O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

domingo, agosto 27, 2023

A PSIQUE INSTINTIVA DA MULHER

"Na sua psique instintiva, a mulher tem o poder, quando provocada, de se enfurecer com consciência – e isso realmente é algo poderoso. A raiva é um dos meios inatos de que ela dispõe para começar a criar e a manter o equilíbrio que necessita, tudo o que ela realmente ama. É seu direito e, em certas horas e sob certas circunstâncias, é seu dever moral."*



 
"Difamem-me para que os meus perfumes me inflamem...
Agudizem o meu apetite para que eu me transvase
É o tempo do terno fruto
Rebelde como uma granada
Queimem-me
E enxuguem com o óleo dos meus poemas os pés
das mulheres virtuosas."

ACORDAR LILITH

Precisamos de fazer acordar em nós Lilith, mas Lilith não é compatível com nada desde mundo pervertido nem pertence a nenhuma corrente que a elege de forma demoníaca, sexualizada, de forma pervertida quase sempre ou de maneira especulativa à mistura com deuses e demónios. Ela não pertence ao xamanismo nem ao paganismo nem tem ligação directa com as deusas do Olimpo, nem é nenhuma deusa. Seria talvez um demiurgo... mais do que humana ...
Lilith será o Mito porventura o mais antigo da História a par de Pandora ou contemporâneas...
Mas para mim Lilith É a Mulher antes do começo e que vem do Futuro...Ela é a Mulher do futuro...Ela é a Mulher Total...livre e jamais submetida ao homem.

E Lilith só será abordável devidamente, em muitos casos, por mulheres depois dos 50 anos e muitos...ou depois da menopausa. Antes disso ela é tomada como fêmea em cio, depravada, diabólica e a sua energia sufocada por medos e preconceitos religiosos atávicos; mas Ela não se pode definir nem dominar, não cabe em nenhuma escola negra ou necrófila  ou grupo esotérico, nem se controla com ritos e mantras, nem com moral ou conceitos religiosos cristãos ou outros; ela  nunca foi consensual ou pertenceu a algum culto e lugar. Lilith vai para lá de todas as ideias e práticas e modas...Lilith é indomável e reveladora da grande força e potencial que está adormecido na Mulher desde Eva...ela está em todas as mulheres, ela é a semente e também o estigma que marca a mulher desde a origem, por isso  poucas ou raras mulheres lhe terão acesso de forma cabal ou serão capazes de a representar fidedignamente, porque ela é pura e límpida e o seu fogo ardente queima todas as impurezas, mas antes de a expressar sequerem palavras a mulher tem de a merecer dando-se de corpo inteiro e alma...

ROSA LEONOR PEDRO

CITAÇÃO DE MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS de CLARISSA PINKOLA ESTES
Poema de Joumana Haddad Le Retour de Lilith


sábado, agosto 26, 2023

UM SIMPLES BEIJO?



PEDIRAM-ME PARA ESCREVER SOBRE ISTO - O BEIJO

NINGUÉM QUER VER O ABUSO DO HOMEM - porque como é obvio se fosse no caso um jogador e a não ser que fossem gays, um presidente não o iria beijar na boca sem mais... mas é o facto de haver uma posse implícita que todos os homens afinal tem sobre as mulheres - sejam presidentes de futebol sejam presidentes ou mesmo professores catedráticos e iminentes figuras pardas que em todo o lado tem esse tipo de arrogância e posse sobre a mulher que continua a ser um ser secundário e insignificante perante o poder patriarcal e assim é tratada desde há seculos. O sentimento de posse que o homem chefe, pai e padre ou médico, tem sobre as mulheres é abusador - ver como os médicos por exemplo tratam com displicência as mulheres doentes e até colegas e sobretudo as enfermeiras, padece do mesmo mal e ele é secular e NADA MUDOU nos dias de hoje e o facto fica PATENTE e é relevante porque foi publico.

Realmente há muita HIPOCRISIA da parte de quem julga e da parte de quem relativiza o facto ou acha desproporcionada a extensão de um "SIMPLES BEIJO" - Não é um simples beijo, mas um simples sinal da prepotência e domínio dos homens sobre as mulheres.

Mesmo que agora, face a catástrofes e crimes graves contra a humanidade, e estarmos perante males maiores e perigos imensos para a espécie, ESTE DRAMA DA MULHER NÃO DESAPARECEU e apesar de ninguém falar muito desses males maiores - como a degeneração da educação sexual das crianças nas escolas - é evidente que há todo um falso aproveitamento dos Midea para fugir a esses males maiores. Mas as pessoas que se acham conscientes desses males maiores não podem fazer tábua rasa de algo como a violência sobre as mulheres e o abuso sexual em todo o mundo e considerar que NÃO EXISTE. Ele EXISTE E É GRITANTE, NÃO MENOS QUE O ABUSO DAS CRIANÇAS... e os males que se abatem sobre as populações que vivem esta guerra absurda...

Não importa sequer o que a rapariga - a jogadora - disse ou desdisse - nos estamos perante factos: QUE AS MULHERES TEM DE SE CALAR SE QUISEREM garantir os seus postes de trabalho ou subir na vida; elas tem de o fazer sempre na horizontal... seja pelo abuso do professor catedrático, seja do ministro, seja do chefe de departamento, se não for gay, claro. Conheço muitas mulheres normais que não são feministas nem sofrem de nenhum ismo que passaram por isso ou ficaram sem emprego... e são cinicas as mulheres que apontam o dedo às outras como se elas estivessem acima e incólumes ou apenas não se importaram nada de passar pela cama do chefe ou pela secretária de forma distraida ou a cena muito sexy depois do jantar com o professor...e até ficam muito orgulhosas disso! 
Isto é usual e comum AINDA e EM TODO LADO e se diminui é em parte porque há cada vez mais homens homossexuais - e cuja causa pode bem ser também a perda do feminino e a superficialidade das mulheres hoje em dia - mas, regra geral e seja como for qualquer mulher que não vá ao castigo - está condenada a não ter trabalho ou perdê-lo...ou como vulgo se diz "a não subir na vida" - pode ser o editor o medico ou chefe de redação ou mesmo o dono do canal... e é claro o branqueamento da questão passa muito pela forma como as mulheres jovens hoje em dias se vendem ou se dão sem qualquer problema e vão para a cama com qualquer sujeito sem qualquer sentimento e lhes basta ter tesão ou ganhar alguma coisa. Esta é a realidade do que evoluímos na questão...



ADENDA - um homem certamente e não uma mulher, anónimo, fez um comentário ao meu texto que me obriga a reflectir de outro angulo, e que não concerne o caso nem a situação que vivemos actualmente, mas que tem toda a legitimidade e achei perfeitamente pertinente e por isso respondo com muito prazer ao facto de neste texto eu não ter tido em conta os homens conscientes que evoluíram num sentido de uma maior sensibilidade e que veem e tratam a mulher de uma forma mais amorosa e respeitosa, digamos. Isso sim eu vejo. E conheci e sei que há homens merecedoras de todo carinho e respeito, mas eu nunca fiz considerações sobre igualdade, superioridade ou inferioridade do homens ou da mulher. O que eu digo é que a nível básico, social e cultural, motivados pelo lado instintivo/sexual, a generalidade dos homens comuns - os macho alfa, neste caso um futebolista estilo macho ibérico promovido a presidente - agem como predadores assim como as fêmeas ao nivel do instintivo básico também reagem ao nivel primário que é o das forças da natureza e do inconsciente colectivo, que é o da sujeição da mulher e a condição de todas as mulheres em quase todo o mundo (em que a emancipação foi uma mera fraude assim como a sua liberdade), pois não pode haver educação para o instintivo/sexual, nem para a natureza ou o biológico, a não ser pelo lado espiritual da parte do homem consciente e portanto isso implicaria uma evolução nesse sentido, e, nessa caso, eu não considero evoluídos os intelectuais, ou professores, doutores etc. cujo comportamento é no campo sexual idêntico aos de jogadores de futebol. 
Espero ter respondido à sua questão que agradeço imenso!
  
RLP

Anónimo deixou um novo comentário na sua mensagem "UM SIMPLES BEIJO?":

Olá, Rosa.
Acho injusto a sua conclusão de que se esta tendência diminuir é porque há mais homens homossexuais. Porque não podem haver mais homens conscientes e que pretendem mudar o paradigma social? Pela forma como se expressa, parece que os homens estão condenados a ser brutos sem carácter, respeito ou empatia para com as mulheres. Porque faz uma generalização destas no que toca aos homens? Não vê nenhum exemplo na sua vida de homens que vêm a mulher como um ser humano como eles próprios, nem inferior nem superior mas em pé de igualdade?

A ALIENAÇÃO DA LIBIDO MATERNAL ...




O MITO DO PAR COMPLEMENTAR OU DA ALMA GÉMEA, OU SEJA - “O mito da meia laranja destaca o engano inconsciente no qual vivemos, e que é alimentado de modo subliminal com todas as imagens audiovisuais de nossa cultura, para produzir em nosso imaginário coletivo, a mudança  do par mãe-filh@, é uma mudança da libido (original e maternal) para o par-casal, que ao produzir-se de maneira coletiva e inconsciente, ganha uma consistência impressionante, porque retro-alimenta-se por todas as partes, inclusive por tudo o que surge da Falta Básica.

A mudança da libido dirigida para o  o par-casal canaliza o anelo e a ansiedade do desejo materno reprimido, e o coloca num impasse.
Paralelamente o desejo genuíno simbiótico torna-se uma vergonha, é insultado e caluniado, como sendo o pior dos vexames e desprezo, o que significa retirar-lhe o seu direito à existência, ignorá-lo e qualificá-lo de coital, enganando as mães com uma falsa interpretação das suas emoções, e às crianças retirando delas o significado do seu pranto, ou seja anulando-lhes o seu único mecanismo de resistência e de aviso, para que permaneçamos insensíveis a ele.

