O SORRISO DE PANDORA

“Jamais reconheci e nem reconhecerei a autoridade de nenhuma pretensa divindade, de alguma autoridade robotizada, demoníaca ou evolutiva que me afronte com alguma acusação de pecadora, herege, traidora ou o que seja. Não há um só, dentre todos os viventes, a quem eu considere mais do que a mim mesma. Contudo nada existe em mim que me permita sentir-me melhor do que qualquer outro vivente. Respeito todos, mas a ninguém me submeto. Rendo-me à beleza de um simples torrão de terra, à de uma gotícula de água, à de uma flor, à de um sorriso de qualquer face, mas não me rendo a qualquer autoridade instituída pela estupidez evolutiva da hora. Enfim, nada imponho sobre os ombros alheios, mas nada permito que me seja imposto de bom grado Libertei-me do peso desses conceitos equivocados e assumi-me como agente do processo de me dignificar a mim mesma, como também a vida que me é dispensada. Procuro homenageá-la com as minhas posturas e atitudes e nada mais almejo. É tudo o que posso dizer aqueles a quem considero meus filhos e filhas da Terra. “ In O SORRISO DE PANDORA, Jan Val Ellam

sexta-feira, agosto 04, 2023

Será que se dão conta de que honram um Deus da Morte?



 
UMA DIFICIL REFLEXÃO

Confesso que tenho muita dificuldade em aceitar que as mulheres mais ou menos conscientes (blá blá) de si e da história das religiões, sobretudo as mulheres dentro da área do dito "feminino sagrado" e da deusa... que tem o despautério de manifestar simpatia pelo Papa ou seja, pelo chefe religioso de uma das religiões que mais as castigou e fez sofrer as mulheres do mundo inteiro, tendo-as ostracizado, torturando em nome do seu deus e condenado ao pecado e queimado vivas nas fogueiras da Inquisição.
Sinceramente não entendo tanto romantismo e ilusão das mulheres e sua ingenuidade ao acreditar nos discursos encomendado pelo "santo homem" que como Cirilo, o 1º Papa, logo desde o inicio do catolicismo, mandou torturar e queimar viva a sabia e filosofa Hipacia de Alexandria e depois foi canonizado.
Não, não entendo este esquecimento, este branqueamento da história religiosa que sempre oprimiu e castigou muito em particular as mulheres apenas por serem mulheres. Que continuam segregadas das suas ordens e apenas freiras que renunciam ao pecado de serem mulheres são admitidas.
Como é que estas mulheres, marcadas a ferro e a fogo pelos seus cleros, continuam a acreditar no discurso bem intencionado de um homem que controla milhares de homens que violam e abusam de crianças AINDA!!!
Que amnésia, que cobardia, que loucura é esta que tolda as mulheres de hoje, completamente infantilizadas, pois nada mudou no seio da Igreja e tudo é manipulado com rigor no sentido da manipulação das mulheres e dos seres humanos em nome de um deus cruel e sádico que permite as guerras e em seu nome - seja o de Javé ou de Alá - e que persegue e mata seres humanos há milhares de anos. É isto condicente com o discurso meloso e ardiloso do dito cujo???

Que raio se passa com as Mulheres tão traídas e tão diminuidas foram nas suas capacidades e falta de consciência que continuam a querer acreditar nesse deus que nunca foi deus nem humano???
Não, eu não perdoo nem esqueço e por isso não acredito nesta Pantomina!
E já agora, vá lá, podem apedrejar-me ou queimar-me na fogueira das vossas crenças que vos cega e por isso continuam as escravas do senhor, seja ele quem for, fiéis ao patriarca dentro das vossas cabeças...
E sim, falem de cor sem sentir nem saber obedientes como servas que sempre foram... dizem "a velha" e depois cruxificam-na também quando ela fala demais, não é???

E eu pergunto e ASSUMO: ''Quem é a velha? Ela é a mulher mais perigosa, mais radical, mais revolucionária que existe. Seja nos contos de fadas ou na realidade consensual, a antiga vai onde quer e age como quiser; ela vive como quiser. E isto é tudo como deve ser. E ninguém a pode parar. Nem deviam tentar. ”

rlp

SERÁ MESMO? 

Será que se dão conta de que honram um Deus da Morte? Da glorificação do sofrimento, da vergonha e da culpa, da (pretensa) absolvição dos pecados e da punição?
Porque foi que substituímos a Grande Mãe Deusa Vida por um Deus julgador Pai ausente, e um profeta torturado e morto numa cruz?
Penso na inversão dos pólos, na subjugação da Força da Criação, no domínio da Natureza e das tribos indígenas, na domesticação forçada do corpo e vontade das mulheres.
A sacerdotisa pagã que há em mim sabe bem o poder do canto, da dança, do ritmo, da peregrinação e da comunidade para criar campo-sistema-vibração-intenção a manifestar."
Amala Oliveira


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