se eles conseguirem isso, seremos ainda seres humanos? A parcela divina que cada um de nós supostamente contém terá sido de tal forma diluída pelas reproduções contra a natureza e pelas manipulações genéticas que terminará por desaparecer. A pequena luz que brilha na noite se extinguirá para sempre e não se poderá tornar em luz do dia."


Étienne Guillé
in O homem entre o ceu e a terra

terça-feira, abril 07, 2015

VERDADES E MENTIRAS



UMA REFLEXÃO SOBRE AS RELAÇÕES "PRÓXIMAS"
Nós não somos seres perfeitos…mas podemos ser verdadeiros connosco mesmas…essa é a grande vantagens que temos em relação a todas as incongruências da vida e a todos os reveses que enfrentamos. Contra uma cultura de medo e alienação. Pela verdade e pela sinceridade, custe o que custar.

As relações humanas tem muitas variantes e níveis...Não podemos equiparar uma relação de amizade com uma relação amorosa, nem uma amizade com uma relação formal de alguém que conhecemos mal...Nem podemos confundir as relações de trabalho com relações pessoais ou mesmo as relações entre um grupo de terapias, com o médico ou com o merceeiro. Pois há em todas essas relações circunstâncias que pedem, digamos, normas de relacionamento adequado e uma descrição ou reserva do indivíduo a nível pessoal de acordo com o que lhe é pedido ou exigido na circunstância. Com um psicanalista é totalmente ao contrário…se não dissermos tudo como os malucos…não há análise possível…Mas como em tudo e no geral é sempre uma questão de bom senso. Não podemos é meter tudo no mesmo saco e dizer que eu sou verdadeira com toda a gente porque isso é impossível e contraproducente. Não podemos dizer que pelo facto de não dizermos ao merceeiro que temos um amante estamos a mentir. E claro há aquela situação caricata ou anedótica de a mulher (a esposa) não poder dizer ou o homem claro que tem uma amante ao fim de uma vida matrimonial longa e…acabada…porque considero o casamento uma quase hipocrisia…e não estou a falar de instituições, mas relações de verdade! Portanto é sempre relativo e aí temos não a mentira mas a omissão da nossa intimidade ou da nossa vida privada – no caso da pessoa estranha - o que é perfeitamente normal e aceite. Portanto não podemos exigir uma transparência, nem uma verdade absoluta de cada pessoa em todas as situações da vida, e esta noção é elementar…depende do nosso discernimento e da nossa consciência.

Assim, nas situações comuns da vivência em grupo e da vida em sociedade eu não sou obrigada a expor-me de forma alguma e é de bom-tom ser-se reservado e discreto…Portanto a mentira ai não conta nem entra. A não ser, claro, quando o indivíduo faz de conta que é rico ou nobre ou tem uma profissão que não tem etc. Mas não é isso que nos interessa aqui. O que nos interessa aqui é a verdade entre amigos/as e entre amantes…Aí é que a verdade a transparência, a honestidade, a confiança contam porque a relação de VERDADE depende inteiramente desses factores…e é ai que a mentira e a omissão estão e entram para minar a relação porque em qualquer uma dessas relações, embora com diferentes intensidades, depende da verdade de cada um na sua troca e evolução, para ser uma relação saudável e profunda.
 
É verdade que nas relações, em que os afectos são privilegiados, mais no amor do que na amizade, existe o risco da posse e do ciúme…e aí vem o controlo do outro e a obsessão por vezes na busca de saber tudo da vida do outro e se existe alguém ou alguma sombra de traição etc. Claro que todas nós sofremos em um grau maior ou menor de posse e ciúme…e para mim não depende da auto-estima da pessoa sentir ou não ciúmes, mas da confiança que o outro inspira…das bases de verdade e confiança que se geraram, porque os ciúmes e a posse (dentro dos seus limites) são até poderia dizer, saudável e naturais e diria mesmo até legítimos…numa relação a dois… senão passa a suposta aceitação da liberdade do outro o admitir de outros parceiros que para mim simplesmente passa a promiscuidade…

Não sou dada a relações abertas nem a aceitar 3ªs pessoas numa vida íntima…e nas amizades, embora não haja esse sentido de exclusividade,  nem sempre é fácil ser preterida ou trocada e mesmo traída, porque não sendo tanto como na paixão, em que há partilhas do mais intimo do ser, na amizade , sendo ainda uma  relação de duas pessoas, existe, embora em  muito menor grau, os mesmos ingredientes que no amor…porque afinal é afecto…e os afectos afectam-nos sempre…
É verdade que há pessoas que podem ser mais independentes que outras e não se importarem aparentemente com o que o outro faz ou se anda com outra pessoa etc., mas todas as relações intimas e próximas trazem estes sintomas e nem todos são patológicos a não ser se forem despropositados ou em excesso. Mas considero que é normal haver toda essa mescla de emoções um pouco conturbadas nas relações e não é a mentira nem é a omissão caridosa que ajuda o ciumento e o possessivo a libertar-se, mas sim a transparência e a verdade por mais dura que seja…