Como o desejo materno é tão forte, trata-se de suprimi-lo da melhor maneira possível e assegurar que nada seja filtrado. Por isso, como diz Michel Odent no “O bebé é um mamífero” todas as culturas patriarcais inventaram estratégias para reprimir a marca (ou estigma) que é o grande momento da pulsão do desejo materno. Entre as estratégias milenares para manter a mãe separada da criança estava a de proibir a sucção do colostro (o primeiro leite da mãe) porque fazia mal (e a medicina ayurveda, por exemplo, recomenda como substituto um caldo com mel), a que a mulher estava impura e/ou tinha o demónio (a oxitocina) dentro, que entrava com a leite dentro da criatura; e por isso a mãe, antes de passar pelo rito da purificação o do churching* (a bênção da igreja católica que considerava a mãe impura e culpada) que costumava ser feito depois de oito dias do nascimento, quando precisamente a marca e as grandes descargas de oxitocina tinham sido reabsorvidas), não podia dar de mamar nem ter a sua criança com ela. Toda uma estratégia servia para amortecer a força e a paixão do desejo materno. Esse procedimento esteve vigente até há pouco tempo em Inglaterra. Segundo Odent faz falta fazer uma revolução colostral* para mudar o mundo.

E assim promove-se socialmente um “amor materno” espiritual, desconectado das pulsões corporais, para canalizar a criança para uma via libidinalmente asséptica, muito diferente do amor materno verdadeiro que segue o ritmo cego e todo poderoso do mundo visceral (Leboyer, “Por um nascimento sem violência”); e é assim que acontece uma robotização da fisiologia da criatura que de facto compromete seriamente a lactância materna. Ao mesmo tempo normaliza-se o sofrimento do parto, sobre o qual Leboyer declara: é puro invenção, já que o parto sem dor está aí, a despeito dos autoritários de dos violentos procedimentos (Ibidem).

Tudo isso implica necessariamente a construção de uma falsa consciência de nossos corpos de mulheres, uma representação dos mesmos que é uma mentira, e uma socialização de facto numa grande desconexão interna. Ainda que não tenhamos noção disso, o útero imobilizado nos decompõe, nos desintegra por dentro, deixa-nos em pedaços.

E essa mentira socialmente estabelecida sobre o corpo da mulher, complementa-se com essa calúnia, também socialmente normalizada, apesar de ser incrivelmente falsa e mentirosa, que considera as pulsões sexuais do bebé incestuosas e possessivas, e como se elas tivessem o mesmo sentido e significado que as pulsões adultas.

Desse modo corrompe-se não só o amor materno simbiótico como da criança também. A mãe torna-se uma impostora quando diz sim a todas as mentiras somatizadas e socialmente instituídas que ela absorveu nela. Ao longo de séculos fez-se acreditar às mulheres que elas tinham que parir com dor e que as criaturas nascem de um pecado original, ou dizendo de outra forma, com impulsos perversos que precisam serem controlados. Essa é a presunção de inocência da criatura humana!

As mulheres, no caso de sentir prazer durante a maternidade, não o dizem e sentem vergonha por isso. Se elas sofrem com a separação das suas crianças, calam-se e ocultam os seus sentimentos, porque pensam que não há razão para isso, que é normal que levem as crianças a passar pela inspeção médica e a metê-la nos seus cubículos.

A sexualidade da mulher que não é coital (ela é a sexualidade do movimento do útero), é auto erótica (danças do ventre) e vinculada à maternidade, mas não se fala disso, não se define, (Groddeck) e ela desaparece; e em vez dela constrói-se um modelo de mulher impostora, que por suposto deve comprazer-se pelo desejo falocêntrico do macho ao mesmo tempo que é capaz de reprimir e infligir sofrimento às suas crianças, seja mudando o seu sentir inicial (alterando a sua predisposição emocional natural) (pela perda da empatia maternal), seja, nos casos de haver insuficiente desconexão e insensibilização, aceitando resignadamente a inibição (repressão) do seu desejo materno e do bebé.

Na cultura ocidental cristã, esse modelo de mulher e de mãe está representado pela Virgem Maria mãe de Deus, que se converte no paradigma da corrupção do amor materno e da mãe impostora:

1. Para ser ‘pura’ e ‘imaculada’, e construir o modelo de mulher sexualmente assética, diz-se que a Maria concebe sem desejo sexual, sem conhecer homem, por obra e graça do Espírito Santo.

2. Logo dá à luz milagrosamente, ao sair Jesus do seu ventre como um raio de sol pelo cristal sem rompê-lo nem manchá-lo (Catecismo do Padre Ripalda) sem que o útero se abra e sem a criatura ter que tocar o trato vaginal processo que torna numa mulher impura.

3. A imagem da Virgem Maria apresenta-se como a Nova Eva que não se deixa tentar pela la serpente (símbolo ancestral da sexualidade da mulher) senão que calca a sua cabeça (‘Imaculada ‘ de Rubens, etc.)

4. A assepsia da sexualidade (podemos perceber que a assepsia é uma espécie de limpeza que ocorre preventivamente) e ela explica-se como Maria Concebeu sem pecado original; tão importante é esse aspeto que se tornou a saudação cristã convencional:

“Ave Maria puríssima/sem pecado concebida.” O adjetivo ‘puríssima’ faz referência expressa à ausência de pulsões sexuais. A Imaculada Conceição da Virgem Maria é um dogma da Igreja católica."


in A SEXUALDIADE 
E O FUNCIONAMENTO DO DOMINIO PATRIACAL
A  Rebelião de Edipo - de Cacilda Rodrigáñes Bustus 

Pag 85-88

*colostro ou ao primeiro leite das fêmeas dos mamíferos, logo depois do parto (ex.: anticorpos colostrais

Tradução do espanhol por  Sabine Carlotti



quinta-feira, agosto 24, 2023

O MITO DO AMOR E A ESCRAVIDÃO DA MULHER




O QUE EU PENSO DO AMOR SOFRIDO DAS MULHERES...

A PERDA E O SOFRIMENTO QUE LHES É INFLIGIDO ATRAVÉS DE UM MITO - O AMOR


Este mal que assola o mundo de hoje ainda vem e é perpetuado desde sempre tendo a mulher como vitima de todas as tiranias e opressões ao longo do séculos. Se a Mãe do Homem é e foi destituída de valor em si, se a Mulher ainda é escrava sexual do homem e a humanidade reduzida a uma metade que domina a outra metade, nunca o Homem poderia respeitar outro ser humano se a sua própria Mãe o não foi...

Pergunta-se frequentemente porque sofrem tanto as mulheres que amam?

E EU RESPONDO QUE É Porque não se amam nem se sabem a si mesmas. Falta-lhe a substância  vital, que lhe era própria e que se perdeu nos tempos. Falta-lhes têmpora, fogo e essência feminina e a consciência da sua força e da força do seu Utero. As mulheres foram alienadas da sua força e génese e as Mães outrora veneradas e respeitadas foram reduzidas há séculos a escravas e concubinas. Nos nossos dias essa escravidão é ideológica e virtual, aparentemente tudo é diferente, mas no intimo e no inconsciente colectivo tudo continua igual e todas as ideias difundidas pela religião e cultura trazem essa informação subliminar de que a mulher não vale nada se…não amar, isto é, servir o Homem!
Esta escravidão é comum a todos os seres humanos mas muito especialmente da mulher e deve-se a ao facto de termos sido assim induzidas pela forma como somos educadas, pois nascemos dentro dessa premissa patriarcal para ser servas, marcadas como fêmeas para procriar, tal como se faz com o gado, mas ao nivel do inconsciente. Isso é feito desde que nascemos de forma subliminar pela educação familiar e porque a par da crueldade da vida em si e da sua falta de sentido digno, existe essa outra escravidão que chamamos amor... porque é aquilo - uma poção amarga e doce - que nos "abre o coração" vazio e nos dá um sentido embriagante – as vezes funcionando como alucinógeno - no meio de toda a nossa ignorância e medo de ser, inventou-se um sedativo para a separação a que se chama amor…
Mas como é que ainda não vemos que esse amor NÃO É nem pode ser AMOR?

Como poderia isso que sentem e e que só traz apego, dor, sacrifício e destruição da individualidade, sofrimento sem par ser AMOR a ponto do suicídio e a aviltação que os seres humanos praticam de si mesmos em seu nome, para não falar do acto sexual que em si se tornou brutal e de domínio do homem sobre a mulher e que se tornou  sinal da violência sexual normalizada a do abuso perpetrado que tantas vezes resulta no assassínio de mulheres pelos maridos e amantes?

Mas porquê então o sofrimento da mulher em termos de paixão-amor pelo homem é tão grande?

Porque ele é proporcional ao seu vazio interior e existencial - falta de consciência de si como mulher votada ao serviço-escravidão da espécie e do homem. Ele é proporcional portanto à sua ignorância e falta de auto-estima e anulação do principio feminino.

Como não vem isso ainda as mulheres nos nossos dias e se submetem ainda a essas aviltações?

Porque as mulheres foram de tal forma esvaziadas dessa essência feminina e valor próprio que morrem por amor num acto de sacrificio e auto-destruição de si mesmas como indivíduos e tudo em nome do amor do outro que é afinal o sinal de desprezo por si mesmas uma vez que cometem as maiores atrocidades para consigo próprias em função desse amor tornando-as indignas e farrapos aos seus pés de vermes e acabando sendo desprezadas e abandonadas por eles.

Ah, mas o sofrimento pela rejeição de tanto amor doi tanto!

Mas qual rejeição se não há reciprocidade? Não há tal coisa como amor recíproco! Isso é mais uma invenção! É a a inferioridade e necessidade de amor e a falta de amor próprio da mulher que as faz humilharem-se e chorar de dor...por ânsia, por ego, raiva e complexos, tudo junto é pólvora para o seu coração, veneno tomado a conta gotas ao longo de anos de sacrifícios em  vão...
Não, o amor nunca é ou raramente é recíproco e portanto é apenas um sinal de escravidão do que acha que ama ao que não ama mas aceita a escravidão submissão do outro/a por conveniência ou vaidade...
O amor é a manifestação da nossa doença congênita e incompletude humana, da nossa imperfeição como seres humanos, e Eros aparece a tentar minimizar a crueldade do criador Javé dando a possibilidade a raça humana de ter prazer em compensação do seu instinto de predação e conflito entre si e os outros.
Quem julga que ama mais e mais sofre é sempre o elo mais fraco, por suposto a mulher educada para amar e servir o seu homem ou o seu senhor, pai e filho. No casal há sempre um predador e um perdedor. O que mostrar mais vulnerabilidade - a mulher sem individualidade - é a primeira vitima. Raramente é o homem porque este tem vida própria e a sociedade dá-lhe valor por si só... mas se houver uma amante cruel e fatal – as mulheres perdidas as putas - e o abandonar e trair ele também morre de paixão. VEJAM O JOGO!!!
O amor humano é neste aspecto uma armadilha para a espécie para se procriar e manter alguma coesão senão todos se destruiriam porque essa é a natureza humana e dos deuses que os criaram.
Agora olhem bem para a mulher como ela sofre e enlouquece só porque está presa ao macho provedor, ao amor romântico e à ideia do par e ser a metade da laranja que o outro é a outra metade ou cara-metade. Uma grande mentira que só serviu para manter a escravidão da mulher. A sexualidade do homem nada tem a ver com a da mulher e só se encontram para procriar. A mulher tem necessidade de ser valorizada e o homem tem necessidade de fornicar…e é simples pois é da natureza animal.
A mim dá-me raiva que as mulheres não percebam esse logro e estão sempre a inventar amores e corações e devoções e cultos e heróis - e aqui eu dizia uma palavrão mas como sou uma senhora não digo. Felizmente sou agora a Velha e por muito que me custe sê-lo a grande vantagem e o milagre é não mais acreditar nessa espécie de amor - simples pulsão animal que gera atracção e destitui o ser pensante de toda a capacidade de ser e pensar.
Na verdade, há duas escravidões, o trabalho forçado, romantizado como um valor em si, e há a escravidão do amor-paixão que tira a pessoa de uma escravidão para outra e assim passar a vida sem nunca serem nada!!
É um erro pensar que HÁ SINTONIA e reciprocidade nesse amor - isso é só um sonho e ilusão, o maior mito jamais inventado, mesmo quando as pessoas o dizem sentir... tudo isso faz parte da grande mentira que é o amor romântico. Uma auto-sugestão, uma quimera. E são os complexos e carências extremas do ser humano e a de falta de amor próprio das mulheres que as leva a sofrer o horror do abandono, porque na realidade ninguém ama ninguém, é apenas uma convenção social e económica, fabricada juntamente com a religião, para explorar os seres humanos sendo uma formatação psiquica/emocional a que as mulheres são induzidas para se sacrificarmos à espécie e ao criador.

Há outro AMOR?

Sim, há um amor maior e de outro nível, raramente atingível porque exige uma consciênia e uma elevação do ser que não existe ainda na Terra. Mas por outro lado, neste amor sexual e de atracção, sente-se  algo é certo que parece ser a chave da  existência, que dá a sensação de completude, porque esse amor-mito é uma energia congregadora que nos ilude pela atração sexual e o desejo... mas não une e porque  o outro ser nunca é o par nem a outra metade... É apenas outro ser humano que responde a um apelo da libido ou sente tesão em si ou pelo outro, e também pode ser que seja a sede de fusão ou a sua própria sede de união visceral com a mãe ou com a origem... Mas há em toda essa circunstância dita "amorosa"  uma enorme falta de amor próprio e de dignidade humana, elevação dos sentidos embora haja também na mulher à partida realmente uma capacidade de dar de si inerente à sua natureza como Mulher e Mãe mas que só se manifesta de forma correcta e digna se a mulher se elevar acima de toda essa fantasia-farsa que vivemos há séculos, digo há décadas.

Se olharmos bem à lupa a história deste mito do amor romântico ele é relativamente recente, porque nunca houve esse amor tão romantizado pelos romancistas precisamente, e pelos poetas, porque no fundo apenas se trata à partida de uma pulsão-atracção animal libidinal (vulgo tesão) e sabemos que a mulher, ao longo dessa história, só era uma mais valia como serventia ao macho e vendida pelo pai (rei aristocrata pobre ou rico ou bandido) a uma homem que lhe desse dote na maior parte das culturas ou obrigada, se não casasse, a prostituir-se para sobreviver. Romantizamos tudo hoje – sim inventaram tudo e criaram-se fantasias sobre a vida humana e a realidade que nos cerca.
Mulheres enxerguem a realidade de hoje tal como ela é, tirem essa venda dos olhos (Eros é cego) e deixem de inventar o que não existe. A solidão criada pelo vazio existencial da criança mulher pela falta da Mãe geradora de afecto e ternura, causou o trauma e o medo e essa monumental mentira do amor projectada no outro/a é o que nos trama e tramou desde sempre. Esta sociedade é totalmente falsa e hipócrita nos seus costumes e moral…por isso chegamos ao caos que hoje se vive a todos os níveis. Em conclusão temos o resultado de toda esta montagem: mulheres que amam demais…e sofrem como burras…
ACORDEM MULHERES porque já é tarde...

rosa leonor pedro



terça-feira, agosto 22, 2023

UMA NOVA VISÃO, A MAIS ANTIGA...




UMA  NOVA VISÃO DO MUNDO E DA MULHER 


Há mais de  22 anos que mantenho este blog fiel a sua matriz de Mulheres & Deusas, buscando nas mulheres e nas deusas fonte de entendimento para a minha busca incessante do Ser Mulher Original, tendo sido publicado um livro baseado nele, e depois, mais recentemente, ter publicado Lilith A Mulher Primordial, algo mudou na minha visão do mundo ancestral e acabei hoje de fazer a mudança que vinha já se anunciando na minha linha de pensamento sobre as deusas e mulheres e sempre em busca da verdadeira MATRIZ de uma verdadeira mulher que foi suprimida das histórias das religiões, que apagaram todas as fontes de saber e conhecimento mais antigo e nos deixaram seculos na maior  ignorância e obscurantismo, presos a dogmas e fanatismos brutais em que a mulher foi sempre vitima e sacrificada a esses deuses, a começar por Javé... 

Nos nossos dias  ainda nos são contadas muitas histórias quer do passado quer do futuro...e imensas versões dos Mitos, os reais e os inventados e inventaram-se novos dogmas, como a "Ciência" e a Economia e por isso, Hoje, demarco-me de todos eles assim como dos "deuses ou deusas" que ainda reinam com imensas capas e nomes, sabendo que esses deuses caidos dos céus - que deram origem a todos os mitos e religiões e cultos na terra -, eram apenas seres doutros planetas e dimensões  e que se  serviram dos humanos como escravos e bodes expiatórios de lutas mitológicas grandiosas e inacreditáveis. Tendo a convicção de que eram com certeza  seres extraterrenos e outros não humanos e portanto resolvi viver o meu próprio Mito sem depender de nenhum outro. 

Creio o que creio e vivo como Mulher na minha pele desde que me lembre em busca do maternal original e o retorno dessa Mãe  original fonte de todo o prazer equilíbrio e harmonia.

Assim,  resolvi assumir a nova fase da minha vida em relação a minha visão Cósmica do Universo e do Mundo, mudando o nome deste Blog para o que me parece ser o FOCO do meu trabalho e escrita a partir de já algum tempo. Porquê MULHER MATRIZ? 
PORQUE MAIS DO QUE NUNCA URGE  encontrar essa MULHER MATRIZ em nós mesmas e recuperar a manifestação da sua força ancestral, resgatadas na nossa memória Pandora como de facto foi a Deusa que se transformou na primeira mulher na carne e Lilith a mulher primordial sua repercussora e Eva igualmente, fiel à génese de liberdade que marcou a história da Humanidade como espécie ao dar a Adão pensamento próprio., sem sombra de pecado! 
rlp

O ABUSO DA MULHER

 




O QUE MUDOU PARA A MULHER DEPOIS DE 1926 ATÉ 2023?

“A alma feminina jaz adormecida dentro dos trapos, das jóias, do império da moda – a eterna sultana desse harém de civilizados que ainda compram, vendem, exploram, seduzem, abandonam por imprestável a mesma mulher, cuja posse exclusiva consiste a sua preocupação única. É deprimente a situação da mulher neste meio de cafetismo social em que os homens não sabem olhar uma mulher senão desrespeitando-a.”* 



ESTAVA A PENSAR NAS MULHERES e parece que nada mudou mesmo! Continuam sendo vistas e olhadas como mero OBJECTOS de consumo sexual, o abuso do nu, mulheres sempre tidas como atração dos varios circos televisivos, olhadas como meros objectos sexuais, sempre, seja da tela, do cinema ao romance e à pornografia, usadas e abusadas até a exaustão pelos homens e ainda ao serviço da espécie, esposas ou barrigas de aluguer, prostitutas e acompanhantes de luxo, e como hoje de forma estranha tantos homens se estão a tornar "femininos" (o artificial feminino criado por eles) e querem ser mulheres...

Talvez cansados do estupro, do abuso e da violência doméstica, do seu papel de machos alfa...

Talvez...
Mas cansada estou eu de ver o quanto as mulheres foram vitimas destas atrocidades ao longo da história e da cultura e agora ainda são...vitimas de si mesmas, alienadas de uma Mulher Matriz e contra elas próprias, pedem mais sexo e fazem tábua rasa desta história que as anula e reduz a um mero sexo de prazer e um corpo de alterne...
E o que eu vejo e me doi na pele e na alma é saber que o que as mulheres precisam mesmo é de respeito e carinho, consideração e amor sim, mas sem competição, nem apegos, nem obsessões ou romantismos...
Tudo o que falta a mulher é esse respeito e amor da mãe que lhes faltou logo em menina e não sofrer o abandono egoísta dessa mãe narcisista e também doente e mal amada desprezada pela sua mãe...e o ciclo é vicioso, desde há seculos de mulheres contra mulheres.
Parar este ciclo vicioso de odios entre mulheres e rivalidade mãe e filha - há tanto a fazer pelas mulheres e por nós, tanto que podemos trocar e dar sem querer ensinar nada, nem inventar soluções nem remédios.
Vivemos uma vida apenas em busca de afirmação porque fomos abandonadas e abusadas e inseguras procuramos saidas sem nos encontrar verdadeiramente... agora o que precisamos é de verdade e sinceridade e apoio na velhice seja que idade tivermos. E não conversas sobre sexo...nem dicas, nem erotismos - sinceramente, penso que o respeito e a dignidade é o que mais faz falta entre mulheres...porque lhes falta a elas mesmas esse respeito e dignidade por tanto terem vivido dependentes do amor romântico sempre a espera das migalhas dos homens, amantes e filhos...sem nunca conseguirem ser elas mesmas, e entre amantes e traições se digladiarem e odiarem umas as outras.
rosa leonor pedro

*Maria Lacerda de Moura, Religião do amor e da beleza (1926)

domingo, agosto 20, 2023

EM BUSCA DE UM PRINCIPIO RENOVADOR



VIVER CONTRA A CORRENTE

Hoje em dia dá-me vontade e rir, sinceramente e deve ser pela idade avançada...e porque a única certeza que tenho é que nada sei, ver gente jovem, homens e mulheres ufanos de si, que se julgam arautos da verdade, guias e curadores de alguém...que ministram cursos e formações variadas e prometem coisas inacreditáveis e os "pobres de espírito" seguem e fiam-se em tais criaturas... meros predadores da energia alheia e do dinheiro dos outros.
Sim, eu gostava de saber de onde lhes veio essa luz salvadora dos outros, quem lhes outorgou esse poder e lhes deu a missão divina, quando em si mesmo, nada valem, ou valem o que todo o ser humano vale, mas no caso nada são senão egos insuflados e personas doentes, narcísicas, psicopatas, abusadores, que à força se querem impor aos outros como seres dotados e superiores?