Numa relação íntima, se um dos dois se apaixonar por outra pessoa e omita esse facto ao parceiro e queira manter as duas relações isso não é só uma mentira fatal como uma traição enorme e geradora de patologias, porque o outro sente e de algum modo sabe que está a ser traído e se essa verdade lhe é negada em nome da privacidade ou da soberania do indivíduo, entre o intuir e o ter a percepção da mentira isso é uma coisa dolorosa e grave que confunde enormemente o ser quer a nível emocional quer a psicologicamente; o que “trai” mesmo que já não ame a pessoa e tenha pena dela e por isso não a quer enfrentar ou fazê-la sofrer, a meu ver, deve sempre dizer a verdade e deixar o outro fazer o luto e também, caso necessário afastar-se. Tantas vezes queremos fazer do ex-amante um amigo sem deixar fazer a transição, sem dar tempo ao luto! Não se pode transitar de uma relação íntima e profunda para uma simples amizade só porque uma das partes deixou de amar a outra ou encontrou outra paixão… e quer ser só “amigo”… Não. Tem que haver um luto ou um afastamento. Porque justamente a amizade vai depender dessa transparência e por mais dolorosa que seja a verdade, tarde ou cedo haverá entendimento e aceitação…dos factos.
Na amizade já é um bocadinho diferente, mas parecido…menos intenso menos conflituoso mas é parecido às vezes…Há grandes amizades que são amorosas quase…
Mas na amizade não havendo nem a posse nem o ciúme no mesmo grau não só não se justifica a mentira ou a omissão, como é absolutamente essencial a transparência e a verdade e qualquer mentira por mais insignificante que seja mina a relação…porque precisamente não se justifica que exista e não tem razão de ser pois já bastam por vezes as incompreensões provenientes das diferenças entre os seres e os equívocos, que se manifestam mesmo sem mentiras para toldar uma amizade se esta não for verdadeira. Essas amizades só singram por um enorme esforço de verdade e confiança mútua sem a qual não se pode consolidar esses laços de amizades duráveis entre as pessoas. As vezes e por esse esforço mesmo duram a vida toda.

Portanto Verdades e Mentiras…são fáceis de destrinçar…saber onde são necessárias e onde e como as apanhar…digo eu…porque só no campo muito íntimo das amizades profundas e das relações amorosas elas por vezes são paradoxalmente necessárias quando não se tem a honestidade nem a coragem de enfrentar as situações e as suas alterações que os afectos sofrem. E nada é fácil na verdade…nem na mentira…tanto uma como outra podem trazer sofrimento, mas a verdade cura e mentira mata… a verdade constrói sempre e a mentira destrói mais tarde ou mais cedo…

 rleonorpedro
REPUBLICANDO

sábado, abril 04, 2015

SAGRADO É O TEU VENTRE MULHER




ORAÇÃO (revisitada)

HOJE COMO ONTEM

Creio no Absoluto da Vida como Sagrada desde a sua Origem e numa Consciência Omnisciente…numa Ordem Universal superior, mas não me rege mais nada ao nível pessoal que não a minha intuição e percepção inteligente (seja visceral das vísceras e órgãos, útero e ovários, coração e baço e fígado e pulmões e cérebro tudo o que me move) e do inconsciente astral ao supra consciente cósmico) do que seja a minha vida aqui na terra e a realidade humana tomada po...r nós neste plano mental, meramente conceptual, dividida e fragmentada e uma outra realidade presente e futura e possível quando abrangida pelos meus sentidos alargados (17 e não apenas 5 - entre o meu Ka os meus chakras e corpos subtis…) e a Inteligência do meu Coração integrada.

Oro e venero hoje o que seja A Grande Verdade Eterna que se nomeia por Deus e deixo para um futuro cósmico em que essa relação com Ele/Ela seja directa em mim e absoluta e não me restem dúvidas nem conceitos...nem separação entre a matéria e o espírito o terreno e o divino e a vida seja sustenta por uma Consciência Suprema e não uma mera crença e dogmas.

Acredito na Terra bendita e creio na Deusa Mãe, em Gaia, e na Inteligência que a rege…e em todas as espécies e frutos da sua Bondade e da sua Criação.
É total a minha entrega e a devoção à Mãe divina, à Magna Mater, a Matriz de toda a vida, Mãe dos humanos e de deuses, a na sua encarnação viva, a Mulher, como Cálice e a mediadora das forças cósmico e telúricas, a que dá à Luz e dá Luz e inicia o SER ao amor da Deusa, a Mulher primordial que tanto pode ser essa Deusa como a Mulher Musa.
E hoje, mais do que nunca congratulo-me pela minha fé e determinação e reitero a minha verdade e a minha fidelidade à Mãe Suprema e à Mulher Eterna, AQUI E AGORA, para SEMPRE.