A Psicologia mesmo que limitada é uma pequena ajuda na consciencialização do que somos a nivel da nossa psique, embora o grande mistério e a grande fraude persistam como formas de subjugação das massas...

Sim, a psicologia podia ser um trabalho essencial a nivel individual, com o nosso inconsciente (mesmo sendo tão vasto) e tentar descortinar as nossas sombras... perceber como as nossas memórias de outras vidas nos podem marcar a parida...e ... os nossos traumas de morte e nascimento, fobias de todos os tipos, medos e complexos imensos e eles estão quase todos ligados à Mãe...ao nascer e ao amparo que tivemos e não tivemos em crianças. Tudo tem a ver com a forma como fomos recebidos a nascença... No entanto nascemos como que por acaso, queridos ou enjeitados e somos uma espécie de abortos neste mundo quantificado e alienado onde nem a mãe nem o pai são conscientes da dimensão anímica dos seres nem do que representa o nascer ou da responsabilidade de ter filhos. Eles não passam de seres por sua vez igualmente marcados pela ignorância dos seus pais e que tentam corresponder de geração em geração a padrões de existência em que o ser humano não conta senão em função do dinheiro ou de uma importância social qualquer, se são ricos remediados ou pobres ou miseráveis. Crescemos assim, de pais ignorantes aprumados com o Sistema de valores em vigor, com crenças ou credos e de mães sem essa essência feminina nem consciência de si como mulheres, verbos de encher, literalmente. Tudo começa aqui.
Há um Deus Pai todo poderoso e estupido que a religião impingiu à humanidade para a dominar e controlar e que criou seres incapazes de sentir e pensar de acordo com a sua humanidade profunda que hoje desconhecemos. Eis um pequeno quadro pagão da nossa miséria civilizacional. Somos filhos de gente cheias de complexos, doentes e cuja crenças e formas de pensar precária nos condicionou a fazer as coisas "certas" pelo padrão medíocre familiar politico e social . Feudos e famílias "imperiais", aristocráticas e burguesas onde a riqueza nome e herança como comercio faz das relações todas obediência e mercantilismo, e chegamos a idade adulta e tudo isso se desmorona ou não.
E afinal o que somos nós dentro deste manicómio que é o mundo? Seres convencidos e arrogantes ou seres perdidos em busca de um caminho...
Precisamos pois voltar ao principio e procurar em nós a essência do ser em vez de nos perdermos na selva das ideias e dos credos que nos impingiram as famílias e o estado ou as escolas e universidades. 

Vivemos num mundo de escravos e somos escravos do trabalho e do dinheiro...enfim...TEMOS DE SAIR DELE...e isso só cada um(a) por si...dentro de si o poderá fazer. Encontrar a nossa MÃE é vital porque é encontrar a nossa origem perdida, a linha matrilinear e aceder a um saber ancestral...e por isso é visceral e humano e diz respeito a esta Terra! Quem não respeita a Mãe, não respeita Terra, não respeita a Mulher!
rlp


AS ROUPAS NÃO DEFINEM GÉNERO...



Porque nos constrange tanto esta triste imagem de um homem vestido singelamente de um vestidinho amarelo? Não é porque é esta a imagem corrente da mulher?

....se fosse uma mulher vestida de calças e camisa, como já estamos habituados, nada nos espantaria...é que a mulher vestida de "homem" digamos - ao adoptar as calças -  é elevada a outra categoria, compara-se com o homem, mas um homem vestido de mulher ele é rebaixado a condição de "mulher", e portanto inferior... Quero eu dizer que é assim que esta é a maneira como o vulgo vê e ao nivel inconsciente...
Porque a dada altura a mulher achou que era liberdade mostrar as pernas e rapar os pelos usar saias curtas? Era sua afirmação social... e a moda. 
Mas o que é importante perceber é porque se definiu mulher pelas roupagens e artificios usados tais como baton, vestidos e saltos altos e o homem calças fato camisa e gravata?
O problema actual está ai e onde começa toda a confusão ...não no género, mas no que os homens definiram para as massas  como sendo "feminino" através da moda e dos ícones da musica e do cinema   e agora pagam caro... quero ironizar, que agora eles querem ser essa mulher que eles criaram, o seu imaginário sobre o que devia ser o feminino e agora querem ser Mulheres, mas nem as mulheres já sabem o que é uma mulher...e este é que é o drama!
Não, homem e mulher nunca foram iguais nem nunca serão, mas não é pela roupa e acessórios que mudarão de sexo... é nus, como deus os fez...com parra ou sem parra!

rlp

NOTA: a foto inicial não era esta, ela foi retirada da net creio, mas para o caso serve...

sexta-feira, agosto 18, 2023

É dela - a primeira mulher - que descendem todas as outras mulheres,



PANDORA - PORQUE TEIMAM OS HOMENS EM ESQUECÊ-LA?
E o que faz as mulheres ignorá-la? De toda as deusas do Olimpo, demiurgos que nunca foram humanas,  é a unica que se tornou humana e que apagaram das suas fantasias...


Diz-se que "Durante um longo período de tempo, por toda a feliz Idade de Ouro, só existiram homens à superfície da terra, não havia mulheres." O que não corresponde à verade muito escamoteada pela Igreja católica e judaica. 
Diz o Mito que "Zeus criou-as apenas respondendo com o seu rancor a todos os cuidados que Prometeu tivera para com o homem." e a sua inicial criação... 
Zeus não gostou ao que parece dessa ousadia de Epimeteu e não Prometeu e para se vingar do mesmo  diz ainda o mito, que "criou então algo de muito perigoso, algo que deleitava os olhos pela suavidade e pela beleza, com o aspecto de uma donzela tímida a quem todos os deuses concederam dons, vestes prateadas e um véu todo bordado, uma autêntica maravilha. Chamaram-na Pandora, que significa "a dádiva de todos" (de todos os deuses); depois de terminada esta bela calamidade, Zeus mostrou-a a todos e, ao contemplarem-na, tanto os Deuses como os homens ficaram extasiados. É dela - a primeira mulher - que descendem todas as outras mulheres, que são a desgraça dos homens e que têm propensão para praticar o mal", segunda as versões religiosas porque na verdade Ela Pandora veio trazer à Humanidade a capacidade de pensar e a liberdade de escolha...e pensar por conta própria sempre foi um mal para as religiões e o poder do deus misogino ...
Assim revista dentro de uma nova versão do Mito pela Revelação Cósmica, no livro de Jan Val Ellam, O SORRISO DE PANDORA, ela trouxe também o sorriso e ao que parece durante 40 mil anos só as mulheres pensavam e os homens eram ainda animais...Durante 40 mil anos reinaram as mulheres - as AMAZONAS ... Os homens só serviam para procriar...
Só com Eva - que deu a poção de Pandora a beber a Adão - os homens tiveram muito em que pensar...Mas nunca perdoaram 40 mil anos de atraso, daí a vingança de Zeus-Javé-Alá das mulheres e o seu ódio de estimação a todas nós ainda hoje...
*
(Hamilton, Edith, A Mitologia, 95-96)

Mutterlich e o Muttertum, de Maternal e não matriarcal.


O DIREITO DA E À MÃE 

Mutterlich e o Muttertum, de Maternal e não matriarcal. A confusão da tradução da palavra para várias linguas deu origem a uma interpretação errónea da história e do periodo em que a Mãe era a entidade suprema nas sociedades, era a Mulher Mãe e não uma deusa que reinava, antes do patriarcado. 

"Mutterlich em alemão textualmente quer dizer materno, a pesar de que tenha sido traduzido de forma errónea por ‘matriarcal’, conceito que implica um archos, o Poder da Mãe. Também Muttertum, textualmente significa ‘o ambiente materno’, e costuma ser traduzido por ‘matriarcal’. Bachofen, para fazer referência a certas sociedades com dominação (archos) feminina, que existiram nos começos da transição, utiliza ginecocracia, marcando assim a diferença dos povos que se organizavam segundo o mutterlich e o Muttertum.


Bachofen, no livro citado, explicou a razão pela qual as relações nos grupos humanos das sociedades de ‘direito de mãe’ (mutterrecht) -ou seja, que viviam segundo as ‘regras da mãe’-, eram fraternas. A ´regra´ da mãe é o bem-estar das suas criaturas, porque o desejo materno é uma pulsão libidinal na que o próprio prazer é alcançado ao comprazer às criaturas. E quando uma criatura é comprazida brota dela mesma o desejo de comprazer aos seus irmãos e irmãs com os que cresceu compartilhando a cumplicidade do corpo materno: as brincadeiras, os risos, as piadas, as mamas, as babas, o leite, as lambidelas, as caricias, os modos e maneiras de realizar o bem-estar corporal; ou seja, compartilhando o amor primário. A verdadeira fraternidade como dizia Bachofen, é corporal, uterina, e é feita de libido materna (com a suas caricias e lambidelas, e os produtos fisiológicos dos fluidos maternos: água, proteínas varias, imunoglobulinas, enzimas, opiáceos, prolactina, oxitocina, etc.); e esse tipo de relações fraternas expandiam-se para o resto do grupo em que se tinha nascido.

 (...)

Dito de outra maneira, segundo Bachofen é do mutterlich (do maternal) que brota o desejo de complacência e de bem-estar. E o Muttertum (o ambiente materno) é onde as qualidades das criaturas humanas que descrevemos antes podem desenvolver-se, crescer, expandir-se, consolidar-se, fazer-se tecido social, o mutterrecht, a sociedade que funciona segundo o desejo materno de bem-estar, não em contra senão a favor das qualidades inatas e do bem-estar humano. Podemos entender as noções de lealdade, de ‘nobreza de espírito’, … que contaram alguns viajantes e escritores, observadas em certos índios de América do Norte, e de outros continentes. A vontade e as qualidades humanas se suavizavam e se afinavam ao desenvolver esse estado primário de inocência que mencionamos; é dizer, na prática da complacência, da generosidade e na realização do bem-estar dos e das outr@s. A amizade, por exemplo, era um valor que dignificava às pessoas e que ninguém ousava profanar; trair a confiança que alguém tinha depositado em ti, uma indignidade e uma baixeza difícil de suportar; proferir uma mentira era a maior vileza que se podia acometer. Tratava-se de um modelo de socialização que desenvolvia as qualidades inatas das criaturas e conservava a inocência e a confiança originais.

 Desde a nossa perspetiva atual de ausência de bem-estar, o bem estar é uma meta como diz Jean Liedloff, algo para procurar. No entanto, o bem-estar é o estado primário e normal da criatura, a sensação que acompanha a autorregulação; é, portanto, algo que perdemos, e que temos que buscar e recuperar. E essa noção de ‘algo perdido’ a encontramos nos paraísos perdidos dos mitos das origens. O bem-estar é o estado anímico normal da criatura humana, ao que acrescenta-se a alegria, regozijo, ternura, paixão, prazer. O conceito de ‘felicidade’ que temos é uma saudade desse estado e das suas consequências.

 Nosso conceito de ‘felicidade’ é um conceito errático, porque não repousa no estado de bem-aventurança da autorregulação de nossa genuína integridade psicossomática, e nos leva a estar permanentemente no estado de busca do que não temos nem somos. Desde o ego, a felicidade é uma busca errática, uma ilusão vã, porque a competitividade, a apropriação, a inibição da ação (a submissão) e a dominação, que é para o que o ego é constituído, não produzem nenhum bem estar, e nessa busca errática, a alegria, o regozijo, a paixão e o prazer são ilusões que se abrem caminho evadindo-se da realidade (por isso o sucesso das drogas) ou se desvanecem como fantasmas, quanto mais perto parece que estamos dela. (...)

 “Na descrição da inibição das pulsões na infância, me refiro quase exclusivamente às meninas: à partida pela importância da desconexão e rigidez do útero com relação ao tema chave da corrupção da maternidade que corrompe a sexualidade primaria e infantil, e com ela a capacidade humana de amar; logo porque ao ser tão evidente, tão brutal e de consequências tão patentes, a devastação que essa civilização inflige na sexualidade feminina, nos permite ter a perspetiva da envergadura do desequilíbrio corporal e social que produz.

Então:

* Negada a bondade do prazer e a sua possibilidade efetiva,

* Inibidas as pulsões,

* Suprimidas as práticas espontâneas,

* Relegado o desejo inibido a um inconsciente blindado,

* Deformadas, idealizadas e devidamente educadas as emoções e os sentimentos (pela pressão de um corpo simbólico e uma cultura que intervém para codificá-las e dar-lhe um significado falso, e agora também pela ação pedagógica direta das novas psicologias adaptativas e a difusão massiva da tecno-sexologia).

Então fica estabelecido (cultura, hábitos, família, leis, ordem simbólica) que a única sexualidade humana é coital e adulta e que está vinculada à dominação do homem sobre a mulher e de ambos sobre as criaturas. De facto, o conceito de sexualidade é desvirtuado ao identificá-la com genitalidade, e/ou, já em menor medida, com a reprodução.

De maneira que todas as pulsões e emoções que conseguimos perceber, as projetamos e orientamos em direção a essa única prática sexual, e em direção a esse único conceito de sexualidade associado, quase se poderia dizer identificado, com genitalidade e falocracia.

E assim a sexualidade fica inconsciente e praticamente unida às relações de dominação entre os dois sexos e entre a idade adulta e a infância, como veremos mais detalhadamente no capítulo 5, no qual voltaremos a entrar no que Deleuze e Guattari chamaram edipização.

Todo o restante fica silenciado, não há palavras para falar sobre isso, nem imagens para imaginá-lo.

Assim sucede que as pulsões maternas que se filtram, interpretam-se como transferências da única sexualidade reconhecida, portanto incestuosas e perversas. O desejo materno “refoulado” (reprimido) inconscientemente que é um anelo de simbiose, projeta-se e fica incluído no desejo da sexualidade coital, única que cabe na nossa imaginação, e que propicia-se com o mito da meia laranja que atua de isca para atrair o anelo do amor simbiótico. Porém a relação coital não é um estado de simbiose (no sentido biológico da palavra); ou seja, não é um estado de fusão contínua imprescindível para a sobrevivência; e por mais que quisemos prolongar a lua de mel das primeiras paixões não é como a relação mãe-criatura, já que é uma relação promovida por uma libido prevista para umas fusões descontinuas. A libido da fusão continua é a materna, não a coital. E o casal homem-mulher é uma dupla diferente da dupla mãe-criatura, pela diferente qualidade das libidos que as sustentam. A dupla mãe-criatura é um par simbiótico, uma díade, e tem uma carga libidinal diferente, com uma intensidade específica, relativa à simbiose que deve regular.

 A verdadeira lactancia é uma implementação impressionante da sexualidade humana, da criatura e da voluptuosidade jamais definida (Groddeck) da mulher; e pressupõe uma fusão tão grande que Nils Bergman (nota 13, pag 14) diz que mãe e criatura foram um só organismo; aqui sim se corresponde à imagem das duas meias laranjas que fazem a laranja, a unidade. No entanto, a lactancia é apresentada descafeinada, desapossada dessa libido e do prazer que a acompanha, e com um vínculo apenas corporal. Como se tudo ficasse no contacto pontual e superficial da boca com o mamilo, ocultando o que sucede no interior de ambos corpos. Ou como se somente fora um processo da fisiologia do sistema digestivo.

Segundo a nossa ordem sexual, a libido da maternidade reprimida mais ou menos de forma inconsciente de acordo com os casos, projeta-se ao casal homem-mulher (que não é um par simbiótico). E o que acontece é que o vínculo homem-mulher recarrega-se no imaginário coletivo de uma libido que de alguma forma não lhe corresponde; e por isso a imagem da meia laranja é um mito falacioso e irrealizável.

Disso tudo surgem os “apegos” patológicos dos casais; as relações tornam-se neuróticas porque têm que adaptar-se ao modelo socialmente estabelecido da “meia laranja”, que supõe a translação do amor primário simbiótico mãe-criatura. E segundo esse modelo efetivamente projetamos o anelo libidinal de simbiose, latente desde a nossa etapa primaria, ao casal adulto. Os “apegos” patológicos podem serem muito variados: tabaco, jogo, drogas, chocolate, consumismo compulsivo, sexo sem desejo, possessões, fama, Poder… É a busca insaciável do bem-estar perdido, tratando de atenuar a ansiedade que brota da Falta Básica, a falta do amor primário.”

Cacilda Rodrigañes Bustos – in A Rebelião de Édipo II

sexta-feira, agosto 11, 2023

Ah a Ficção...e a realidade, QUEM SABE?



OS NOSSOS MONSTROS
 
“Precisamos resolver nossos monstros secretos, nossas feridas clandestinas, nossa insanidade oculta. Não podemos nunca esquecer que os sonhos, a motivação, o desejo de ser livre nos ajudam a superar esses monstros, vencê-los e utilizálos como servos da nossa inteligência. Não tenha medo da dor, tenha medo de não enfrentá-la, criticá-la, usá-la.”
  - Michel Foucault


O medo da sombra, o medo do oculto e a nossa ignorância abismal leva-nos a viver na superficie dos sentidos e a negar e rejeitar a sombra desses monstros que são os nossos medos e dramas, quer a nivel  colectivo, quer os pessoais, e que habitam não só o nosso psiquismo, como os nossos sonhos, talvez os maiores pesadelos e onde passamos metada da vida - dormindo - sem saber o que se passa para além do véu do esquecimento... 
É por isso a nossoa tendência é fabricar uma realidade que idealizamos a todo o custo ao fomentar ideologias e filosofias com as quais nos iludimos e persuadimos uns aos outros de que é assim etc., tal como todas as religiões que nos mentem e enganam acerca da vida na Terra e a ordem do Universo e como tudo começou. Destruiram Bibliotecas e queimaram milhares de livros, deturparam as Mitolgias, fonte de informação dos primórdios e civilizações e seres que habitaram a Terra. As religiões que mais não fizeram do que ocultar a ignominia desse Criador caido na sua própria obra imperfeita e que nos condena a nós humanos a uma vida de sofrimento, obscura e terrivel por tetrás dos seus dogmas e mitos e que prega uma coisa - nos conta uma história efabulada - enquanto a realidade vivida é atroz e a vida humana de dor e sacrificio, sem que a pessoas percebam nada do que significa esta descrepância entre o que se vive na terra de horror e os sonhos cor-de-rosa das pessooas imbecilizadas e alienadas que cada vez mais fogem dos monstros que as habitam... e acreditam que alguém as vai salvar do abismo e do Caos em curso.
Elas não querem ver o Maquiavélico construtor do universo nem as absurdas e paradoxais explicações da criação e do deus que viu e que era bom... e ao sexto dia descançou...
Assim, as crises economicas e as guerras sanguinárias, as pestes e os assassinios em massa, os crimes em geral contra a humnodade, que a História conta e mente e oculta a maior parte, são a face do predador ignorado e dos monstros e medos que nos habitam  e não ousamos enfrentar. 
Pelas nossas crenças e teorias, odios e amores, condenamos a nossa espécie talvez ao declinio ou a destruição paulatina do nosso Mundo, minado de virus  pela acção dos arcontes e de seres invisíveis que dominam a nossa mente e o Planeta... 
E nós crentes, doces e obedientes como cordeirinhos destinados ao matadouro, damos voz a sua voz porque obedecemos apenas à Voz do dono... e eles vão voltar ou sempre estivaram no dominio de tudo, enquanto nós os serviamos cativos e submissos às suas ordens inaudiveis...
Ah a Ficção...e a realidade, QUEM SABE?
rlp

A DEVASTAÇÃO DO FEMININO E DA MÃE...