Rosaleonorpedro

sexta-feira, abril 03, 2015

BASTA!



QUANDO OS HOMENS SE ARVORAM EM DEFENSORES
E ARAUTOS DA MULHER E DA DEUSA...



É extremamente perigosa e cada dia mais a incursão dos homens - sempre invasiva - no universo das mulheres tal como o foram na medicina os médicos substituindo as parteiras nos partos e em relação ao útero e aos ovários, como os cortam a torto e a direito sem a menor consciência do seu valor para a mulher (e nem a mulher está consciente disso) para não falar dos psiquiatras que só disseram, na sua grande maioria,... asneiras sobre as mulheres e os seus complexos e invejas do pénis, agora vem uns atrevidos mentores e facilitadores ou poetas de meia tigela abordar "o feminino sagrado e a deusa" como se de seu direito e o que acontece é sempre o mesmo: manipulação e diletantismo ou oportunismo, travestismo ...eles na verdade não querem deixar é de usar e dominar e controlar a mulher - e não sabem de todo o que seja a Mulher Real ou a Mulher eterna e esse é o horror - a Angelina Jolie por exemplo é uma anti-mulher como tantas outros ícones do cinema que são a negação da mulher essência, essa Mulher Real e Eterna que começa a aparecer senhora de si e não falo das executivas nem das deputadas e escritoras ou das feministas em geral, falo de outras mulheres que ninguém sabe nem ninguém lê...e que tanto assusta os homens... - mas não, que ninguém se iluda, nem todas as mulheres são mulheres nem todos os seres humanos são humanos...e eu tenho horror as mistificações e aos simulacros e não perdoo...não vou em conversinha mole de bondade e compreensão e de gente piedosa...perante as mulheres e homens - psiquiatras, padres, professores cientistas e filósofos - que são expoente dessa sabotagem permanente do que é SER MULHER e que hoje tantos deles pretendem defender o que não representam de modo algum por experiência vivida ou saber próprio.

Basta de homens falarem sobre as mulheres. Não precisamos mais de mentores! É tempo das mulheres terem Voz própria, falarem por si mesmas e falarem a partir do Útero e dos ovários que são o seu centro de poder! Porque há que os ter, e manter, os OVÁRIOS...não os deixem cortar em nome da doença, pela vossa rica saúde!

rosaleonorpedro

CÓPIA OU PLÁGIO?



Subjectivissimamente....

"Quero um manto tecido com fios de ouro solar. O sol é uma tensão mágica do silêncio. Na minha viagem aos mistérios ouço a planta carnívora que lamenta tempos imemoriais: e tenho pesadelos obscenos sob ventos doentios." -  C. Lispector

A vida é vida... e a vida também é morte...e a vida é vida e amor mas também dor e espanto e desesperar e ter esperança e acreditar e descrer...a vida é tanto e não cabe nas palavras...não cabe na garganta, não cabe no coração...e ...no peito crava-se ...um punhal na noite...
(e tu és... de ontem e de hoje, de nunca...)
 
É meia noite e o coração bate...o coração bate e o sangue arde, percorre as artérias como um notívago boémio que bebe do seu próprio sangue, e infame segura ébrio o cálice amargo do fado que tece à margem o destino...
ah o nosso vampiro noturno... o vampiro do nosso desejo informe...esquecido e a corrente que atravessa a ponte e passa e transvasa e nada se compara ao vinho, ao néctar do teu corpo memória e dizer esta ansia, esta mentira e a ilusão dos sentidos...esse Império de maldição...a que o choro quente das lagrimas de ouro e a OBRA e fazem ao rubro e um coro ...uma torrente fresca catalítica como um veneno, que busca o eco e atravessa os ossos, o espanto...ah não tu não és, tu não vens, tu nunca foste mais do que a fantasia de um sonho, corpo liquido e efémero ...e há a noite e o dia e tudo o que existe e tu e eu longe perto amando e odiando...ah o abismo do ciúme matando devagar a esperança ...tu nunca virás...nunca virás como eu te sonho, nem eu sei quem és tu...
ah...a Musa e a musica das esferas e as estrelas e o firmamento ...o infinito o ser e onde te escondes e finges não ser de carne e osso como eu...

ah....meu amor...que desencontro ...onde tu vês alegria eu vejo ainda tristeza...onde tu vês prazer eu vejo também dor...vejo como somos o contrário e o reverso...o avesso da mesma Face de que tu só queres ver um lado...dizes: "vida é amor",  e recusas-te a ver que Ela tanto é amor-dor como vida-morte...e tudo é a mesma coisa...para quem já passou o Cabo do Bojador...
rlp
 
 
NOTA A MARGEM:
 
Hoje encontrei quase por acaso um excerto deste meu texto retirado deste blog noutro blog, "Do  Berço até ao Tumulo" de  Susana Fidalgo, certamente leitora deste blog e que não se designou em fazer qualquer referência à fonte nem colocar o meu nome no texto...
Lamento que assim seja e espero que caso alguma vez eu faça uma omissão involuntária me chamem a atenção porque prezo imenso o trabalho das outras pessoas.