A SOMATIZAÇÃO DO MATRICÍDIO


"Para compreender como a sexualidade feminina pôde permanecer tão reprimida através dos séculos, até o ponto de desaparecer no grau que o fez, é imprescindível perceber que a repressão tem um componente somático.

Qualquer aspeto de nossa condição humana é e será sempre psicossomático; e ainda nos custa pensar e viver nessa perspetiva, socializad@s como estamos numa cultura que artificialmente cinde corpo-mente. Em realidade essa cisão não é mais do que o encobrimento da perda da consciência do que nos passa; mais precisamente é o resultado do que fazem sobre nós para impedir que nós mesmos construíamos uma consciência conforme com o movimento da vida, com o desejo auto-regulador de nosso ser psicossomático. Porque somente então pode-se codificar o anelo frustrado, idealizá-lo e decorá-lo (truquer) com falsas imagens, desvinculando o anelo do seu sentido auto-regulador dos corpos, para inseri-lo no sistema de repressão do Poder. Sempre a devastação, a introdução da carência, é o primeiro.

A perda de contacto com nosso próprio corpo, ou seja, a cisão consciência-corpo foi uma estratégia imprescindível e é uma característica da sociedade patriarcal. Porque o corpo não somente tem sabedoria, mas também muita força, muita capacidade de resistência e rebelião.

Conseguimos chegar muito longe da mão de Reich e de Deleuze e Guattari, compreendendo como se construi o sistema de repressão de nossa civilização, combinando o ‘refoulement’* com a repressão exterior. Sem o ‘refoulement’ realizado inconscientemente, a repressão exterior por si só no poderia explicar o funcionamento da sociedade.

Reich não só descobriu a couraça muscular resultante do ‘refoulement’*, mas também que o ‘refoulement’ dos indivíduos é uma função ao serviço da repressão geral da sociedade; e Deleuze e Guattari explicaram como a repressão geral se insere na criatura humana, atuando sobre a produção de seus desejos, para que ela mesma os ‘refoule’:

A forca de Reich radica em ter mostrado como o ‘refoulement’* dependia da repressão geral… já que a repressão geral precisamente necessita do ‘refoulement’* para formar sujeitos dóceis… A repressão geral somente se exerce sobre o desejo -e não só sobre necessidades ou interesses- através da repressão sexual.
Para atuar sobre o desejo das criaturas, continuavam Deleuze e Guattari, além da instituição da família, fazia falta uma importantíssima operação da desfiguração do mesmo: dar ‘uma imagem enganada (truquée) do que desejamos, convertê-lo em pulsões incestuosas; assim sente vergonha com o desejo, fica entorpecido, já que senão, qual seria a outra forma de conjurar o poder de rebelião e de revolução do desejo?

Durante milénios o desejo feminino-materno das mulheres, e o desejo materno das criaturas foi desfigurado e culpabilizado colocando a etiqueta de incestuoso; ou seja de desejos coitais, que estão, em realidade muito longe dos desejos maternais e dos desejos primais indiferenciados, em geral.


* O substantivo ‘refoulement’ e o verbo ‘refouler’ em francês querem dizer ‘forçar para atrás’. Referido à psique, indica que algo inibimos e logo esquecido, ou seja, colocamos com força para atrás no inconsciente. (...)

"A estrutura caracterológica do homem atual (que está a perpetuar uma cultura patriarcal e autoritária que iniciou 4 a 6 milhares de anos) se caracteriza por uma blindagem contra a natureza dentro de si mesmo e contra a miséria social que o rodeia. Essa blindagem do carácter é a base da solidão, do desamparo, o insaciável desejo de autoridade, do medo, da angustia mística, da miséria sexual, da rebelião impotente assim como de uma resignação artificial e patológica. Os seres humanos adotaram uma atitude hostil ao que está vivo dentro de si mesmos, do qual se afastaram. Essa alienação não tem uma origem biológica, senão social e económica. Não encontra-se na historia humana antes do desenvolvimento da ordem social patriarcal. (…)

O processo sexual, ou seja, o processo de expansão do prazer, é o processo vital produtivo per se. (…).

Nos começos da historia, a vida sexual humana seguia leis naturais derivadas dos fundamentos de uma sociedade natural. Desde então, o período do patriarcado autoritário dos 4 aos 6 últimos milhares de anos, criou, com a energia da sexualidade natural reprimida, a sexualidade secundaria, perversa, do homem de hoje."

Wilhelm Reich -A função do Orgasmo



"Procurar o prazer; evitar a dor é a via geral de ação (alguns diriam Lei) do mundo orgânico. Sem essa procura do agradável, a vida mesma seria impossível. Os organismos se desintegrariam, a vida cessaria." - Kropotkin
 
A maioria dos úteros foram espásticos durante séculos e por isso os nascimentos foram dolorosos.

W. REICH

"O estado de gravidez numa mulher que tornou-se adulta desenvolvendo a sua sexualidade, é um estado sexual prazeroso; a gravidez do útero sobre a nossa cavidade pélvica sente-se como sumo prazer; é um ‘peso’ que não somente não faz sentirmos ‘pesadas’ senão todo o contrario, flutuantes; é uma sensação pré orgástica quase permanente que se expande para com a criatura em gestação e a envolve em fluido amoroso de mesmo modo que o líquido amniótico a envolve.

Porém se a mulher no desenvolveu a sua sexualidade uterina desde menina, quando fica grávida, a gravidez não erotiza à mulher; a expansão do útero após a implantação do embrião e a formação da placenta não conta com o relaxamento suficiente, a pulsão do desejo não ‘balança’ o berço do ser em gestação. A gravidez então não produz esse estado de bem-estar e de prazer permanente, senão pelo contrario, diferentes tipos de incómodos."



Excertos do livro O assalto ao Hades – Casilda Rodrigánez

A grande tragédia do mundo actual



"A visão da mulher tem um papel importante na Obra de Alquimia. A mulher que se vê - companheira, amante, ou deusa iniciadora - é a projecção de um oposto a integrar nessa união superior a que se aspira.
É a força transformadora, ela mesma transformada - em mineral, vegetal, animal, ou ainda num dos elementos, ou um astro, ou logo em divindade
"(...) Y.K.Centeno


A grande tragédia do mundo actual é que ao deixar de haver essa Mulher anima deixou de haver Homem animus, para se criar uma coisa hibrida como humanos e que já não são nem homens nem mulheres, remetendo-nos para uma grave psicose, uma crise de identidade, a que estamos a viver, em que a desordem e o desequilíbrio das partes constitutivas de cada ser humano - anima animus, yin e yang - são anuladas e ninguém já saber quem é quem.
Perante esta DESORDEM generalizada, que é o panorama cultural em geral, queria apenas sublinhar que a prostituição do corpo da mulher se alargou ao seu útero e já não apenas ao sexo...e esta é sem sombra de duvida a maior aberração da história humana.
A mulher que era a esposa e mãe do homem, ao tornar-se "barriga de aluguer" prostitui o que de mais sagrado há na mulher, a maternidade, e deixará assim paulatinamente de ter qualquer papel significativo dentro do Sistema Patriarcal. E é precisamente aqui que atingimos a derrocada final deste Paradigma falocrático e do Império do ego masculino, pelo domínio e imperativo do Pai-filho, agora comprador directo do filho ao alugar-comprar o útero da mulher e prescindindo da função mulher-mãe que já não quer como "companheira"- porque cantor ou futebolista ou gay...mostra claramente a sua misoginia ou ódio à mulher; E e como se isso não bastasse temos agora não só os machistas da velha guarda, a extrema esquerda e como a extrema direita, a querer destruir a mulher e a mãe tal como os homossexuais e o lobby gay acabam de dar o golpe final...
Se não nos arredarmos deste caminho teremos em breve um mundo só de homens (?) onde a mulher não passa de um "verbo de encher", reduzida a uma travesti, uma coisa decorativa, facilmente substituída por bonecas de silicone - um mero corpo objecto...
No fundo o que os homens sempre sonharam: Um mundo sem mulheres, como diria a personagem Jazão da peça Medeia de Eurípedes
"Ah, se houvesse outra forma de gerar os filhos, sem a mulher, que feliz seria esta vida"
- Assim, perdendo a Mãe perde-se em definitivo a Matriz da Deusa e da Natureza para seguirmos para um mundo cada dia mais robotizado e pervertido ONDE A VERDADEIRA MULHER NÃO TEM LUGAR...

publicado em 2017
rosa leonor pedro



quarta-feira, agosto 09, 2023

A destruição do nosso mundo está a pairar sobre nós,




O Efeito Bizarro da Loucura Universal



"Não precisamos de visitar um manicómio para encontrar mentes desordenadas; o nosso planeta é a instituição mental do universo." - Johann Wolfgang von Goethe


Quantas vezes na nossa vida foi dito ou pensado que as coisas não podiam ficar piores, mais estranhas, mais absurdas, mais perigosas, mais imorais, mais brutais, mais controladoras, mais restritivas, mais pervertidas, mais assassinas ou mais loucas? Será que estes pensamentos podem sequer ser considerados nesta época de completa e total alienação mental? O que é que aconteceu à humanidade e poderá ser tudo atribuído à lavagem cerebral e à doutrinação da classe dominante sobre o resto da sociedade?
Acredito firmemente que as causas dos problemas inconcebíveis que vemos hoje em dia vão muito mais fundo do que apenas culpar os amos convidados e começam no âmago da psique da humanidade. Se assim for, a luta pelas tentativas do homem de recuperar a sua sanidade mental, moralidade e liberdade, está totalmente dependente de uma grande faixa da sociedade mudar dramaticamente de uma dependência total e expectativa de regra para uma de valor individual, e uma aceitação obrigatória de responsabilidade pessoal tão avassaladora, que leve à destruição total do Estado.
Poderão troçar de uma declaração como esta, mas neste estádio de tirania, indiferença e perda total de integridade pelas massas, nada menos que uma remodelação absoluta e incondicional da sociedade será suficiente para eliminar a ameaça de extinção da humanidade tal como a conhecemos. Estamos a baloiçar no precipício da aniquilação e falsas esperanças ou preces jamais serão suficientes para restaurar esta chamada "civilização". A apatia é nossa inimiga e só pode conduzir a uma sociedade escravizada às mãos de governantes tecnocratas.
Muitos poderiam esperar que o Estado implodisse, dado o ritmo desta conspiração de tomada de controlo e remodelação dos estados-nação, mas o que tomaria o lugar dos sistemas actuais se o mais fraco caísse? Poderá ser esse o resultado planeado, tal como acontece com muitos sistemas estatais falhados, uma reestruturação global pelos países mais fortes e mais brutais, tal como o plano do FEM indica, teria uma clara vantagem na sua tentativa de criação de uma nova ordem mundial? É necessária uma transformação, mas essa transformação precisa de ser orientada para uma estrutura sem Estado criada por indivíduos, em vez de qualquer novo esquema de governação político.

A verdadeira inteligência e o pensamento crítico nesta terra estão em falta, e o que está disfarçado de inteligência raramente é outra coisa senão propaganda e mentiras orientadas pela agenda do Estado. É por isso que o que passa por "notícias" é tão inacreditavelmente impreciso, totalmente incorrecto e de natureza infantil. É tudo o que é necessário hoje em dia para enganar a maior parte da sociedade. Por outras palavras, já não é necessário pensar, uma vez que as massas foram condicionadas e sofreram uma lavagem cerebral para aceitarem quase todas as tretas que são lançadas pelos governantes, pelos falsos "cientistas", pela profissão médica, pelos políticos, pelo governo e, certamente, pelo circo dos meios de comunicação social constituído por prostitutas sancionadas pelo Estado.
Aqueles que ainda têm a capacidade de pensar racional e inteligentemente, passam cada dia surpreendidos com as coisas dissolutas, loucas e obscenas que são relatadas à população em geral; esse segmento maior da sociedade totalmente cego pela ignorância, pela apatia e, em muitos casos, pela estupidez. Estas atitudes são forragem fácil para alimentar as ovelhas inúteis, crédulas e complacentes e que, por sua vez, permitem que este Estado hediondo continue a sua marcha em direcção a um mundo globalizado dirigido por uma escassa minoria.
A ideia completamente falsa do "akecimento global" provocado pelo homem e das falsas "a-lterações qlimáticas" está agora a tomar forma como o principal argumento para o controlo de tudo e de todos na Terra pelos tecnocratas. Esta agenda do "qlima" será agora prosseguida até ao fim da vida tal como a conhecemos. Já não está à margem, nem está escondida. Os títulos idiotas respeitantes ao chamado terror qlimático estão a aumentar a cada momento. O sensacionalismo pode agora ser usado universalmente, à medida que um após outro falso desastre paira, de acordo com estes fraudulentos pretensos "cientistas" e impostores chamados "especialistas".
Está tudo em cima da mesa, como os belicistas extremos gostam de afirmar, mas como esta guerra é contra todos nós, este termo assume um novo significado. As manchetes completamente asininas continuam, uma vez que agora abunda a nova e melhorada pornografia do medo vinda das cabeças falantes dos meios de comunicação social idiotas e imbecis, chegando ao ponto de rotular o seu falso disparate paranoico do "akecimento global" como "ebulição global".
Mas há muito mais a acontecer, uma vez que uma miríade de falsas ameaças está sempre sobre nós, ou pelo menos é o que afirmam as cabeças falantes. Novas pragas, doenças, "vúris", carraças assassinas (se existirem, é provável que tenham sido propositadamente criadas pelo exército), ameaças de guerra e, especialmente, o absurdo das "a-lterações qlimáticas". O clima e o tempo foram totalmente transformados em armas e serão utilizados para controlar a vida a quase todos os níveis, agora e no futuro.
Nunca esqueçam a mentira da "pandemia de kobid" inexistente. Será renovada, seja como algo igual ou semelhante, seja como um novo e aprovado assassino à solta; tão assustador que levará toda a gente para dentro de casa, supostamente para longe da multidão enlouquecida. Cuidado com o "vúris" e com a propaganda de emergência, pois ela nunca acabará enquanto as massas cumprirem as regras e obedecerem como escravos.
A leitura de apenas alguns feeds de "notícias" inundará a mente com disparates, mas a maioria vê estas afirmações como reais ou possíveis; tudo sem qualquer prova legítima a acompanhar. A saga louca de Trump lidera, claro, o caminho, uma vez que esta estupidez é seguida por ambos os lados do esquema político, o que ajuda a manter a maioria as pessoas do país engalfinhadas umas com as outras. Mas há muito mais. O sector bancário está falido e as contas pessoais e empresariais de muitos estão a ser fechadas. As pensões e os fundos de reforma também estão a ser ameaçados. Os ataques cibernéticos estão a afectar grandes áreas deste país e, por vezes, torna-se impossível lidar com as viagens aéreas. O esquema dos transsexuais continua e irá provavelmente aumentar depois da abertura das escolas públicas no Outono. Todas as semanas há mais relatos de OVNIs, as lojas estão a fechar em todo o país, a inflação é galopante e a guerra de falsa operação na Ucrânia continua.
As lâmpadas incandescentes foram proibidas, os fogões a gás e os aquecedores de água também são visados. Há mais falências bancárias, mais falências de empresas de camionagem, as poupanças estão esgotadas, preparando o terreno para a digitalização da América. O teste e a aplicação das CBDC vão continuar e os receios de incumprimento generalizado estão a aumentar. As taxas de juro continuam a subir, uma vez que a notação de crédito dos EUA foi rebaixada.
A destruição do nosso mundo está a pairar sobre nós, pois está a permitir-se que aconteça o desmoronamento de tudo o que é natural e sensato diante dos nossos olhos. Todas as coisas aqui mencionadas não são, de forma alguma, uma lista completa, uma vez que muitas coisas estão a correr mal em plena luz do dia, tudo sem que as massas de ovelhas se apercebam. A dependência e a indiferença são os nossos inimigos mortais. Estamos a viver num manicómio; um mundo em grandes conflitos com toda a sensatez e que se tornou indiferente e moralmente falido. Este não é o caminho a seguir, mas o caminho para o inferno na terra.
Encontrar o interior do indivíduo, confortar-se em si próprio e abandonar o Estado é um caminho melhor.
"Nos indivíduos, a loucura é rara; mas nos grupos, partidos, nações e épocas, é a regra." - Friedrich Nietzsche

Gary D. Barnett
4.Agosto.2023




sexta-feira, agosto 04, 2023

A mulher não é entendida como uma criatura evolutiva ou em evolução




A GRANDE MÃE CÓSMICA


"Porque, tal como as religiões estabelecidas assumem a masculinidade de Deus, tal como a psicanálise e Freud assumiram a masculinidade da libido, as ciências sociais - e particularmente a antropologia - assumiram a masculinidade genérica da evolução humana . Autores antropológicos, tanto populares como universidades, apresentaram-nos cenários de evolução humana que encenam, quase exclusivamente, as aventuras e invenções do caçador, do fabricante de ferramentas, e do homem criador do território e etc
A mulher não é entendida como uma criatura evolutiva ou em evolução. Em vez disso, ela é tratada como uma assistente de um processo evolutivo dominado pelos humanos; ela é mãe dele, ela acasala com ele, ela prepara a sua refeição, ela segue-o recolhendo as suas pedrinhas. Está evoluindo. Ela está a ir atrás dele. Ele está a fazer uma revolução. Ela está se adaptando. Se as jaquetas de livros não apresentam imagens de homo sapiens a serem arrastadas por cabelo durante 2 ou 3 milhões de anos de evolução humana, temos de assumir que foi isso que aconteceu.
E isto, apesar do fato de que entre os povos contemporâneos e históricos caçadores-colheitas, como nos nossos ancestrais distantes caçadores-colheita, 75-80 por cento do sustento do grupo vem das atividades de recolha de alimentos das mulheres. meses. E isto, apesar do fato de que as ferramentas mais antigas usadas pelos caçadores modernos, e as ferramentas mais antigas e primitivas alguma vez encontradas em locais antigos, eram bastões de escavadoras usadas por mulheres. E isto, apesar das lendas mundiais citarem as mulheres como as primeiras utilizadores e domesticadoras de fogo.
E isto, embora se saiba que as mulheres foram as primeiras oleiras, as primeiras tecelãs, as primeiras tinturas de pele e curtidores, as primeiras a colher e estudar plantas medicinais - ou seja, os primeiros médicos - e assim por diante. Olhando para a interação linguística entre mãe e bebé, mãe e filho, e entre os grupos de trabalho das mulheres, é fácil especular sobre o contributo das mulheres para a origem e desenvolvimento da língua. Sabemos que as primeiras medidas de sempre, os primeiros calendários oficiais, foram marcas da lua feitas por mulheres em pedrinhas pintadas e paus esculpidos.
E é bem sabido que a única "imagem de Deus" alguma vez pintada em rocha, esculpida em pedra ou esculpida em barro, do Paleolítico Superior ao Neolítico Médio - representando cerca de 30.000 anos - foi a imagem de uma mulher humana"
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- "A Grande Mãe Cósmica", Monica Sjoo et Barbara Mor

Será que se dão conta de que honram um Deus da Morte?