Depois de umas horas desde incidente a questão foi cordialmente resolvida entre nós; os textos de minha autoria foram assinados e reconhecidos como tal, e estou grata a autora do blog em foco ter sido impecável a retratar-se e ao pedir desculpa.

quinta-feira, abril 02, 2015

A BELEZA DA MULHER...


"Nunca passes por uma mulher sem primeiro a contemplares,
Sem primeiro lavares os teus olhos na sua beleza.
Bebe da sua graça e dedica-lhe a tua prece. Depois caminha,

Os deuses não perdoam àqueles que caminham com olhos impuros."
...
Dafne S Nitram
(onde se lia Zeus coloquei os deuses...e que o autor me desculpe)

A Grande Deusa encarna o Ser Feminino



“Revela-se na mulher a natureza do Eterno Feminino, que transcende todas as suas encarnações terrenas – cada mulher e cada símbolo individual. A emergência do arquétipo da Feminilidade em todas as culturas, em todas as épocas e entre todos os homens, desde a pré-história, constitui também a realidade da mulher moderna, seus sonhos e visões, suas fantasias e impulsos, suas projecções e relações, suas fixações e mutações.
A Grande Deusa encarna o Ser Feminino, que se manifesta ...tanto na história do género humano quanto em cada mulher individual; a sua realidade determina a vida individual e colectiva. Esse universo psíquico arquetípico está contido no poder subjacente que, ainda hoje – em parte com os mesmos símbolos e na mesma ordem de desenvolvimento, em parte com modalidades e variações dinâmicas -, determina a história psíquica do homem e da mulher actuais”.


in A GRANDE MÃE de Erich Neumann

SÓ A MULHER PODE INICIAR AOS MISTÉRIOS DA VIDA E DA MORTE...




O VASO DA TRANSFORMAÇÃO
 
"O Vaso da Transformação só pode ser efectuado pela mulher,
porque ela própria, em seu corpo que corresponde ao da Grande Deusa, é o caldeirão da encarnação, nascimento e renascimento. E é por isso que o caldeirão mágico está sempre nas mãos de uma figura humana feminina, a sacerdotisa e a bruxa".

...
(in A GRANDE MÃE  de Erich Neumann)

quarta-feira, abril 01, 2015

" O lisonjeador é o que há de pior no mundo. "



Tantos Arautos do nada....
Tantos mistificadores espirituais...tantos simulacros de verdade...tantas palavras repetidas e vazias de sentido, sem ressonância nenhuma em imitação do sagrado...sem transcendência, sem eco...
Tanta gente infecta...vazia e sem alma a clamar por deuses, deusas e anjos...conspurcando o mundo de perversas intenções, enganadores...não sois senão monstros disfarçados de homens...e mulheres...

Oh hominídeos......
Oh vampiros,
Oh predadores...
A vossa raça infecta não perdurará...

rlp

"O lisonjeador é o que há de pior no mundo. Podem estar certos de que, na primeira ocasião, vos dará um golpe, que se vingará de se ter inclinado perante vós. E como se inclina perante toda a gente… Os lisonjeadores são traidores, sem excepção. Desprezei-os sempre, mas não desconfiei suficientemente deles. Para nossa infelicidade, suportamos melhor alguém que nos elogia do que quem nos diz sobre nós coisas verdadeiras, portanto desagradáveis. Assim, somos ...nós mesmos quem favorece, quem encoraja, os nossos piores inimigos.
(…)
O lisonjeador não é um futuro caluniador; ele é um caluniador disfarçado; enquanto vos canta louvores, prepara os seus golpes."



in HISTÓRIA E UTOPIA
Emile Cioran

SER MULHER



"É um previlégio estar viva como mulher neste momento crucial de despertar. Você é parte desta re-emergência, eu também sou. Isto está acontecendo nos mais diversos contextos culturais. É um fenómeno global.
O processo de criação de uma nova cultura onde o poder, beleza e mistério coexistem não é algo que possa ser adiado. Para tal precisamos de nos comprometer na jornada interna que leva à profunda transformação do registo patriarcal na psique feminina. A arte atemporal de participarmos de círculos, articulada de forma essencial por Jean Shinoda Bplen, renova a visão e revela um caminho."

  May East