 
UMA DIFICIL REFLEXÃO

Confesso que tenho muita dificuldade em aceitar que as mulheres mais ou menos conscientes (blá blá) de si e da história das religiões, sobretudo as mulheres dentro da área do dito "feminino sagrado" e da deusa... que tem o despautério de manifestar simpatia pelo Papa ou seja, pelo chefe religioso de uma das religiões que mais as castigou e fez sofrer as mulheres do mundo inteiro, tendo-as ostracizado, torturando em nome do seu deus e condenado ao pecado e queimado vivas nas fogueiras da Inquisição.
Sinceramente não entendo tanto romantismo e ilusão das mulheres e sua ingenuidade ao acreditar nos discursos encomendado pelo "santo homem" que como Cirilo, o 1º Papa, logo desde o inicio do catolicismo, mandou torturar e queimar viva a sabia e filosofa Hipacia de Alexandria e depois foi canonizado.
Não, não entendo este esquecimento, este branqueamento da história religiosa que sempre oprimiu e castigou muito em particular as mulheres apenas por serem mulheres. Que continuam segregadas das suas ordens e apenas freiras que renunciam ao pecado de serem mulheres são admitidas.
Como é que estas mulheres, marcadas a ferro e a fogo pelos seus cleros, continuam a acreditar no discurso bem intencionado de um homem que controla milhares de homens que violam e abusam de crianças AINDA!!!
Que amnésia, que cobardia, que loucura é esta que tolda as mulheres de hoje, completamente infantilizadas, pois nada mudou no seio da Igreja e tudo é manipulado com rigor no sentido da manipulação das mulheres e dos seres humanos em nome de um deus cruel e sádico que permite as guerras e em seu nome - seja o de Javé ou de Alá - e que persegue e mata seres humanos há milhares de anos. É isto condicente com o discurso meloso e ardiloso do dito cujo???

Que raio se passa com as Mulheres tão traídas e tão diminuidas foram nas suas capacidades e falta de consciência que continuam a querer acreditar nesse deus que nunca foi deus nem humano???
Não, eu não perdoo nem esqueço e por isso não acredito nesta Pantomina!
E já agora, vá lá, podem apedrejar-me ou queimar-me na fogueira das vossas crenças que vos cega e por isso continuam as escravas do senhor, seja ele quem for, fiéis ao patriarca dentro das vossas cabeças...
E sim, falem de cor sem sentir nem saber obedientes como servas que sempre foram... dizem "a velha" e depois cruxificam-na também quando ela fala demais, não é???

E eu pergunto e ASSUMO: ''Quem é a velha? Ela é a mulher mais perigosa, mais radical, mais revolucionária que existe. Seja nos contos de fadas ou na realidade consensual, a antiga vai onde quer e age como quiser; ela vive como quiser. E isto é tudo como deve ser. E ninguém a pode parar. Nem deviam tentar. ”

rlp

SERÁ MESMO? 

Será que se dão conta de que honram um Deus da Morte? Da glorificação do sofrimento, da vergonha e da culpa, da (pretensa) absolvição dos pecados e da punição?
Porque foi que substituímos a Grande Mãe Deusa Vida por um Deus julgador Pai ausente, e um profeta torturado e morto numa cruz?
Penso na inversão dos pólos, na subjugação da Força da Criação, no domínio da Natureza e das tribos indígenas, na domesticação forçada do corpo e vontade das mulheres.
A sacerdotisa pagã que há em mim sabe bem o poder do canto, da dança, do ritmo, da peregrinação e da comunidade para criar campo-sistema-vibração-intenção a manifestar."
Amala Oliveira


quinta-feira, agosto 03, 2023

A HISTÓRIA PATRIARCAL




VIVEMOS - QUERENDO OU NÃO 
Numa cultura homossexual e pedófila...  

AS FEMINISTAS lutaram tanto nestas ultimas décadas  para que as mulheres deixassem de usar soutien e fazer top-less - mas apenas conseguiram que fossem os homens agora a querem usar eles soutiens e calcinhas vermelhas...
Sim, elas queriam ser iguais aos homens e agora são eles que querem ser iguais as mulheres! Estão no seu direito.
rlp
 
"O mundo antigo, assim como o mundo atual, era e sempre foi, homossexual.
Os homens faziam sexo entre si e apenas se casavam com mulheres pela procriação. Pouquíssimas sociedades não eram homossexuais na antiguidade, talvez a egípcia, fugisse a esse padrão. Os patriarcas que deram origem ao monoteísmo, foram os mesmos que estabeleceram regras para coibir o sexo homossexual e mesmo assim, porque tal prática estava ameaçando suas políticas de expansão territoriais e populacionais. Fico imaginando, em como os homens estavam tão interessados uns nos outros a ponto de fazer com que os líderes patriarcais, tivessem que colocar na Bíblia uma regra expressa proibindo o sexo não reprodutivo.
A sociedade greco-romana que deu origem á civilização ocidental, era homossexual. Nessas sociedades o cidadão (mulheres não eram cidadãs), o cidadão era definido como o homem adulto das classes dominantes, e o sinal de sua maturidade era a barba. Assim o cidadão greco-romano costumava casar-se com uma mulher e manter casos amorosos com meninos e adolescentes e estes ao criarem barbas eram elevados à condição de homens e agora podiam casar-se e manter seus amantes meninos. Veja, fomos formados por uma cultura homossexual e pedófila.

A partir da invasão cristã, a religião adotada proibiu relações homossexuais. Isso criou uma misoginia latente nos homens, que proibidos de realizar suas inclinações, passaram a 'ter que' se relacionar apenas com mulheres, sob pena de perder seu status de homem, o que antes não acontecia.
Homens no patriarcado, consideram as mulheres como seres inferiores a eles e por isso, amar uma mulher, seria se igualar ao ser inferior, seria um rebaixamento na sua masculinidade, por isso nas culturas antigas e ainda hoje, homens seguem sendo homossexuais.


Sob a bandeira da modernidade estamos reconstruindo as bases de uma sociedade homossexual. Com o liberalismo, as campanhas por direitos e etc, mais e mais homens se sentem seguros para expressar sua verdadeira atração e cada vez mais homens o farão. E aqueles que não conseguem, ficam idolatrando o sexo anal, escondendo pela prática com a mulher, aquilo que gostariam de fazer com um homem. Nada disso tem a ver com as mulheres. Nós somos apenas coadjuvantes nesse processo, sempre fomos. Não é por causa do feminismo ou de qualquer outra coisa que as mulheres fizeram ou deixaram de fazer, que estamos caminhando, de novo, para uma sociedade no modelo greco-romano. Essa questão sempre foi uma questão entre eles. Foi a sociedade patriarcal que eles criaram que deu origem a essa misoginia. Filósofos gregos afirmavam que o amor superior, era o amor de um homem por outro homem.
A triste realidade é que com a sociedade se tornando cada vez mais homossexual, as mulheres correm o risco de regredir nas poucas coisas que conquistaram. Se o processo se concretizar, o que impedirá os homens que dominam a política, a economia, as mídias, as artes, o exército e a polícia, de recolocar a mulher na mesma condição da mulher grega?
Vejo o mundo dividido: naqueles países onde os governos são patriarcais e religiosos, a prática será heterossexual. Nos países patriarcais de estado laico, a prática será homo e as mulheres em ambas as sociedades, mero objeto de reprodução. Como sempre foi no patriarcado em geral."*

(* Perdi o nome da autora do artigo, se alguém identificar diga-me sff)

quarta-feira, agosto 02, 2023

As mulheres new age e os circulos de mulheres...



OS CIRCULOS DE MULHERES
SÃO DE MULHERES APENAS E NÃO DEVEM  SER MISTOS.

As mulheres new age, ao longo destas 2 ultimas décadas, como diz uma amiga, podem "ter-se tornado um instrumento precioso nas mãos de um patriarcado musculado e inteligente!...mais uma ratoeira, desta feita para as mulheres que perceberam ou não as incoerências do feminismo!. Dá a ideia de que para onde quer que nos viremos somos apanhadas nas malhas apertadas da essência masculina que nos quer sempre e para sempre ao seu serviço!"*

E foi  exactamente isso que acontece na maioria dos círculos de mulheres que já não são só de mulheres! O que acontece de enganador nisto tudo é que sem as mulheres terem  consciência interna da sua divisão a fazer a diferença - a consciência da cisão interna em duas mulheres opostas e a sua integração - elas vão sempre cair na armadilha do patriarcado que lhes é imediatamente lançada, tal como fez com o feminismo, e por isso hoje quase todas não prescindem do "masculino sagrado", isto é a inclusão de homens nos circulos de mulheres e assim desviam de novo o foco na sua própria consciência.
É sem duvida devido a esta nova manobra do patriarcado, publicidade, mediatismo, que as mulheres começaram a fazer círculos mistos quando de facto e de inicio os círculos eram só de mulheres e para mulheres, e isso acontecia por uma razão preciosa e muito precisa: para que a sexualidade das mulheres se estabilizasse em si, para que elas fossem o Foco e não se concentrassem sempre no homem, na sua busca de par e prazer...
Os circulos de mulheres eram para se descobrirem a elas mesmas como mulheres. Mulheres que foram anuladas e desvalorizaram as suas forças e dons desde  há séculos, manipuladas  por esse movimento repressor do seu ser para se  projectarem constantemente  nos homens; juntar as mulheres sem o factor imperativo do sexo e a atração mulher-homem a fim de se centrarem em si, no seu interior, no seu útero e no seu poder interno como MULHERES, mulheres que valem por si sós e que não precisam do olhar do homem para ser. 
E o que falhou? O tempo que era necessário e o espaço para a mulher se encontrar a si mesma e não continuar a projectar o seu amor no homem anulando-se mais uma vez a fim de  perceberem que não precisam da validação masculina para serem MULHERES INTEIRAS!
Sim, era preciso que a mulher tivesse espaço e tempo para aprender a amar-se a si mesmas e às outras mulheres e a dessexualizar a sua natureza saturada de ser mero objecto sexual e reprodutor a fim de deixarem de ser vampirizadas na sua energia do útero.
Mas veio logo o Tantra  e os melosos instrutores, massajar e tocar as mulheres no ponto G...para que elas não se desviassem dessa manipulação...e agora estão os homens e os seus doces abracinhos, homens muito ternos e femininos...e em vez de serem elas mesmas a abraçar-se umas às outras de verdade e sem medos, sem reservas, tentando ultrapassar o seu velho antagonismo,  e assim, de acordo com o sistema que as explora, vão continuar a enganar-se com esta ideia de homens femininos...todos eles lico-doces... quando os homens deviam continuar a ser viris e fortes, protectores e masculinos e não travestis ou eunucos da deusa e do "feminino sagrado", ainda que considere certos casos no passado como pura devoção a deusa ...mas com muitas reticências nestes tempos modernos... em que uma agenda de géneros impera e quer fazer dos homens mulheres e negar à mulher o direito a ser ela mesma Mulher inteira. 

rlp
* ana ferreira martins